A quimioterapia consiste no emprego de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, com o objetivo de tratar as neoplasias malignas atuando em nível celular, interferindo no processo de crescimento e divisão, contudo sem especificidade, não destruindo seletivamente ou exclusivamente as células tumorais. Por não possuírem especificidade, essas drogas agridem também células normais quem possuem características comuns às células tumorais. Devido está agressão às células normais ocorre a toxicidade e os efeitos colaterais dos quimioterápicos. Cada quimioterápico possui seu perfil de toxicidade e efeitos colaterais, ressaltando-se a necessidade de abordagem terapêuticas farmacológicas ou não farmacológicas que previnam tais efeitos adversos. Vários estudos demonstram alterações gastrintestinais associadas ao uso de cisplatina. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito do exercício físico e da piridostigmina na atenuação desses efeitos colaterais relacionados a sua toxicidade. O objetivo desse estudo foi investigar o efeito do exercício físico e da piridostigmina sobre a dismotilidade gastrointestinal induzida por cisplatina em ratos. Os ratos foram submetidos a indução de dismotilidade gástrica com cisplatina (3mg/Kg) uma vez por semana durante cinco semanas administrada via intraperitoneal. Concomitantemente a indução de dismotilidade gástrica era realizada a administração de piridostigmina (1,5 mg/ml), via oral ou com treinamento físico de natação com sobrecarga de 5%, p.c. durante cinco dias na semana. Após cinco semanas de abordagem farmacológica ou não farmacológica, avaliamos a retenção gástrica, a responsividade de fundo gástrico ao carbacol, PAM, FC, VFC e sensibilidade do barorreflexo. A cisplatina aumentou significativamente (p<0,05) a retenção gástrica dos animais submetidos a indução de dismotilidade gástrica, esse efeito foi prevenido pelo exercício físico e pela piridostigmina. Houve também uma diminuição significativa (p<0,05) a responsividade de fundo gástrico ao carbacol dos animais do grupo cisplatina em relação aos ratos salina, foi observado que o exercício físico e a piridostigmina alterou significativamente (p<0,05) a responsividade contrátil do fundo gástrico promovendo uma recuperação da contratilidade do fundo gástrico nas concentrações estudadas. A cisplatina causou aumento significativo (p<0,05) da pressão arterial e diminuição da frequência cardíaca quando comparado com ratos salina, foi observado também diminuição significativa (p<0,05) da sensibilidade do barorreflexo nos ratos cisplatina quando comparado aos ratos salina. Concluímos que a cisplatina aumenta a retenção gástrica e diminui a responsividade de fundo gástrico ao carbacol além de aumentar a pressão arterial e diminuir a sensibilidade do barorreflexo, esses efeitos foram prevenidos pelo exercício físico e piridostigmina.