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Banca de DEFESA: DEYNA FRANCÉLIA ANDRADE MARTINS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DEYNA FRANCÉLIA ANDRADE MARTINS
DATA: 15/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Núcleo de Pesquisas em Plantas Medicinais- NPPM Bloco 15
TÍTULO: Investigação da atividade antinociceptiva do isopulegol em modelo animal de dor neuropática induzida por paclitaxel
PALAVRAS-CHAVES: Antinocicepção, Isopulegol, Von Frey, Dor neuropática
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Farmacologia
SUBÁREA: Neuropsicofarmacologia
RESUMO:

A dor neuropática ou neurogênica está relacionada a uma lesão primária e disfuncional ao nível do sistema nervoso central. A lesão provocada no nervo tanto ao nível central quanto periférico desencadeia uma série de alterações na plasticidade neuronal que provoca descargas rápidas, intensas e prolongadas induzindo à respostas inadequadas e anormais de sinalização entre os neurônios periféricos, gerando dor neuropática. A dor neuropática periférica é aquela provocada por uma injúria ou enfermidade do sistema nervoso periférico, como por exemplo, podemos citar a neuropatia diabética e aquela induzida por fármacos quimioterápicos como o paclitaxel (PTX). O tratamento da dor neuropática é limitado pela pouca eficácia dos fármacos utilizados e pelos sérios efeitos adversos tais como desenvolvimento de tolerância com seu uso em longo prazo no caso dos opiódes, os anti-inflamatórios não esteroidais - AINES causam eventos cardiovasculares, toxicidade gastrointestinal e disfunção renal e hepática, entre outras medicações. O isopulegol - ISO é um monoterpeno álcool monocíclico presente nos óleos essenciais de várias plantas aromáticas, intermediário na preparação do (-)-mentol, e apresenta várias atividades farmacológicas tais como, antitumoral, antioxidante, ansiolítico, agente anticonvulsivo, além de atividade gastroprotetora, antinociceptiva na dor aguda, anti-inflamatória e anti-hiperalgésica. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antinociceptiva do ISO em modelo animais de dor neuropática induzida por paclitaxel. Foram utilizados camundongos (Mus musculus) albinos, fêmeas, da linhagem Swiss, pesando entre 25 e 35 g. Os animais foram mantidos à temperatura de 24 ± 1ºC e ciclo claro/escuro de 12 h com água e ração ad libitum. Todos os procedimentos relacionados aos protocolos experimentais e eutanásia foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEUA) da Universidade Federal do Piauí sob nº. 740/2022. A dor neuropática foi induzida pela administração intraperitoneal contínua de PTX 2 mg/Kg por 4 dias consecutivos. A avaliação da nocicepção mecânica (teste Von Frey), ao frio (teste acetona) foi realizada para verificar a instalação e manutenção da neuropatia e a eficácia do ISO. Para isso, os animais foram divididos em 6 grupos (n = 6 animais/grupo). No tratamento agudo, os animais receberam uma dose de ISO em grupos distintos (6.25, 12.5, 25, 50 e 100 mg/kg, v.o.), veículo (controle negativo, tween 80 a 2% e NaCl 0,9%, v.o) ou morfina (10 mg/Kg, s.c.) e as avaliações comportamentais foram realizadas nos tempos 0, 1, 2, 3, 4 e 24 horas. No tratamento subagudo, os animais receberam, diariamente, 5 doses de ISO em grupos distintos (6.25, 12.5, 25, 50 e 100 mg/Kg, v.o), veiculo ou duloxetina (30 mg/Kg, v.o.) e as avaliações foram realizadas a cada dois dias, a contar do 9º até 19º do protocolo experimental. Para investigação do mecanismo de ação do ISO, foram avaliadas a participação da via gabaérgica, a quantificação de citocinas TNF-α, liberação de GABA e glutamato em medula. Para análise da toxicidade foram realizados testes de hemólise hipotônica em eritrócitos de ratos e viabilidade celular em linhagens de glioblastoma U87.  ISO nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg aumentou o limiar nociceptivo mecânico dos animais neuropáticos comparados com o grupo do controle negativo e em todas as doses diminuiu a sensibilidade térmica ao aumentar a latência de resposta ao estímulo térmico. No tratamento subagudo, ISO 25, 50 e 100 mg/kg aumentou de forma significativa o limiar nociceptivo mecânico e reduziu a sensibilidade ao frio nas doses 12.5, 25, 50 e 100 mg/Kg quando comparado ao controle. O efeito antinociceptivo do ISO 25 mg/Kg foi revertido pelo pré-tratamento com flumazenil, e mostrou eficaz em reduzir os níveis de TNF-α no nervo ciático e no soro dos animais tratados. O ISO reduziu a liberação de glutamato e aumentou a descarga de GABA na medula óssea de ratos. O ISO apresentou efeito estabilizador de membranas e baixa citotoxicidade. Diante desses resultados, podemos sugeri que o efeito antinociceptivo do ISO se dá, em parte por ação gabaérgica, e envolve a estabilização das membranas plasmáticas neuronais levando a um desequilíbrio na liberação de neurotransmissores, favorecendo a inibição mediada pelo GABA em detrimento da excitação glutamatérgica. Além disso, o ISO reduziu a concentração de citocinas como o TNF-α e apresentou baixa toxicidade em células neuronais.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167629 - FERNANDA REGINA DE CASTRO ALMEIDA
Interno - 2246074 - FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA
Interno - 1638239 - PAULO MICHEL PINHEIRO FERREIRA
Externo à Instituição - DJANE BRAZ DUARTE - UnB
Externo à Instituição - ROSEMARIE BRANDIM MARQUES - UESPI
Notícia cadastrada em: 05/03/2024 23:02
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