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Banca de QUALIFICAÇÃO: FRANCISCO MARCOS GOMES DE BRITO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCO MARCOS GOMES DE BRITO
DATA: 16/02/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma Google Meet (online)
TÍTULO: Terreiro adentro, terreiro afora: cartografia da produção de subjetividade de sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda na cidade de Parnaíba/PI
PALAVRAS-CHAVES: Candomblé; Umbanda; Sacerdotisa/Sacerdote; Subjetivação; Resistência terreirística.
PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

As mulheres e os homens de diferentes locais da África, com variadas etnias, culturas e línguas, e que foram escravizados e trazidos à força para o Brasil, produziram diversos dispositivos de resistência à destruição de suas subjetividades, dos quais os cultos aos seus deuses e deusas, forças da natureza e ancestrais divinizados, que vieram a compor as religiões afro-brasileiras, tiveram um papel fundamental para a produção de modos de subjetivação próprios. Sacerdotisas e sacerdotes dessas religiões, tiveram, então, que produzir não apenas atuações religiosas dentro dos terreiros, mas também insurgências micropolíticas que se propagavam para fora deles. Partindo dessa premissa, realizamos uma pesquisa acerca de como se constituem os processos de subjetivação e enunciação de sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda na cidade de Parnaíba, Piauí, objetivando: a) analisar os modos de subjetivação, sujeição e resistência de sacerdotisas/sacerdotes de Candomblé e Umbanda no seu quefazer afrorreligioso e político; b) acompanhar, nos espaços terreiro adentro-terreiro afora, a itinerância do fazer-se sacerdotisa/sacerdote; c) mapear narrativas e produção de si mesmas/mesmos de sacerdotisas/sacerdotes umbandistas e candomblecistas. Adotamos concepções da Esquizoanálise, entre elas a ecosofia e a Cartografia (não só como método, mas também como modo de fazer pesquisa-intervenção), em encruzilhada com epistemologias decoloniais como o Quilombismo, para produzir o que denominamos de Ecosofia de Terreiro. A análise dos processos de subjetivação e enunciação cartografados foi feita a partir de ferramentas-conceitos da esquizoanálise e dessa ecosofia de terreiro. A composição da cartografia se deu a partir de três terreiros de Umbanda e dois de Candomblé, com a participação de duas sacerdotisas e três sacerdotes, lideranças que agenciam e são agenciadas em seus múltiplos devires nos terreiros e fora deles. Para a produção das informações, partimos da participação observante de suas produções subjetivas afro-ecosóficas e nos utilizamos do diário cartográfico e de entrevistas cartográficas via aplicativo de chamada de vídeo Zoom com as/os cinco sacerdotisas/sacerdotes. Assim, cartografamos de cada participante, não apenas os serviços religiosos internos dos terreiros, mas também seu trânsito, vivência e exercício político em outros espaços, físicos e virtuais, como rodas de conversa, eventos na cidade e nos próprios terreiros, e, durante a pandemia de COVID-19, em atividades sacerdotais que passaram a acontecer de modo remoto em redes sociais e outras plataformas. A análise dos processos de subjetivação e enunciação mostra que as mães e os pais-de-santo produzem a partir das ecosofias de terreiro: micropolíticas decoloniais em diferentes âmbitos e espaços, produção de cuidado com os outros e cuidado de si. Portanto, o se produzir sacerdotisa/sacerdote se coloca como uma ética de si, o que foi demonstrado ainda quanto à identidade de gênero e à orientação sexual, uma vez que elas/eles, bem como seus filhos e filhas performam gêneros e sexualidades minoritárias, e para além disso também abrem seus terreiros aos tensionamentos que pessoas trans trazem à estrutura binária do Candomblé. Entre as produções subjetivas afro-ecosóficas cartografadas estão reuniões virtuais com sacerdotisas e sacerdotes de todo o Piauí, realizadas durante a pandemia para debater a situação dos terreiros e traçar estratégias mútuas de ajuda, que apontam para o papel de organização coletiva exercido por sacerdotisas e sacerdotes a partir de um devirnegro minoritário que se produz também como um devir-grupo, devir-comum. Assim, os modos de subjetivação de sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda da cidade de Parnaíba-PI apontam para um fazer ético, estético e político, que se coloca como meio de resistência à sujeição colonial-capitalística.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO - UFRN
Presidente - 2231565 - ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
Interno - 1774313 - JOAO PAULO SALES MACEDO
Notícia cadastrada em: 04/02/2021 17:01
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