O presente trabalho tem como objetivo analisar a relação de agência estabelecida entre a Universidade Federal do Piauí e as empresas de terceirização de serviços. Nesse contexto, considerando que a fiscalização contratual assume a responsabilidade de mediar os interesses das partes envolvidas no acordo, e dada a estreita ligação dos agentes designados para essa incumbência com o objeto em análise, a apresentação crítica de suas percepções sobre fatores contingentes presentes na parceria, especialmente no que diz respeito à delegação e execução dos serviços terceirizados, pode contribuir de forma significativa para uma compreensão clara e abrangente das interações e condutas promovidas pelos envolvidos em busca da satisfação de seus interesses. Para tanto, optou-se por uma abordagem qualitativa, de natureza descritivo-exploratória, utilizando o método de estudo de campo, com foco no Campus Floriano da Universidade Federal do Piauí. A fundamentação teórica estabelece a ocorrência de pelo menos quatro possíveis conflitos de agência com o potencial de interferir no equilíbrio do acordo entre a UFPI e as empresas prestadoras de serviços. Esses conflitos envolvem distinções nas motivações e objetivos, preferências diante do risco e horizonte temporal, bem como assimetria de informação, que pode se manifestar como seleção adversa e/ou risco moral. Os resultados apontam que, conforme indicado pela teoria, os problemas de agência estão presentes na maioria das relações de cooperação entre dois atores, como observado na parceria entre a UFPI e as empresas interpostas. No entanto, embora os conflitos ocorram nos acordos homologados entre a instituição e os parceiros privados, a atividade de fiscalização tem a capacidade de adotar medidas para mitigá-los, visto que existe um padrão de procedimentos para o acompanhamento dos contratos terceirizados na UFPI. Contudo, questões como a falta de uma política de capacitação contínua e a ausência de um plano de acompanhamento da execução contratual, incluindo um planejamento detalhado das atividades com diretrizes claras e baseado em riscos, têm dificultado a promoção de ações mais assertivas.