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Banca de DEFESA: JANETE BARROS DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JANETE BARROS DA SILVA
DATA: 14/03/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório Profa. Socorrro Lira Monteiro (PRODEMA/UFPI)
TÍTULO: Diversidade de macrofungos e valorização do conhecimento etnomicológico dos povos originários Guajajara do Maranhão
PALAVRAS-CHAVES: Etnomicologia. Povos Originários. Percepção. Etnoconservação.
PÁGINAS: 159
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

Etnomicologia, ramo das Etnociências que pesquisa a relação dos seres humanos com os fungos, é uma ciência recente. A pesquisa etnomicológica permite uma melhor compreensão do uso de macrofungos por grupos étnicos e fornece uma imagemA pesquisa etnomicológica permite uma melhor compreensão do uso de macrofungos por grupos étnicos e fornece uma imagem mais clara da cosmovisão que as pessoas têm sobre a ecologia, uso, classificação e conservação dos macrofungos. Objetivou-se com o estudo investigar e sistematizar o conhecimento tradicional dos povos originários Guajajara sobre os macrofungos, destacando sua diversidade e percepção, apresentando revisão sistemática do tema, importância ecológica e usos tradicionais, a fim de desenvolver uma cartilha educativa que promova a conservação destes organismos nas aldeias indígenas. A pesquisa se delineou nos seguintes questionamentos: Como os fungos são percebidos no ambiente e como é transmitido o conhecimento etnomicológico entre as gerações? Há usos das espécies e como resgatar esse conhecimento para conservá-las? Duas Hipóteses foram elencadas : Os Guajajara conhecem e fazem uso dos macrofungos encontrados no ambiente e que eles transferem o conhecimento etnomicológico ao longo das gerações. As Aldeias Pé de Galinha e Três Irmãos da em Barra do Corda/MA, foram escolhidas para a realização do estudo. Como aportes metodológicos, foi utilizado na análise qualitativa, as técnicas do rapport, turnês-guiada, caderno de campo, checklist-entrevista e entrevista semiestruturada. O valor de uso, índice de diversidade de Shannon-Weiner, índice de Sørensen e Método Prisma, foram utilizados para análise quantitativa. O material coletado foi incorporado ao Herbário Graziela Barroso (TEPB) da UFPI. O Universo amostral contou com 96 indígenas, entre jovens, adultos e idosos. Os resultados revelaram que os Guajajara reconhecem e já fizeram uso de pelo menos seis espécies das documentadas. Concordaram que Auricularia tremellosa (Fr.) Pat. foi usada na alimentação dos antepassados. Na ludicidade: Calvatia rugosa (Berk. & M.A. Curtis) D.A. Reid, Geastrum hariotii Lloyd. e G. javanicum Lev. e ocasionalmente para fins medicinais citaram o Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill e Lentinus crinitus (L.) Fr. O Valor de Uso não foi tão expressivo. A transmissão vertical foi a responsável pela dinâmica do conhecimento sobre os macrofungos. Embora o interesse pela Etnomicologia tenha avançado nos últimos anos, poucos estudos (6,6%) foram conduzidos com povos indígenas do Brasil, recuperando 15 trabalhos sobre a temática entre 2014 a 2024. As comunidades urbanas (27%) e rurais (67%) tiveram maior representatividade que as indígenas (6%). A região Nordeste foi a que obteve maior destaque nas publicações (46%). Documentou-se 42 espécies dos filos Basidiomycota e Ascomycota. A família Polyporaceae foi a melhor representada, com nove espécies catalogadas. A maioria das espécies é sapróbia (65%). O índice de Sørensen revelou alta similaridade entre as aldeias (0,41) e maior diversidade de Shannon encontrada na Aldeia Três Irmãos. Para os Guajajara, a estação chuvosa (88%) é o período que os macrofungos mais aparecem, e crescem em sua maioria nos troncos das arvores (51%). Dado o exposto, podemos assegurar que essas aldeias não possuem total aversão aos macrofungos, sendo consideradas parcialmente micofílicas. Mais estudos são necessários para a divulgação da Etnomicologia entre os povos originários, com vistas a minimizar as lacunas sobre a biodiversidade e conservação fúngica, sobretudo para o estado do Maranhão.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Interno - 1760027 - MARCOS ANTONIO TAVARES LIRA
Interno - 423289 - JOAO BATISTA LOPES
Externo à Instituição - 805.***.***-87 - SANTINA BARBOSA DE SOUSA - SEDUC-PI
Externo à Instituição - 395.***.***-72 - MARIA PESSOA DA SILVA - UESPI
Externo à Instituição - 003.***.***-90 - CAIO VELOSO - IFMA
Externo à Instituição - 021.***.***-95 - REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA - UFPB
Notícia cadastrada em: 20/02/2025 17:59
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