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Banca de DEFESA: AUREA SOUZA AGUIAR SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AUREA SOUZA AGUIAR SANTOS
DATA: 09/04/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Remoto (Google Meet)
TÍTULO: INFÂNCIA E SOFRIMENTO: É UM TRANSTORNO SOFRER NA CONTEMPORANEIDADE
PALAVRAS-CHAVES: Infância; Sofrimento; Contemporaneidade
PÁGINAS: 217
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:
 

Na contemporaneidade, a infância tem sido marcada por um cerceamento e modelagem das características presentes nas crianças. E essa é a fase considerada

ideal para serem feitos os investimentos visando a hiperqualificação, como projeto para um adulto de sucesso. Por isso, quando se trata do sofrimento na

infância, os caminhos parecem convergir para um processo de patologização e medicalização do sofrer, pois numa sociedade marcada pela busca incessante de ser feliz, sofrer pode parecer fracasso. E a criança que sofre pode sinalizar, então, o fracasso da família ou da instituição de ensino. Dessa forma, temos visto que o sofrimento na infância acaba sendo explicado, medicado, interditado, porque a criança representa a “esperança”, o futuro da nação e precisa “dar certo”. Diante desse contexto, discutimos as questões emergentes acerca da infância e os modos dela lidar com o sofrimento na contemporaneidade. Para isso, buscamos conhecer o que é o sofrimento para as crianças e como elas lidam com essas experiências. Pesquisar acerca dos processos de subjetivação na infância, diante do sofrimento na contemporaneidade, convocou-nos para uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de narrativas (auto)biográficas com 08 (oito) crianças, com

idades entre 07 (sete) a 11(onze) anos. Todas estudam em uma escola privada no município de Parnaíba-Piauí e para a produção das suas narrativas, elas assistiram a um vídeo-estímulo com cenas do filme “Divertida Mente”. Em seguida, narraram suas experiências através de desenhos; de áudios e por meio de

vídeo-chamada em uma plataforma de vídeo conferência. A análise das narrativas foi realizada a partir das reflexões teórico-críticas ancoradas em pensadores da Escola de Frankfurt e em teóricos contemporâneos. Das 08 (oito) crianças que participaram do estudo, apenas 01 (uma) não realiza atividades de aula ou terapia fora do contexto escolar, mas já fez durante um período, sinalizando o atravessamento da infância pelos imperativos contemporâneos de felicidade, de sucesso e de bem-estar. Para elas, o sofrimento está relacionado a algo negativo, ruim e difícil de ser vivido; por isso, logo buscam estratégias para mudar o pensamento e, assim, restabelecer a felicidade. Elas relataram que as perdas, reais ou simbólicas, são experiências tristes que as fazem sofrer. Verificamos nas narrativas dessas crianças que a medicalização e a patologização de seus modos de ser são, para elas, experiências de sofrimento. Como a pesquisa

foi realizada em meio à pandemia da COVID-19, esta foi presente para todas as crianças, como uma vivência sofrida, tanto pelo fechamento das escolas e isolamento social imposto, quanto pelo medo constante do contágio e da morte.

Observamos durante a pesquisa as artimanhas do capitalismo, que ora considera a criança potencial consumidora de suas mercadorias; ora ele consome a infância e a imagem das crianças para vender seus produtos e serviços. E identificamos como o consumo tem sido a estratégia usada pelas crianças para lidarem com suas experiências de sofrimento. Em suma, compreendemos que as vivências de sofrimento das crianças na contemporaneidade têm sido atravessadas pelos discursos capitalistas para interdição do sofrimento via mercantilização da vida.



MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALINE MARIA LOUREIRO MUNIZ MOITA - UNICHRISTUS
Interno - 2231565 - ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
Presidente - 2140896 - LANA VERAS DE CARVALHO
Notícia cadastrada em: 31/03/2021 13:55
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