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Banca de DEFESA: MARIA VERÔNICA ALMEIDA CAETANO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA VERÔNICA ALMEIDA CAETANO
DATA: 24/04/2025
HORA: 17:30
LOCAL: Online via Google Meet
TÍTULO: TERRITÓRIO, CUIDADO FEMININO E COLONIALIDADE DE GÊNERO: INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DE MULHERES NA ASSISTÊNCIA SOCIAL
PALAVRAS-CHAVES: gênero; cuidado; assistência social; colonialidade de gênero
PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

O presente estudo teve como objetivo cartografar, pelas lentes do feminismo decolonial e da noção de território, os processos de subjetivação de um grupo de mulheres assistidas pela assistência social na cidade de Parnaíba. Com isso, formulamos os seguintes questionamentos: Qual a relação entre as políticas sociais, as tecnologias de gênero e a função de cuidado atribuída às mulheres? E quais suas implicações nos processos de subjetivação e no acesso aos direitos sociais das mulheres? Assim, como estratégia de produção de dados, realizamos cinco oficinas grupais com mulheres participantes do CRAS. Essas oficinas foram operacionalizadas por meio de atividades artísticas, corporais, expressivas, de territorialização e as rodas de conversa. Para tanto, também nos valemos do recurso da participação observante e da escrita de diários de campo. Os resultados foram descritos em formato de encontros, dos quais, posteriormente, extraímos cenas para discussão. Esta foi organizada em três tópicos nas categorias: (1) Articulações entre política socioeconômica, violência de gênero e trabalho reprodutivo: genealogia das estratégias biopolíticas de Estado; (2) Problematizações entre território e lugar social da mulher e (3) Maternidade: Abordagem feminista para o problema do cuidado. Nesses tópicos, buscamos historicizar o trajeto percorrido na construção dos conceitos, paradigmas e narrativas postas, com objetivo de mapear a construção dos processos de subjetivação das participantes e discutir sob as diferentes perspectivas de pensadoras feministas decoloniais, assim como outras autoras que, embora não se identifiquem necessariamente como tal, apresentam e coadunam-se com uma leitura ampliada de gênero, para auxiliar-nos na elaboração e na
construção do pensamento crítico voltado à pesquisa. Concluímos, a partir da experiência grupal, que os lugares sociais reservados às mulheres são engendrados em territórios existenciais naturalizados no cuidado exercido no âmbito da maternidade, dos relacionamentos, da família e da comunidade. Assim, identificamos o lugar social de cuidadora destinado às mulheres através da problematização das estratégias familistas presente nas políticas de assistência social, nas quais o cuidado é visto como um trabalho executado naturalmente por mulheres, principalmente no âmbito doméstico. Segundo argumentamos, essa lógica foi criada pela perspectiva colonial de gênero e por mecanismos biopolíticos de Estado, que serviram à constituição da biopolítica da maternidade. A partir disso, verificamos, por meio das narrativas produzidas pelas participantes, as repercussões da biopolítica da maternidade e do regime neoliberal na produção de subjetividade das mulheres, nas quais constatamos processos de domesticação, docilização e vigilância do corpo feminino. Identificamos, com isso, a sobrecarga do cuidado, ocorrência de violências de gênero, de adoecimento psíquico, além de enrijecimentos subjetivos atravessados por processos de culpabilização, resignação, conformismo e vivência de situações traumáticas relacionadas ao racismo, sexismo, capacitismo e à ordem geopolítica atual. Em vista disso, nesta pesquisa fundamentada na proposta de aliança comunitária a partir da formação de um grupo de mulheres, buscou-se fomentar ações que auxiliem na formulação de políticas públicas comprometidas com o combate às desigualdades de gênero, através da elucidação das iniquidades sociais, políticas e econômicas, que afetam as mulheres assistidas pelos serviços socioassistenciais, bem como, procuramos apresentar caminhos possíveis de enfrentamento à lógica colonial de gênero. Indicamos, então, caminhos coletivos e criativos para a reinvenção dos lugares sociais impostos pelo regime neoliberal e biopolítico. A experiência grupal nos mostrou que é possível vislumbrar outros modos relacionais e existenciais através da aliança solidária entre mulheres. Para isso, torna-se necessário superar as desconfianças e ensimesmamento

estimulados pelo projeto neoliberal que nos afasta cada vez mais da experiência comunitária.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - 303.***.***-09 - DANIELE DE ANDRADE FERRAZZA - UEM
Presidente - 1402780 - GUILHERME AUGUSTO SOUZA PRADO
Interno - 578.***.***-20 - MARCOS RIBEIRO MESQUITA - UFAL
Notícia cadastrada em: 23/04/2025 09:41
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