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Banca de QUALIFICAÇÃO: DANILO CARVALHO DE SA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANILO CARVALHO DE SA
DATA: 06/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: google meet (remoto)
TÍTULO: SEXUALIDADE NO AUTISMO: PERCEPÇÃO DO JOVEM ADULTO AUTISTA
PALAVRAS-CHAVES: autismo, sexualidade, adulto
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução. De acordo com o manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM-V, o transtorno do espectro autista-TEA é classificado como distúrbios do Neurodesenvolvimento, e os critérios para diagnóstico são comprometimentos significativos e persistentes na comunicação, interações sociais, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento (APA, 2013). O termo espectro diz respeito à variabilidade e heterogeneidade com que essas alterações comportamentais se manifestam na pessoa com TEA, apresentando-se em maior ou menor grau de comprometimento das habilidades (Wing, 1997). O desenvolvimento humano engloba contínuas transformações físicas, cognitivas e psicossociais nos indivíduos que a vivenciam. A adolescência e a transição para a vida adulta representam uma fase de desenvolvimento desafiadora envolvendo importantes modificações biopsicossocial (incluindo transformações física, emocionais, sociais e cognitivas) e aprendizagem / adaptação intensa (Sawyer et al., 2018). Estas transformações exigem, muitas vezes, constantes adaptações quanto ao papel desempenhado na sociedade: questões relacionadas à identidade, às interações sociais, familiares e até mesmo nas questões relacionadas à sexualidade (Papalia& Feldman, 2013). Crianças e jovens com Transtorno do espectro autista - TEA que mostram comportamento sexual são frequentemente vistos como uma preocupação se esses comportamentos forem socialmente inadequados ou considerados prejudiciais para o jovem ou outras pessoas. O principal problema que as pessoas autistas enfrentam - especialmente em relação à sexualidade - é sua dificuldade de iniciar, manter e compreender as relações sociais com outras pessoas. Qualquer que seja seu nível cognitivo e habilidade de linguagem, e apesar de seu interesse em ter contato com outras pessoas, a pessoa com TEA pode sofrer no que diz respeito à sua capacidade de interagir socialmente (Mehzabin& Stokes, 2011). Esse transtorno pode levar à rejeição pelo ambiente, resultando na retirada da pessoa autista.Jovens e adultos autistas também têm dificuldade em expressar seus próprios sentimentos de uma maneira 28 que os outros possam compreender ou aceitar (Attwood, 2009). Diante do exposto, pretende-se responder ao seguinte questionamento: como os jovens adultos autistas percebem a sexualidade? Sua percepção da sexualidade é diferente da dos jovens adultos não autistas? Fundamentação teórica. De acordo com Tolman e McCleland (2011), o desenvolvimento sexual normal ocorre a partir da interação entre maturação sexual e o crescimento físico, sobre os quais os fatos da vida, são integrados no funcionamento diário, de modo que não prejudicam o bem-estar do indivíduo ou dos outros. As autoras distinguem esses três domínios no desenvolvimento sexual normal da seguinte forma: comportamento sexual é um repertório comportamental relacionado com a sexualidade individual, ou com os outros. A individualidade sexual é o desenvolvimento interno de pessoas, incluindo conhecimentos, atitudes, identidade, ideias sobre o self como um parceiro sexual, e em um relacionamento. E por fim, a socialização sexual que são os diferentes contextos como casa, pais, colegas, escola, parceiros, internet, e outros no qual as pessoas aprendem sobre relacionamentos e sexualidade no qual a experimentam. Um relatório importante no campo do comportamento sexual no autismo é o relatório dinamarquês feito em 1992. Esse relatório dizia respeito de uma preocupação em função da ausência de diretrizes éticas que abordassem o comportamento sexual de pessoas com autismo e baseado em dados de comportamento sexual impróprio de autistas, os quais poderiam também tornarem-se vítimas de abuso sexual (Haracopos e Petersen, 1992). Pesquisas que informam sobre questões e interesses sensoriais, preocupações e compulsividade em pessoas com TEA demonstram que elas podem influenciar diretamente na experiência sexual seus comportamentos (Attwood, 2007). No que tange as deficiências qualitativas no domínio social e comunicativo, estudos (Dewinter, et al 2015) têm mostrado impactos no desenvolvimento sexual dificultando no desenvolvimento de amizades e relacionamentos românticos, diminuindo oportunidades de aprender sobre sexualidade com colegas. Pessoas com TEA tem maior dificuldade em se relacionar com outras pessoas, seja para interagir socialmente, contato físico ou mesmo relacionamentos de ordem intima/romântica (Dewinter, 2015; Attwood, 2009; Stokes, 2016; Haracopos e Peterson 1992; Pecora et al. 2016). Num estudo recente de 2019, fizeram uma pesquisa com 459 pessoas autistas e não autistas para verificar sobre funcionamento sexual de mulheres autistas utilizando alguns fatores do SBS III e descobriram que as mulheres têm menos relacionamento sexual que homens autistas (Pecora, Hancok, mesibov e Stokes, 2019). Há bastante semelhança entre os grupos em termos de comportamento sexuais. A única diferença significativa foi que homens com 29 TEA tem resposta mais tolerante/ fluidez com a homossexualidade em comparação a homens não autistas. Quando é analisado em uma comparação do grupo intraclasse, ou seja, pessoas com autismo, a diferença de gênero, as mulheres tem mais versatilidade em ter experiencias e relacionamentos homossexuais do que mulheres típicas (Pecora et al., 2020). Objetivo. Este estudo tem como objetivoconhecer a percepção da sexualidade de jovens adultos com e sem o diagnóstico de autismo. Como também, objetiva reunir evidências psicométricas da Escala de Comportamento Sexual- SBS-III em uma amostra brasileira; identificar a compreensão de jovens adultos autistas e não autistas sobre a sexualidade; verificar se jovens adultos autistas e não autistas se diferenciam quanto a percepção da sexualidade. Método: Participarão do estudo indivíduos diagnosticados com TEA, maiores de 18 anos. Serão incluídos no estudo 200 participantes distribuídos equitativamente entre pessoas com TEA e não TEA de diferentes unidades federativas do Brasil. Os participantes serão selecionados pelo método Snowball(bola de neve), por meio do preenchimento voluntário do documento online (via Google Forms), disponibilizado em grupos de redes sociais sobre autismo. Os critérios de inclusão de pessoas com TEA serão: ter 18 anos ou mais, possuir um baixo nível de suporte, ou seja, pessoas com um maior repertório de habilidades básicas e funcionais correspondentes a repertorio de suporte de nível 1. Os critérios de inclusão de pessoas não autistas serão: ter 18 anos ou mais e não ter recebido diagnostico de autismo (traços autísticos de acordo com o AQ). Os critérios de exclusão para ambos serão: indivíduos menores de 18 anos e que não possuem acesso à internet. Será utilizado o método de amostragem “bola de neve”, onde um indivíduo indica a pesquisa para outros indivíduos que se encaixam potencialmente no público alvo da pesquisa.Os participantes responderão aos seguintes instrumentos: Quociente de Autismo- AQ (Baron-Cohen, 2001), foi projetado para ser curto, fácil de usar e fácil de marcar. Compreende 50 questões, compostas por 10 questões avaliando 5 diferentes áreas: habilidade social; troca de atenção; atenção aos detalhes; comunicação; imaginação. Escala de Comportamento Sexual - SBS III (Stokes e col, 2016) em formulário online Google Forms. O SBS III é uma medida auto administrada de 236 itens que examina os níveis relatados de conhecimento, atitudes e comportamentos em uma gama de domínios sociais, sexuais e românticos. A maioria dos itens em cada uma das subescalas requerem respostas dicotômicas (1 = sim, 2 = não) ou classificações ao longo de quatro (1 = raramente, 4 = sempre), cinco (1 = não em todos, 5 = extremamente), ou escala de Likert de seis pontos (1 = 1 sexual parceiro, 5≥10 parceiros sexuais, 6 = nenhum) e questionário sócio demográfico com o fim de 30 caracterizar a amostra. Esta pesquisa será realizada considerando os aspectos éticos pertinentes a pesquisas que envolvem seres humanos, nesse sentido, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Delta do Parnaíba e aguarda a aprovação para sua realização. Após aprovação, aos participantes será apresentado o Termo de Consentimento Esclarecido para que possam autorizar sua participação. Para a análise será utilizado o Software SPSS for Windows – versão22. Serão utilizadas medidas de tendência central (frequência, média, mediana) e medidas de dispersão (desvio-padrão) para descrever as características sócio-demográficas dos participantes. Para realizar a comparação entre os autistas e não autistas será utilizado o teste t de Student. Pretende-se validar a Escala de Comportamento Sexual - SBS IIIpara o contexto brasileiro, afim de conhecer sua estrutura fatorial, cujas análises serão realizadas por meio do software Factor 9.2 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2013) com o método Hull Comparative Fit Index (CFI; Lorenzo-Seva, Timmerman, &Kiers, 2011), a partir de uma análise fatorial exploratória categórica UnweightedLeastSquares (ULS) com correlações policóricas.Encaminhamentos para os resultados: Espera-seque os estudos desenvolvidos nessa pesquisa possam contribuir para o conhecimento da compreensão dos adultos jovens autistas sobre a sexualidade, abrindo um leque de possibilidades para pesquisas com instrumentos inclusive validados para o Brasil, além de destacar a utilidade da escala para fins clínicos e educacionais. Palavras-chave: Sexualidade, autismo, adulto jovem


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA KARLA SILVA SOARES - UFMS
Interno - 1859186 - FAUSTON NEGREIROS
Presidente - 1867530 - SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
Notícia cadastrada em: 03/12/2021 09:51
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb05.ufpi.br.instancia1 23/04/2024 06:43