AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTI-INFLAMATÓRIO DO EXTRATO AQUOSO E DA FRAÇÃO POLISSACARÍDICA DA Thuja occidentalis Linn. (Cupressaceae) EM CAMUNDONGOS
inflamação; polissacarídeos; Cupressaceae; mediadores inflamatórios, carragenina.
A indução da inflamação aguda representa o principal mecanismo pelo qual o sistema imune inato lida com infecções e lesões teciduais, no entanto, a inflamação pode tornar-se prejudicial quando o processo é desregulado e exacerbado. Os fármacos comumente utilizados no tratamento de condições inflamatórias estão associados ao aparecimento de efeitos adversos graves como úlceras gastrointestinais, hemorragias e distúrbios renais. Nesse contexto, as plantas medicinais constituem uma fonte importante para estudos que visam à descoberta de novas substâncias com atividade farmacológica que tenham maior segurança, melhor eficácia e menos efeitos adversos. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a atividade anti-inflamatória do extrato aquoso (EA) e da fracção polissacáridica (PLS) da T. occidentalis L., em camundongos. A atividade anti-inflamatória foi avaliada sobre: vários agentes inflamatórios que induzem edema de pata, avaliação histopatológica, contagem de leucócitos no exsudato peritoneal, atividade da mieloperoxidase (MPO), dosagens dos níveis de glutationa (GSH) e malondialdeído (MDA), permeabilidade vascular e toxicidade gástrica, os quais foram avaliados, respectivamente em camundongos Swiss. Como resultados, o pré-tratamento dos camundongos com EA e PLS (3,0, 10 e 30 mg/kg, i.p) reduziu significativamente edema de pata induzido por carragenina (p ˂ 0,05). EA e PLS (3 mg/kg, i.p) também apresentou atividade inibitória (p ˂ 0,05) sobre edema de pata induzido por vários agentes inflamatórios como sulfato de dextran (DEX), composto 48/80, serotonina (5-HT), bradicinina (BK), histamina (HIST) e prostaglandina E2 (PGE2). Além disso, EA E PLS reduziram as contagens totais e diferenciais de leucócitos peritoneais, reduziram a atividade da mieloperoxidase (MPO), a permeabilidade vascular e os níveis de GSH e MDA. Adicionalmente, o tratamento com uma dose cem vezes maior de EA e PLS não promoveu lesão gástrica. Em conclusão, este estudo evidencia o efeito anti-inflamatória do EA e PLS por inibir parâmetros inflamatórios como, recrutamento de neutrófilos, liberação e ação de mediadores inflamatórios, permeabilidade vascular e espécies reativas de oxigénio (ROS), bem como, não apresentou ação tóxica sobre a mucosa gástrica.