O Brasil é o maior produtor mundial de soja e a expansão do seu cultivo em regiões semiáridas tem crescido a cada ano no país. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficiência de estirpes de Bradyrhizobium brasilense nativas do semiárido brasileiro na atenuação de efeitos do déficit hídrico na ecofisiologia da soja. O estudo foi realizado em casa de vegetação, em esquema fatorial duplo (6x2): seis fontes de nitrogênio [três estirpes de B. brasilense (UFLA 06-19, UFLA 06-21 e UFLA 06-22), um inoculante comercial (SEMIA5079 B. japonicum + SEMIA5080 B. diazoefficiens) e dois controles sem inoculante, um com nitrogênio (N) mineral e outro sem aplicação de N] e dois níveis hídricos [controle (60% da capacidade de vaso - CV) e seca moderada (45% CV)]. O déficit hídrico afetou negativamente a condutância estomática, concentração interna de CO2, fotossíntese líquida, eficiência momentânea de uso da água, parâmetros morfométricos, produção de biomassa e acúmulo de nitrogênio das plantas de soja. . Na condição de estresse, plantas inoculadas com estirpes de B. brasilense ou adubadas com N mineral foram menos afetadas negativamente em aspectos fisiológicos que as plantas inoculadas com o inoculante comercial. Sob déficit hídrico, plantas inoculadas com B. brasilense aumentaram a eficiência momentânea de uso da água, a atividade da enzima nitrato redutase, a área foliar, o teor e o acúmulo de nitrogênio em relação ao controle sem N e sem inoculação. Além disso, plantas sob inoculação dessas estirpes aumentaram a produção de biomassa em relação em relação aos dois controles sem inoculação, tanto na condição bem irrigada, quanto na condição de déficit hídrico. Os resultados evidenciam o potencial das estirpes UFLA 06-19, UFLA 06-21 e UFLA 06-22 para uso como inoculantes na cultura da soja em regiões semiáridas.