As Unidades de Conservação (UC) desempenham um papel fundamental na proteção e preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais. Seu objetivo principal é assegurar a conservação de espécies, habitats e processos ecológicos, garantindo que áreas naturais ou seminaturais sejam preservadas para as gerações futuras. No entanto, apesar dos esforços, essas áreas enfrentam riscos como incêndios descontrolados, e mudanças no uso e cobertura da terra ao longo dos anos, compromete sua eficácia e desafia sua missão de conservação. Com base nesse pressuposto, este trabalho foi realizado no Parque Nacional Serra das Confusões (PNSC). O estudo investiga como a criação de uma unidade de conservação de proteção integral no bioma Caatinga afeta a redução de incêndios florestais e as mudanças no uso da terra decorrentes desses eventos. A hipótese é que os incêndios têm um impacto significativo, alterando a estrutura dos biomas e exigindo adaptações às mudanças ambientais. O objetivo é avaliar a eficácia dessa unidade na diminuição dos incêndios e analisar as mudanças na cobertura vegetal ao longo do tempo. Para isso, foram utilizadas técnicas de geoprocessamento e análises estatísticas para mapear e comparar as áreas afetadas por incêndios em ambos os períodos. Os resultados mostraram que 48% da área do PNSC (5.789 km²) já havia sido atingida por queimadas. Embora houvesse um aumento na frequência de queimadas após a criação do parque, as diferenças médias nas áreas queimadas antes e depois da implantação do PNSC não foram estatisticamente significativas, e nenhuma tendência clara foi observada ao longo dos anos. Além disso, os dados do projeto MapBiomas, que acompanha mudanças na cobertura do solo, revelaram que a Formação Savânica e a Formação Florestal dominam no PNSC e áreas vizinhas. A Formação Savânica aumentou de 48,03% da área em 1998 para 57,37% em 2021, enquanto a Formação Florestal diminuiu de 46,66% para 35,86% no mesmo período. As análises de regressão mostraram uma tendência crescente significativa para a Formação Savânica em 1998, uma tendência decrescente em 2010, e variações não significativas em 2015 e 2021. Por outro lado, a Formação Florestal apresentou uma tendência decrescente consistente em todos os anos analisados. Esses resultados indicam que a diminuição contínua da Formação Florestal e as variações na Formação Savânica destacam a necessidade de monitoramento constante e de estratégias eficazes para prevenir e controlar incêndios, assegurando a conservação e recuperação ambiental na região.