Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade das águas superficiais da bacia hidrográfica do rio Longá no Estado do Piauí, Brasil. Sete pontos foram monitorados com base na proximidade de estações meteorológicas e acessibilidade, para obter melhores caracterizações espaciais e de ocupação da bacia hidrográfica. As amostras de água foram coletadas mensalmente (01/2015-12/2015). Foram medidos Temperatura, pH, Turbidez, Condutividade Elétrica, Sólidos Totais, Fósforo Total, Nitrato, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Escherichia coli (E. coli). Os resultados foram avaliados individualmente e comparados aos padrões brasileiros para águas doces de classe 2, conforme Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Os dados foram avaliados utilizando-se análises multivariadas (agrupamento e análise de componentes principais - ACP). As variáveis E. coli, pH, turbidez, nitrato, DBO e condutividade elétrica variaram entre os dois períodos analisados (seco e chuvoso). As varáveis DBO, E. coli estiveram em desacordo com os padrões do CONAMA nos pontos urbanos P2, P3 e P5, devido à poluição difusa observada no período chuvoso. O agrupamento mostrou uma tendência espacial, apresentando dois grupos distintos (rural e urbano). Os resultados para o IQA classificaram as águas como de qualidade “ÓTIMA” a “REGULAR”. Os pontos P2 e P6 estiveram com maior frequência na categorização "ÓTIMA", com 50% e 58,3%, respectivamente. O ponto P3 foi o único que esteve na categorização "Regular", com a frequência de 8,3%. A ACP identificou quatro componentes principais que explicaram uma variação de 58,64% nos dados. A Componente 1 (CP1) refletiu uma contribuição de poluentes relacionados à poluição difusa de áreas agrícolas e urbanas. A CP2 foi fortemente associada à poluição, especialmente por esgoto doméstico não tratado. As outros CPs também refletiram pressões de atividades antropogênicas nos corpos de água.