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Banca de DEFESA: FRANCISCA MARCIA COSTA DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCA MARCIA COSTA DE SOUZA
DATA: 30/08/2012
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório Noé Mendes
TÍTULO:

CAMINHANTES-DEVOTOS:  a celebração em Louvor a Nossa Senhora e outras sociabilidades (Teresina-PI, segunda metade do século XX aos dias atuais do século XXI)


PALAVRAS-CHAVES:

Cultura e Experiência Religiosas. Festa. Religiosidade. Patrimônio Cultural.


PÁGINAS: 546
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO:

Esta pesquisa analisa a cultura e a experiência religiosa dos caminhantes – devotos, dos festeiros, homens e mulheres que participam da Festa em louvor a Nossa Senhora das Dores, na cidade de Teresina, Capital do Estado do Piauí. Contemplamos a intercessão entre cultura, práticas festivas e sociabilidades urbanas na Cidade, da segunda metade do século XX à contemporaneidade do século XXI. O objetivo é analisar as sociabilidades festivas e religiosas, em um cotidiano marcado pelas mudanças, pelas transformações do espaço urbano, portanto, analisamos os modos de festejar, as atitudes, as motivações, as manifestações de fé e de devoção de caminhantes - devotos; o lugar da Festa e dos rituais coletivos na vida cotidiana das pessoas e as relações que estabelecem com vários espaços da Festa: a casa e a rua, a praça e a igreja.  O trabalho tem natureza histórico-antropológica na abordagem do objeto e na metodologia utilizadas. Usamos o caderno de campo para as notas, para a observação participante, para o saber-fazer antropológico, para a escrita histórico-etnográfica; usamos a metodologia de pesquisa interdisciplinar, recorremos à História Oral – método-campo de saber-técnica - para a realização das entrevistas, registros da memória social, oral, gestual, sentimental e de testemunhos. Encontramos distintas visões de mundo e perspectivas sobre a Festa; realizamos roteiros de caráter geral e individual, colhemos oito entrevistas com roteiro temático, que se intercruzou com a vida e com o tema objeto deste estudo. Compreendemos a entrevista como um instrumento que auxilia o esforço dos informantes de lembrar, um ato de trabalho da memória. Ao longo da pesquisa, analisamos imagens fotográficas, registros de vivências, gestos, expressões de fé dos festeiros, dos caminhantes - devotos, produzimos também registros fotográficos e vídeográficos como um exercício de experiência em campo e interação com os festeiros; utilizamos igualmente esses registros como ilustração, fruição, graça e embelezamento do texto, expressão de arte, linguagem visual: cores, ângulos, perspectivas. Valemo-nos de fontes como jornais impressos, iconografia, entrevistas, relatórios, leis, resoluções, ofícios, cartões postais, cartas, encíclicas papais, álbuns de fotografia, cadernos de campo, anúncios e propagandas dos jornais pesquisados. A metodologia, a documentação e o referencial teórico permitiram uma leitura histórico-antropológica dos múltiplos aspectos da vida festiva: cheiros, sabores, gestos, espaços diversos ocupados pelos festeiros. A Festa é entendida neste estudo como um objeto de estudo do historiador, mas reconhece estudos outrora realizados por folcloristas e etnólogos. Consideramos o lugar da Festa, dos ritos e os rituais da vida coletiva, os domínios marcados pelos memorialistas, viajantes, literatos e juristas, no último quartel do século XIX, que buscaram nas manifestações lúdicas a fundamentação da nacionalidade brasileira. Nos anos 1930, houve uma renovação do estudo sobre as festas, especialmente com o movimento modernista e o desenvolvimento do ensino das Ciências Sociais no Brasil. Essa perspectiva de cunho sociológico e antropológico era menos folclórica e a preocupação recaiu sobre as culturas tradicionais no processo de urbanização acelerada, na mestiçagem, no sincretismo religioso e no processo de aculturação e integração do imigrante estrangeiro à cultual local. Mário de Andrade e Câmara Cascudo promoveram renovações na pesquisa folclórica, apontaram novos paradigmas para o estudo da cultura popular, alicerçada sobre a etnologia americana e européia. Na historiografia francesa – Nouvelle histoire - nos de 1970, a perspectiva adotada contemplou a abordagem antropológica das sociabilidades coletivas e da politização da vida cotidiana, potencializando o estudo da vida privada no Brasil. As festividades religiosas e outras celebrações na América portuguesa asseguraram o processo de tradução e interação entre a cultura do Velho e do Novo mundo, como também permitiram suavizar os contrastes sociais ao tempo em que faziam circular os valores, os costumes e as solidariedades. No universo de sentidos e significados, as festas forneciam/em ocasiões de manifestar as diferenças culturais os descontentamentos e a alegria. A festa é o momento de solenidade, de iluminação, de visibilidade do povo. Á festa religiosa perpassa um ideal moral e religioso, é uma celebração de devoção, de fé, de exaltação da entidade divina. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 423686 - AUREA DA PAZ PINHEIRO
Externo ao Programa - 423559 - SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
Notícia cadastrada em: 13/08/2012 08:23
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