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Banca de QUALIFICAÇÃO: DEBORA CAVALCANTE BRAZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DEBORA CAVALCANTE BRAZ
DATA: 11/08/2016
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose do Instituto Doenças Tropicais Natan Portella
TÍTULO:

O papel da medula óssea no desenvolvimento da leishmaniose visceral grave: desvendando os mecanismos inflamátorios e imunossupressores


PALAVRAS-CHAVES:

Leishmaniose visceral grave, inflamação sistêmica, IL-6, IL-10. 


PÁGINAS: 113
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma protozoose causada pela Leishmania infantum nas Américas e pela Leishmania donovani no subcontinente indiano e no leste da África, regiões em que a doença é endêmica.  A LV pode ser classificada de acordo com a gravidade. Os pacientes com a doença grave apresentam as manifestações clássicas como febre, anemia e hepatoesplenomegalia associadas a um quadro inflamatório intenso, presença de sangramento e infecções. No Brasil, entre 5 a 10% dos pacientes com LV apresentaram desfechos fatais. Entender a patogênese da doença em sua forma grave é importante para o desenvolvimento e a aplicação de novas terapias. Objetivo geral: Verificar o papel da medula óssea na patogênese da LV, em particular, da doença grave. Metodologia: O presente estudo envolveu 30 pacientes com LV sintomática (grupo LV) e 12 pacientes com suspeita clínica de LV (grupo sem LV). Os pacientes foram avaliados quanto aos parâmetros clínicos, laboratoriais, imunofenotipagem de superfície de membrana e intracelular dos leucócitos, para fim de se determinar a expressão de IL-6, IL-8, IL-10, TNFα e INFγ no sangue periférico e na medula óssea. A dosagem de citocinas circulantes no plasma e sobrenadante da medula óssea foram realizadas através do kit CBA. As amostras foram adquiridas em citômetro de fluxo FacsCanto II. Resultados e discussão: Os pacientes com LV apresentaram neutropenia, redução do número de hemácias, dos níveis de hemoglobina, queda do hematócrito e das plaquetas de forma significativamente mais intensa quando comparada a pacientes do grupo sem LV. A hipergamaglobulinamia característica da LV pode ser uma consequência do aumento significativo dos linfócitos B no sangue periférico em pacientes com LV. Os resultados obtidos na presente pesquisa permitem afirmar que a LV apresenta perfil inflamatório e imunossupressor, porque pacientes com LV apresentaram níveis significativamente mais elevados de IL-6 e IL-10 no sangue periférico quando comparados ao grupo controle (sem LV). Na medula óssea, os níveis de IL-6, IL-10, INFγ, TNFα e IL-1β foram significativamente mais elevados. Essas citocinas citadas e IL-8 são lançadas na corrente sanguínea contribuindo para o perfil inflamatório e imunossupressor da LV na periferia. Em LV os monócitos do sangue periférico produzem significativamente mais IL-10, resultado que reforça a capacidade da Leishmania de modular as suas células-alvo, estabelecendo a imunossupressão dessas células. O aumento na expressão de IL-6 por linfócitos B, monócitos, linfócitos T CD4 e, principalmente, T CD8, foi observado apenas no sangue periférico de pacientes com LV. Essa maior atividade inflamatória das células não foi observada na medula óssea no grupo LV. Expressando IL-6 no sangue periférico, Linfócitos T CD4 e, principalmente, T CD8 contribuem com os níveis plasmáticos de IL-6 no plasma. Um aumento das células T  expressando IL-6 pode ser considerado como um marcador de gravidade no sangue periférico, porque apresentou correlação positiva com a probabilidade de morte. E, pacientes com probabilidade de morte acima de 15% podem ser considerados mais graves. Isso permite sugerir que essas células participam diretamente da patogênese da doença grave no sangue periférico. Conclusão: A medula óssea modula a resposta imune na LV porque produz IL-6, IL-10, INFγ, TNFα, IL-1β e IL-8 e dissemina essas citocinas na corrente sanguínea, contribuindo para o perfil inflamatório e imunossupressor. No entanto, parece não ser diretamente integrante da resposta inflamatória sistêmica, porque não foi observado aumento significativo dos linfócitos CD4+IL6+ e T CD8+IL6+, tal como observado no sangue periférico. E o estímulo para a síntese de IL-6 na periferia parece não ter origem na medula óssea e, sim em outros órgãos parasitados como o baço, principalmente. Os achados da presente pesquisa reforçam a hipótese de a terapia anti-IL-6 poder ser decisiva nos casos graves da doença. 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CLARISSA ROMERO TEIXEIRA - FIOCRUZ
Externo ao Programa - 571048 - DORCAS LAMOUNIER COSTA
Interno - 778.751.253-91 - FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES LIMA - UESPI
Notícia cadastrada em: 26/07/2016 09:07
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