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Banca de QUALIFICAÇÃO: THAIS CRUZ RAMALHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THAIS CRUZ RAMALHO
DATA: 20/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
TÍTULO: Propranolol nanoestruturado em biopolímero como um sistema de liberação de fármaco para doenças do sistema nervoso central.
PALAVRAS-CHAVES: Nanopartículas, Zeína, Beta-Bloqueador, Sistema Nervoso Central.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

As doenças que afetam o sistema nervoso central (SNC) apresentam desafios significativos no que diz respeito ao tratamento, devido à complexidade da estrutura e função cerebral. Algumas dessas doenças estão entre as principais causas de mortalidade no mundo. Mesmo que vários medicamentos estejam disponíveis para tratar ou controlar estas doenças, os seus efeitos terapêuticos são limitados pela baixa biodisponibilidade, efeitos adversos e pela presença da barreira hematoencefálica (BHE) e da barreira fluido cerebroespinal-sangue (BFCS). O propranolol é um β-bloqueador, sintético e de caráter lipofílico com capacidade de atravessar a BHE. Inicialmente desenvolvido para o tratamento de doenças cardiovasculares, também apresenta atividade anticonvulsivante, ansiolítica, melhora da cognição e do Alzheimer. Entretanto, o propranolol apresenta baixa solubilidade aquosa e sofre um extenso metabolismo hepático de primeira passagem, contribuindo para a baixa biodisponibilidade oral (cerca de 25%). Uma estratégia para contornar esse desafio é com o uso da nanotecnologia, principalmente as nanoparticulas poliméricas, que vêm sendo utilizadas para controlar a liberação de fármacos. A zeína é uma proteína extraída do milho, conhecida por sua biodegradabilidade e biocompatibilidade. É amplamente utilizada na formação­­­­ das nanopartículas e, por apresentar propriedades mucoadesivas quando administradas oralmente, favorece a absorção gastrointestinal do fármaco, aumentando a sua biodisponibilidade. Dessa forma, nanopartículas de zeína contendo propranolol (NZ-PROP) foram desenvolvidas e caracterizadas visando garantir uma liberação sustentada para melhorar a biodisponibilidade oral e a atividade frente ao sistema nervoso central. Primeiramente, foi realizado um levantamento bibliográfico para integrar um artigo de revisão que teve como objetivo prover uma visão geral sobre o uso de propranolol no tratamento de patologias do SNC, com foco em ansiedade, depressão, epilepsia e doença de Alzheimer. Os resultados mostraram que o fármaco é promissor na melhora dos sintomas de ansiedade, incluindo fobias e transtorno de estresse pós-traumático, e mostra potencial no controle da depressão, principalmente em casos relacionados ao câncer. O propranolol também demonstra efeitos neuroprotetores na epilepsia e melhorias comportamentais em modelos da doença de Alzheimer. Estas descobertas destacam o potencial terapêutico do propranolol nas doenças do SNC, sugerindo novos caminhos de tratamento. No entanto, mais pesquisas são cruciais para elucidar completamente os mecanismos moleculares subjacentes. O propranolol exemplifica como o redirecionamento de fármacos existentes pode revelar novos caminhos terapêuticos, oferecendo esperança para melhores intervenções clínicas na ansiedade, depressão, epilepsia e doença de Alzheimer. ­­Em segundo passo, foram preparadas NZ-PROP, compostas por zeína, lisina e propranolol solubilizados em etanol a 60%, pelo método de nanoprecipitação, apresentando como uma suspenção opalescente, de aspecto leitoso, sem presença de precipitado ou separação de fases, de tamanho de partícula de 259,4±12,71 nm, índice de polidispersão de 0,076±0,1, potencial zeta de -39,5±1,3 mV, pH de 4,00±0,03 e eficiência de encapsulação de 80,16±3,05%. Imagens obtidas pelo MEV demonstraram morfologia esférica e maciça das nanopartículas. Além disso, a formulação nanoparticulada apresentou boa estabilidade de longo prazo, sem alterações significativas em relação as características físico-químicas avaliadas. No espectro de varredura foi possível observar a absorção do propranolol em 289 nm, diferente da faixa da formulação vazia, conferindo seletividade do método. Ademais, a análise da regressão linear permitiu a obtenção da equação da reta com o coeficiente de correlação (R²) de 0,9998. No estudo de liberação in vitro, as NZ-PROP demonstraram gastrorresistência com discreta liberação do fármaco após 2h em pH 1,2. A mudança para o meio de pH 6,8 aumentou a liberação do propranolol ao longo das 24h e manteve uma liberação sustentatda até 144h. Desta forma, por ser um nanossistema formado a partir de um polímero natural, biocompatível, biodegradável e atóxico, com propriedades musadesivas, mostrou-se como um promissor sistema de liberação sustentada do propranolol, garantindo o aumento da sua biodisponibilidade no tecido alvo, o que permitirá o seu uso oralmente em modelos experimentais para avaliar o efeito do fármaco sobre o SNC.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2246074 - FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA
Presidente - 1549662 - HERCILIA MARIA LINS ROLIM
Interno - 3302639 - LUCIANO DA SILVA LOPES
Interno - 2199134 - MARCILIA PINHEIRO DA COSTA
Interno - 1638239 - PAULO MICHEL PINHEIRO FERREIRA
Externo à Instituição - RUSBENE BRUNO FONSECA DE CARVALHO - UFPI
Notícia cadastrada em: 14/03/2024 10:03
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