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Banca de DEFESA: ALANA CAVALCANTE DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALANA CAVALCANTE DA SILVA
DATA: 02/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da Pós-graduação - CPCE/UFPI
TÍTULO: SUPLEMENTAÇÃO COM ENXOFRE NA ATIVAÇÃO DE MECANISMOS DE DEFESA CONTRA O DÉFICIT HÍDRICO EM PLANTAS DE FEIJÃO–CAUPI (Vigna unguiculata (L.) Walp.)
PALAVRAS-CHAVES: Adubação com enxofre; casa de vegetação; campo experimental; maquinaria fotossintética; limitação hídrica; rotas de defesa.
PÁGINAS: 116
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Agronomia
SUBÁREA: Fitotecnia
ESPECIALIDADE: Fisiologia de Plantas Cultivadas
RESUMO:

O planeta terra vem sofrendo com alterações climáticas nos últimos anos, e as projeções futuras indicam que episódios de seca serão cada vez mais recorrentes. O déficit hídrico é um dos estresses abióticos que mais acomete a viabilidade das culturas, resultando em perdas severas na produtividade agrícola. Aliado a isso, embora os pesquisadores tenham tido êxito nos estudos de estratégias para produzir plantas com elevado desempenho sob restrição hídrica, a maioria dos resultados são obtidos de experimentos em casa de vegetação, e raramente se repetem no campo. A busca por estratégias de cultivo e/ou métodos capazes de intensificar a defesa ao estresse hídrico em plantas tem sido intensa nos últimos anos, assim a utilização da suplementação nutricional emerge como uma alternativa promissora a tais condições. Diante disso, na tentativa de contornar esse problema, o presente estudo foi desenvolvido para testar a hipótese que a suplementação com enxofre (S) ativa de modo eficiente mecanismos fisiológicos de defesa que promovem o aumento da tolerância à seca em plantas de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] sob condições de déficit hídrico. Os experimentos foram conduzidos em duas condições ambientais, casa de vegetação e campo experimental, utilizando duas cultivares de feijão-caupi (Xique-xique e Novaera) submetidas a dois níveis hídricos [controle (irrigado a 75% da capacidade de campo - CC) e estresse hídrico (45% CC)] e três doses de S (40, 80 e 120 kg ha-1 de S no solo). O estresse foi aplicado quando as plantas atingiram o estágio V4, e as coletas foram realizadas no final do estádio vegetativo, no qual foram mensurados parâmetros de crescimento, fisiológicos e bioquímicos. Os dados demostraram que as respostas das plantas à limitação hídrica foram distintas a depender do ambiente de cultivo e que variaram em função da suplementação com S. O crescimento das plantas de feijão foi muito inferior na casa de vegetação em relação ao campo, mesmo sob condição controle. Esse contraste foi ainda maior quando as plantas foram submetidas ao déficit hídrico, pois em casa de vegetação ambas as cultivares mostraram reduções drásticas nas taxas de fotossíntese líquida, condutância estomática, eficiência máxima do fotossistema II (PSII), altura, diâmetro do caule, número de trifólios, massa seca de folhas, caule e parte aérea, e tolerância relativa ao estresse. No ambiente controlado, a redução do crescimento pelo estresse foi associada com decréscimos nas taxas fotossintéticas decorrentes de limitações estomáticas e não estomáticas, tanto para a cultivar Xique-xique quanto para Noavera. Sob limitação hídrica, os decréscimos na condutância estomática, para minimizar a perda de água por transpiração, reduziram também o influxo de CO2 e, consequentemente, a fixação de carbono pela fotossíntese. Ao mesmo tempo, plantas estressadas mostraram reduções nos teores de clorofila a, b e total, que culminaram na menor eficiência fotoquímica do PSII, evidenciada pelos baixos valores de eficiência quântica efetiva do PSII (ΦPSII), taxa de transporte de elétrons (ETR) e “quenching” fotoquímico (qP). A redução acentuada na ETR das plantas estressadas refletiu diretamente no excesso de energia ao longo do PSII (EXC), além da ativação de mecanismos não fotoquímicos para dissipação de energia, como o aumento do “quenching” não fotoquímico (NPQ). Esse mesmo fenômeno não foi observado para plantas estressadas cultivadas no campo, pois a eficiência da maquinaria fotossintética permaneceu praticamente inalterada. De modo surpreendente, a suplementação com as doses 80 (S-80) e 120 kg ha-1 (S-120) se mostrou efetiva na mitigação dos danos induzidos pelo déficit hídrico para a cultivar Novaera, resultando na recuperação da aérea foliar e da biomassa seca do caule e da parte aérea em ambos os ambientes de cultivo. Na cultivar Novaera, a suplementação com S-120 promoveu o acúmulo de aminoácidos, carboidratos e, principalmente, prolina nos tecidos foliares, que foi refletido diretamente no ajuste osmótico (baixo Ψs) e manutenção do teor relativo de água (TRA). Ao mesmo tempo, sob restrição hídrica, plantas suplementadas com S-120 apresentaram maiores teores de enxofre, o que pode ter sido determinante para produção de compostos antioxidantes, que atuaram na eliminação  de espécies reativas de oxigênio, evidenciado pela manutenção dos teores de peróxido de hidrogênio (H2O2), e manutenção da peroxidação de lipídeos (MDA). Como resultado, plantas estressadas apresentaram melhor desempenho fisiológico quando suplementadas com S, com elevada eficiência da maquinaria fotossintética e ajuste do status hídrico, independente do ambiente de cultivo. Os resultados claramente evidenciam que a suplementação com S alivia os danos do déficit hídrico na cultivar Novaera, emergindo como estratégia potencial para cultivar plantas de feijão-caupi em ambientes com limitação hídrica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1342777 - RAFAEL DE SOUZA MIRANDA
Interno - 2231082 - JULIAN JUNIO DE JESUS LACERDA
Externo ao Programa - 1553560 - FRANCISCO DE ALCANTARA NETO
Externo à Instituição - STELAMARIS DE OLIVEIRA PAULA MARINHO - UFC
Notícia cadastrada em: 22/08/2022 14:58
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