Dissertações/Teses

2024
Descrição
  • ERNANI CÉZAR DE PAIVA DIAS
  • PODER E ENSINO SUPERIOR: AS INTERFACES DO PODER NA RELAÇÃO ENTRE DOCENTES E DISCENTES
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 30/09/2024
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  • Esta pesquisa investiga as manifestações do poder no Ensino Superior, focando nas experiências dos discentes com docentes do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Piauí na cidade de Teresina. A relevância desta investigação reside na necessidade de compreender como as dinâmicas de poder afetam a formação acadêmica e as relações interpessoais dentro das instituições de ensino, influenciando diretamente a qualidade e a equidade na educação superior. A pesquisa é qualitativa e utiliza entrevistas semiestruturadas como estratégia de coleta de dados, com análise baseada na abordagem da análise de conteúdo. O objetivo geral é identificar o poder no espaço acadêmico a partir das relações estabelecidas entre discentes e docentes. Alinhando-se com a temática deste trabalho, os objetivos específicos se constituem em analisar as dinâmicas de poder nas relações acadêmicas; examinar a influência das políticas institucionais nessas dinâmicas; investigar o papel da autonomia discente e avaliar as estratégias de resiliência e resistência que possam existir na relação entre discentes e docentes. Através desse método, foi possível organizar as informações, codificar as respostas e categorizar os dados em temas relevantes. A análise revelou que as relações de poder são complexas e multifacetadas, permeando não apenas as interações entre docentes e discentes, mas também as expectativas e experiências dos discentes dentro do ambiente acadêmico. As teorias de Pierre Bourdieu, Michael Foucault e Basil Bernstein foram utilizadas como base teórica para compreender as dinâmicas de poder no ensino superior. A pesquisa deste trabalho alcançou os objetivos propostos, evidenciando a presença do poder nas interações acadêmicas. A importância deste trabalho reside na sua capacidade de iluminar as complexas relações de poder que permeiam o ensino superior, contribuindo para a discussão sobre a necessidade de ambientes educacionais mais inclusivos e colaborativos. Ao trazer à tona as experiências dos discentes e as dinâmicas de poder em jogo, a pesquisa não apenas enriquece o campo da educação, mas também fornece subsídios para a reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas e as políticas institucionais. Assim, este estudo se configura como um importante passo em direção à construção de uma educação mais equitativa e respeitosa, onde as vozes dos discentes sejam ouvidas e valorizadas.

  • PEDRO JOSÉ DE SOUSA SANTOS
  • “ENQUANTO UNS ESTUDAM, OUTROS TÊM QUE PLANTAR”: políticas sociais e educação na erradicação da exploração do trabalho infantil na “zona rural” de Oeiras-PI.
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 30/09/2024
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  • Com a progressão das mudanças sociais e tecnológicas, particularmente dentro da estrutura do sistema capitalista, o trabalho adquiriu um novo significado, emergindo como o principal meio de garantir recursos financeiros para cumprir responsabilidades e garantir a sobrevivência. No entanto, esse cenário também deu início a casos de exploração do trabalho, incluindo a ocorrência de trabalho infantil. Sendo assim, essa pesquisa teve como objetivo compreender os efeitos do trabalho infantil no desenvolvimento de crianças e adolescentes no ambiente escolar municipal de Oeiras-PI, bem como a amplitude das políticas públicas voltadas à prevenção e erradicação do trabalho infantil. Nesse sentido, o estudo se caracteriza enquanto qualitativo, em que se realizou uma pesquisa bibliográfica e documental sobre a temática central. Além disso, informações foram coletadas na pesquisa de campo, por meio de entrevistas semiestruturadas com conselheiros tutelares, a Secretaria Municipal de Assistência Social, o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), a Secretaria de Educação e os Agentes Comunitários de Saúde e professores, todos de Oeiras, além de representantes das autoridades estaduais, os dados foram examinados a partir da Análise de Conteúdo e teve-se como resultado que casos de exploração do trabalho infantil embora não notificados existem, mas que para além das políticas públicas existentes, o olhar humano dos professores perante aos alunos foi de fundamental importância para erradica-los. Com isso, observou-se que que o engajamento dos professores e coordenadores escolares desempenha um papel crucial na mitigação dessa problemática na localidade estudada.

  • KLEYSSA DA SILVA CELESTINO
  • UNIVERSO PARALELO: lazeres em análise sobre a divisão socioeconômica no espaço de lazer do cais da beira-rio em Floriano – Piauí.
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 30/09/2024
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  • A pesquisa objetivou investigar os lazeres e as sociabilidades vivenciadas por sujeitos na orla do cais da beira-rio, na cidade de Floriano, Piauí. O interesse por pesquisar os lazeres nesse espaço da cidade, a partir da narrativa desses sujeitos, é fruto de inquietações pessoais que me instigaram a buscar respostas sobre como se construíam as sociabilidades naquele local. Para tanto, o objetivo geral deste estudo é: analisar a dimensão do lazer vivenciado pelos frequentadores do cais da beira-rio. E os objetivos específicos: examinar de que maneira a condição socioeconômica atua sobre os indivíduos que frequentam o cais da beira-rio em Floriano em busca de lazer; compreender os sentidos e práticas de lazer no cais da beira-rio em Floriano; interpretar esse contrato social não-oficial que atua de modo a separar a convivência entre os indivíduos mais diversos na orla da beira-rio. Assim, nosso pressuposto é de que na dinâmica social da atualidade desenvolver e/ou vivenciar o lazer está intimamente vinculado à perspectiva econômica. Da mesma forma, essa dinâmica orienta comportamentos diante das propostas de lazer, de modo especial o lazer-excitação. Para tanto realizou-se leituras para orientar análises, incursões a campo, entrevistas e observação ao espaço do porto/cais da beira rio, para apreender a dinâmica socioespacial das práticas de lazer. A investigação contou com o aporte teórico- metodológico da História Oral, especialmente a fundamentação de Portelli (1997: 2012: 2016: 2017) para ancorar o caráter subjetivo das entrevistas; em Minayo (2010) na sustentação metodológica das entrevistas como um recurso que se alimenta da subjetividade. Foram delimitados como sujeitos da investigação: a) sujeitos que frequentaram o cais na perspectiva de que suas narrativas contribuíssem com a memória sócio-histórica da cidade e; b) os sujeitos que ainda tem no cais o seu território de prática do lazer. Sobre a vivência no porto/cais e a formação da cidade de Floriano, recorreu-se a Raffestin (1993), Rolnik (1995) e Nunes (2013). As análises acerca das sociabilidades foram ancoradas nas reflexões de Elias & Scotson (2000), de Goffman (2002) para discutir as relações sociais que foram construídas da/na cidade. Quanto aos lazeres estes foram discutidos na perspectiva da excitação com Elias e Dunning (1992) e também do ponto de vista histórico-sociológico com o esteio na literatura de Luz (2013), Oliveira (2014), Máximo (2019). Também nesse trabalho a literatura de Kehl (2008) e Goldenberg (2018) auxiliaram na compreensão das transformações geracionais vivenciadas pelos sujeitos dessa investigação. As entrevistas, a observação e o minucioso registro no caderno de campo evidenciaram que outras questões como a condição social, a dimensão geracional, aspectos estruturais como a segurança também devem ser considerados na reflexão sobre o lazer no porto/cais da beira rio. As narrativas revelaram que os sujeitos ainda que com algumas reservas como em relação a periodicidade de frequência e quanto a utilização de algumas regiões da orla se apropriam do cais enquanto seu espaço de lazer. Dentre as conclusões, destacam-se que os sujeitos procuram por segurança e que por isso, são optantes de um espaço específico da orla e; que a condição socioeconômica não aparece como um elemento limitante da prática do lazer.

  • ISABEL MARIANA FERREIRA DA SILVA
  • CERCAS QUEBRADAS, TERRA OCUPADA E A PRODUÇÃO NO LATIFÚNDIO EDUCACIONAL ATRAVÉS DO ENSINO SUPERIOR: As produções acadêmicas e a profissionalidade docente de mulheres camponesas em uma universidade pública de Picos/PI
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 30/09/2024
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  • O início de uma plantação, assim como o início de um trabalho, já parte de trabalhos anteriores, buscando oferecer no seu ápice, uma colheita de novos resultados, novos frutos. Para o presente estudo construiu-se uma pesquisa qualitativa em duas etapas, com objetivo de compreender os impactos sociais e científicos resultantes das pesquisas de mulheres camponesas do curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal do Piauí, em Picos, assim como a sequência (ou não) na qualificação profissional. A primeira etapa consistiu em análise de quinze trabalhos de conclusão de curso disponíveis na biblioteca do campus e a segunda etapa em sete entrevistas semiestruturadas com egressas. Justifica-se pela importância de avaliarem-se os impactos científicos das produções acadêmicas de mulheres camponesas a partir dos trabalhos de conclusão de curso e a continuidade na qualificação profissional ou não de mulheres camponesas egressas do curso, bem como pela proximidade da autora com movimentos campesinos e por vivenciar a realidade do território. O estudo suporta-se em teóricos como Cara (2019), Silva & Lopes (2023), Faleiro & Farias (2017), Durkheim (1975), entre outros. Como resultados, apontamos que foi possível identificar a partir dos trabalhos de conclusão de curso, que as mulheres atentam-se as questões que lhes são caras nos âmbitos pessoais e sociais. Através das entrevistas, identificou-se que as mulheres do curso buscam construir uma identidade singular e simbólica a partir da profissionalidade docente, principalmente pelo orgulho por serem oriundas do campo ou possuírem alguma relação com o campesinato. Concluímos assim, que a partir do nosso plantio, foi possível colher muitos frutos, onde alguns ainda precisam amadurecer no âmbito acadêmico devido à falta de referências conexas com nossa temática, sendo uma das nossas dificuldades. Sugere-se, que os objetos e sujeitas da pesquisa sejam mais estudados, para que seja possível enraizar de vez e de forma positiva, sem esquecer-se dos percalços, a ocupação produtiva do latifúndio educacional por mulheres camponesas.

  • TAMARA RAQUEL BARBOSA FEITOSA GOES
  • QUEBRANDO REGRAS E ENTRELAÇANDO MASCULINIDADES: Narrativas e Reproduções do Masculino na Trama Educacional
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 27/09/2024
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  • Inserida na linha de estudos de Gênero, Sexualidade e Geração do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, proponho um estudo sobre as representações sociais de masculinidades no contexto educacional. A crescente participação masculina em atividades manuais, como a arte, me motivou a estudar as masculinidades. Para isso, realizei uma pesquisa com professores, utilizando a produção de fotografias bordadas. O objetivo geral da investigação é analisar as narrativas e experiências de um grupo-pesquisador composto por cinco professores do Colégio CEV em Teresina-Piauí, sobre suas percepções e vivências relacionadas à construção dos padrões sociais das masculinidades. A pesquisa é qualitativa e tem como metodologia a inspiração nos princípios da Sociopoética, utilizando métodos artísticos na geração de dados produzidos por meio de oficina. Além da entrevista individual, o Grupo Focal se destaca como uma ferramenta essencial na pesquisa qualitativa deste estudo. Ao promover a interação entre os participantes, essa técnica permite captar um leque mais amplo de percepções, sentimentos e ideias, permitindo uma compreensão mais profunda e rica dos fenômenos investigados, tal como aponta Gatti (2005). As fotografias bordadas produzidas pelos participantes revelaram uma rica diversidade de masculinidades, desafiando estereótipos e demonstrando o poder da arte como ferramenta de transformação social, especialmente quando se considera a interseccionalidade das experiências masculinas. Os resultados desta pesquisa enriquecem o campo educacional, propondo novas abordagens para a formação de professores e a construção de relações de gênero mais justas, além de estimular novas pesquisas. O referencial teórico inicialmente adotado para a pesquisa fundamenta-se nas discussões da masculinidade, representações sociais, performatividade de gênero, sociopoética e fotografias bordadas. A partir das contribuições de Bourdieu (1987), busco compreender como as masculinidades são construídas socialmente e como se relacionam com questões de poder e desigualdade. A teoria da performatividade de gênero de Butler (1990) nos auxilia a desvelar as práticas cotidianas que moldam as identidades masculinas, enquanto a sociopoética, inspirada em Gauthier (2005), nos permite analisar a dimensão estética e simbólica das produções, considerando a relação entre forma e conteúdo. O conceito de masculinidades de Connell (2015) permite-nos compreender como as fotografias bordadas são um campo de construção social das masculinidades, revelando as diferentes maneiras pelas quais os sujeitos se apropriam e negociam essas identidades. Ao mesmo tempo, a perspectiva de Susan Sontag (1977) sobre a fotografia como linguagem e como forma de poder nos auxilia a compreender como as imagens bordadas produzem significados e como são interpretadas pelos espectadores. A pesquisa de Ana Paula Cavalcanti Simioni (2010) sobre o bordado, especialmente no que se refere à sua dimensão histórica e cultural, contribui para uma análise mais contextualizada das fotografias bordadas, permitindo-nos compreender como essa prática se insere em um conjunto mais amplo de representações e significados. A presente pesquisa evidenciou a riqueza e complexidade das identidades de gênero, com destaque para o paradigma masculino. A partir das percepções dos professores e da análise das fotografias bordadas, exploro que a expressão artística pode ser um poderoso veículo para a desconstrução de estereótipos e a construção de novas representações sociais do masculino.

  • GILBERTO SOUSA SILVA
  • IMPACTOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE SÃO LUÍS GONZAGA DO MARANHÃO
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 26/09/2024
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  • Esta teve como foco analisar os impactos da implementação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC nas escolas do campo e no projeto educativo da Escola Família Agrícola de São Luís Gonzaga do Maranhão. Sem dúvidas, discutir sobre a implementação do documento vem sendo ampliado e criticado por estudiosos, professores, organizações e demais profissionais da educação que lutam diariamente por uma pedagogia em contramão ao modelo tradicional e autoritário. Por sua vez, a educação do campo foi originada pelos movimentos sociais e busca em sua gênese manter a resistência e a emancipação social e humana dos povos campesinos. Frente a isso, partiu-se da hipótese de que no caso da Educação do campo, a literatura já produzida expõe que o documento da BNCC põe em risco o projeto de educação comprometido com a emancipação humana e a transformação social dos estudantes; supomos ainda que a nova conjuntura imposta pelo documento normativo traz impactos diretos as escolas do campo, por estar alicerçada pelos interesses privados no âmbito da educação, para isso construiu-se o trabalho educativo focado em habilidades e competências, determinando o que todos os estudantes do país devem estudar, isso rompe com o pluralismo e torna a educação reducionista e enraizada no preparo de mão de obra e na visão urbanocêntrica do mundo do capital. Tal fenômeno pode ainda, ludibriar camponeses quanto às possíveis oportunidades de atuação profissional nos centros urbanos, levando deste modo ao abandono da vida no campo. A hipótese também demonstra o forte impacto nas ciências humanas e sociais, pois ignora e dificulta o entendimento dos contextos culturais e regionais específicos que pela rigidez e imposição do documento, os professores perdem autonomia, isso, finda por promover uma educação redutora e limitada as orientações contidas no documento, que por sua vez se expõe alheio às realidades do campo. Em seu arcabouço teórico e metodológico o trabalho realizou investigações bibliográficas, principalmente nos estudos e reflexões realizadas por Molina (2009), Martins (1982), Mészáros (2008), Arroyo (2009), Marx (2004), Rocha (2010) e dentre outros. Este constitui-se num estudo qualitativo, somado a uma pesquisa empírica junto a Escola Família Agrícola de São Luís Gonzaga do Maranhão. A principal fonte para construção dos dados da pesquisa empírica foram as entrevistas, através de questionários semiestruturados, foi direcionado a gestão da EFA, uma amostragem de cinco professores de diferentes áreas do conhecimento, cinco alunos ainda em processo de formação e devidamente matriculados e de cinco egressos da instituição. Os resultados desta pesquisa indicam que a implementação da BNCC trouxe desafios significativos para a EFA de São Luís Gonzaga do Maranhão, especialmente no que diz respeito à adaptação do currículo às especificidades do campo e à manutenção da identidade pedagógica da escola. No entanto, a EFA tem mostrado resiliência e inovação ao buscar integrar as exigências nacionais com as realidades locais. Para que a educação do campo possa realmente se beneficiar da BNCC, é essencial que as políticas educacionais considerem as particularidades do campo e ofereçam suporte adequado para a formação de professores, infraestrutura e práticas pedagógicas contextualizadas.

  • JOSÉLIA MARIA BRITO CONCEIÇÃO
  • “O Acesso às velhices através da linguagem cinematográfica”
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 26/09/2024
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  • O debate acerca da velhice e os diversos processos que o envolvem é algo que se faz cada vez mais necessário, visto que estatisticamente a sociedade mundial, e não apenas brasileira, está se tornando “velha” em sua maioria, e isso é motivo para discussões e debates sobretudo no ambiente acadêmico através da interlocução entre linguagem cinematográfica e a percepção de velhice. Assim, o debate acadêmico e científico sobre o acesso à velhice por meio da linguagem cinematográfica, mediado pelo projeto Tela Sociológica e CineClube, desempenha um papel crucial na compreensão das representações dos idosos na sociedade através dos filmes. Desse modo, este estudo teve como Objetivo Geral analisar a representação da velhice nos filmes "O Estudante" (2009), "Umberto D." (1952), “O Velho e o Mar” (1958) e “Envelhescência” (2018) explorando as complexidades emocionais, desafios e relações humanas enfrentadas pelos idosos. Método: Análise de Conteúdo de Laurence Bardin e observação direta em sessões de filmes, os Resultados: Identificou-se diversas categorias/conceitos relacionados a velhice através da percepção dos telespectadores ao assistirem os filmes. Considerações finais: revelam divergências nas percepções sobre a velhice em cada filme, indicando a necessidade contínua dessa abordagem no meio acadêmico e para além dos muros da universidade, essa discussão e até mesmo intervenção se faz necessária para uma melhor percepção dos diversos tipos de velhice.

  • ANGELINE FEITOSA DE CARVALHO
  • Presa em Nome da Lei: Um Estudo Sociojurídico Acerca do Encarceramento Feminino no Brasil
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 25/09/2024
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  • A população carcerária feminina vem sofrendo progressivo aumento nas duas últimas décadas. Até o primeiro semestre de 2017, os dados do INFOPEN Mulheres demonstram que havia um déficit total de 5.991 vagas e uma taxa de ocupação de 118,8% de mulheres presas no Brasil. Dentre os fatores que influenciam particularmente a entrada de mulheres nas estatísticas da criminalidade, destaca-se o flagrante por envolvimento com tráfico de drogas. A superlotação desproporcional à quantidade de estabelecimentos prisionais com estruturas e condições adequadas ao atendimento humanizado da demanda, implica em graves violações dos direitos daquelas que ocupam estes espaços, tão alheios às suas necessidades. Dessa forma, com ênfase nas sensíveis particularidades enfrentadas por mulheres em situação de cárcere institucional, o presente trabalho tem como objetivo geral estudar a situação vivenciada por mulheres atrás das grades por meio de um diálogo interdisciplinar que busca relacionar elementos sociológicos e jurídicos do tema, a fim de contribuir com a produção de conhecimento neste campo, no sentido da desconstrução dos discursos hegemônicos, em prol do desenvolvimento de uma narrativa mais autêntica que considere as importantes nuances da questão de gênero. Desse modo, nesta pesquisa de caráter essencialmente bibliográfico, o reconhecimento e a inserção da produção literária feminista neste debate é fundamental para o entendimento do processo de criminalização e a produção desta realidade protagonizada majoritariamente por mulheres negras. Assim, compreende-se também a importância da perspectiva interseccional, a fim de descentralizar as múltiplas realidades e compreender como a atual organização do sistema prisional brasileiro favorece a reprodução e multiplicação das desigualdades sociais, raciais e de gênero, bem como a violação de direitos humanos básicos.

  • JÉSSICA RODRIGUES SOARES
  • NA COMPANHIA DAS TELAS E DAS LETRAS: a desconstrução do transtorno do espectro autista como uma doença
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 24/09/2024
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  • O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade e se prolonga por toda a vida, caracteriza-se por “um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento”, e, dentre estas áreas, geralmente a mais comprometida é a interação social (Silva, 2012). Buscamos desenvolver uma reflexão que possa auxiliar no entendimento desse transtorno e a inclusão desses sujeitos no meio social. Adotamos uma abordagem complexa, valorizando uma variedade de práticas discursivas. E nas telas e nas letras são veiculados discursos sobre o TEA. Portanto, esta dissertação tem por objetivo geral analisar como o cinema e a literatura retratam o TEA no contexto sociológico. Desenvolveu-se, então, uma seleção de filmes e obras literárias que trabalham a temática deste transtorno. Os filmes e os livros, especificamente de literatura infantojuvenil, selecionados para a análise foram: Farol das orcas (2016), Rain Man (1988), Nori e eu (2019), e Seu nome é David e ele é autista (2023). No referencial teórico, destacam- se as produções de Silva (2012), Goffman (1891), Goes (2020), Teixeira (2016), Ferreira (2018) e outros. O problema de pesquisa deste trabalho é: Que reflexões podemos buscar para desenvolver um entendimento sobre esse transtorno e a inclusão destes sujeitos no meio social? De que forma expressam o TEA? Como inspirar a construção do identitário do TEA? O procedimento metodológico foi o perfil do personagem, diálogos, caracterização e descrição para abranger a singularidade desses indivíduos, articulando a análise com a ótica dos teóricos selecionados. O cinema desempenha um papel crucial, pois proporciona visibilidade não apenas para pessoas com TEA, mas também para diversas outras deficiências. Ele desvenda o mundo dessas pessoas e ajuda a despertar a consciência sobre a relevância de incluí-las na sociedade. A literatura, por sua vez, também exerce essa função por meio de suas narrativas. Notamos, nos livros que examinamos, representações do TEA que servem para ilustrar a realidade. É fundamental destacar que nossa intenção não é romantizar o TEA. Ter essa condição neurológica não é uma opção, e pode resultar em sofrimento para a pessoa que a enfrenta, como também mostrar que não é uma doença. Pode-se afirmar que a pesquisa oferece uma valiosa compreensão das obras cinematográficas e literárias abordadas, possibilitando ao espectador e ao leitor perceberem esses sujeitos para além deste transtorno, abrindo assim caminhos para futuras investigações e análises

  • LEILA DANIELA SOUSA FERREIRA TEIXEIRA
  • Solar de Outono: um olhar acerca da institucionalização de idosos/as em Instituição de Longa Permanência (ILPI) do Governo do Estado do Maranhão.
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 20/09/2024
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  • A presente dissertação de mestrado em Sociologia desde a linha de pesquisa Gênero, Sexualidade e Geração tem o objetivo de compreender como se configura a institucionalização de idosos/as na Instituição de Longa Permanência Solar do Outono, do Governo do Maranhão, localizada em São Luís – MA, tendo como enfoque o envelhecimento (Teixeira, 2008) e políticas públicas (Mioto, 2020), entendido como importante questão social, e a condição de classe como ponto central, a partir das discussões de classe em Beauvoir (1990, 2018), Haddad (1986), Marx e Angels (2002), Teixeira (2020), Paiva (2014). Fez-se também discussão da institucionalização de idosos através da compreensão dos sentimentos e emoções, para tal apoiamos nosso trabalho: Bericat (2000, 2016), Elias (1993, 2001), Koury (2002, 2003, 2005, 2009) e Rezende e Coelho (2010). A presente pesquisa é qualitativa, realizou-se estudo de caso (Gil, 2019), observação participante (Malinowisk,1984) visitas e entrevistas, tendo 6 idosos/as e 3 profissionais como participantes. Como principal resultado identificou-se que as fundamentais causas de institucionalização são as violências, sobretudo o abandono, a negligência como também situações de vulnerabilidade financeira, insuficiência familiar. A investigação aponta um destaque para a Feminilização do
    envelhecimento e da institucionalização, bem como a intersecção raça/classe/gênero. As emoções mais identificadas relacionam-se a sentimentos de tristeza, depressão, como também alegria e bem-estar.

  • REGINA RODRIGUES MEDEIROS
  • Ações Afirmativas na Modalidade de Cotas Raciais: Uma abordagem qualitativa sobre a perspectiva de mulheres negras na Universidade Federal do Piauí
  • Orientador : MARILIA PASSOS APOLIANO GOMES
  • Data: 13/09/2024
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  • A presente pesquisa buscou investigar o significado qualitativo das políticas de ação afirmativa, especificamente as transformações proporcionadas pelas cotas étnico-raciais na vida de mulheres negras, egressas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), analisando as transformações geradas pelo acesso ao ensino superior nos processos de mobilidade social de mulheres negras. O estudo parte da análise do contexto brasileiro, contextualizando dentro do capitalismo dependente brasileiro e a inserção do negro dentro dessa estrutura no pós- abolição. Partindo da premissa de que, apesar das cotas terem possibilitado um aumento no acesso de negros e negras às universidades, ainda persistem desafios significativos no que tange à inserção dessas mulheres no mercado de trabalho e à superação das desigualdades socioeconômicas. Analisando as relações dentro do movimento de mulheres com foco no feminismo negro, a pesquisa foi conduzida utilizando uma abordagem interseccional, com foco nos dados qualitativos obtidos por meio de entrevistas com egressas cotistas, sendo realizado um total de 3 entrevistas com alunas egressas e 1 com um aluno que participou do processo de implantação das comissões de heteroidentificação da UFPI e como membro das bancas. As entrevistas foram guiadas buscando compreender as experiências e percepções dos participantes sobre as cotas e suas trajetórias profissionais. Os resultados indicam que, embora as cotas representem um avanço, ainda há barreiras que limitam a mobilidade social, como preconceitos raciais e de gênero, além de fatores socioeconômicos que influenciam a inserção no mercado de trabalho e a permanência no ensino superior. Conclui-se que as políticas de cotas alteradas de complementos estruturais possam garantir efetivamente a equidade e a inclusão social, mas que existem desafios para a eficiência do cumprimento dos objetivos da lei.

  • WLÁDIA MARTINS RIBEIRO VIEIRA
  • Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica: Novos Caminhos, Velhas Intenções.
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 15/08/2024
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  • Com a instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
    Tecnológica (RFEPCT) e a criação dos Institutos Federais (IFs) a partir da Lei
    nº 11.892/2008, a Secretária de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC)
    do Ministério da Educação (MEC), desde então, definiu ações, políticas e
    programas com o intuito de alavancar o número de matrículas na Educação
    Profissional, mecanismo estruturante do Plano Nacional de Educação – PNE
    (2014 – 2024, meta 10). Essa Expansão, contudo, tem ocorrido
    majoritariamente a partir da oferta de cursos de curtíssima duração (no máximo
    dois ou três meses de duração) alinhados com as exigências de mercado, o
    que pode ser observado a partir de 2011 com o Programa Nacional de Acesso
    ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e, mais recentemente, com o
    Programa Novos Caminhos, lançado pela SETEC/MEC em 2019, no governo
    de Jair Messias Bolsonaro, alçado ao poder pela “Nova Direita” (CASIMIRO,
    2016, 2018, 2020). A ênfase do presente estudo concentra-se no Programa
    Novos Caminhos à luz da seguinte problemática: o Programa Novos Caminhos
    está em conformidade com a Política Pedagógica dos Institutos Federais que
    se propõem a promover uma ruptura com a dualidade estrutural entre
    educação profissional e propedêutica no Brasil? Analisa, no contexto do
    neoliberalismo, a conformidade do Programa Novos Caminhos com a Política
    Pedagógica dos Institutos Federais, examinando em que medida o referido
    programa contribui para a ruptura da dualidade estrutural entre educação
    profissional e propedêutica. De natureza qualitativa e ancorada no método
    dialético (KOSIK, 1976; MINAYO, 2009) os procedimentos adotados foram
    pesquisa bibliográfica (DARDOT & LAVAL, 2016; LAVAL, 2019; CASIMIRO,
    2016, 2018, 2020; FRIGOTTO, 2010, 2017, 2022; KUENZER, 1989, 1997,
    2007, 2017; entre outros), documental e de campo com aplicação de
    questionários e realização de entrevistas com os integrantes da equipe gestora
    do Programa Novos Caminhos no Instituto Federal do Piauí (IFPI) e com os
    docentes e discentes que participaram do Programa na instituição no período
    de 2019 a 2022. Os resultados indicam que o panorama desenhado para as
    políticas públicas de educação profissional com a chegada da Nova Direita
    Neoliberal ao poder é o de integração da escola com o mercado associado à
    pretensão desse segmento político de controlar hegemonicamente a disputa
    pela educação, determinando os rumos desta com doses de autoritarismo
    social que ameaçam o debate democrático com a sociedade e - no caso
    particular dos Institutos Federais – o crescimento e fortalecimento da RFEPCT
    e a concepção pedagógica de integração da Educação Profissional à Educação
    Básica que nasceu com o Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004,
    desvirtuando, desse modo, o papel da nova institucionalidade dos Institutos
    Federais no país.

  • FRANCISCA ELUAR MARINHO SILVA SOARES
  • FAKE NEWS E EDUCAÇÃO: Uma análise das Representações sociais das fake news entre os docentes da Rede Municipal de Educação de Teresina.
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 14/08/2024
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  • Atualmente, a produção racionalizada de “informações enganosas” (Santaella, 2021) nos meios de comunicação de massa e nas mídias digitais tem ganhado proporções planetárias, tornando-se conhecidas por fake news. Partindo da hipótese de que a profissão docente pode influenciar na identificação das mesmas, esta pesquisa objetivou analisar as representações sociais (Durkheim 1970; Rodrigues, 1998) dos docentes do Ensino Fundamental sobre esse fenômeno. Utilizando questionários enviados a 15 docentes em Teresina, via aplicativo Kobotoolbox (2024), a análise de conteúdo de Bardin (2009) foi aplicada. Foi utilizada, ainda, a metodologia da escala Likert1 para realização de aprofundamento de questões respondidas superficialmente pelos sujeitos. Os resultados indicam que os docentes são majoritariamente homens, casados, com especializações diversas e, em sua maioria, católicos não praticantes. As fake news foram percebidas como uma ferramenta complexa de manipulação, exigindo dos docentes não só a identificação, mas também a promoção da conscientização e do pensamento crítico entre os alunos. A relação entre fake news e acesso à internet foi destacada como um desafio emergente, com a internet2 sendo identificada como um espaço propício para a disseminação de desinformação. Apesar de a maioria dos docentes ter habilidades para discernir notícias verdadeiras de falsas, a pesquisa ressalta a importância da educação midiática e do pensamento crítico, especialmente no cenário político. Conclui-se que a pesquisa contribui para uma compreensão mais profunda das representações sociais dos docentes sobre fake news e reforça a importância da educação na construção de uma sociedade informada e democrática, deixando espaço para novos estudos e análises

2023
Descrição
  • RENZYO AUGUSTO SANTOS COSTA
  • O CORREDOR ECOLÓGICO SERRA DA CAPIVARA - SERRA DAS CONFUSÕES E A MINERAÇÃO: PERCEPÇÕES SOBRE TERRITORIO E PATRIMÔNIO SOCIOAMBIENTAL.
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 31/10/2023
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  • Essa pesquisa tematiza as percepções dos atores sociais, comunidades residentes (Pé do Morro; Nascimento; Assentamentos Percata 1, Nova Jerusalém, Serra Branca, Lagoa/Novo Zabelê), Estado (representado pela União; estado do Piauí e município de São Raimundo Nonato) e mineradora São Camilo LTDA. no perímetro e áreas circundantes do corredor ecológico Serra da Capivara- Serra das Confusões. Essa modalidade de unidade de conservação, pioneira quanto a esse formato no Brasil, foi instituída por meio da portaria n.º 76 do Ministério do Meio Ambiente, sendo destinada para o trânsito fito genético de espécies da caatinga e cerrado entre os parques nacionais, Serra da Capivara e Serra das Confusões. Abrangendo 10 (dez) municípios do território de desenvolvimento Serra da Capivara, esse espaço que já teve ocupação marcante de maniçobeiros, tem o histórico de ocupação prévia a instalação do corredor de assentados da reforma agrária; pessoas despejadas pela criação de unidades de conservação e empreendimento fruticultores, assim como se observa um tratamento dúbio por parte do Estado,, com a missão constitucional de proteção do patrimônio socioambiental, assim como tem se posicionado como indutor do desenvolvimento econômico na região. A relação desses atores recebe mais um elemento problematizador com o início das pesquisas de potencial mineral e requerimentos de exploração em áreas com presumível vedação a essa modalidade de extrativismo. Objetivou-se descrever e analisar as percepções e significados que esses atores sociais atribuem ao patrimônio socioambiental do corredor ecológico Capivara — Confusões, destacando os interesses, usos, interações e conflitos entre os sujeitos no território do corredor ecológico, explicitando a chegada, significado e potenciais impactos da mineração. As autorizações de pesquisa e de lavra minerária no interior e nos arredores do corredor ecológico podem ensejar colisão de cosmovisões e percepções de risco dissonantes entre os atores sociais acerca da territorialidade e patrimônio socioambiental do corredor ecológico com a progressão da atuação da Mineradora São Camilo, o que pode transformar uma situação de dissenso latente em um conflito declarado de acordo as consequências da exploração econômica se exacerbarem no corredor de biodiversidade, afetando negativamente a vida das comunidades residentes.

  • CARLOS DANIEL ARAÚJO MACHADO
  • BOLSONARO E O FLERTE COM A DITADURA: O PAPEL DA JURISDIÇÃO NEOCONSTITUCIONAL NA PROTEÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 30/10/2023
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  • O presente trabalho tem por escopo investigar os impactos do bolsonarismo no Estado Democrático de Direito, com um enfoque especial no Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Para tanto, valendo-se do livro “Como as democracias morrem”, o primeiro capítulo da pesquisa buscou demonstrar as principais falhas no processo político que permitem a ascensão de um candidato autoritário ao poder, como os efeitos da polarização ideológica na desintegração política, que acaba por inviabilizar a prática partidária de impedir que outsiders se tornem aptos ao voto popular e consequentemente, ao cargo mais importante de um país presidencialista. Dessa forma, o referido capítulo concentrou os principais conceitos políticos, baseados, especialmente, na perspectiva de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, que partem da premissa de uma relação eventual, porém direta, entre o que se caracteriza como populismo e uma política antidemocrática. Adiante, sentiu-se a necessidade de contextualizar o leitor acerca do que se denomina de neoconstitucionalismo ou movimento neoconstitucionalista, esclarecendo suas variações, de tal sorte a demonstrar o importante papel do papel do Poder Judiciário na salvaguarda da Constituição Cidadã de 1988 e de nossa democracia. Por fim, apropriando-se das falas de Jair Messias Bolsonaro acerca de institutos democráticos como o próprio STF e TSE, as urnas eletrônicas e a garantia fundamental ao exercício da liberdade de expressão, adotando a forma de condução de análise de discursos de Mary Jane Spink, o capítulo derradeiro quedou-se em demonstrar a existência de clara inconformidade entre o discurso bolsonarista e os preceitos constitucionais democráticos.

  • CLAUDIMIR GULARTE VIEIRA
  • TRAJETÓRIA DA FORMAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS POVOS DO CAMPO E DAS FLORESTAS: estudo sobre os povos originários e as comunidades tradicionais quilombolas no contexto da disputa de hegemonia da territorialidade e do trabalho.
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 31/08/2023
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  • A presente pesquisa tem por finalidade promover o debate acerca da formação socioeconômica dos povos do campo e das florestas, materializada a partir da ação quotidiana dos sujeitos sociais orgânicos, pertencentes aos territórios indígenas e às comunidades tradicionais quilombolas. Trata-se de um estudo sobre a territorialidade piauiense, as relações sociais de trabalho no contexto da disputa de hegemonia, tendo como objetivo geral interpretar a formação socioeconômica dos povos originários e das comunidades tradicionais quilombolas, no âmbito da questão fundiária, das cadeias produtivas e das comunidades de resistência, representadas, neste trabalho, pelos sujeitos sociais orgânicos integrantes da pesquisa, que buscam enfrentar a concentração fundiária como prática orientalista, historicamente utilizada pelas oligarquias agrárias regionais regionais. Quanto aos objetivos específicos, a incumbência da pesquisa é mapear as práticas sociais de resistência empreendidas pelos povos originários e comunidades tradicionais no processo de produção e reprodução social quotidiana; desvelar a natureza dos instrumentos de disputa de hegemonia materializado na luta dos povos do campo e das florestas, a partir das lideranças indígenas e quilombolas; dissertar sobre a natureza do projeto societário dos povos do campo e das florestas, no contexto da territorialidade do trabalho e da disputa de hegemonia; discorrer sobre a importância das cadeias produtivas na formação social dos territórios indígenas e quilombolas. Quanto à questão metodológica, a pesquisa fundamenta-se na dimensão qualitativa, ancorada na revisão de literatura e nas entrevistas. Do ponto de vista teórico, a investigação situa-se no contexto do materialismo histórico-dialético. Hipoteticamente, busca-se construir um instrumento sociopolítico que desafie os sujeitos desta investigação para a construção autonomizada do conhecimento, desde as suas pràticas culturais e territórios temáticos, estimulando o fortalecimento da disputa de hegemonia comunitária, permitindo acumular forças para a construção unitária de um novo projeto societário fundado na sustentabilidade desta e das futuras gerações.

  • ANA PAULA FERREIRA E SILVA
  • PARA ALEM DOS MUROS: A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DOS CREAS SOBRE A VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER E AS VULNERABILIDADES PROGRAMÁTICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19 EM TERESINA/PI.
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 31/08/2023
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  • A violência doméstica contra a mulher apresenta-se como uma violação dos DireitosHumanos. O presente trabalho teve como ponto de partida analisar a complexidade do fenômeno da violência doméstica contra a mulher diante dos impactos da pandemia da covid-19, indagando-se a respeito da experiência dos profissionais dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social- CREASsobre a violência doméstica contra a mulher e as vulnerabilidades programáticasem tempos de pandemia da Covid-19 na cidade de Teresina/PI. Neste sentido,trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, caráter bibliográfico com estudo de campo etnográfico, com o objetivo geral de analisar a percepção dos profissionais dos CREASsobre a violência doméstica contra a mulher e as vulnerabilidadesem tempos de pandemia. Para a viabilização da pesquisa, que será realizada nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social– CREAS Sul e Norte, acoleta de dados se dará por meio de uma entrevista semiestruturada, guiada por umroteiro. Compreendendo que a violência doméstica contra a mulher se torna um tema de relevante discussão eprecisa ser debatida, a pesquisa se ancorou em conceitos norteadores: Saffioti (1976; 1987) para a compreensão da ideia de papéis sociais atribuídos as categoria homem-mulher; Okin (2008) para pensar a relação público e privado; Bourdieu (2012) com a ideia de violência simbólica; Scott (1994;1995) para discutir a questão de gênero; Lerner (2019) com a definição de patriarcado; Lei Maria da Penha (2006) para trazer o conceito de violência doméstica; entre outros. De tal modo, a pesquisa visa contribuir para umamaior compreensão do fenômeno da violência doméstica contra a mulher e para aconstrução de políticas públicas mais eficazes numa sociedade que respeite os direitos das mulheres.

  • YURI ROCHA LIMA DOS SANTOS
  • OS DIREITOS DA POPULAÇÃO LGBTI+ NO DISCURSO DO LEGISLATIVO E JUDICÁRIO A PARTIR DE DOIS CASOS: UNIÃO HOMOAFETIVA E CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOTRANSFOBIA.
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 31/08/2023
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  • A presente pesquisa se destina à compreensão dos argumentos envolvidos no processo de reconhecimento dos direitos da comunidade LGBTI+ no âmbito do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Para tanto, o substrato empírico da análise qualitativa são decisões e propostas legislativas referente à união estável homoafetiva e a criminalização da homotransfobia. Quanto à união estável homoafetiva o objeto de análise no STF são as decisões proferidas na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 4.277 e na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental n.º 132. No âmbito do Congresso Nacional as propostas legislativas analisadas são o Projeto de Lei do Senado n.º 612/2011 e o Projeto de Lei 5.120/2013.
    Sobre a criminalização da homotransfobia no STF, é analisada a decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão n.º 26 e Mandado de Injunção n.º 4.733, sobre a mesma matéria, analiso os projetos de lei 7.292/2017, 7.702/2017, 672/2019, 860/2019, 2.653/2019, 4.240/2019 e 3.185/2020. Para operacionalizar o grande volume de informações, lanço mão do software de análise qualitativa NVivo por meio do qual consigo categorizar e organizar as informações sem sacrificar a noção de
    todo. Por meio da análise e exibição dos termos mais frequentes torna-se possível deduzir padrões discursivos e interpretá-los por meio da teoria dos campos de Bourdieu.

  • LUIS CARLOS NUNES MORAES
  • ATUAÇÃO DA FRENTE PARLAMENTAR EVANGÉLICA BRASILEIRA: RELIGIÃO E POLÍTICA NA CÂMARA FEDERAL DOS DEPUTADOS.
  • Orientador : FRANCISCO PEREIRA DE FARIAS
  • Data: 30/08/2023
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  • O discurso religioso ganhou destaque no Brasil, com parlamentares evangélicos buscando maior influência na política. Desse modo, a criação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) remonta a sua formação como uma bancada eleita em 1987. Desde então, a FPE se tornou um ator significativo na política partidária brasileira, com a participação de seus membros em momentos cruciais, especialmente na defesa de valores conservadores. A partir daí a influência da agenda dos religiosos evangélicos no Brasil cresceu gradualmente desde o retorno da democracia, com um aumento significativo na década de 1990 e um aumento ainda maior a partir de 2007, culminando na consolidação da Frente Parlamentar Evangélica. Com o intuito de alcançar os objetivos do presentes trabalho, utilizamos os métodos qualitativos e quantitativos, também analisando dados estatísticos referentes às eleições e população (IBGE), dados históricos sobre política e religião no Brasil, análise e comparação de estudos anteriores, publicações da imprensa e dos partidos, da FPE, além da pesquisa bibliográfica e documental de caráter exploratório acerca da presença dos evangélicos na política brasileira levando em consideração o período relacionado entre o ano de 2015 a 2021. Verificou-se que a Frente Parlamentar Evangélica é resultado da democracia, que permite a diversidade política e a participação dos evangélicos nas deliberações do poder político, destacando-se a interação entre religião e política na história das sociedades. E os objetivos da pesquisa? Como resultados da pesquisa verificou-se que a FPE possui uma atuação política significativa, buscando influenciar a legislação sobre temas importantes para a sociedade, sendo que um dos reflexos mais notados se dá pelo crescimento exponencial da fé evangélica no Brasil, o que tem levantado discussões sobre a laicidade do Estado. O trabalho destaca que a FPE tem uma agenda conservadora, defendendo valores tradicionais, se opondo ao aborto, aos direitos LGBTQI+ e promovendo questões relacionadas à família.

  • DOUGER SOUSA CAMPELO
  • SUICÍDIO E EDUCAÇÃO: ideações suicidógenas entre jovens do Instituto Federal do Piauí no período pandêmico da Covid-19 (2019 a 2022).
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 25/08/2023
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  • O presente estudo tem como temática o suicídio, a juventude e a educação no Ensino Médio Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI, nos campi Teresina Central e Picos, no contexto da pandemia da Covid-19. As experiências vivenciadas compreendem os anos de 2019 a 2022 por professores de sociologia, psicólogos e estudantes do IFPI com faixa etária entre quinze a dezoito anos. A pesquisa tem como sujeitos: alunos, professores de sociologia e psicólogos (as) da referida instituição e se propõe a analisar os discursos dos sujeitos, utilizando-se do método compreensivo e de um arcabouço teórico marcado pela interdisciplinaridade. A problematização da investigação se dá a partir das seguintes questões: como a pandemia da Covid-19 influenciou as ideações e tentativas de suicídio dos jovens estudantes do IFPI? E especificamente, como pode ser compreendida a presença de tais comportamentos dos jovens do Ensino Médio dos campi Teresina Central e de Picos, do IFPI? Qual a relação entre as ideações destes discentes com o ambiente escolar? Como a instituição lida com os discentes que expressam ideações suicidógenas? Deste modo, o objetivo geral da pesquisa é compreender como os jovens estudantes, os professores de sociologia e os psicólogos da instituição IFPI entendem as ideações e tentativas de suicídios dos jovens. As principais categorias teóricas trabalhadas na presente pesquisa são: Educação, Juventudes, Suicídio e Pandemia. A metodologia desta pesquisa é qualitativa e dialoga com dados quantitativos. O estudo guarda uma peculiaridade que é o fato de ter sido construído de forma híbrida, isto é, o campo empírico da pesquisa se deu em parte de forma presencial e em parte de forma remota, não por escolha do pesquisador, mas por uma destreza, dada a impossibilidade diante das medidas de distanciamento e isolamento social impostos pela Pandemia da Covid-19. Utilizou-se de recursos do WhatsApp, de e-mails e da plataforma do Google meet. Portanto, os diálogos com Lucas Bezerra compõem o campo dos estudos da Sociologia Digital, crucial para a realização desta pesquisa. Utilizou-se de instrumentos como: diário de campo, tendo como base Malinowski; Roberto Da Matta: Geertz e Saada Fravet. Entrevista com tópicos-guias ou não diretivas, amparado por Severino e Mirian Goldenberg. O pressuposto da dissertação apresenta similaridades intrínsecas das ideações suicidas dos estudantes dos referidos campi com relação de descompasso entre escola/conteúdos/a vida, ou seja, para os jovens em questão, a escola parece ocupar um lugar em que prevalece a “modernidade sólida” e as suas trajetórias de vida apontam para situações em que prevalece a “modernidade líquida”, no sentido dos termos atribuído por Bauman.

  • YANA DE MOURA GONÇALVES
  • A JUDICIALIZAÇÃO DA APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL NO ESTADO DO PIAUÍ: UMA ANÁLISE DA ESTRUTURA E DOS CONFLITOS NO CAMPO JURÍDICO PIAUIENSE.
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 25/08/2023
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  • O conceito bourdieusiano de campo não se confunde com uma localização fixa, uma parcela de território determinada no espaço, mas sim, como uma ideia de um campo de batalha. Para Bourdieu, o campo é um local onde os agentes estão sempre em disputa pelo capital, que é escasso, e cujo monopólio é uma das formas de exercer a dominação sobre os demais agentes, sejam eles internos ou externos. Sob a ótica desse conceito, o presente trabalho pretende analisar os conflitos hermenêuticos no campo jurídico piauiense que se desenham em torno da judicialização da aposentadoria de servidores estaduais. Para isso, utilizando-se de método hipotético-dedutivo a partir da análise documental de publicações, decisões, pareceres e demais documentos pertinentes ao tema. O trabalho está dividido em três partes, primeiramente foi tratada a teoria do campo jurídico, posteriormente trabalhou-se a questão da judicialização, analisando o campo de conflito no exercício do monopólio de dizer o direito, e, por fim, discutida a concessão dos benefícios previdenciários de servidores abarcados pela regra do art. 19 do ADCT e abordada a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental por meio da qual o Estado do Piauí pleiteava a declaração de inconstitucionalidade dos artigos 8º e 9º da Lei Estadual n. 4.456/92. Como resultados, concluiu-se que no Brasil a judicialização foi construída a partir do movimento de redemocratização, e que atualmente esse movimento é uma das formas de manutenção do campo jurídico nacional.

  • RAYLA BEATRIZ DE ABREU CARDOSO
  • O ENSINO REMOTO NA ESCOLA PÚBLICA E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO PRIMEIRO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE TERESINA.
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 25/08/2023
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  • O ensino remoto foi implementado como prática pedagógica afim de minimizar os impactos do distanciamento físico do espaço escolar em meio ao contexto de pandemia causado pelo covid-19, vírus que se alastrou por todo o mundo no final de 2019, e que pela alta taxa de transmissibilidade e letalidade fez com que a Organização Mundial de Saúde recomendasse o fechamento de estabelecimentos considerados não essenciais. Os efeitos desse modelo de ensino merecem ser aprofundados para que tenhamos a compreensão de que modo foi afetado o processo de ensino-aprendizagem, particularizando neste estudo, o primeiro ciclo do ensino fundamental da rede pública municipal de Teresina-PI. Tem-se por objetivo geral compreender como as práticas pedagógicas adotadas por uma escola pública de Teresina-PI afetou a vida escolar de alunos e alunas do primeiro ciclo do ensino fundamental. Tendo como referencial dentre os autores: Áries (1981), Castells (2005), Saviani (2020), assim como leis e decretos. Para este estudo foi realizada uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa. O universo amostral é constituído por dois professores do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais em uma escola Municipal na cidade de Teresina-PI, oito alunos pertencentes à mesma escola e seus respectivos responsáveis. Os dados foram gerados por meio de entrevistas semiestruturadas e questionário e analisados considerando e relacionando autores como Bardin (2016). Os resultados apontam que uma quantidade significativa de crianças que não foram contempladas com o ensino remoto, não participando das atividades escolares naquele período e aqueles que participaram acreditam terem sido prejudicados pela forma como se deu o período de aulas online na rede pública municipal. Dessa forma, podemos entender que as práticas adotadas pela rede municipal não foi capaz de abranger todo o público atendido por ela, deixando um número considerável de estudantes afastados das atividades escolares no período pandêmico.

  • RAPHAEL GERARDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • DO MOVIMENTO ALTERNATIVO "POEZINE" EM TERESINA-PI, AO SARAU RATOS DI VERSO NO RIO DE JANEIRO-RJ
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 24/08/2023
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  • A presente pesquisa busca compreender quais são os marcadores identitários constituídos nos rituais de uso das drogas psicodélicas dentro do segmento alternativo que geram os conflitos na relação com os diversos grupos sociais existentes na sociedade contemporânea das cidades de Teresina-PI e Rio de Janeiro- RJ. De modo específico, busca identificar os movimentos alternativos dentro dos movimentos sociais; mapear os grupos de usuários de drogas psicodélicas dentro dos movimentos alternativos; conhecer a noção de drogas psicodélicas para os usuários e produzir um vídeo etnográfico sobre os conflitos gerados pelos rituais de uso de drogas psicodélicas nos movimentos alternativos. Para isso, utilizo as noções teóricas de Marc Augé no seu conceito de supermodernidade; Karl Marx e os clássicos da sociologia Marx Weber e Durkheim para ilustrar o conceito de trabalho; Maffesoli no conceito de “tribos”; Ortega y Gasset, Mannheim sobre juventude e geração; Comaroff, J & Comaroff acerca do conceito de alternativo; Lévi-Strauss, Bourdieu e Saussure em suas contribuições teóricas sobre estruturalismo e estrutura da linguagem; entre tantos outros; realizando a pesquisa de campo por meio de entrevistas, do recolhimento de imagens fotográficas e da observação participante. As análises previamente nos encaminham para a identificação de conflitos internos (etiquetas no uso de drogas e criação artísticas perto de crianças), assim como conflitos externos (etiquetas morais no uso de drogas psicodélicas em ambientes onde existem a presença de não usuários).

  • KAÉLIO FRANCISCO LUZ
  • RACISMOS, SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E INJUSTIÇAS AMBIENTAIS: uma análise sobre espacialidades racializadas do Município de Picos (PI)
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 24/08/2023
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  • Esta dissertação examina os fenômenos das injustiças ambientais e da segregação socioespacial na formação do espaço urbano de Picos, município situado no centro-sul do Piauí e reconhecido como polo regional devido à sua importância para cidades adjacentes. A expansão urbana desordenada, aliada às particularidades geológicas e geomorfológicas do município, resultou em diferenciações socioespaciais e paisagísticas. Esse processo é acentuado pelo racismo ambiental, que se manifesta na distribuição desigual e direcionamento de populações negras para regiões estigmatizadas, economicamente desfavorecidas e altamente expostas a riscos e vulnerabilidades socioambientais. O propósito central da pesquisa é analisar as regiões do município com maior concentração de residentes negros e os mecanismos de racismos que perpetuam estereótipos culturais, estabelecendo uma hierarquia urbana vinculada às injustiças ambientais e segregação socioambiental. Esse estudo adota uma abordagem qualitativa, interdisciplinar, fundamentada no materialismo histórico e dialético. Emprega análise empírica e outros métodos de análise com foco em nuances particulares da realidade investigada, revelando subjacentes questões raciais, ambientais e sociais, apontando ainda, para possíveis transformações. A pesquisa se baseou, em sua fase inicial, em revisão teórica e documental, englobando dados do IBGE de 2010 e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Além disso, utilizou-se de registros diários, através do diário de campo, entrevistas e conversas com indivíduos familiarizados com o contexto social analisado, bem como de fotografias, imagens e cartografia para uma análise sociológica mais aprofundada. Os resultados apontam que os grupos étnico-raciais mais vulneráveis, durante a evolução do espaço urbano de Picos, foram relegados a áreas onde as injustiças ambientais são prevalentes, enfrentando desafios como inundações, deslizamentos e carência de infraestrutura urbana básica. Este cenário impede a mobilidade social deste grupo, confinando-o a áreas marcadas por desigualdades socioambientais. Tal enfoque, sugere ser necessário considerar o território sob uma perspectiva racial, de cor, renda e classe como aspectos fundamentais para que seja compreendida a diferenciação socioespacial e a exposição desigual da população negra do município às injustiças ambientais em comparação com a população não negra da cidade, de modo que o Poder Público e os agentes sociais superem as desigualdades nas condições sociais de vida da população negra do município, entendidas como dimensão do racismo estrutural brasileiro.

  • JOHNNE PETTERSON DE SOUSA ARAUJO
  • POR UM FIO: o trabalho de jovens em empresa de call center em Teresina
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 23/08/2023
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  • O presente estudo debruça-se em compreender sobre o trabalho de jovens em empresa de call center, na cidade Teresina-PI, na sua atividade trabalhista, que tiveram no telemarketing sua inserção no mundo do trabalho. Busca-se a partir disso investigar e analisar sobre como vem se constituindo esse trabalho em espaços de call center. Na primeira fase desta pesquisa, dei ênfase a pesquisa bibliográfica, acerca da relação do trabalho no call center trabalhos entre dissertações e teses produzidas no país. Para esta fase da pesquisa apresentei uma síntese dos principais pontos de discussão abordados nesses estudos, discutir esse material confrontando-o com a minha experiência. Os principais referenciais teóricos utilizados foram a concepção de trabalho presente na obra de Antunes e também as perspectivas da mulher proposta por Sorj, Probst. Na segunda fase da pesquisa, a metodologia proposta consistiu em analisar os discursos dos jovens trabalhadores operadores de uma empresa de telefonia celular de grande porte, localizada em Teresina, para conhecermos a realidade dos mesmos acerca dos efeitos da atividade trabalho pouco qualificado. A estudo revelou que o trabalho realizado não é considerado como passar um “trampolim”, diferente do que já foi abordado em outros estudos, outras situações que foi revelado diz respeito ao forte mecanismo de controle por parte da organização do trabalho tais como: ritmos acelerados e repetitivos, insuficiência de pausas e difícil relação com a supervisão, assédio moral e cobranças excessivas por produtividade, esses já são semelhantes aos apresentados em outros estudos, portanto, como os jovens trabalhadores vivenciam um processo de precarização do trabalho gerando impactos sobre sua vida, seu emocional cujo resultado tem sido o discurso da engrenagem do capital.

  • CLEIANE PEREIRA SOUZA DOS SANTOS
  • Amoladas a pedras-de-rio e águas: Encruzilhadas de mulheres, lavanderias e casas na Teresina periférica
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 25/07/2023
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  • A presente pesquisa foi um retorno às Encruzilhadas.Um grande retorno e reescrita sobre a vida realizadas à beira das pias de lavar roupas e louças,em suas casas,com seus vizinhos/comunidade e com suas crenças.As casas e a Lavanderia Comunitária dos Três Andares, localizado em uma favela da Zona Sul de Teresina, foram Encruzilhadas cheias de surpresas e assombros que moldaram a mim e a estas mulheres para um melhoramento nosso por meio desse lindo (re)encontro.Nesses caminhos fui banhada, aninhada e zelada pelas mulheres destas comunidades periféricas,em sua maior parte negras,que partilharam comigo suas histórias de vida carregadas de violências,marcado pelo expresso efeito do projeto destrutivo colonialista brasileiro que sempre se esmerou em apagar a cosmovisão de negras e negros da diáspora africana,mas também pela criatividade e dinamicidade concebidas por elas no e com o meio onde habitam.Diante disso,para me precaver das análises universalistas que só conseguem apreender as agências femininas postuladas como resistências que,aferrei-me às contribuições teóricas de Veena Das(2020) e Saba Mahmood(2006),uma vez que em seus trabalhos etnográficos no Médio Oriente(Paquistão e Egito),as pesquisadoras estão olhando para as mulheres muçulmanas apontarem suas saídas em contextos sociais marcadamente violentos e patriarcais,mobilizando suas agências,fora das prescrições de resistência das agendas feministas ocidentalizadas.Assuntar e acompanhar as oralidades destas mulheres periféricas me permitiu perceber que o gesto do “aguentar” produzidos por elas banham, esfriam e apaziguam as Encruzilhadas da vida parindo processos de cuidar que atuam na restituição da vida e da dignidade do seu povo.Em outras palavras,suas casas,a lavanderia,a dimensão territorial onde habitam e os processos de cuidar são as Encruzilhadas,que de forma criativa e dinâmica elas tecem modos de ser e estar no mundo cheios de possibilidades e firmezas fundamentados na continuidade do trabalho de viver.

  • ISRAEL DE SOUSA RIBEIRO
  • Casa não é escola: as interfaces do Ensino Remoto Emergencial no contexto das práticas escolares mediadas por telas
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 19/06/2023
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  • O presente estudo discute acerca do Ensino Remoto Emergencial (ERE), formato de
    ensino decorrente do advento abrupto da crise sanitária mundial causada pela pandemia
    da COVID-19. Adotado pela maioria das instituições de ensino no território brasileiro
    durante a crise pandêmica, o ERE foi articulado no intento de evitar a descontinuidade
    das práticas escolares, caracterizando-se pelo deslocamento do processo de ensinoaprendizagem
    do espaço escolar para o âmbito virtual, pressupondo para isso o uso das
    Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs). Em contrapartida, uma
    série de mudanças foi implantada nas práticas escolares, incorporando demandas
    educacionais ainda mais complexas. Dada a realidade educacional marcada por
    incertezas, torna-se emergente a discussão acerca dos aspectos subjacentes às práticas de
    ensino-aprendizagem mediadas por telas, aliada ao pensamento sociológico, enquanto
    potencial analítico para o entendimento da complexidade educacional concebida durante
    a pandemia da COVID-19. A pesquisa teve como objetivo geral analisar as interfaces do
    ERE no contexto das práticas escolares mediadas por telas. Para tanto, foram elencados
    os respectivos objetivos específicos: identificar, a partir do relato dos interlocutores da
    pesquisa, as principais mudanças nas práticas escolares no contexto do ERE; descrever,
    com base na percepção dos entrevistados, os impactos causados na relação educadoreducando
    em decorrência do ERE e suas consequências no ambiente familiar; bem como,
    verificar nas discursividades dos atores escolares os aspectos que revelam a importância
    da escola para a promoção da aprendizagem. A partir de uma abordagem qualitativa, o
    estudo foi realizado tendo como lócus de pesquisa o Centro Estadual de Tempo Integral
    Didácio Silva, instituição escolar que atua com a oferta do Ensino Médio e integra a Rede
    Pública Estadual de Ensino do Piauí, situado na zona sudeste do município de Teresina.
    Os participantes da pesquisa correspondem a um total de 32 atores da instituição de ensino
    pesquisada, representando as categorias Educandos – Educadores – Gestores. As técnicas
    utilizadas para a produção dos dados foram o questionário fechado, entrevistas diretas e
    observação não-participante. Para a análise dos resultados utilizou-se, principalmente, as
    práticas discursivas vinculadas a produção de sentidos, que viabilizaram o fortalecimento
    da ação analítica diante dos dados produzidos. As análises revelam que a instituição de
    ensino pesquisada promoveu práticas escolares diferenciadas no período do ERE,
    oferecendo estratégias de ensino diversificadas como forma alternativa para superação
    dos desafios impostos pela situação pandêmica. Todavia, é preciso destacar que,
    inevitavelmente, suas práticas de ensino-aprendizagem foram marcadas por novas formas
    de exclusão, visto que nem todos os educandos do CETI tiveram acesso as aulas remotas,
    assim como, o aprendizado adquirido pelos educandos participantes da pesquisa não foi
    considerado plenamente satisfatório.

  • ALESSANDRA LEITE
  • TRANSIÇÃO CAPILAR COMO AFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA: UM MERGULHO AUTOETNOGRÁFICO DE RESISTÊNCIAS E ACEITAÇÃO DE UMA JOVEM NEGRA
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 30/05/2023
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  • Considerando que a sociedade moderna se encontra cada vez mais em pauta com o campo da transição capilar, sendo, inclusive, consideradas para o reconhecimento identitário, esta dissertação é uma análise intersubjetiva sobre este campo. Através de vivências pessoais foi possível me identificar como pessoa negra e capaz de suprir essa necessidade imposta pela sociedade branca de que mulheres devem ter um padrão de beleza por eles impostos, composto de cabelos lisos, peles claras e maquiagem moderada. O entendimento de forças femininas sobre se aceitar e sobre impactar outras pessoas a fazerem o mesmo é uma realidade que não está distante da nossa, inclusive acontecendo. Esta dissertação é uma pesquisa baseada em uma das maiores resistências negras das últimas décadas, Nilma Lino Gomes, pedagoga, escritora, primeira mulher negra a comandar uma universidade federal e entusiasta da luta contra o racismo, esta figura feminina tem sido inspiração para a aceitação pessoal de várias outras mulheres. Para realizar este estudo com êxito e se baseando nas premissas corretas, o objetivo geral da minha pesquisa foi analisar meu processo de transição capilar, de modo a percebê-la como afirmação de construção de identidade e resistência realizando uma análise na obra de Nilma Lino Gomes. Este posicionamento foi essencial para responder à pergunta de pesquisa: como minha experiência com a transição capilar pode estar articulada com a obra da autora Nilma Lino Gomes, sobretudo analisando através da autoetnografia as categorias identidade e resistências em sua tese?Esta dissertação demonstrou que as resistências da mulher negra no cenário moderno tem sido cada vez mais consideradas. Como é de se esperar, o aporte teórico está estruturado sob a luz das concepções de Nilma Lino Gomes e outras autoras entusiastas da luta contra o racismo, como Mbembe (2016); Munanga, (2019) e Pinto e Ferreira (2014). Os resultados desta dissertação mostraram que a luta por um espaço na sociedade ainda é tão constante como antigamente, todavia as mulheres têm recebido bem esse novo espaço por elas conquistados através de lutas e tem encorajado outras mulheres a encontrar-se com a sua real identidade. Padecer sob uma perspectiva historicamente branca, de cabelos lisos, de corpos perfeitos e da aceitação masculina, não tem sido mais vista como uma pauta a ser tratada como antigamente era, a força feminina, principalmente de mulheres negras transborda essas barreiras arcaicas.

  • WANNEY CAVALCANTE PINHEIRO
  • A EXTENSAO DO CÁRCERE NA PENITENCIÁRIA MISTA DE PARNAÍBA - PI: A PUNIÇÃO ULTRAPASSA AS GRADES
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 15/03/2023
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  • O presente trabalho tem como objetivo apresentar o processo de extensão do cárcere, dentro do conceito de Prisionização, e avaliar os impactos causados nas constituições familiares na sua ambientação com o sistema penitenciário, alcançando as necessidades explícitas para os visitantes das pessoas encarceradas no locus da pesquisa na Penitenciária Mista de Parnaíba, localizada na região litoral do estado. Nesse sentindo, buscou-se compreender como o princípio da intranscendência da pena é não observado e não respeitado pelo Estado em relação às famílias dos encarcerados. Percebe-se que a estigmatização ganha contornos severos, configurando como efeito extensivo da prisão o social, psicológico/emocional e financeiro. Utilizou-se uma abordagem qualitativa na qual foi realizado uma revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas que, por sua vez, foram analisadas por meio do método de interpretação de sentidos. A partir de uma perspectiva criminológica, realizou-se um estudo bibliográfico que, somado ao levantamento do DEPEN/MJ, trazem um panorama real da população carcerária no Brasil. A pesquisa analisa a trajetória de cinco visitantes que experenciam essas vivências extensivas do cárcere. Procedeu-se à narrativa de suas histórias de vida, relatadas sob a perspectiva delas próprias. Tais discursos possibilitaram a análise real dos efeitos colaterais da prisão, focalizando nas estratégias e sofrimentos das visitantes ouvidas.

  • FERNANDA SOUSA RODRIGUES
  • A FLOR DA TELA: EMOÇÕES JUVENIS NO INSTAGRAM DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 28/02/2023
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  • Na atualidade, as redes sociais na Internet são uma das ferramentas de comunicação
    e interação nas relações e vínculos dos indivíduos em sociedade. No entanto, mesmo
    com os avanços tecnológicos já produzidos, não abrange a todas as realidades sociais
    quando relacionamos ao fato de que nem todos têm acesso à Internet e dispositivos
    móveis, evidenciando critérios de inclusão e exclusão em redes sociais na Internet. O
    convívio em meio desses espaços tem suscitado vários estudos para analisar as
    formas de estar inserido ou não em uma rede social, em relação a vários aspectos
    comportamentais e sociais, dentro e fora dessas redes para determinados grupos
    sociais, os quais destacamos as juventudes. Na pandemia, dados apresentados pela
    Pesquisa Nacional de Acesso por Domicílios Contínua (2021) revelaram a exclusão
    de um percentual de 28,2 milhões de pessoas acima de 10 anos de idade no acesso
    à Internet por motivos de localização, interesse, acesso e manuseio de aparelhos
    eletrônicos. Por outro lado, dados do relatório Juventudes e a Pandemia do
    Coronavírus (2021) destacou em pesquisa realizada com 68 mil jovens no Brasil, que
    seis a cada dez jovens com acesso à Internet passaram a utilizar mais as redes sociais
    em decorrência dos efeitos diretos e indiretos da pandemia nas relações sociais,
    condições de saúde física e mental. Nesse sentido, a presente investigação
    problematiza como as emoções potencializam-se como forma de sociabilidades
    juvenis no Instagram durante a Pandemia da Covid-19. Definimos como objetivo geral
    analisar as relações sociais juvenis na rede social Instagram e as formas como
    expressam suas emoções no contexto da pandemia. E como objetivos específicos:
    mapear perfis de jovens que se relacionam no Instagram por meio do perfil @ufpi,
    observar os perfis de jovens para descrever os conteúdos por eles veiculados e as
    interações estabelecidas por meio dos emojis, curtidas, comentários, imagens, vídeos;
    e compreender as expressões de emoções manifestadas pelos jovens. Para isso,
    adensamos referências teóricas sobre as juventudes, mídias e relações sociais, para
    relacionarmos com as interações durante a pandemia no Instagram. Utilizamos como
    método de pesquisa a etnografia aplicada à Internet (Hine, 2015) com uso das
    técnicas de observação participante aos perfis públicos de onze jovens e a realização
    de entrevistas com quatro jovens, que moram em Teresina, de diferentes identidades
    sociais, de cursos da graduação da Universidade Federal do Piauí, do campus de
    Teresina e que durante a pandemia utilizaram o Instagram como meio de interação
    para compartilhar em seus perfis publicações sobre os seus cotidianos, se relacionar
    e expressar suas emoções durante o isolamento, na flexibilização das atividades e
    sobre a vacinação. Percorrer o espaço do Instagram demonstra a fluidez das
    identidades e das conexões que se perdem sem a troca de um capital social contínuo.
    As análises das informações recolhidas permitem concluir que considerando a
    gravidade e os efeitos da pandemia nas sociabilidades, os jovens postaram mais
    conteúdo positivo do que negativo em seus perfis, evidenciando o autocontrole das
    emoções sentidas e expressadas, seguindo uma etiqueta das emoções e de imagem
    nas publicações realizadas no feed e nos stories sobre os seus cotidianos, mesmo
    durante a pandemia.

  • BININBA DJATA
  • DESIGUALDADE DE GENERO NA POLITICA DA GUINE-BISSAU: UM ESTUDO A PARTIR DAS NARRATIVAS DAS MULHERES
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 28/02/2023
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  • Diante das desigualdades socioeconômicas e políticas entre os gêneros, este trabalho analisa a desigualdade de gênero na política da Guiné-Bissau após a abertura democrática, tendo como recorte temporal (1994-2020), período da primeira e das últimas eleições gerais. Diante disso, o trabalho buscou identificar os principais problemas que estão por trás da baixa representatividade feminina na política. Na primeira parte, o trabalho centrou-se na revisão teórica das principais autoras\es que abordam a problemática de gênero, política e a representatividade. E a segunda parte utilizou dos estudos empíricos, a partir dos relatos das experiências das mulheres que atuam na política partidária, candidatas ao cargo de deputada da Nação e que ocuparam cargos públicos no governo do país. Para isso, entrevistamos seis (6) mulheres, das quais três eram do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC); duas pertencem ao Partido da Renovação Social (PRS) e uma pertence ao Partido da Unidade Nacional (PUN), isso proporcionou uma reflexão crítica e ideológica em torno de diferentes perspectivas sobre a temática. O estudo se centra no uso do método qualitativo através da sua técnica da revisão bibliográfica e análise documental que se deu por meio de livros, artigos, sites, relatórios nacionais e internacionais que debruçaram sobre a temática e permitiram fazer coletas e análises de informação. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e análise documental a fim de entender a representatividade da figura feminina na política e nos altos cargos administrativos da Guiné-Bissau. A análise das entrevistas é feita a partir da abordagem das narrativas, a partir da qual são interpretadas as falas e experiências relatadas pelas mulheres na interlocução da pesquisa de campo.

  • LUCIANA DA SILVA RAMOS
  • CARNAÚBA AMARELA: MEMÓRIA, ORALIDADE E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA (2003-2023)
  • Orientador : FRANCISCO PEREIRA DE FARIAS
  • Data: 14/02/2023
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  • Esta dissertação propõe estudar o processo de autoidentificação da comunidade
    quilombola Carnaúba Amarela, localizada na zona rural da cidade de Batalha, no
    estado do Piauí. A partir do Decreto nº 4.887/2003, as comunidades remanescentes de
    quilombos passaram a ter autonomia referente ao seu passado. Em junho de 2006, a
    Fundação Cultural Palmares (FCP), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, do
    governo federal, concedeu a certidão de autorreconhecimento à Comunidade
    Carnaúba Amarela, identificando-a como “remanescente de quilombo”. Dessa forma,
    o objetivo desta investigação é compreender o processo de autoidentificação e
    reinterpretar a história de Carnaúba Amarela. Nessa direção, utiliza-se a História Oral
    como método de pesquisa, recorrendo à técnica da entrevista para a aquisição de
    informações, priorizando a oralidade do grupo e dando ênfase às vivências dos
    sujeitos participantes para a construção de sua própria história. Recorre-se,
    principalmente, às epistemologias sobre a temática para investigar o processo da
    identidade quilombola. Por oportuno, levantam-se discussões conceituais sobre os
    termos que norteiam e dão sentido ao estudo proposto, a exemplo de: memória;
    identidade étnica; quilombo; e remanescentes de quilombo. Com base nas literaturas e
    as narrativas orais do grupo, concebe-se que, possivelmente, a comunidade não se
    formou de um quilombo de escravizados fugidos, como no caso do Quilombo dos
    Palmares. Atualmente, a identidade da comunidade é positiva, construída na luta pelo
    reconhecimento como ‘remanescente de quilombo’. A propósito, a comunidade tem
    orgulho dessa nova identidade e deixou no campo das memórias o passado de dor,
    sofrimento e humilhação. Ademais, a comunidade em apreço preserva algumas
    manifestações do passado, embora tenha agregado novos festejos relacionados à
    conquista da certidão emitida pela FCP. A comunidade recebeu orientações que
    vieram de fora - padre (Igreja) e vereadora (Estado) - na organização embrionária,
    visando ao reconhecimento como “remanescente de quilombo”. Os moradores
    organizam-se em pequenas roças, onde cultivam produtos para a subsistência e
    comercializam o excedente. Os benefícios da Previdência Social (aposentadoria)
    compõem a renda dos moradores. Percebe-se que a comunidade sente orgulho da
    nova identidade.

2022
Descrição
  • ANA KARLA COELHO DE CARVALHO
  • NAS TRILHAS DO(A) CAPITAL: ESTUDO SOCIOESPACIAL DE TERESINA - PIAUI
  • Orientador : ANA BEATRIZ MARTINS DOS SANTOS SERAINE
  • Data: 22/12/2022
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  • Esse trabalho tinha como foco originário identificar as mudanças experimentadas pelos trabalhadores do “comércio de rua”, partindo-se da reconfiguração socioespacial vivenciada por estes, ao serem transferidos do Centro de Teresina-PI para o Shopping da Cidade. Contudo, com a pandemia de COVID – 19 que se instalou e assombrou o nosso país, obrigando a população a praticar o isolamento social para evitar a proliferação da doença, o comércio não essencial de praticamente todo o nosso país foi obrigado a fechar as portas por um grande intervalo temporal, o que também ocorreu com Shopping da Cidade, espaço eleito como campo de pesquisa. Com a obrigatoriedade de reformulação do objeto, voltou-se o foco desta pesquisa agora para entender como o capital influenciou na tessitura, no desenvolvimento, no apogeu e no declínio do bairro Centro de Teresina. O capital, para se proteger encontra-se em constantes mudanças, se reinventado e impondo transformações em suas instituições, cabendo aos que não detêm os meios de produção os maiores esforços para garantir a sobrevivência, como ocorreu, por exemplo, entre os trabalhadores de comércio de rua de Teresina, bem como o processo de deslocamento de uma significativa parcela de famílias abastadas do centro da cidade à Zona Leste, acompanhadas por um comércio elitizado que viria a atender essa população que ali se instalou. Ora, mas por que, exatamente, Zona Leste? Buscou esta pesquisa pistas para descobrir o porquê de grande parcela da população ter migrado para o outro lado do Rio Poty, chamado de Zona Leste. Constatou-se a imperativa preponderância do capital em promover a própria morfologia de Teresina e que o processo de urbanização da cidade dos últimos anos contribuiu, de forma incisiva, para acentuar as disparidades existentes nos grupos e classes sociais, bem como na produção do espaço urbano. O problema desta pesquisa consiste em desvendar como o Centro de Teresina, passando por períodos de auge e posterior declínio, sempre alimentado pelos interesses do capital, perde a posição de espaço de prestígio e moradia da classe abastada da sociedade teresinense, para local de abandono, degradação de vários prédios históricos e comércio estigmatizado como voltado para atender apenas a população pobre. O trabalho encontra-se baseado no universo da teoria sociológica urbana e insere-se no âmbito da abordagem qualitativa, sendo necessário uma ampla pesquisa exploratória bibliográfica, bem como coleta de dados realizada de forma virtual através do “google forms”, em virtude da necessidade de mudança do objeto provocada pela COVID-19, pelo qual uma amostra de 38 (trinta e oito) pessoas escolhidas de forma aleatória, responderam em que bairro moram, em qual morariam, se morariam no centro da cidade de Teresina e o porquê da última resposta. A pesquisa se baseou além da leitura bibliográfica, em uma ampla abordagem através de imagens que ocupam local de importância e destaque em nosso trabalho, uma vez que se encontram aptas a inserir o leitor de maneira visual às respostas propostas ao longo de toda esta pesquisa, consistente em demonstrar como o capital vai mobilizando uma gama de recursos humanos, políticos, econômicos ou mesmo geográficos para impor a morfologia que a cidade de Teresina acabou assumindo ao longo de sua história. Por fim, concluímos que o capital além de influenciar a morfologia de toda a cidade, acabou por promover mudanças no formato de se praticar a urbanização e o comércio do Centro de Teresina, que passa de espaço inaugural da cidade por um apogeu que englobava famílias abastadas a lugar marginalizado e desabitado, com o comércio remanescente estigmatizado e voltado para população carente

  • RAIANNY DO NASCIMENTO SILVA
  • A POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL COMO ESPECTRO DA SOCIEDADE: Uma Análise Sobre a Política Estadual de Educação do Maranhão "Escola Digna” em Timon-MA.
  • Orientador : ANA BEATRIZ MARTINS DOS SANTOS SERAINE
  • Data: 25/11/2022
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  • A política pública é uma ação que visa solucionar problemas sociais através de
    iniciativas planejadas entre poder público e sociedade civil. Esta possui várias áreas e
    a Educação é uma delas, onde objetiva, de forma geral, a organização da Educação
    em todo território nacional entre os entes federados. Nessa perspectiva, a política
    pública de educação brasileira passa por problemas que vão desde a execução da
    agenda à articulação das políticas educacionais entre os governos subnacionais.
    Desse modo, essa pesquisa visa compreender como se deu o processo de
    implementação da Política Pública Estadual de Educação “Escola Digna” na cidade de
    Timon- MA. Para tanto, inicialmente é realizada uma discussão sobre políticas públicas
    de Educação a partir de conceitos-chave e sua construção histórico-política, a partir do
    processo da redemocratização brasileira. Em sequência é apresentada uma análise
    documental das legislações pertinentes para compreensão do processo de construção
    da política Escola Digna, assim concluindo com a análise do discurso dos gestores
    das instâncias municipais de Educação de Timon- MA(SEMED e URE) para
    compreender, através de entrevistas semi- estruturadas, como se deu o processo de
    implementação da política Escola Digna na cidade de Timon- MA.

  • EMANUEL CALEBE ARAÚJO SILVA
  • Experimenta também Jesus”: o mercado religioso no EJC, o Pluralismo e a produção de sentido de jovens encontristas em uma paróquia em Teresina/PI
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 16/11/2022
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  • Esta pesquisa estuda o mercado religioso no Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (PNSPS). A leitura feita pela investigação procura ressaltar as construções da autonomia dos jovens católicos deste grupo, em específico, fazendo diálogo com as tradições religiosas. A fundamentação teórica parte da conceituação de espiritualidade, religiosidade e religião. Este último conceito é interpretado a partir do diálogo com autores que compreendem as relações entre a modernidade e a construção de uma religião de salvação (BOURDIEU, 2007; DURKHEIM, 2013). Além disso, a globalização figura como elemento fundamental para o questionamento crítico das religiões, bem como a busca por autonomia da escolha da religiosa (GIDDENS, 1997). O objetivo desta investigação é compreender como o EJC, situado em um mercado de bens de salvação, dá autonomia à vivência da religiosidade diante de uma concorrência religiosa entre vertentes do Catolicismo. Para tanto, fez uma investigação em três eixos. O primeiro eixo, autoetnográfico, refletiu sobre as construções de sentidos do investigador, como membro do grupo estudado, que influenciou nos questionamentos feitos no eixo seguinte. O segundo eixo, grupo focal, reuniu três jovens membros do EJC em que se debateu sobre os conceitos de mercado religioso e inovação. Com isso, os interlocutores expuseram seus pontos de vista com relação às suas sociabilidades. O terceiro eixo, observacional, consistiu na imersão no campo do EJC através da via-sacra realizada pelo grupo e da anotação do diário de campo que permitiu compreender as teias de significados e relações produzidos pelo movimento religioso. Os dados construídos favoreceram à compreensão de que os jovens do EJC provocam flexibilizações nas regras católicas, bem como constroem um mercado consumidor favorável às socialidades tribais (MAFFESOLI, 1998) em que as panelinhas – pequenos grupos que incluem pessoas de mesma identidade e mesmos interesses e se distancia de pessoas não ligadas afetivamente – são formas de agregação adaptadas à organização oficial do EJC. Ou seja, as panelinhas não são ocasionais, mas inclinações construídas pelo próprio grupo a partir do organograma.

  • DASTUR COSTA CAMPOS
  • “Cordel de saia”: o que será que será? O cordel e as mulheres cordelistas da cordelaria Chapada do Corisco (COCHACOR)
  • Orientador : FERDINAND CAVALCANTE PEREIRA
  • Data: 31/10/2022
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  • O presente trabalho de dissertação abordou o cordel numa perspectiva sociológica,
    especificando-se o campo literário do cordel e as questões de gênero no saber-fazer
    das poetisas cordelistas teresinenses associadas a Cordelaria Chapada do Corisco
    (COCHACOR); bem como, o direito de entrada destas e as regras especializadas do
    campo literário do cordel que contribuem para as práticas discursivas das poetisas
    cordelistas. Desta maneira, quais as práticas discursivas das mulheres cordelistas
    dentro do campo literário? Para as classificações e análises ideológicas dos cordéis
    utilizaremos, inicialmente, as discussões de Proença, 1976 e Cavalcanti, 2007. A
    seleção, transcrição e análise do material seguirá o recorte teórico das categorias de
    Memória (HALBWACHS, 2004; NORA, 2003); Saudade (ALBUQUERQUE JÚNIOR,
    2011); Cultura Popular (CHARTIER, 1995); Campo literário (BOURDIEU, 2002),
    Gênero e Dominação Masculina (SAFFIOTI, 2004; BOURDIEU, 2004). Para a análise
    dos folhetos de cordéis, das entrevistas a serem realizadas e do grupo focal a ser
    desenvolvido iremos utilizar a perspectiva de práticas discursivas (SPINK, 2000) para
    fins da “tradução” da produção de sentidos das cordelistas, quer seja resultante de um
    processo de negociação/assujeitamento com os cordelistas. Os resultados
    encontrados apontam para um assujeitamento das cordelistas às regras do campo
    especializado do cordel. E ainda, da necessidade de uma chancela dos guardiões dos
    cordéis para que estas tenham o direito de entrada no cordel. Por fim, as poetisas
    cordelistas da COCHACOR não se encontram mais invisibilizadas.

  • JOÃO PAULO DA SILVA
  • ENTRE CONVERSAS E MEMORIAS: MULHERES DA AMAZONIA TUCUJU NARRAM SUAS HISTORIAS
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 29/09/2022
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  • A modernidade colonialidade produziu estereótipos de inferioridade e subalternidade àqueles não contemplados pelo ser eu, masculino, branco, rico e europeu. Ato contínuo, este trabalho foi desenvolvido na Amazônia amapaense e produzido a partir das vozes racializadas das amazônicas Marilda (in memoriam), Rejane e Sônia. Protagonistas das narrativas de suas vidas, a pergunta de pesquisa fundou-se no questionamento de como a territorialidade amazônica atravessa as interseccionalidades de gênero, raça e classe e particulariza a construção das histórias de vida de mulheres racializadas pertencentes a Amazônia Amapaense, para buscar as (in) conclusões do estudo em comento. Seu objetivo consistiu em analisar, através da interseccionalidade, como as opressões da ordem de gênero, raça, classe e territorialidade se intercruzaram nas trajetórias de vida das protagonistas, a partir de suas formações sócio-históricas individuais. O texto dissertativo literário construiu-se, ao campo, a partir das vozes das narradoras, que me contaram suas vidas em meio a um encontro presencial com Marilda (in memoriam) e dois encontros virtuais, respectivamente, com Rejane e Sônia. Por entender que a valorização da subjetividade seria imprescindível para criar uma atmosfera natural quanto aos relatos das narradoras, vislumbrei no método narrativo o instrumento possível para que as narrativas fossem fidedignas a seus olhares sobre suas histórias, dentro de um espectro de viverem em um país com feridas coloniais produtoras de racismo, sexismo, preconceitos regionais etc. Na condução das entrevistas narrativas biográficas, um roteiro com temáticas que abordaram pontos que foram do nascimento até suas visões de futuro foram os fios condutores para escuta e coleta de suas histórias. A interseccionalidade serviu como ferramenta analítica para projeção das subalternidades e resistências enfrentadas pelas sujeitas de pesquisas no decorrer de suas vidas. A subjetividade inerente ao estudo, pela ótica do vislumbre de que a inferioridade produzida pelo projeto colonial moderno tem na voz do subalterno a força e legitimação de sua (r)existência, alinhou-se a epistemologia decolonial, antirracista e feminista, a fim de, mesmo na consciência de não ser o subalterno capaz de mudar o status quo do eurocentrismo nas relações sociais e cientificas de ser, saber e poder, ser necessário a denotação de maior sentido a produções acadêmicas a partir de escrevivências latino americanas, conceito nascido à luz do pensamento de Conceição Evaristo. Para fechar, as vozes de teóricas como Grada Kilomba, Sueli Carneiro, Angela Davis, Piedade Videira, Zélia Amador de Deus e Catherine Walsh e de autores como Quijano, Dussel, Vieira e Souza fizeram coro com gritos de protestos de artistas amazônicas como Gaby Amarantos, Keila e Tami Martins. Junto às vozes das protagonistas, foi possível apresentar vivências reais em uma Amazônia outra, fora de um espectro colonial dominante de se pensar esse território para além de conceitos esvaziados como: pulmão do mundo, lugar atrasado, lugar de índio e mato. Ao contrário, foi possível um vislumbre de uma Amazônia urbana, encantada, pluricultural, contemporânea, afrofuturista, músico-instrumental, etc, etc. Quanto às suas (in) conclusões, vislumbrou-se o desvendar de rastros coloniais responsáveis por introjetarem na mentalidade social brasileira uma negação e inferiorização a tudo que remeta às vivências divergentes de um padrão moderno eurocêntrico colonial de existir. Re(x)istir, talvez resuma, o que Marilda, Rejane e Sônia trouxeram enquanto fontes primárias para consolidação deste todo textual, responsável por eternizar suas memórias e transformá-las em fontes pedagógicas anticoloniais imprescindíveis na manutenção e continuidade de lutas estratégicas contra opressões sócio estruturais derivadas do projeto imperialista colonial europeu.

  • JOÃO MARCELO BRASILEIRO DE AGUIAR
  • HISTÓRIAS PARA ALÉM DOS NÚMEROS: EXPERIÊNCIAS FEMININAS DE AUTORAS DE HOMICÍDIOS ÍNTIMOS
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 28/09/2022
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  • O presente estudo se propôs a discutir, a partir da perspectiva de gênero/feminista, homicídios íntimos praticados por mulheres no estado do Piauí, entre os anos de 2015 e 2019, considerando espaço de agência das mulheres que vivenciaram experiências de conjugalidade violenta. No Piauí, os homicídios são a segunda maior razão de prisões de mulheres, abaixo apenas do tráfico de drogas. O estudo partiu da problemática de que era necessário investigar particularidades dos casos de homicídio cometidos por mulheres, quando vivenciavam situações de violência doméstica. A delimitação do estudo consistiu em pesquisar sociologicamente casos nos quais as autoras dos homicídios íntimos vivenciaram situações de violência doméstica, compreendendo assassinatos dentro de contexto mais complexo de violências de gênero, que configuravam vivências das mulheres autoras de homicídios. A pesquisa foi construída a partir de uma abordagem quanti-qualitativa, de modo a compreender as teias de histórias e experiências destas mulheres, em seis etapas: a) pesquisa documental, por meio do estudo dos processos que apuraram estes crimes; e b) pesquisa de campo, desenvolvida através de entrevistas semiestruturadas com 3 (três) mulheres que cometeram homicídios íntimos. A combinação das abordagens permitiu observar aspectos importantes, que contribuem também para as discussões sobre o enfrentamento da violência de gênero e da efetiva proteção das vidas das mulheres.

  • ROBSON ALMEIDA FERRAZ
  • CLASSE TRABALHADORA E SOCIEDADE: PRESSÕES E DISPUTAS PELA POLÍTICA DE SALÁRIO MÍNIMO NOS GOVERNOS LULA (2003-2010).
  • Orientador : FRANCISCO PEREIRA DE FARIAS
  • Data: 31/08/2022
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  • O Brasil, desde os anos de 1930, busca estabelecer uma política de salário mínimo que respeite os acordos internacionais e atenda às demandas da classe trabalhadora interna. Os movimentos políticos que se estabeleceram com o fim da ditadura (1964-1985), vão se fortalecer cada vez mais, e acabar elegendo o primeiro presidente vindo dos quadros sindicais. Em nossa investigação observaremos que as pressões políticas que se deram em torno da política de salário mínimo no Brasil contemporâneo são reflexos de disputas políticas mais profundas no campo democrático. Identificamos três processos ao longo desta pesquisa que nos ajudaram a delimitar nossa pesquisa em torno da política de salário mínimo, que foram: os movimento da classe trabalhadora organizada, como as marchas do salário mínimo, as marchas das margaridas e outras manifestações públicas; as pressões de lideranças políticas e sociais no CDES, como as intervenções de conselheiros dos diversos segmentos, como empresários, acadêmicas e sindicalistas; e os resultados das pressões e disputas sobre a política de salário mínimo ao longo dos governos Lula. Em nossa hipótese, consideramos que os movimentos da classe trabalhadora, assim como outros segmentos sociais no CDES, foram essenciais para uma mudança no plano da política de salário mínimo construída ao longo dos dois governos Lula. Além dos elementos que destacamos, é possível que o crescimento econômico, as crises políticas e os processos eleitorais também tenham contribuído para as mudanças sobre a política de salário mínimo. Este trabalho teve como fontes de análise, as documentações do CDES, isto é, as atas de reuniões plenárias ordinárias, as cartas de concertação, a Agenda Nacional de Desenvolvimento e os 24 enunciados para o desenvolvimento, todos documentos de domínio público. Além dessa documentação, também utilizamos os dados produzidos pelo IBGE, análises produzidas pelo DIEESE e IPEA, e a literatura econômica, política, histórica e sociológica disponível sobre o tema.

  • KAMILA ALVES DE SOUSA CRUZ
  • 10 anos do Programa Minha Casa Minha Vida e seus resultados para o enfrentamento do déficit habitacional em Teresina.
  • Orientador : ANA BEATRIZ MARTINS DOS SANTOS SERAINE
  • Data: 31/08/2022
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  • O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) lançado em 2009 pelo Governo Federal significou um importante avanço no tratamento da questão habitacional no Brasil ao expandir as linhas de crédito e aumentar os subsídios para as famílias de baixa renda. Esta dissertação tem como objetivo geral apresentar os resultados de 10 anos do Programa Minha Casa Minha Vida para o combate ao déficit habitacional na cidade de Teresina, tendo como plano de fundo o Direito à Moradia. Para tanto, serão apresentados os instrumentos de institucionalização do Direito à Moradia no plano nacional e internacional, as políticas habitacionais brasileiras, a estrutura do déficit habitacional brasileiro e sua metodologia de mensuração, uma análise das estruturas elementares do Programa Minha Casa Minha Vida, focando em sua estrutura formal (teoria, prática e resultados) e, por fim, os resultados do programa em Teresina. Os dados foram obtidos a partir da pesquisa documental junto aos órgãos públicos, instituições de ensino e pesquisa, legislação relativa ao tema, etc. O trabalho apresentará o direito à moradia, bem como as políticas habitacionais brasileiras; um apanhado da estrutura do déficit habitacional brasileiro, a configuração do PMCMV, seus objetivos a atores; por fim, os resultados do programa com foco na modalidade urbana e, especificamente, nas produções habitacionais destinadas a Faixa 1 na capital do Piauí. Os resultados desta pesquisa evidenciam que o programa foi capaz de reduzir o déficit habitacional da cidade, no entanto as moradias fornecidas muitas vezes não atendem aos critérios de moradia adequada.

  • MARIA PALLOMA DA SILVA SANTOS
  • AS PRÁTICAS MÁGICO-RELIGIOSAS NO COTIDIANO DA COMUNIDADE CUSTANEIRA, PAQUETÁ-PI
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 19/08/2022
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  • O presente trabalho propõe estudar o cotidiano específico da comunidade quilombola Custaneira, zona rural no interior do Piauí, tendo a terra como um fator primordial para subsistência, realizando, através dela, o trabalho com a agricultura, a pecuária e o cuidado com a saúde; fazendo-se, em meio a labuta com o campo, o uso de práticas religiosas como forma de enfrentar as dificuldades quando encontradas. A religião e a magia fazem parte da dinâmica social desta comunidade, fatores responsáveis pelas crenças e elaboração da vida, estando presentes durante o cotidiano, desde a lida com o campo até às atividades culturais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar como essas práticas estão presente no trabalho dos agricultores familiares em busca de provisões, procurando assim, mapear e etnografar as práticas mágico-religiosas presentes no processo de trabalho dos agricultores familiares; descrever e classificar essas práticas que envolvem o trabalho na agricultura e pecuária, como também na cura e o cuidado com a saúde; afora isso, pretende-se analisar a importância do “amuleto dinheiro” no imaginário dos agricultores familiares. Justificando que nesse espaço em que forma a comunidade quilombola Custaneira apesar da escassez de recursos presentes nas grandes cidades, provenientes do dinheiro, seus moradores conseguem produzir seu próprio sustento, recorrendo poucas vezes aos recursos que vem de fora, encontrando respaldo para a sobrevivência nas crenças tecidas nesse chão. Essa pesquisa está respaldada pelo método etnográfico, que permite compreender as vivências dos agricultores familiares diante suas crenças e práticas cotidianas, além de apontar-nos as mais diversas formas de se constituir a vida no campo.

  • ANA CAROLINE JARDIM OLIVEIRA
  • PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA ENTRE LICENCIADOS EM CIÊNCIAS SOCIAIS DA UESPI - CAMPUS POETA TORQUATO NETO
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 12/07/2022
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  • As intermitências da Sociologia na educação básica e sua reintrodução no currículo escolar através da lei Lei n. 11.684/08 impactaram o ensino da disciplina de duas formas: i) dificuldade em determinar teorias e métodos para seu ensino; e ii) expansão tardia dos cursos de formação de professores de Sociologia. Em 2013 — 5 anos após o retorno da disciplina ao currículo —, é criada a licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Piauí – Campus Poeta Torquato Neto, uma das mais recentes do país. A distância de 28 anos entre a implementação desta licenciatura na outra IES que oferta vagas presenciais no estado do Piauí (a Universidade Federal do Piauí – UFPI) e de, no mínimo,15 anos entre as licenciaturas da mesma instituição/campus atrasou seu processo de consolidação. Ao identificarmos uma quantidade reduzida de disciplinas didático-pedagógicas na matriz curricular do curso, assim como dificuldades educativas decorrentes do pouco contato com o âmbito escolar durante minha formação inicial, decidimos analisar como os licenciandos em fase de conclusão de curso mobilizam (ou não) estratégias para suprir necessidades formativas na licenciatura em Ciências Sociais da UESPI/TN. Em busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), identificamos que a maioria das pesquisas sobre o tema é voltada para a educação básica (18) em detrimento do ensino superior (9), e que o estudo mais próximo dos objetivos deste estudo analisou a matriz curricular de cursos de licenciatura na área, documentos oficiais e não relatos discentes. Nesse sentido, o presente estudo possui como objetivo geral compreender o processo de construção de autonomia entre licenciandos do referido curso e campus. Seus objetivos específicos incluem: i) identificar como as práticas docentes observadas na licenciatura influenciam o agir discente destes futuros professores; ii) descrever posturas de autonomia dos licenciandos; iii) demonstrar como as práticas destes estudantes divergem ou assemelham-se às expectativas educativas externadas pelos mesmos. Como hipótese inicial estipulamos que, devido à formação pedagógica insuficiente para enfrentar os desafios encontrados na profissão docente, os licenciandos que exercem sua autonomia de forma mais crítica o fazem por terem contato com algumas dessas práticas reflexivas e transformadoras durante a licenciatura. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica acerca dos eixos estruturantes da autonomia profissional, conforme José Contreras (2012): i) modelos de professores (CONTRERAS, 2012); ii) profissionalidade docente (GIMENO SACRISTÁN, 1999; CONTRERAS, 2012; ROLDÃO, 2005); iii) reflexividade (DORIGON; ROMANOWSKI, 2008; SCHÖN, 1997; DOMINGUES, 2002; GIDDENS, 1991); iv) autonomia profissional (CONTRERAS, 2012). A coleta de dados ocorreu através de entrevistas semiestruturadas (via Google Meet e Whatsapp) com licenciandos do último (8º) período, sobre a trajetória escolar e acadêmica dos discentes, além da relação com os professores, currículo do curso e experiências nos Estágios Curriculares. Para confrontar os relatos com suas práticas, realizamos observação participante online nas aulas do referido curso entre os meses de agosto-setembro/2021. Após a transcrição e posterior revisão pela pesquisadora, construímos um Quadro de referência com sínteses dos conceitos abordados para melhor categorizar as falas e identificar o fenômeno da construção de autonomia entre licenciandos do curso. Concluímos que os licenciandos em Ciências Sociais da UESPI/TN consideram insuficiente sua formação didático-pedagógica no curso e a criticam por focar-se nas disciplinas teóricas específicas e em pesquisa. Também demonstramos que valorizam a resposta criativa a situações-problema através de metodologias que atraiam o aluno para a disciplina de Sociologia, além de garantir a construção de conhecimento de forma relacional e significativa, ao passo em que rejeitam posturas docentes autoritárias. Contudo, até o momento, tais posturas de autonomia referem-se, em sua maioria, ao seu futuro trabalho docente, refletidas nas expectativas externadas pelos mesmos. Assim, reconhecemos que este estudo, enquanto instrumento avaliativo do curso, pode auxiliar na implementação de novas oportunidades didático-pedagógicas para os licenciandos, para que forme professores comprometidos com um ensino democrático e transformador

  • MARISOL DANTAS ANDRADE
  • VELHICES NA PANDEMIA: a escuta sensível de vozes e perspectivas de pessoas idosas através do telefonema acolhedor.
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 08/07/2022
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  • Este estudo foi desenvolvido com o intuito de demonstrar os desafios do envelhecer
    durante o enfrentamento da pandemia da Covid-19, a partir da escuta de idosos
    participantes da Ação Emergencial Telefonema Acolhedor, uma das intervenções do
    Programa de Extensão Universitária para Pessoas Idosas - PTIA na Comunidade, da
    Universidade Federal do Piauí. O problema que norteia a presente pesquisa, questiona
    como a escuta pelo Telefonema Acolhedor pode ser instrumento de acolhimento e
    cuidado aos idosos durante a pandemia da Covid-19, em Teresina – PI? Tem por
    objetivo geral: Compreender como o Telefonema Acolhedor promove o acolhimento
    das necessidades físicas e emocionais dos idosos que são atendidos e pela Ação, durante
    o período pandêmico. E por objetivos específicos: relacionar as diversas vertentes do
    envelhecer durante a pandemia e suas implicações na sociedade contemporânea;
    demonstrar como o uso de mídias sociais pode interferir no isolamento social imposto
    pela pandemia; correlacionar a escuta como mecanismo de cuidado, através da narrativa
    dos idosos e enfatizar os maiores desafios enfrentados pelos idosos, no ambiente
    familiar, no período de pandemia. A discussão teórica foi fundamentada em
    BEAUVOIR(1970), BOBBIO(1997), DEBERT(1999), FRAIMAN(2016),
    GOLDEMBERG(2013), LISPECTOR(1998), MINAYO(2002), MORIN(2020),
    SANTOS(2019), SANTOS(2009;2020), SCHIRRMACHER(2005).
    THOMPSON(1992). Para que os objetivos propostos fossem atendidos, na
    metodologia, fez-se o uso de narrativas/ história oral como instrumento de pesquisa e
    como fonte documental, com informações coletadas semanalmente por meio de
    chamadas telefônicas, vídeo chamadas, mensagens de texto, de áudios e diálogos, que
    permearam sobre diversos temas inerentes à realidade de cada um dos sete idosos
    acompanhados por mim, enquanto voluntária do Telefonema Acolhedor, durante
    aproximadamente cinquenta e duas semanas. Nessa relação dialógica com as pessoas
    idosas pude compartilhar de suas experiências, anseios, desejos, medos, necessidades
    físicas, emocionais e a percepção dos idosos sobre a representação das suas velhices.
    Observo que a ferramenta de escuta e o uso de mídias sociais vem contribuindo de
    modo significativo para minimizar o impacto do distanciamento social e dos desafios
    físicos, psíquicos e econômicos que acompanham o processo de envelhecimento neste
    período de pandemia atual.

  • CLARISSA DA COSTA CARVALHO
  • Eu posso ver estrela sem ver uma grade”: relatos das experiências de mulheres egressas de uma penitenciária mista
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 06/07/2022
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  • presente trabalho tem por objetivo apresentar a narrativa de mulheres egressas do sistema penitenciário quanto às experiências que vivenciaram durante o período em que estiveram privadas da liberdade e como este período que passaram presas impactou e impacta a sua vida e sua rede de relacionamentos. Nesse sentido, buscou-se compreender como se deram as vivências no âmbito dos relacionamentos afetivos e afetivo-sexuais durante o período que estiveram reclusas e refletir sobre as estratégias que essas mulheres adotaram no sentido de enfrentar as adversidades que se vislumbram, em virtude das questões de gênero, e que influenciam a forma como mulheres vivenciam o cárcere e o pós-cárcere. Utilizou-se uma abordagem qualitativa na qual foi realizada uma revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas que, por sua vez, foram analisadas por meio do método de interpretação de sentidos. A partir de uma perspectiva feminista crítica, pautando-se em epistemologias de fronteira, realizou-se um estudo bibliográfico que, somado ao levantamentos de informações publicadas pelo Ministério da Justiça, trazem um panorama sobre o perfil sociodemográfico das mulheres encarceradas no Brasil, possibilitando a construção de um referencial teórico que discute os temas mais pertinentes neste trabalho, quais sejam: gênero, cárcere, relações sociais, criminalidade feminina, afetos, desigualdades sociais e questões interseccionais. A pesquisa analisa as trajetórias de cinco mulheres que experienciaram a vida no cárcere e vivenciaram relacionamentos enquanto presas. Procedeu-se à narrativa das suas histórias de vida, relatadas sob a perspectiva delas próprias. Os relatos abriram inúmeras possibilidades de análise, não apenas sobre relacionamentos amorosos, mas sobre a vida antes do cárcere, o ingresso no âmbito criminal, redes de afetos e a vida em liberdade após a experiência da prisão. Por isso, reflexões sobre questões como desigualdades, exclusão, violência e estratégias de sobrevivência foram analisadas de forma relacional às questões de relacionamentos afetivos, pois também atravessam a história de vida das mulheres ouvidas.

  • ÉRICA PATRICIA DE OLIVEIRA SANTOS
  • PERSPECTIVAS DOS ESTUDOS DE GÊNERO E VIOLÊNCIA DE GÊNERO: contribuições das pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós- Graduação de Sociologia-UFPI.
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 30/06/2022
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  • O presente trabalho adentra nos estudos e pesquisas do Programa de Pós-graduação de Sociologia — PPGS/UFPI, desenvolvidas por mestrandas/o inseridas/o na linha de pesquisa: Gênero, sexualidades e geração. As dissertações selecionadas analisam questões relacionadas aos estudos de gênero, especialmente as problemáticas sociais que evidenciam as violências de gênero e suas distintas manifestações em diferentes contextos. Nesta perspectiva, elaborei as seguintes questões norteadoras: Quais percepções e sentidos são atribuídos aos conceitos de gênero e violências de gênero nas pesquisas defendidas no período de 2014-2021 do PPGS/UFPI? Quais aportes teóricos-metodológicos são referenciados nas análises das problemáticas de gênero e violência das pesquisas selecionadas? Proponho como objetivo geral: Conhecer os procedimentos teóricos-metodológicos para análise dos sentidos e significados de gênero e violências de gênero atribuídos pelos autores e autoras das dissertações investigadas. E como objetivos específicos: 1) Revisitar estudos e teorias das principais estudiosas das abordagens de gênero e violências de gênero; 2) Realizar um balanço das dissertações que evidenciam estudos sobre gênero e violências de gênero, através da análise dos temas e resumos;3) Apresentar os principais marcos teóricos presentes nas dissertações analisadas relacionando-os aos estudos de gênero na atualidade. É um estudo qualitativo, tendo como base a pesquisa documental e bibliográfica, com ênfase na análise de conteúdo segundo Bardin (2011). A abordagem teórica está ancorada na perspectiva analítica das seguintes autoras: Joan Scott (1995); Raewyn Connell (2015, 2016); Heleieth Saffioti (2015); Judith Butler(2016) e Guacira Lopes Louro (1997). Portanto, os resultados da pesquisa contemplam os dados das dissertações defendidas por pesquisadores da linha de gênero, sexualidades e geração a partir de 2014 e demonstram os investimentos coletivos e pessoais dos professores e discentes comprometidos em fazer avançar os estudos sobre gênero e violência de gênero, considerando o campo de abrangência de atuação do PPGS/UFPI, assim como as demandas sociais que afetam essa área de conhecimento.

  • RAYNA CAROLINE RIBEIRO DE ARAÚJO
  • MULHERES NEGRAS RE(EXISTINDO): AS CONTRIBUIÇÕES DO FEMINISMO NEGRO DECOLONIAL PARA OS ESCRITOS DE PESQUISADORAS BRASILEIRAS
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 31/05/2022
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  • A presente dissertação pretende analisar as contribuições de mulheres feministas negras para a teoria e pensamento social feminista e antirracista latino-americano. Tendo como objetivo realizar uma leitura decolonial do pensamento de Lélia Gonzalez (1935-1994), destaca-se a produção intelectual desta pesquisadora e de outras mulheres construídas a partir da militância e participação em fóruns de debate público bem como na esfera acadêmico-científica com foco de situar sua perspectiva crítica feminista e antirracista sobre as relações de gênero e étnico-raciais na América Latina na sua própria vivência enquanto mulheres negras, ativistas, intelectuais e pesquisadoras. Será feito um estudo da abordagem teórica decolonial do Grupo Modernidade/Colonialidade/Decolonialidade (M/C/D) e da obra de Lélia. Através de revisão bibliográfica entrelaço conceitos importantes ao pensamento decolonial, em especial a colonialidade do saber. Também abordarei as categorias chave no entendimento do pensamento de Lélia Gonzalez como: a “mulher negra” enquanto categoria de análise; amefricanidade; pretuguês; feminismo afro-latino-americano. O intuito de tal leitura decolonial dos escritos de Lélia Gonzalez, é trazer à tona pontos de convergência em seu pensamento que nos ajudam a (re)pensar ideias e debates importantes dos estudos decoloniais e, consequentemente, de pesquisas atuais sobre o feminismo negro decolonial. A leitura conjunta de ambos os pensamentos revela como os escritos de Lélia explicitam a colonialidade, complexificam a decolonialidade e tencionam a modernidade. O pensamento da autora possui potencialidade epistêmica e ontológica por trazer a perspectiva amefricana e ameríndia em sua práxis de articulação das opressões, e da (re)existência e (re)significação. Portanto, o presente trabalho visa contribuir ao debate decolonial inserindo a perspectiva de autoras brasileiras e seus projetos de libertação, através de categorias que juntas, trazem uma leitura de transformação.

  • MARIANA CAVALCANTE MOURA
  • AS OBRIGAÇÕES FAMILIARES EM DISSOLUÇÕES CONJUGAIS LITIGIOSAS DE CASAIS HETEROSSEXUAIS: O GÊNERO NAS SENTENÇAS DAS VARAS DE FAMÍLIA, NA COMARCA DE TERESINA - PI.
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 31/03/2022
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  • Esse estudo trata da distribuição das obrigações familiares em dissoluções conjugais litigiosas de casais heterossexuais. Tem por finalidade realizar uma leitura das sentenças proferidas nas varas de família, na comarca de Teresina-PI, buscando analisar como o gênero aparece nas decisões judiciais tomadas por magistrados(as\ em casos de divórcios. Os estudos de gênero de Scott, 1995, 2012; Saffioti, 1987, 2001; Connell e Pearce, 2015, foram particularmente importantes nessa pesquisa. Além do gênero, as produções sobre família também foram consideradas (MACHADO, 2001; GOLDANI, 2016; DIAS, 2018). O conteúdo das sentenças judiciais proferidas nas ações litigiosas que versaram sobre direito de família (divórcios, dissoluções de união estável, concessão de guarda/pensão alimentícia) advindas de uniões heterossexuais nas varas de família da Comarca de Teresina – PI e que foram publicadas no Diário oficial de Justiça no ano de 2018, constituíram a pesquisa documental realizada. Em termos metodológicos o viés da epistemologia feminista (HARDING, 1993,2002; HARAWAY, 1995; COLLINS, 2020) juntamente com a proposta de análise de dados de Minayo (1996, 2002) abriram pistas para o percurso necessário para o estudo em questão. A proposição buscou fazer uma leitura qualitativa de como se deu a atuação do Poder Judiciário na regulação das obrigações familiares na região de Teresina, de forma a compreender se tal distribuição fora feita de forma igualitária, se houvera distinção em virtude do gênero, bem como quais são as noções de família que norteiam o entendimento judicial. Dentre os resultados encontrados verificou-se que inobstante o avanço que tenha se visualizado no sentido da afirmação da igualdade entre homens e mulheres, considerando a Constitutção do Brasil de1988, por vezes nas sentenças é feito uso de referenciais da família hierarquizada e estruturada com base nos papéis definidos para homens (provedores) e mulheres (cuidadoras) a partir da diferenciação/oposição do sexo biológico para dirimir as controvérsias que versam sobre o campo.

  • STANLEY DOS SANTOS OLIVEIRA
  • Algoritmos sociais da anonimização policial: Uma análise sociológica das práticas e formação do Policial Militar em Teresina-Piauí.
  • Orientador : CARLOS ANTONIO MENDES DE CARVALHO BUENOS AYRES
  • Data: 31/03/2022
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  • A investigação tem por objetivo realizar uma análise sociológica da formação e prática dos policiais militares na cidade de Teresina-PI. Partindo de uma abordagem predominantemente quantitativa, a pesquisa é realizada com a referência metodológica da sociologia distincional de Bourdieu, buscando compreender qual o “campo e o habitus” policial. O habitus, como categoria conceitual construída por autores como Pierre BOURDIEU (1994;2011) e Norbert ELIAS (1994), complementa o método, auxiliando na percepção enquanto “tipo real” e suas distâncias em relação ao tipo ideal (WEBER, 2016) enquanto construção sociológica realizada pelo pesquisador, cristalizada e purificada. Pela manutenção de um diálogo teórico dos conceitos sociológicos em torno da prática, buscamos consolidar a compreensão da recursividade social (GIDDENS, 2003) como processo de automação da estruturação dos agentes no campo policial. A pesquisa apresenta ainda, considerando leituras sobre a Sociologia do corpo (LE BRETON, 2010), o conceito de anonimização como uma síntese originada por marcadores identitários (HALL, 2012;2014) (BAUMAN, 2005) (LACLAU, 2011), moral profissional própria (MIRANDA, 2003) e os mecanismos de vigilância do poder existente entre os agentes policiais. Tal anonimização é também a forma sob a qual, agentes policiais originam preferencialmente o uso de recursos de violência em detrimento do uso de recursos de força policial.

  • KELTON ALMEIDA MACHADO
  • A DOUTRINA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA E SUA RELAÇÃO COM A REDUÇÃO DOS ÍNDICES DE CRIMINALIDADE: ANÁLISE DO PROJETO SÓCIOEDUCATIVO- PREVENTIVO “MIRIM CIDADÃO” NO ESTADO DO PIAUÍ.
  • Orientador : CARLOS ANTONIO MENDES DE CARVALHO BUENOS AYRES
  • Data: 31/03/2022
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  • O presente trabalho tem como tem como foco ampliar as pesquisas e o debate sobre a aplicação da doutrina de Polícia Comunitária, já adotada em diversos países do mundo como Alemanha e Japão, na prática das polícias brasileiras, em especial as Polícias Militares e Polícias Civis, como alternativa à redução dos índices de criminalidade violenta. Além da pesquisa exploratória bibliográfica, fazendo usos das teorias sociológicas, políticas públicas, História, Direito e outros, também faremos análise de dados de um projeto sócio-educativo-preventivo denominado “Mirim-Cidadão”, gerenciado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí, onde tal projeto visa, através da relação entre membros das forças de segurança estaduais (policiais militares, policiais civis e bombeiros militares) e a sociedade, estabelecer uma relação de confiança, nos moldes defendidos pela doutrina de Polícia Comunitária, no intuito de convencer crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, a abandonarem voluntariamente condutas que possam leva-los à prática de infrações criminosas, bem como o estímulo à busca por evolução na escola que frequentam e melhoria na relação interpessoal familiar. Assim, resultando numa nova maneira da sociedade interpretar o papel do(a) policial na comunidade, deixando de ser visto(a) simbolicamente apenas como representante de um órgão estatal repressor-coercitivo, para vê-lo(a) como um(a) parceiro(a) facilitador(a) na sensação de segurança entre as pessoas e como co-executor(a) de políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da sociedade em que está inserido, ao tempo que o(a) policial também mude a interpretação que tem acerca dos meios de enfrentamento das pessoas e fatos relacionados à criminalidade violenta, culminando numa relação mútua de parceria e confiança, e não de combate bélico e animosidade como ocorre atualmente no Brasil.

  • MARIVETE RIBEIRO ALVES
  • RETRATOS CANTADOS: IMAGENS DAS VELHICES NA MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA.
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 30/03/2022
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  • O presente estudo visa, de forma geral, compreender as diversas imagens sobre o velho, velhice e o processo de envelhecimento, verificando como são percebidos pela sociedade, por intermédio da música brasileira. A música é um veículo de transmissão de ideias que possibilita a compilação de ideias e interpretações, sendo um elemento cultural que pode ser usado como recurso para compreender os aspectos sociais. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivos específicos: analisar, ao longo de cada década, quais foram os retratos cantados e as produções de sentidos atribuídos acerca das velhices que ficaram registrados na memória musical brasileira; identificar a multiplicidade de formas de envelhecer na música brasileira no lapso 1930-2020; pensar criticamente na construção da imagem do velho, da velhice e do processo de envelhecimento em nossa sociedade através das canções brasileiras compostas entre 1930-2020; promover uma reflexão sobre as questões sociais, e conexões entre os as letras das melodias e as vivências presentes na realidade social. Apesar do crescimento significativo desta população na atualidade, e de inúmeros estudos e pesquisas que exploram o assunto, existe ainda uma imagem distorcida do idoso associada a fatores negativos, sendo o imaginário social do envelhecimento e velhice atravessado por estereótipos e estigmas vivenciados pelo idoso no seu cotidiano, assim como preconceitos ancorados na sociedade. Com base nessas informações, surgem os seguintes questionamentos: quais as produções de sentidos atribuídos à imagem da velho/velhice e processo de envelhecimento que permeiam os diversos imaginários sociais cantados pela música brasileira entre as décadas de 1930 a 2020? No cancioneiro popular nacional existiria uma imagem pré-estabelecida socialmente para o idoso ao longo do século XX e XXI? Já que a literatura aponta que a imagem da velhice no Brasil foi estigmatizada por muitos anos considerada como algo ruim. Assim, a relevância da proposta do presente trabalho é buscar romper barreiras e preconceitos concernentes à velhice, no sentido de desconstruir a imagem do idoso marcada pela dependência física e ausência de papéis sociais, visto que não corresponde à vivência de todos os longevos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental de caráter qualitativo. O método utilizado na pesquisa é o acesso às velhices pela via dos textos musicais. Imagens das velhices sendo influenciada pela análise interpretativa das letras das músicas adotada por outras pesquisas, quanto pela Análise de Discurso, e do pensamento de Max Weber (1998) por meio da sociologia da música. Os sujeitos da pesquisa são as músicas populares brasileiras, que foram selecionadas a partir de: cancioneiro popular nacional, músicas que abordassem o tema velho/velhice/envelhecimento; seguindo o recorte histórico, cronologicamente compreendido entre os anos (1930- 2020) e o grau de proximidade e familiaridade com a obra de arte explorada. O primeiro capítulo da pesquisa aborda o envelhecimento/velhice como um processo bio-psico-sociofisiológico e cultural, vital, universal, multifatorial. O segundo capítulo problematiza a visão positivista estabelecida pela ciência, apontando a música como um método alternativo para pesquisar a temática, visando desconstruir com a visão homogeneizadora do envelhecimento e com o pensamento negativo concernente a essa fase. A partir das análises das músicas brasileiras, compreende-se as diversas imagens sobre o velho, a velhice e o processo de envelhecimento, a saber: É uma fase da vida que apresenta várias facetas e preconceitos associados à sua imagem; velhices devem ser pensadas, sócio-historicamente e de forma plural e “Envelhecer é um processo multidimensional. Durante as interpretações dos versos buscou-se enfatizar a multiplicidade de formas de envelhecer, alertando para importância de se agregar qualidade de vida aos anos adicionais.

  • THÁTILA THAIRA FERREIRA DA SILVA PORTO LEITE
  • TRAJETÓRIAS, AGENCIAMENTO E PRODUÇÃO DE SENTIDO: ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE MULHERES NO MOVIMENTO SINDICAL RURAL DO PIAUÍ
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 29/03/2022
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  • A partir de uma abordagem qualitativa, este estudo investiga como se dá a organização política das mulheres rurais no Estado do Piauí. O movimento sindical rural da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar – FETAG/PI é o locus desta pesquisa, abordando a participação de mulheres no movimento sindical rural, no âmbito das relações de gênero. Nesse sentido, busquei investigar como mulheres rurais, inseridas no movimento sindical vinculado à Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – CONTAG, em direções de sindicatos rurais ou em posições de coordenadoras de polos sindicais, bem como em outras instâncias da FETAG-PI, reconhecem-se como atores sociais e políticos; estejam elas em posições de liderança, na construção do empoderamento, autonomia e resistência, levando-se em conta o contexto de dominação masculina nesses ambientes. Em especial, pretendi refletir sobre os sentidos que estas mulheres se atribuem na relação entre a participação no movimento sindical rural e o protagonismo da presença feminina em espaços de poder, no interior do movimento social e, para além disso, considerar como essa liderança impacta na vida pessoal dessas mulheres. Abordando momentos históricos a partir da construção e da possibilidade dessas mulheres de lutarem pelos seus direitos, a abertura para discussão do tema e o surgimento de coletivos femininos no plano nacional, nas instâncias dos movimentos sindicais rurais, tornaram-se fator essencial para a emergência e integração de lideranças femininas, através de encontros, congressos, marchas e outros atos públicos, fomentando e incentivando ampliação da participação de mulheres nos movimentos sociais, no Estado. Por meio das análises contidas nesse trabalho, elaboradas a partir dos dados apresentados durante o trajeto desta investigação, com a utilização de pesquisa bibliográfica e documental, observação direta e participante nos eventos promovidos pela confederação e federação, aplicação de questionários, produção de imagens fotográficas e registro de narrativas orais através de entrevistas, é possível afirmar que as mulheres investigadas se apropriaram da pauta de gênero no movimento sindical, elaborando e reelaborando, através da agência, o sentido que elas produzem e oportunizam mais possibilidades de ocupação dos espaços de tomadas de decisões, dando visibilidade ao trabalho praticado pelas mulheres lideranças do movimento sindical rural. As análises apontaram um grande envolvimento das mulheres nesses espaços, que destacaram que o machismo ainda é uma constante, no entanto, instrumentos como a política de cotas, os cursos de formação e os eventos realizados pela confederação e pela federação, que abordam questões de gênero fez avançar a participação de mulheres e lideranças femininas no movimento sindical rural.

  • MARCOS ANTONIO ÂNGELO DA SILVA
  • HOMENS GAYS EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: produções de sentido a partir do perfil de usuários do Grindr em Teresina-Piauí
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 25/02/2022
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  • A expansão da tecnologia alcançou proporções inimagináveis tanto para seus usuários, como para seus criadores, o algoritmo domina nossas vidas e dita as regras de sociabilidade nos campos online e off-line. Assim, esta pesquisa apresenta a trama atual que esboça a sociedade digital em que vivemos, entrelaçando e (re) desenhando conceitos, experiências e vivências de homens gays que utilizam plataformas digitais na busca por amores, amizade e sexo, sejam eles virtuais ou reais. Diante de tal cenário, precisamos refletir sobre os limites e vantagens que as tecnologias causam em nossas vidas, dessa forma vislumbramos como objetivo geral desta pesquisa: analisar os sentidos atribuídos pelos interlocutores quanto ao processo de envelhecimento que os atravessam quando da utilização de ferramentas digitais na busca por parceiros; e como específicos, compreender como se constrói o entendimento e noção de envelhecimento por parte dos interlocutores, considerando os diferentes fatores que envolvem a construção do conceito de envelhecer no contexto virtual; analisar as dinâmicas e configurações de poder envolvidas nas interações sociais realizadas virtualmente no Grindr; e identificar os principais aspectos que contribuem para o entendimento do que é ser gay nas plataformas digitais e quais implicações essas performances geram nas interações online e off-line. O presente trabalho, propõe discussões que envolvem neste sentido, reflexões sobre as relações de poder envolvidas nas interações virtuais, as configurações atuais sobre o entendimento e sentido dos processos de envelhecimento neste mundo tão veloz, onde o efêmero e o líquido são condições para se estar atualizado, e ainda sobre sexualidade dentro das plataformas virtuais, tão cheias de exigências e requisitos para se conseguir alguém, mesmo que para apenas uma conversa ou amizade virtual. Para compreendermos as questões aqui levantadas utilizo-me do pensamento de nomes como Bauman (2007/2011), Foucault (1987/1988), Goldenberg (2014), Miskolci (2017), Sibilia (2008) e outros dão suporte na construção dos fios que emaranham esta rede que buscamos decifrar. O campo de pesquisa é o Grindr, onde criei um perfil público e aberto com o intuito de selecionar os possíveis participantes da pesquisa, no chat do próprio aplicativo desenvolvi conversas com usuários do aplicativo onde foram expostas angustias, frustações e expectativas relacionadas quando da utilização do mesmo. O Grindr como ferramenta tecnológica de sociabilidade proporciona uma maior possibilidade de interação entre sujeitos de diferentes culturas, regiões e condições diferentes, para além destas facilidades, oportuniza ainda a disseminação de práticas preconceituosas, recriando no ambiente virtual situações enfrentadas por muitos homens gays na sua vida real. Assim, os sentidos construídos por estes indivíduos sobre seus processos de envelhecimento não me permitem concluir de forma precisa quais aspectos e similitudes envolvem a construção do que é envelhecer no contexto virtual, pois cada indivíduo tem um processo específico que o envolve e faz viver experiências únicas sobre envelhecimento, poder, sexualidade e o uso de mídias digitais, que podem por vezes ter um sentido próprio para o sujeito e não atingir com a mesma sensibilidade outro indivíduo. É inapropriado portanto, que se conclua com base em uma única pesquisa um processo que todo dia tem novas variáveis, envolve outras categorias, e abrange uma infinidade de situações, experiências e vivencias tão singulares e intimas.

  • TOMÉ CAPETA SOLUNDO
  • SABERES TRADICIONAIS EM ANGOLA E NO BRASIL: ESTUDO COMPARATIVO SOBRE OS SABERES E PRÁTICAS DAS PARTEIRAS NOS MUNICÍPIOS DO ANDULO E AMARANTE
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 25/01/2022
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  • A presente pesquisa sobre Saberes Tradicionais em Angola e no Brasil, é uma extensão defendida no curso de bacharelado em Humanidades em 2019, com o título “Saberes Tradicionais das Parteiras em Angola e suas condições de trabalho no município do Andulo” na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Este estudo tem como objetivo central: compreender a importância do ofício do partejar, buscando adentrar na tradição e suas (re)significações no encontro com o conhecimento técnico-científico pela via da política de saúde reprodutiva. Enquanto objetivos específicos, Objetivos específicos, visou-se: 1) Identificar as políticas públicas existentes a saúde reprodutiva nos dois espaços pesquisados em Angola e no Brasil; 2) Conhecer sobre Patrimônio cultural imaterial relativo a parteiras para os espaços em estudo; 3) Conhecer algumas formas afetiva relativas aos partos vivenciadas por parteiras, profissionais da saúde e parturientes. As principais autoras e sujeitos desta pesquisa são as protagonistas desse oficio as parteiras que no qual trabalhei para o desenvolvimento deste trabalho, pois elas possuem uma tradição oral que constitui um patrimônio imaterial predominante no seio de suas comunidades, e outros autoras, autores e instituições governamentais e não governamentais estão presentes para auxiliar na compreensão dos conceitos, e outras categorias de analises na dicotomia da concepção clássica e contemporânea. Este estudo visa contribuir para alargar o conhecimento sobre esta realidade e possibilitar qualidade de vida das parteiras e, consequentemente, das parturientes frente às violências obstétricas sofridas no parto até o pós-p

2021
Descrição
  • VERÔNICA MARIA E SILVA PEREIRA
  • “Que pode o corpo negro e periférico?”: (r)existências de jovens mulheres na Universidade Federal do Piauí (UFPI)
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 30/11/2021
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  • Esta pesquisa nasce das minhas implicações pessoais e acadêmicas, tendo como bases teóricas o pensamento de intelectuais negras/os, o feminismo negro e as teorias decoloniais. O tema-gerador são as (r)existências de jovens mulheres negras e periféricas, estudantes da graduação na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, Piauí. O objetivo geral foi produzir e analisar confetos (conceitos perpassados por afetos) sobre as vivências e (r)existências de jovens mulheres negras e periféricas na UFPI. A metodologia utilizada foi a abordagem sociopoética – uma teoria e prática filosófica de pesquisa grupal que percebe os saberes populares e acadêmicos iguais em direitos e que utiliza de dispositivos artísticos para pesquisar com o corpo todo. Através de oficinas em ambiente virtual, o grupo-pesquisador produziu dados (produções plásticas e relatos orais), que foram posteriormente analisados. O estudo transversal dos dados revelou duas linhas de pensamento predominantes: 1) os problemas da identidade das mulheres negras e periféricas; 2) os sentidos de pertencimento na UFPI. O estudo também apontou que um corpo negro ocupando a universidade ainda incomoda muita gente e é visto com estranhamento e preconceitos, julgado com base em estereótipos que dificultam ou impedem a autonomia do ser. Para fazer parte do espaço e dos grupos – mesmo que sem realmente pertencer a eles – é necessária adequação, adaptação e assimilação. Então, a identidade da mulher negra e periférica se configura como uma questão a partir da qual ela tem a possibilidade de pertencer ou se sentir pertencente ao ambiente. Esta mulher – que não é uma, mas várias – se expressa, se relaciona e ocupa a universidade através de múltiplos devires e performances do seu corpo-capagelatinoso conforme os lugares ocupados, as pessoas encontradas e os sentimentos de pertencimento. Ser uma mulher negra e periférica na UFPI é ser: um corpoforasteiro-da-encruzilhada que ora é observado, ora é invisibilizado; um corpoocupante-da-encruzilhada que invade um espaço que não lhe pertence, mas o ocupa mesmo assim. A passagem pela encruzilhada é uma ponte-início-meio-fim, etapas e processos onde o corpo atravessa vários obstáculos-caminhos-desconhecidos impostos ao corpo negro, além de diversos outros obstáculos como: poço-buracoestranheza, buraco-vazio-solidão, buraco-de-sempre, labirintos-desafios, rio-espaçoprivilegiado. Diante de tantos desafios e obstáculos, que pode o corpo negro e periférico das jovens mulheres na UFPI? Ele pode (r)existir através das suas múltiplas potências – cria seus próprios mecanismos, constrói afetos com semelhantes, dança, pula, voa, é resiliente, é flexível, se resguarda, sobe as paredes dos labirintos, sai dos buracos, se transforma, se metamorfoseia, se recria, se reinventa, é um corpo que se recusa a ficar parado ou desistir.

  • NICODEMOS COUTINHO DE MENESES
  • PAZ, JUSTIÇA, LIBERDADE, IGUALDADE E UNIÃO? UM ESTUDO SOBRE AS CONDIÇÕES DE SURGIMENTO E AS MANIFESTAÇÕES DE FACÇÕES CRIMINOSAS NA CIDADE DE TERESINA - PI
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 30/11/2021
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  • O presente estudo buscou, de forma geral, compreender o surgimento das denominadas facções criminosas no interior e a partir do sistema carcerário brasileiro e, especificamente, analisar suas manifestações na cidade de Teresina, no estado do Piauí. Para analisar tal fenômeno, fez-se necessário compreender como se estabelecem as relações de poder e o senso de pertencimento e gregarismo entre seus integrantes. A tentativa de compreensão desse fenômeno social requer pesquisa multidisciplinar que considere os aspectos jurídicos, políticos, históricos e sociológicos. Nessa perspectiva, a pesquisa se propôs analisar os dados empíricos, tendo como referência um percurso teórico que estabeleceu um diálogo com pensadores que já contribuíram na compreensão do surgimento das chamadas facções criminosas no interior e a partir do sistema carcerário brasileiro, notadamente a corrente do pensamento contemporâneo brasileiro, iniciada por Coelho (2005), cujas pesquisas auxiliaram na compreensão do surgimento desse fenômeno social genuinamente brasileiro. De forma complementar, fez-se necessário um percurso de leitura nas reflexões teóricas de Agamben (2007), de Foucault (1987, 1993) e de outros pensadores cujos estudos, direta ou indiretamente, trouxeram luz a esta pesquisa, arriscando-se ainda a visitar a ideia de “corporação” desenvolvida por Durkheim (2004 [1893]), embora se reconheça incompatibilidade paradigmática e teórica estabelecida entre ele e os dois primeiros. Além desses dispositivos teóricos, foi feita pesquisa documental, tendo como corpus da pesquisa os estatutos de duas facções criminosas (Primeiro Comando da Capital – PCC e Bonde dos 40 – B40), além de “salves” desses grupos veiculados nas redes sociais, escolhidos de forma contextualizada e ilustrativa, bem como pichações nas ruas de Teresina, que denotam disputa de poder nas ruas da cidade, estabelecimento de normas internas de comportamento e delimitação de território

  • MARIA CLARA TERESA FERNANDES SILVEIRA
  • CONFORME A ORDEM DE GÊNERO MUDA, NOVAS TRAJETÓRIAS SE TORNAM POSSÍVEIS: HOMENS TRANS EM TERESINA-PI
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 22/11/2021
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  • A “visibilidade” da identidade transmasculina no Brasil é relativamente recente, o marco data do ano de 2010. Antes disso, pouco se falava de homens trans. Esta pesquisa faz uma investigação sobre como a ordem dominante de gênero impacta na vida de homens transgênero, no caso, que vivem na cidade de Teresina, estado do Piauí. Como referencial teórico se destacam discussões sobre gênero, masculinidade e transexualidade masculina. A abordagem escolhida foi a qualitativa. Para realização da pesquisa foi utilizado como percurso metodológico a epistemologia feminista e a perspectiva etno-sociológica a partir de narrativas de vida. Quatro homens transgêneros se disponibilizaram a participar deste estudo, compartilhando suas narrativas. Como resultado pode-se compreender que as pressões da ordem de gênero permearam o processo de transição de gênero dos participantes, mas apesar dos obstáculos enfrentados por eles, a transição foi considerada por todos como importante no sentido de possibilitar o reconhecimento de si enquanto transmasculino e permitir significativa melhora na autoestima e satisfação em suas vidas. Portanto, compreender a masculinidade como não exclusiva a corpos de homens cisgênero é desmistificar a estrutura e as práticas de gênero como naturais e biológicas, sendo possível perceber que os significados de categorias como - gênero, homens, masculinidade, transexualidade - se construíram e modificaram ao longo da história.

  • RAFAEL DANTAS NERY
  • “APESAR DE VOCÊ AMANHà HÁ DE SER OUTRO DIA”: UMA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA DA (IN)JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NO BRASIL
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 29/10/2021
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  • Os estudos histórico-sociais descrevem de forma pormenorizada as diversas transformações ocorridas nas sociedades e que resultaram na formação do que concebemos como Estado Moderno. A historiografia dita clássica e eminentemente europeia retrata que o poder, antes exercido de forma concentrada e ilimitada por meio da vontade de Deus e da força das armas estendia-se até onde seu exército alcançasse e garantisse sua dominação passou a encontrar fronteiras/limites, o que tornou necessário o reconhecimento do outro. Com efeito, esse projeto de modernidade - sob uma perspectiva eurocêntrica, resultou na divisão do mundo, com a deflagração de um processo de invasão, apagamento de culturas e extermínio de povos que não compartilhavam do mesmo ímpeto, especialmente os localizados nos - hoje designados, continente Americano e Africano. O Brasil, maior país em extensão territorial desse sul global encontra-se constituído sob forma de República Federativa, o que expressa a adesão a um modelo Democrático de Direito, fruto do desenvolvimento de um ethos democratático, originado da construção e aprimoramento de um projeto conformador, que vem a constituir o fenômeno do Estado, em si. E nessa perspectiva de construção/transformação, em 1991 a politóloga argentina Ruti Teitel cunhou o termo transitional justice, que corresponderia ao conjunto de processos de transformação política e jurídica nos contextos de transições para as “novas democracias” na América Latina e na Europa do Leste. O fenômeno da Justiça de Transição não é algo recente, ou apenas característico do Estado Moderno. Jon Elster (2006) identifica vestígios de sua ocorrência por volta de 411-403 a.C., quando atenienses assistiram à derrocada de um regime oligárquico e que entre outras medidas operou-se a restituição de propriedades confiscadas pelos governantes que não aplicaram o modelo de democracia, então vigente. Louis Bickford (2004) amplia seu conceito, caracterizando-a como o campo do saber que se destina a entender como as sociedades lidam com legados de violações e abusos de direitos humanos praticados no passado, atrocidades em massa ou outras formas de trauma social severo, o que inclui genocídio e guerra civil, com o objetivo de construir um futuro mais democrático, justo e pacífico. Diante do imperioso e necessário desenvolvimento de uma justiça transicional local para êxito no enquadramento como Estado Democrático de Direito, o Estado Brasileiro tem lidado de forma tergiversante e seletiva na gestão do seu legado atroz.

  • FRANCISCO ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR
  • NARRATIVAS CONTRA-HEGEMÔNICAS: A Sociologia e o Cinema das imagens de resistência em Bacurau
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 27/10/2021
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  • O mundo telânico (LIPOVETSKY, 2009) e o cinema estão entre as grandes questões do nosso tempo. Essa arte, que nasce com a modernidade, está no centro de relações de poder e da conformação de um pensamento hegemônico. Abordando preliminarmente as aproximações entre Sociologia e Cinema, a partir de inquietações relativas ao Cinema como indústria, arte, cultura e suas possibilidades de análise sociológica, procuro entender como a linguagem do cinema constrói as narrativas que sustentam o pensamento hegemônico e o reconstituem nas sociedades suas bases ao longo do tempo, reproduzindo e acionando diversas conformações no campo social. A partir destes aportes teóricos, partindo do pressuposto de que Cinema é uma arte, portanto campo do conhecimento (DELEUZE, 2018), o trabalho desenvolve uma análise fílmica de Bacurau (2019), para compreender o problema forma-conteúdo na formação de um pensamento contranarrativo ou contra-hegemônico. Para isso, recorro à linguagem do cinema e do cinema revolucionário de Sanjínes (2018), retrabalho a constituição do olhar e do imaginário a partir da forma/conteúdo de um filme, ao passo que por meio de um exercício de imaginação sociológica (MILLS, 1970) confronto Sociologia e Cinema. A estratégia adotada foi a análise fílmica e imersão no Cinema de Bacurau. Nota-se que convenções da linguagem do cinema se constituem como elemento essencial nos mecanismos de reprodução de um olhar hegemônico, reconhecendo padrões estéticos como tipos ideais a serem alcançados por outros cinemas se estes desejam ocupar espaços de validação do cinema hegemônico.

  • VIVIANNE DE OLIVEIRA COSTA
  • ENTRE CASAS E TUCUNS: UMA ANÁLISE SOBRE ATORES SOCIAIS E COTIDIANO DE UM BAIRRO EM PARANÍBA-PI
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 26/10/2021
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  • Sabendo que as relações sociais podem se desenvolver sob diferentes formas, principalmente com o advento da modernidade na sociedade contemporânea, é que, analisamos aqui o bairro Tucuns, sob o viés da Sociologia Urbana. Bem como, uma das suas ruas onde se buscou compreender as noções de identidade, estigma social, relações de vizinhança, sentimento de pertença e ressentimento que perpassam o ambiente da cidade. A rua é aqui tomada como espaço de socialização dos atores sociais, que compartilham do ambiente do bairro em que os papeis são expostos conforme a reprodução de interesses e escolhas (VELHO, 2004), entre outros atributos que fornecem elementos para a memória e história da cidade de Parnaíba - PI. As Ciências Sociais se expandiram desde seus pesquisadores e teóricos clássicos até os contemporâneos e as pesquisas acerca do entendimento da vida nas cidades proporciona a compreensão das diversas formas de viver e conviver nas sociedades urbanas, onde o indivíduo passa a ser objeto de investigação. É pensando nesse sujeito, que a cidade de Parnaíba se torna um cenário prolífero para as investigações acerca dos processos sociais, políticos, morais, culturais, históricos, econômicos e subjetivos onde podemos compreender a representação da vida cotidiana. E nesse sentido o ambiente do bairro é estudado como lócus das manifestações e representações das relações sociais, a partir dos atores que compartilham sentimentos, emoções, laços de solidariedades, bem como ações e conflitos entre grupos e indivíduos interdependentes (SIMMEL, 2006). Dessa forma, este trabalho busca compreender o bairro Tucuns, sob a ótica do seu cotidiano e análise dos atores sociais que fazem desse ambiente um espaço de relações sociais que se estruturam através das narrativas da vida cotidiana dos seus moradores.

  • GABRIELLA COSTA RODRIGUES NETO
  • NÃO É FALTA DE Fɔ: UMA ANÁLISE SOCIOANTROPOLÓGICA SOBRE A RELIGIÃO PENTECOSTAL ENQUANTO FATOR PROTETIVO DO SUICÍDIO EM TERESINA-PI
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 31/08/2021
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  • O suicídio é um problema de saúde pública a ser prevenido e caracteriza-se como um tipo de morte violenta e voluntária motivado por uma crise suicida. Após o suicídio da irmã, Késia Mesquita percebeu a carência de informações especializadas na cidade, e durante o luto complicado fundou a Organização Não-Governamental evangélica interdenominacional Centro Débora Mesquita – ONG CDM que tem como objetivo atuar na prevenção e posvenção do suicídio por meio de palestras, capacitações, acompanhamento psicológico e grupo de apoio aos enlutados por suicídio. O que nos leva a problematizar como grupos vinculados ao pentecostalismo estão promovendo e acolhendo a temática do suicídio uma vez que esta religião historicamente estigmatizou os transtornos mentais e a morte por suicídio. A perspectiva contemporânea de estudos sobre o suicídio que o considera como um fenômeno multifatorial (MINAYO, 2016b), bem como o levantamento histórico de Minois (2018), e as contribuições de Durkheim (2018;2011), Barbagli (2019), Cavalcante et al (2018), Campos (2016) dentre outros que possibilitam discutir o suicídio, a religião, as representações da morte no ocidente como fatores sociais e culturais são contribuições teóricas que nos permite situar esta pesquisa na religião enquanto fator protetivo do suicídio. E tem como objetivo principal analisar a aproximação entre o discurso religioso e o discurso científico sobre a prevenção do suicídio na ONG CDM. Observamos, assim, que a ONG CDM adapta o discurso religioso pentecostal cristão para apresentar informações sobre a prevenção e posvenção do suicídio nos espaços religiosos que são convidados a palestrar, contribuindo para o alcance da informação e compreensão do público evangélico. A pesquisa em tela localiza-se em uma abordagem majoritariamente qualitativa (SILVEIRA; CÓRDOCA, 2009), e utiliza-se de análise documental (CELLARD, 2008), árvore de associação de ideias (SPINK, 2013b), análise de conteúdo (BARDIN, 2011). As várias ações desenvolvidas pela ONG CDM como palestras, entrevistas, material de divulgação, atendimentos clínicos, cursos de suicidologia e notadamente a publicação de um livro apresentam-se nesta pesquisa como possibilidade de interpretar a conexão ou a quebra do enclausuramento entre o discurso científico e o discurso religioso enquanto práticas de prevenção e posvenção do suicídio, isto é, como práticas que se apresentam como fator protetivo do suicídio em Teresina-PI.

  • LUCAS EDUARDO DA SILVA MELO
  • ENVELHECER PUTA!: UM OLHAR ETNOGRÁFICO PARA O ENVELHECER DO CORPO PROSTITUÍDO
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 31/08/2021
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  • O estudo sobre a prostituição feminina no Brasil, não apenas possibilita uma maior visibilidade às vivências e às sexualidades periféricas como também realiza uma análise onde corpo, capital, poder, socialidade e vulnerabilidade estão presentes nas relações ali construídas. Este trabalho almeja promover uma discussão na relação corpo e gênero analisando a experiência do envelhecer em mulheres condicionadas à prostituição de rua em Teresina. Desta forma, etnografo o corpo prostituído e seu processo de envelhecimento, compreendendo a lógica social e cultural projetadas a estes corpos. O objetivo da presente pesquisa é compreender de que maneira essas mulheres vivenciam, percebem e elaboram as mudanças corporais, culturais e sociais advindas do envelhecer de seus corpos. Gerido por uma redução fenomenológica, analiso a experiência vivida por mulheres em situação de prostituição utilizando a interseccionalidade como uma ferramenta analítica para pensarmos as relações sociais de raça, sexualidades, geração e classes vivenciados em seus corpos. Os instrumentos utilizados para termos acesso ao relato dessas colaboradoras foram distribuídos em observações participantes, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas, buscando assim uma descoberta contínua em campo. Ouvindo a fala dessas mulheres, atuo nos espaços por elas utilizados tais como cabarés, guetos e esquinas analisando seus vestuários, posturas, linguagens, códigos de conduta, performances, seus corpos e o seu envelhecer.

  • RAMON VINÍCIUS BARBOSA DE OLIVEIRA
  • As Iniciativas da Secretaria de Estado da Educação do Piauí em Preparação dos(as) Estudantes para o ENEM
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2021
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  • Desde quando o ENEM passou a ser porta de entrada dos(as) estudantes para o ensino superior, a partir do ano de 2009 e obrigatório, em 2013, a todos os estudantes em âmbito nacional, através de Projeto de Lei nº 696 do Senado Federal, foi possível observar uma concorrência acirrada entre escolas de ensino médio e também entre os(as) alunos(as) em uma disputa pela melhor colocação nas universidades públicas e faculdades privadas. O foco, então, dessa pesquisa, é verificar e analisar as estratégias e iniciativas utilizadas pela SEDUC-PI, visando a preparação e revisão de conteúdos voltados ao ENEM no Estado do Piauí. Tal instrumento avaliativo, que opera através de um escore de pontuação a ser alcançado pelos alunos, parece ter provocado alterações na dinâmica do ensino médio, não só em relação ao conteúdo, mas também na metodologia utilizada, visando à preparação dos(as) estudantes para a realização do referido exame. Com isto, surge a curiosidade de analisar tal processo na rede pública de ensino médio, com o seguinte questionamento: como o processo de aprovação de alunos no exame do ENEM acontece na rede de ensino pública? E, de que forma esse processo acontece a partir da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), que tem por finalidade fomentar o ensino médio em âmbito estadual? Tais questionamentos contribuem para a relevância deste estudo por examinar como estão se formando os(as) alunos(as) recém-saídos do ensino médio, e de que forma eles adentram no ensino superior. Nesse sentido, esta pesquisa contribuirá no preenchimento de lacunas nas análises sociológicas, na sociologia da educação, sobre a formação e preparação de alunos para ingressar no ensino superior no Estado do Piauí

  • JULLYANE ALVES TEIXEIRA
  • Rompendo armários: A experiência profissional de trabalhadores administrativos LGBT+ em ambientes universitários
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 21/07/2021
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  • Esse estudo tem por objetivo analisar a experiência profissional de trabalhadores e trabalhadoras LGBT+ que estão inseridos no mercado de trabalho, mais especificamente na área administrativa de universidades e faculdades públicas e privadas da cidade de Teresina-PI. Nesse sentido, busca-se entender se esses profissionais se sentem confiantes para expor sua orientação sexual ou identidade de gênero em seu ambiente laboral, como é sua relação com chefe e colegas, se têm encontrado acolhimento e oportunidades de desenvolvimento profissional igualitárias ou se relatam sofrer qualquer tipo de discriminação. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi produzida através de pesquisa bibliográfica e realização de entrevistas semiestruturadas com as pessoas selecionadas, definidas pela técnica de amostragem “bola de neve” e analisadas através do método de interpretação de sentidos. Partindo de uma perspectiva epistemológica feminista e decolonial, são apresentados os conceitos de gênero e sexualidade, bem como debatidas as particularidades inerentes ao mercado de trabalho, sua relação com o gênero, a diversidade sexual e raça/etnia e como isso afeta esses trabalhadores. Os principais autores que embasam esta pesquisa são Raewyn Connell, Daniel Borrillo, Marco Aurélio Máximo Prado, Eve Sedgwick, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, Maria Lugones, Oyèrónké Oyěwùmí, entre outros. Aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da UFPI, entrevistou 7 trabalhadores administrativos LGBT+ de universidades/faculdades públicas e privadas, no período entre julho e agosto/19. A análise dos dados se deu a partir da elaboração de um mapa das respostas dos/das entrevistados/das e a escolha dos eixos temáticos mais significativos encontrados nas experiências relatadas. Em sua maioria, foram reportados casos de discriminação com prevalência de violência psicológica, como piadas, brincadeiras pejorativas e comentários inoportunos. Embora velada e não direcionada aos/às entrevistados/das de forma mais incisiva, a violência foi tida como recorrente. Foram reportados casos de agressão física e assédio sexual, inclusive relacionados à orientação sexual dos/das entrevistados/as. Foram relatados ainda casos de assédio moral, não relacionados à orientação sexual ou identidade de gênero, depressão, ansiedade, uso de álcool e drogas, alguns desses relacionados, ainda que de forma indireta, com as pressões do ambiente de trabalho.

  • RAYANE DE MOURA SANTOS
  • SEMENTES EM UM VALE DE ESPERANÇAS: lazeres juvenis no assentamento rural Vale da Esperança
  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 12/07/2021
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar como as(os) jovens do assentamento rural
    Vale da Esperança experimentam o lazer. Também busco compreender vivências e
    significados atribuídos aos seus lazeres nesse território rural. Assim, essa reflexão é
    norteada pelo ponto de vista das(os) próprias(os) jovens, tendo como elemento central,
    suas narrativas, construídas por meio de conversas e entrevistas abertas
    semiestruturadas, realizadas, em geral, na comunidade. Além disso, observações livres
    e sistemáticas, baseadas na metodologia da História Oral. Como pano de fundo da
    compreensão de invisibilidades, desigualdades, silenciamentos e dicotomias que
    perpassam o cotidiano dessas juventudes rurais, tive como referência a análise da
    realidade observada a partir da perspectiva da colonialidade. Também a análise foi
    norteada pela compreensão de juventudes, materializada nas diferentes e diversas
    formas de ser jovem. Ademais, acredito que a noção de juventudes não se encerra em
    um conceito estático de faixa etária, mas deve ser pensada como condição e como
    modo de vida e fase da vida. Nesse percurso, guio-me, primordialmente, pelas
    narrativas de jovens, como principais produtoras(es) do conhecimento. Para a
    compreensão do universo no qual essas(es) jovens constroem suas identidades,
    assumo a perspectiva do assentamento como território de ruralidades, entendendo o
    rural não somente como um espaço de produção agrícola, mas também como uma
    realidade construída por sociabilidades, produção e reprodução de vida. Para
    compreender o lazer dessas(es) jovens, apego-me ao entendimento do lazer como uma
    dimensão de busca pela excitação, pelo descontrole desmedido, e que,
    primordialmente, obedece ao princípio da livre escolha. A partir dessas referências,
    apresento quem realmente são as(os) jovens do Vale da Esperança, como entendem e
    vivenciam a juventude, quais suas práticas de lazer, e ainda de que forma a vivência
    em seu território rural influencia em suas experiências juvenis. Observei que no território
    do Vale as trocas com o urbano são processadas nos mais diversos aspectos; na
    paisagem, nas relações sociais, no lazer, no trabalho, na educação, na religiosidade,
    enfim, em múltiplas dimensões de suas vidas. Em todas essas, a relação rural/urbano,
    permeia a vida de jovens da comunidade, impactando das mais diversas maneiras seus
    modos de vida. Diante dessa realidade, identifiquei no Vale jovens que resistem, que
    preservam a essência de seu território, mas também trocam, permutam e negociam com
    o urbano. Também constatei que as(os) jovens do Vale têm uma expressiva capacidade
    de elaborar acerca de sua condição de jovens que, em muitos aspectos, difere de
    parâmetros estritos admitidos pela sociedade em geral, que define um modelo de
    juventude homogênea. As(os) jovens do Vale projetam sua juventude para além de
    critérios rígidos, pensam uma juventude heterogênea e diversa. No que diz respeito às
    manifestações culturais, dimensões do lazer e da tradição do Vale, essas são
    compostas por elementos reeditados, mas também por elementos essencialmente
    tradicionais, fazendo-me compreender as práticas de lazer dessas(es) jovens como um lazer não-mercadoria. É possível concluir que entre as(os) jovens do Vale da Esperança
    a criatividade e a capacidade de buscar autonomia, potencialidades para a construção
    de saídas mediante a ineficácia das políticas públicas, é uma realidade. Elas(es)
    processam isso, enfrentando as situações de crise com a visão ampla e diversa da
    realidade em que vivem.

     

     

     

  • VANDA LOPES CAMBLÉ
  • MULHERES EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 25/05/2021
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  • A violência doméstica contra a mulher é um dos desafios mais importantes e complexos para os países, especialmente para os países colonizados, pelos efeitos negativos que tem sobre a saúde, o desenvolvimento econômico e social, a segurança e a paz social. Em São Tomé e Príncipe, de acordo com o art. 5º da lei 11/2008, violência doméstica e familiar contra mulher é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. A partir das experiências de mulheres santomenses, a presente pesquisa trata da violência doméstica contra mulheres em São Tomé e Príncipe. A abordagem é construída a partir de perspectivas decoloniais, com enfoque – embora não exclusivamente - nas abordagens de autoras como Maria Lugones e Oyèronké Oyěwùmí. As relações de gênero são pensadas considerando as particularidades do processo de colonização ocorrido no país, bem como as configurações socioeconômicas pós-independência, marcadas pelas desigualdades sociais, sofridas principalmente pelas mulheres. A pergunta de pesquisa nesse trabalho é: de que forma se caracteriza a violência doméstica contra mulher em São Tomé e Príncipe? Nesse sentido, objetivo geral é analisar como se caracteriza a violência doméstica contra mulher em São Tomé e Príncipe. Esse objetivo se dá necessidade de compreender o fenômeno da violência e como essas mulheres experienciam essa violência a partir de uma perspetiva decolonial, me colocando como uma pesquisadora santomense no qual permitiu minha aproximação da realidade e das experiências das mulheres entrevistadas com sensibilidade e cumplicidade. Perante questão e o objetivo apresentado, o que argumento nesta dissertação é que: olhar para a violência de gênero vivida por mulheres em São Tomé e Príncipe requer olhar para essa violência como resultado da produção de relações históricas, entre elas as que produziram gênero na medida em que se manifesta no contexto social. Para sustentação teórica e empírica deste trabalho foram consultados documentos, entre os quais, artigos científicos, artigo de opinião, livros, dissertações relacionadas com o tema, o Código Penal, leis, decretos, Recenseamento Geral da População e Habitação, Inquérito Demográfico e Sanitário, Constituição da República de São Tomé e Príncipe. Depois, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, adequadas para os fins desta investigação, possibilitando questionamentos mais direcionados, dispostos por pontos temáticos a serem respondidos livremente, mas com certa abertura a outras intervenções relacionadas aos objetivos da pesquisa. O estudo contempla uma abordagem narrativa no qual consiste em entender a experiência em um processo de colaboração entre pesquisadora e sujeito, coletando histórias sobre determinado tema onde a investigadora encontrará informações para entender determinado fenômeno. Desse modo, a importância deste tipo de pesquisa está justamente nesse olhar que se volta para si mesmo e auxilia o sujeito a compreender seus processos de formação e a influência do contexto e do outro em sua própria formação ou constituição. Os resultados indicam que São Tomé e Príncipe ainda enfrenta colonialidade de gênero e que a violência doméstica contra a mulher ainda não é reconhecida socialmente como crime. Em muitos casos, tanto homens como mulheres acreditam que certos comportamentos por parte das mulheres justificam a violência. Assim, conclui-se advogando: que é necessário (re) criar um enfrentamento institucional multissetorial, que alcance várias dimensões sociais, a fim de promover as garantias de uma cidadania segura e autônoma para meninas/mulheres; que é necessário que se ensine as mulheres a conhecer seus direitos sobre seus corpos e suas vidas: que se deve focar na educação dos meninos/homens para que estes conheçam até onde vão o direito deles e, sobretudo, o direito das mulheres.  

     
  • LARA MELINNE MATOS CARDOSO
  • O “NÃO-SER” IMPOSTO AO NEGRO COMO FUNDAMENTO DO SUJEITO DE DIREITO: Um estudo de acórdãos sobre injúria racial no Piauí entre 2011-2017
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 18/05/2021
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  • As expressões de racismo estão presentes na linguagem de diversas formas (seja ela
    falada, escrita ou propagada visualmente), o que faz com que a discriminação permeie
    de modo reflexo outras estruturas e manifestações, naturalizando, assim, a
    desigualdade racial. Este trabalho analisa a linguagem e os elementos discursivos do
    conteúdo de decisões de acórdãos sobre crimes da natureza de injúria racial (artigo
    140, §3º do Código Penal) proferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Piauí entre
    2011 a 2017, utilizando teorias sociológicas sobre a questão racial no Brasil, em
    especial a tese de “A Construção do Não-Ser como Fundamento do Ser”, de Sueli
    Carneiro (2005), para demonstrar de que forma a linguagem e os procedimentos
    judiciais alijam o sujeito negro da posição de demandantes por direito à honra e
    dignidade e cria interdições ao acesso à justiça por parte da população negra
    brasileira. A análise da organização burocrática do Judiciário piauiense como um
    fomentador de desigualdade no acesso à justiça é debatida sob a perspectiva
    metodológica da antropologia processual acoplada à metodologia quadripolar de
    Bruyne (1995), que visualiza documentos judiciais como uma expressão de intenções
    e propósitos do controle estatal.

  • CARLITO LINS DE ALMEIDA FILHO
  • A CONSTRUÇÃO DE NOVOS ETHOS E DE NOVOS HABITUS POLICIAIS A PARTIR DA INSERÇÃO DAS MULHERES NA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ
  • Orientador : GABRIEL EIDELWEIN SILVEIRA
  • Data: 23/03/2021
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  • Desde 1955 o Brasil promove o movimento de inserção das mulheres nas atividades policiais na Polícia Militar. Este movimento contribuiu para o processo de humanização das PMs assim como na elaboração de novas metodologias de policiamento e novas práticas policiais. O Grupamento de Atendimento Especializado em Crianças, Idosos e Mulheres – GAECIM, localizado na cidade de Parnaíba – PI, destaca-se pela utilização das feminilidades das policiais militares femininas no atendimento às ocorrências. A partir de nossa hipótese teórica, buscamos analisar as nuances apresentadas por este grupamento específico e quais aspectos a criação de um novo habitus policial e novos ethos policiais contribuem na elaboração de metodologias de policiamento preventivo visando distanciar o tipo ideal violento das práticas policiais e promover um modelo de tipo ideal mais consoante com as propostas de um Estado democrático. Assim também, tratamos de investigar o processo histórico e seus movimentos de inserção das mulheres na Polícia Militar divididos em três períodos históricos em que as virtudes policiais conflitam entre si, assim como desenvolver o processo de reconhecimento das feminilidades pela corporação na atuação policial.

  • JOÃO VICTOR MENDES CARVALHO
  • LOUVAI A DEUS COM DANÇAS: um estudo de gênero sobre a participação masculina na dança litúrgica
  • Orientador : ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
  • Data: 09/03/2021
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  • Predominantemente feminina, a dança tomada em sua dimensão religiosa no protestantismo é algo muito recente e está atrelada ao movimento de pentecostalização das igrejas evangélicas. Uma vez que os homens são minoria neste tipo de atividade e que a atuação destes sujeitos desenvolve-se mediante um contexto de padronização corporal ou ainda comportamental, o presente trabalho tem como objetivo compreender como se dá a construção de masculinidades na dança litúrgica das igrejas evangélicas na cidade de Teresina/Piauí. Baseado nisso, esta investigação constitui-se numa pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, que conta com a realização de entrevistas semi-estruturadas com os homens que dançam nas igrejas em questão como técnica de coleta de dados. Assim posto, o que se discute é que a hostilidade à participação masculina na dança litúrgica é algo exterior a ela, vem de fora, trata-se de representações coletivas num terreno marcado por uma masculinidade hegemônica, em que a sua aceitação ocorre a partir da necessidade de uma constante afirmação identitária dos homens.

2020
Descrição
  • HERCILIA RAQUEL DE SOUSA MENDES
  • A DIMENSÃO SIMBÓLICA DO CINEMA "INDEPENDENTE" CONTEMPORÂNEO: A PRODUÇÃO DE SENTIDOS DE SEUS REALIZADORES EM TERESINA (PI) NO PERÍODO DE 2014 - 2019.
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 29/09/2020
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  • Desde os anos 2000, observa-se significativas transformações no campo do cinema com as possibilidades advindas com a revolução digital. No Brasil, principalmente a partir de 2010, configura-se o que alguns autores denominam de “Novíssimo” Cinema Brasileiro, com produções de baixo orçamento reconhecidas em festivais, cujo modo de produção, “independente”, contrapõe-se aos moldes do cinema “industrial”, em que os posicionamentos dessa geração de realizadores demonstram a centralidade da dimensão simbólica na produção de tais obras (VASCONCELOS-OLIVEIRA, 2014). Tomando esses fatos como pressupostos, e o conceito de continuum (BECKER, 2012) para tratar a oposição entre cinema “industrial” e cinema “independente”, o objetivo deste trabalho é contribuir para a compreensão da dimensão simbólica (BOURDIEU, 1989a; 2015) do Cinema “Independente” Contemporâneo por meio da produção de sentidos (SPINK, 1999; 2010) de seus realizadores em Teresina (PI), no período de 2014 a 2019. Trata-se de pesquisa qualitativa, com utilização de entrevistas semiestruturadas e diário de campo para a coleta dos dados empíricos. O tratamento analítico dos dados deu-se por meio de transcrições parciais – após sucessivas escutas – das partes mais representativas das entrevistas, e categorização baseada nos Mapas (SPINK, 2010). Os resultados encontrados confirmam a hipótese de que o contexto de cinema independente contemporâneo em Teresina apresenta-se enquanto reflexo de amplas mudanças no mundo contemporâneo na era capitalista pós-industrial, e de descentralização da produção audiovisual brasileira, e que suas particularidades reforçam o poder de ações coletivas (BECKER, 1977b) de ativismo audiovisual, com forte caráter político e epistêmico de contestação a padrões socioculturais estabelecidos com os quais os indivíduos – pertencentes a uma geração posterior à da tese supracitada e, por vezes, organizados em coletivos (MIGLIORIN, 2012) – não se identificam. Assim, no presente campo de estudo, evidenciam-se, horizontalidade e multifuncionalidade nas equipes de produção, a associação (política) entre formação pessoal e a esfera do trabalho – ambas permeadas por trocas de afetividades –, ou a extensão da experiência do cinema para além do filme, bem como uma maior valorização do processo criativo, e não somente a obra, algumas características de um cinema pós-industrial (MIGLIORIN, 2011), cujas produções, reivindicam a emergência do “outro” (HOLANDA, 2019; BERNARDET, 2003) ou a autorepresentificação (MENEZES, 2003) e começam a impactar o incipiente campo (BOURDIEU, 2009) ou mundo (BECKER, 1977a) cinematográfico de Teresina (PI), após legitimação externa, em mostras e festivais em outras cidades e/ou estados, impactos esses que na presente pesquisa apenas delineiam-se para aprofundamento em posteriores investigações.

  • ANNA CAROLINE REIS DE ALMEIDA
  • O GÊNERO NA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MENINAS: RELATOS PROCESSUAIS DA COMARCA DE CODÓ – MA
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 28/02/2020
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    As relações de poder constituídas a partir das desigualdades de gênero e as hierarquias sociais estabelecidas entre homens e mulheres são alguns dos fatores que ajudam a compreender a violência produzida e reproduzida no âmbito doméstico e familiar. Nesse cenário, a violência contra meninas encontra terreno fértil nas relações de poder intrafamiliares pautadas pelo adultocentrismo e autoritarismo, agravadas pela desigualdade de gênero, o que torna a família, em muitas ocasiões, um locus de perpetuação de diversas opressões. Assim, as crianças e adolescentes do sexo feminino são profundamente atravessadas pelas violências de gênero decorrentes das desigualdades forjadas no âmbito doméstico e familiar, o que requer uma reflexão aprofundada acerca do contexto em que elas ocorrem, suas origens, causas e desdobramentos. O presente estudo se propõe a analisar a violência de gênero contra meninas a partir dos processos intitulados ‘Medidas de Proteção à Criança e ao Adolescente’, que tramitaram ou estão em tramitação na 3ª vara da comarca de Codó/MA, ocasião em que serão analisados casos concretos de crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de abuso sexual e demais violências, ocorridas no contexto doméstico e/ou familiar, que culminaram com a aplicação de medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, mormente o acolhimento institucional. A pesquisa objetiva averiguar de que maneira as questões de gênero se relacionam com as violências sofridas por essas meninas, sobretudo a violência sexual e demais violências correlatas, bem como analisar o contexto em que  estas ocorrem, bem como os discursos das vítimas, familiares e integrantes da rede de proteção acerca das opressões sofridas em decorrência da desigualdade de gênero. Para tal, foram exploradas algumas categorias, a saber, gênero, família, violência e relações de poder, ocasião em que foram utilizadas autoras e autores como Joan Scott (1990), Raewyn Connell (1995, 2015), Judith Butler (2003) Teresa de Lauretis (1987), Heleieth Saffioti (1987, 1995), Michael Foucault (1988, 1989, 1997, 2010), Guacira Louro (1996, 1997), Maria Amélia Azevedo (1995), Viviane Guerra (2008), a fim de propiciar o suporte teórico necessário para o estudo deste fenômeno e viabilizar a compreensão da temática pesquisada.

     

  • PABLO CAVALCANTE COSTA
  • A VOZ DO MORRO: TERRITORIALIDAE E RESISTÊNCIA NO SAMBA DE BEZERRA DA SILVA
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 27/02/2020
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  • Esse trabalho aborda como o Samba, em especial, o samba de Bezerra da Silva, enquanto manifestação artística do povo negro como resistência à lógica do projeto de mundo moderno ocidental, contrariando os planos de uma pretensa racionalidade desvinculada de qualquer subjetividade como quer a tradição epistêmica colonial. Nesse sentido, indaga-se: como se expressa a territorialidade negra no samba de Bezerra da Silva? A hipótese a ser desenvolvida a partir da questão posta, leva em consideração que o samba de Bezerra de Silva, ao expressar a territorialidade negra, consegue ir contra o que pretende o projeto de modernidade, e unir razão (objetividade) e emoção (subjetividade), com fundamento em Luís Alberto Warat, bem como associa resistências, denúncias e pensamentos expressos em versos, com o sentir do ritmo batucado, das festas e danças típicas do gênero. O objetivo geral segue a proposta de debater a questão da territorialidade negra a partir do discurso musical presente nos sambas de Bezerra da Silva, buscando constatar os elementos de reencontro entre razão e emoção que aparentemente se distanciaram a partir do projeto da modernidade. Já os objetivos específicos encaminham-se em: compreender como o projeto da modernidade empenhou-se em causar a ruptura entre razão e emoção, demonstrando para tanto as evidências de que razão e emoção de fato não se separaram na modernidade; analisar como o samba de Bezerra da Silva, passou de produto criminalizado a patrimônio cultural e examinar como a territorialidade negra é retratada nos sambas de Bezerra da Silva. A metodologia empregada no trabalho leva em conta o modelo quadripolar de Bruyne, Herman e Schoutheete (1977). Esse modelo metodológico estrutura a dinâmica da pesquisa no âmbito das ciências sociais em quatro polos, quais sejam: morfológico, epistemológico, teórico e técnico. O polo epistemológico orienta a perspectiva adotada, que é a da racionalidade moderna questionada em seus fundamentos divisionistas, portanto com Mignolo (2008) orienta-se por uma “desobediência epistemológica”. O polo teórico orientou-se pela abordagem dos fenômenos sociais sob viés crítico quanto à separação entre razão e emoção e pela negação dos sentimentos como algo fora da racionalidade com base em Luis Alberto Warat, Eduardo Gonçalves Rocha, Anibal Quijano, Arturo Escobar e outros. Já o polo morfológico, buscando a organização e articulação do fenômeno pesquisado, foi adotado o campo simbólico de Bourdieu, que rompe com a visão sistêmica funcional e apresenta uma separação que mantem os elos que estruturam a racionalidade, portanto que não se separa efetivamente, o que revela o diálogo entre razão e emoção. Por fim, o polo técnico adotado se deu através de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo juntamente com a análise dos 10 (dez) sambas selecionados, a partir dos critérios metodológicos propostos e de um itinerário analítico que leva em conta o pertencimento territorial. O resultado foi a percepção de que o samba une razão e emoção e que a resistência por meio do samba afirma a territorialidade por meio dos vínculos contínuos como parte da nação brasileira.

  • IARA CAVALCANTE MELO
  • REINVENTAR PARA NÃO MORRER: OS COLETIVOS CLASSISTAS COMO NOVA FORMA DE AÇÃO POLITICA NO NORDESTE BRASILEIRO
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 20/02/2020
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  • Os Coletivos se apresentam como uma “nova” forma de mobilização de pessoas que atuam na sociedade brasileira, na sua grande maioria, nas universidades e por meio digital, discutindo temas relacionados a marcadores sociais de diferença, de gênero, de raça, educação, sexualidade, classe, arte e urbanismo. Alguns estudos os apontam como grupos fluidos, fragmentados, sem liderança, diferenciados, autônomos e sob a influência de ideias anarquistas e libertárias, que se afastam do Estado, partidos políticos e de formas tradicionais de ações coletivas. O objetivo deste trabalho é contribuir para a compreensão dos coletivos que se formam na região Nordeste do Brasil, examinando a organização, os sujeitos, a composição e a relação social com a sociedade, com o Estado e demais organizações tradicionais. A hipótese desta pesquisa é: os coletivos seriam novas formas de ação ou extensões de movimento social travestidos de novidade. Parte-se da suposição de que os coletivos se apresentam na literatura como organizações “novas”, mas, empiricamente, observando suas pautas e demandas, eles almejam os mesmos objetivos já reclamados historicamente por formas tradicionais de ações coletivas, como movimentos sociais e partidos políticos. Eles adotam um perfil autonomista e até mesmo anarquista, no qual buscam (ou não) o Estado para concretizar suas demandas, e esse nível de relação pode depender das clivagens sociais que enfrentam enquanto sujeitos. Os dados empíricos desta pesquisa foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas, com sete coletivos de seis estados da região Nordeste, onde todos apresentam questões de classe como pauta principal. Os resultados do estudo mostram que esse tipo de organização se tornou preferível porque tem por base união e comunhão entre os participantes, sem a existência de hierarquias, de formalizações institucionais, de dirigentes e regras que possam engessar o seu funcionamento. As decisões são tomadas com base na deliberação democrática entre seus membros; o perfil dos participantes depende dos outros marcadores sociais da diferença; nos coletivos entrevistados eles se concentram em questões de gênero, raça e estudantil e; o número de participantes não é fixo. Além desses resultados, que demonstram atribuições um tanto “inovadoras”, é perceptível, nos coletivos pesquisados, a convivência entre passado e futuro, pois mantêm relação com o Estado, movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos e ainda acreditam na necessidade de atuação política em espaços públicos para alcançar seus objetivos e promoverem mudanças. Os coletivos pesquisados na região Nordeste, aqui denominados de classistas, vão de encontro a muitas características apontadas na literatura sobre essas organizações. As novidades conferidas a eles estão mescladas de características antigas e tradicionais, possível consequência da transição entre a modernidade e a pós-modernidade e a necessidade de construção de paradigmas epistemológicos explicativos dessa sociedade pós-moderna, com olhar atento às questões locais, universais e particulares

2019
Descrição
  • PEDRO RHUAN PIAUILINO LIMA
  • NÃO É APENAS CINE, TAMBÉM É CLUBE - CINECLUBISMO COMO PRÁTICA CULTURAL: A EXPERIENCIA DO CINECLUBE DA CASA DA CULTURA DE TERESINA
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 30/08/2019
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  • Esse trabalho aborda o fenômeno do cineclubismo, como prática cultural,  tomando como lócus empírico o Cineclube da Casa da Cultura de Teresina, fazendo  emergir um conjunto de práticas e sentidos  com suas  peculiaridades e linguagens próprias,  como objeto de pesquisa  cientifica. Partimos do pressuposto de que o cineclubismo é uma prática cultural que se desenvolve de forma organizada e estruturada, conseguindo aglutinar uma gama de pessoas de diferentes categorias sociais, gêneros, gerações, utilizando a potência da linguagem cinematográfica como vetor de  organização de um coletivo,  como espaço cultural fomentador de intensos debates, coadunando-se, inclusive, com o disposto nos objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC) do Brasil.  A pesquisa que dá origem a esta dissertação envolveu pesquisa de cunho bibliográfico, documental, e de campo, com vistas a situar tanto a prática cultural cineclubista em termos mais amplos, quanto a  experiência localizada do Cineclube da Casa da Cultura de Teresina. Assim, esta experiência fica localizada no contexto mais amplo no qual exponho a trajetória da entidade cineclube e do movimento cineclubista, a partir do seu surgimento e posterior desenvolvimento como prática cultural consolidada, observando-se a própria história do cinema, e de sua evolução como linguagem artística. Para falar propriamente da prática cineclubista, apresento conceitos como o de práticas culturais como os de campo, habitus e gosto,  dentre outros, em uma perspectiva relacional. Busco, ainda,  demonstrar  a ligação umbilical do cineclubismo com o processo de construção  da linguagem cinematográfica e a transformação do olhar desta forma de ver o mundo, através da imagem em movimento. Discorro, ainda, sobre o surgimento, a formação, e a expansão do cineclubismo no Brasil, apontando para características de diferentes modelos cineclubistas, no país, como o cineclubismo sob influência da Igreja Católica;  como resistência à ditadura civil-militar, entre os anos 1960 e 1980, e na abertura politica, até o cineclubismo em tempos do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e do Plano Nacional de Cultura (PNC), ou seja, na atualidade.  Em seguida, apresento alguns dados do cineclubismo no Piauí e focalizo, em especial, esta prática cultural em Teresina, capital do estado, pondo em relevo suas peculiaridades, a partir de uma reconstrução com base documental e informações orais de cineclubistas. Em seguida, abordo a trajetória do Cineclube da Casa da Cultura de Teresina, a partir da minha própria experiência e de pesquisa de campo na qual recorri a técnicas de observação direta e participante, além de um breve questionário, etnografia de uma sessão, e entrevistas com grupo focal. Abordo este cineclube desde seu surgimento até os dias atuais; sua composição, estrutura e formalização; relação com a Casa da Cultura de Teresina, onde funciona atualmente; programação: processos, divulgação e realização; atores envolvidos, suas inserções sociais, motivações para a prática cineclubista, sentidos produzidos sobre ela, inclusive, sociabilidades para além das sessões de cinema. Aponto, ainda, para os limites da continuidade desta experiência, em particular.

  • YASMIN FEITOSA CARVALHO DE MORAES
  • O LAZER COMO EXCITAÇÃO: SIGNFICADOS DO LAZER NA DISCURSIVIDADE DE JOVENS NO PARQUE DA CIDADANIA NA CIDADE DE TERESINA,PIAUI
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 30/08/2019
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  • O lazer é uma dimensão fundamental para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, contudo, no âmbito da política de administração urbana ocupa, muitas vezes, lugar secundário por ser considerado uma atividade improdutiva e irrelevante. Na cidade de Teresina, Piauí, as políticas urbanas adotadas produziram, a longo prazo, o problema social da escassez de espaços e equipamentos públicos de lazer. Verificou-se que uma boa parte dos bairros de Teresina foram concebidos sem espaços destinados ao lazer, pois suas origens remontam às ocupações irregulares do solo urbano e aos conjuntos habitacionais construídos pelo Estado, na maioria das vezes, sem o mínimo de infraestrutura básica tendo-se em vista que tinham como objetivo principal apenas a moradia. Esse quadro gerou, historicamente, uma demanda de lazer reprimida que teve como consequência, ainda hoje, a procura por espaços de lazer não localizados nos bairros de moradia. Em virtude disso, em Teresina existem espaços de lazer que atraem pessoas de todos os bairros da cidade funcionando, ao mesmo tempo, também como ponto turístico. Este é o caso do Parque da Cidadania, um parque público municipal inaugurado em 2016, localizado no Centro, que em pouco tempo de existência tornou-se um dos espaços públicos de uso coletivo mais frequentados da cidade. Dentre o seu público destaca-se a presença expressiva de jovens realizando práticas de lazer, especialmente, aos finais de semana. Esse fato indica que o Parque da Cidadania constitui parte integrante dos circuitos de lazer e diversão de muitos jovens teresinenses que o frequentam em detrimento de outros espaços públicos. O problema de pesquisa que orienta o presente trabalho é: qual o significado do lazer no Parque da Cidadania segundo a discursividade juvenil? Tendo como hipótese a ideia de que o lazer é associado ao prazer e ao estabelecimento de laços sociais para além da vizinhança. O objetivo geral que orientou a pesquisa foi: compreender o significado do lazer no Parque da Cidadania segundo a discursividade juvenil, materializado nos seguintes objetivos específicos: discutir o lazer na perspectiva ocidental e brasileira; discorrer sobre os espaços de lazer na cidade de Teresina com destaque para o Parque da Cidadania; descrever a concepção e as práticas de lazer dos jovens que frequentam o Parque da Cidadania; identificar as razões que levam os jovens a frequentarem locus da pesquisa. O estudo realizado foi descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, cujos procedimentos metodológicos incluíram a realização de entrevistas semiestruturas e individuais com jovens na faixa-etária entre 18 a 30 anos de idade, observação direta e participante no campo empírico com uso do caderno de campo norteada pela estretégia do olhar de perto e de dentro, com produção e uso de imagens do Parque da Cidadania. Os principais resultados de pesquisa apontaram que as concepções de lazer dos jovens aproximam-se da perspectiva de lazer sob a lógica da excitação, por associarem esse fenômeno social, sobretudo, ao prazer. Contudo, a análise de suas práticas de lazer evidenciou que prevalece, parcialmente, no ritmo de vida cotidiano dos jovens o conceito de lazer no qual as atividades da referida natureza somente ocorrem após os sujeitos livrarem-se ou desembaraçarem-se de suas obrigações sociais, notadamente, o trabalho profissional. Em relação às razões que levam os jovens a frequentarem o Parque da Cidadania, a pesquisa demonstra que esse parque público possui cinco fatores de atração, a saber: escassez de espaços e equipamentos de lazer nos bairros, localização, ponto de referência de encontro, amizade, diversidade de opções de lazer, sem deixar de considerar a possibilidade de outras razões atrativas.

  • DANIELLE MARIA DA COSTA MARQUES SAMPAIO
  • CIBERCULTURA E EDUCAÇÃO: OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS PELOS ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO NA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA ESCOLA DE TERESINA - PI
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 23/08/2019
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  • Este trabalho trata das reflexões acerca dos sentidos atribuídos pelos estudantes do Ensino Médio sobre a utilização das Tecnologias Digitais da Comunicação e Informação – TDICS no processo de ensino-aprendizagem. A escola escolhida para o desenvolvimento do estudo foi a Unidade Escolar Dom Severino de Teresina- PI. Constituindo-se num estudo qualitativo, essa dissertação parte da perspectiva metodológica da reflexibilidade de Giddens (2003) a partir dos sentidos atribuídos por esses jovens em relação à utilização das TDICS, no processo de ensino-aprendizagem. Com essa finalidade, como instrumento de construção de dados foi utilizado o “mapa de associação de ideias de Spink” (2010) no intuito de visualizar os conteúdos presentes nas práticas discursivas e na produção de sentidos no cotidiano dos jovens, agentes sociais, coletados através de rodas de conversa e questionários abertos. No tocante a problemática central do estudo “quais os sentidos atribuídos pelos jovens estudantes de ensino médio na utilização das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem?” observou-se que os sujeitos dessa pesquisa, de uma maneira geral atribuem às TDCIS ferramentas essenciais na busca, construção e compartilhamento de conhecimentos. Estando as mesmas para esses sujeitos inerentes não somente à vida cotidiana de uma maneira geral mas também ao processo de ensino-aprendizagem caracterizando-se como instrumentos de interação social e de comunicação. E como importância social, esse tema torna-se relevante no sentido de promover um estudo científico relacionado à utilização das tecnologias digitais pelos jovens, sua relevância na formação docente e discente e na promoção da inclusão digital ao discutir a cibercultura na educação. Podendo também contribuir para construção de mecanismos sociais que viabilizem a inclusão digital e a utilização positiva do ciberespaço, como também a construção de políticas públicas e projetos pedagógicos voltados para as juventudes.

  • SUZIANNE JACKELINE GOMES DOS SANTOS
  • "NÃO QUERO TER MAIS FILHOS": RELAÇÕES DE GÊNERO NA TRAJETÓRIA DE MULHERES LAQUEADAS
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 27/06/2019
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  • A realização da laqueadura se destaca na sociedade brasileira como uma das principais formas utilizadas no controle da fecundidade por mulheres. Em Teresina, a busca frequente por este método chamou atenção para as motivações presentes por trás das narrativas de “não quero ter mais filhos(as)”. Esta pesquisa tem como objetivo analisar como as relações sociais de gênero perpassam e se configuram no processo de escolha de mulheres pela laqueadura como forma de controle de fecundidade. Os aportes teóricos centram-se nos estudos de gênero (CONNELL, PEARSE, 2015) e sobre direitos reprodutivos e contracepção (SCAVONE, 2004; SOIHET, 2015). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a utilização da técnica de narrativas de vida a fim de conhecer a experiência reprodutiva e contraceptiva de mulheres que vivenciam a maternidade e realizaram a laqueadura pela rede pública de saúde em Teresina (BOLÍVAR, 2012; MORIÑA, 2017; FRASER, 2004). Os resultados demonstraram que as relações de gênero provocaram deslocamentos em suas trajetórias de vida, influenciando na decisão pela laqueadura conforme essas mulheres vivenciaram e refletiram sobre a trajetória reprodutiva, a negociação contraceptiva, a maternidade e cuidado dos(as) filhos(as), a divisão sexual do trabalho e a organização da assistência em saúde no planejamento reprodutivo e no trabalho de parto. Seus relatos são marcados por relações assimétricas de gênero no ambiente domiciliar, pela predominância da masculinidade hegemônica em seus parceiros e de regimes de gênero junto a profissionais de saúde, por um padrão social sobre a conduta da “boa mãe” e por feminilidades que aspiram mais autonomia. Os seus anseios enquanto mulheres ficam em segundo plano diante de seus cotidianos enquanto mães, esposas, donas de casa e trabalhadoras. O protagonismo na decisão pela laqueadura representou uma forma de apropriarem-se do seu corpo, tempo e vida e, assim, ampliarem o seu campo de possibilidades. A realização da laqueadura produziu significados que remetem à liberdade, segurança e autonomia. Mesmo que a laqueadura não modifique diretamente as dinâmicas das relações de gênero no ambiente familiar, foi um meio para várias finalidades, colaborando com mudanças em suas vivências cotidianas.

  • FRANCISCO DE SOUSA LIMA
  • SUICÍDIO NO ESPELHO: O IMAGINÁRIO DOS ATENDENTES DA REDE DE COMBATE À IDEAÇÃO SUICIDA EM TERESINA
  • Orientador : ERIOSVALDO LIMA BARBOSA
  • Data: 14/06/2019
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  • Esse trabalho tem como foco identificar as estruturas imaginárias que atuam na formação das concepções que os atendentes da rede de combate ao suicídio em Teresina possuem sobre esse fenômeno. Partiu-se da hipótese de que essa proximidade com quem pretende dar cabo da própria vida e os esforços para impedir sua efetivação confere a esses atendentes uma visão mais singular sobre o fenômeno, utilizando-se para isso duas etapas de trabalho de campo: a primeira consistiu em entrevistas semiestruturadas com os atendentes ligados à rede, entre os quais foram levantadas as principais e recorrentes categorias imaginárias sobre o suicídio; a segunda, por sua vez, consistiu na aplicação de um teste tipo Likert, onde foram elencados os principais adjetivos dessas categorias do imaginário, mapeadas na primeira etapa, visando avaliar o nível de ingerência que cada um deles possui a respeito da percepção do suicídio. O trabalho ancorou-se na teoria do imaginário de Gilbert Durand (2014) como principal aporte teórico do estudo em apreço. No primeiro momento buscou-se mostrar a importância da sociologia clássica na desmistificação da prática suicida, ao apontar suas causas sociais como um fato recorrente desde os primeiros agrupamentos humanos, assim como o sentido de morte e do morrer. Além disso, discorreu-se sobre as percepções de larga amplitude que o suicídio tem provocado no imaginário social através do tempo, elegendo, para tanto, quatro categorias binárias: honra e salvação, pecado e crime, loucura e razão e tristeza e patologia.  O estudo dessas categorias permitiu-nos mostrar, a partir de uma perspectiva diacrônica, como as diversas teorias do imaginário podem explicar os comportamentos humanos em relação ao suicídio. No corpo final do trabalho, as categorias morte e suicídio ganham mais relevância a partir dos dados de campo, onde se procurou analisar as estruturas socioantropológicas do imaginário do suicídio para os atendentes inseridos na rede que atua no auxílio às pessoas com ideação suicida no Piauí, em especial, em Teresina. Com o estudo concluiu-se que os símbolos arquetípicos presentes no imaginário desses sujeitos estão semanticamente repletos de negatividade, elaborados por imagens que remetem o suicídio a um ato fisicamente nocivo, imoral e pecaminoso, tanto para a sociedade quanto para quem o pratica. Essa simbologia, porém, é amenizada pelo contato que os atendentes possuem com quem tem ideação suicida. Por fim, constatou-se a necessidade de implantação de políticas públicas voltadas para o esclarecimento da população sobre a problemática da morte voluntária, que poderiam arrefecer o estigma e diminuir os índices crescentes de suicídio registrados em Teresina e no Brasil. 

  • VIVIAN KALLEN BATISTA DE CARVALHO REIS
  • GENERO E SEXUALIDADES NO CONTEXTO DA ESCOLA: A PRODUÇÃO DE SENTIDOS DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS
  • Orientador : FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
  • Data: 13/06/2019
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  • O espaço escolar, por meio dos/as sujeitos/as que o compõe, configura-se num lócus marcado por diversidades e diferenças. Todavia, quando essas produzem discriminações e preconceitos se constituem em grave problema social. Sendo assim, o objetivo desse estudo é compreender os sentidos das práticas discursivas a respeito de gênero e sexualidades no contexto de uma escola pública, de ensino médio, em Teresina, PI, tomando como referência os/as estudantes, com a finalidade de identificar a presença de discriminações e seus fatores desencadeadores e/ou potencializadores de desigualdades no tocante às estudantes mulheres e LGBT por parte dos/as sujeitos/as que compõem a escola (docentes, discentes e corpo administrativo). Os aportes teóricos centrais que balizam a discussão de gênero e sexualidade estão respaldados em Connell & Pearse (2015), Bourdieu (1989) e Foucault (2017), e suas interfaces com a educação pautadas em Louro (1997) e Miskolci (2014). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos/as estudantes da referida escola sobre o assunto. O tratamento analítico dos dados se deu através da produção de sentido das práticas discursivas (Spink, 2010). Os resultados encontrados indicaram a presença de discursos conservadores e reguladores da heteronormatividade. Quando associados às estudantes mulheres sinalizaram a presença de concepções tradicionais de gênero, relacionando-as aos afazeres da casa, considerando-as intelectualmente inferiores e criticando-as pela liberdade de práticas no tocante as relações afetivo-sexuais. Em relação aos estudantes LGBT os discursos afirmaram preconceitos com teor regulador e defensor da heterossexualidade como padrão regimental do exercício ideal da sexualidade, onde as expressões e sentimentos homoafetivos são vigiados e coagidos a conter caricias ou troca de afetividades com os/as namorados/as, a fim de preservar uma boa imagem da escola.

  • TAYNÁ EGAS COSTA
  • “NO TEMPO DO ENSINO MÉDIO O ARMÁRIO ERA MAIS APERTADO DO QUE HOJE” – EXPERIÊNCIAS DE MULHERES LÉSBICAS NO ENSINO PRIVADO DE TERESINA (PI)
  • Orientador : FRANCINEIDE PIRES PEREIRA
  • Data: 30/05/2019
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  • Esta pesquisa busca compreender a partir das memórias de mulheres lésbicas, ex-alunas da rede privada de ensino da cidade de Teresina, os significados atribuídos às suas tentativas de encontrar condições para a consecução dos afetos e desejos nas suas trajetórias escolares. A pesquisa utilizou uma abordagem etnobiográfica. Esta abordagem que diz respeito à inovação teórica-metodológica baseada nos valores da pesquisa etnográfica, na sua capacidade de compreensão do mundo simbólico através das narrativas dos sujeitos. Para isso, o trabalho foi conduzido pela imersão em estudos sobre narrativas, sociabilidades e lesbianidades. O campo iniciou-se por meio de encontros, onde os convites foram realizados por meio de uma rede social virtual e por indicação das redes de relações das mulheres lésbicas participantes desta pesquisa. Ao considerar o sujeito pesquisado na sua multidimensionalidade ao narrar sua própria experiência e mediar sobre os desdobramentos subjetivos remetidos em suas memórias, esquecimentos e silêncios expressam repertórios discursivos que permitem, assim, descrever e analisar estruturas significativas de cultura, e não somente de um ponto de vista biográfico da vida particular de indivíduos ou arranjos institucionais, mas sobre os amplos sentidos culturais dados ao gênero e a sexualidade no espaço escolar, assim como, a maneira como a produção desses sentidos conformam a experiência individual após a saída do ensino básico. Com seus resultados intenta-se dá visibilidade sobre a temática da lesbofobia praticada no âmbito escolar e busca promover novas reflexões e discussões no sentido de ampliar debates, desfigurar preconceitos acerca do campo de gênero e da sexualidade, dessa forma, pensar de modo renovado, a cultura, a escola, os afetos, e as formas de ser/estar no mundo.

  • WILSON MACHADO ALENCAR
  • ENSINO DE SOCIOLOGIA: SENTIDOS E PRÁTICAS POR PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS EM TERESINA - PI
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 29/05/2019
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  • Esta pesquisa investiga sentidos e significados conferidos ao ensino de Sociologia no nível médio a partir de percepções de professores e professoras ministrantes da disciplina em instituições públicas no município de Teresina, Piauí. Seu objetivo é analisar a relação entre formação acadêmica e sentidos atribuídos pelos docentes do ensino de Sociologia. Partindo da premissa que professor assume sua prática a partir dos significados a ela conferidos e que os sentidos são socialmente construídos pelos indivíduos na vida cotidiana (TARDIF, 2008; BERGER; LUCKMANN, 2014), responde-se à questão: que fatores resultantes da relação formação acadêmica e sentidos atribuídos ao ensino de Sociologia estruturam e orientam o saber-fazer pedagógico de professores atuantes no ensino médio em Teresina? O estudo apresenta discussões sobre educação e escola como objetos de pesquisa sociológica, Sociologia e seu processo de institucionalização na educação brasileira, constituição atual do campo das Ciências Sociais na educação básica, formação acadêmica de professores do ensino de Sociologia e sentidos e significados atribuídos pelo fazer docente. A abordagem teórica-metodológica da pesquisa se sustenta na Sociologia clássica e na fenomenologia social (DURHEIM, 1999; WEBER, 1991; MARX 2007; SCHUTZ, 2012; APPOLINÁRIO, 2006; GIORGI, 2014). A investigação empírica se fundamenta na metodológica qualitativa, do tipo etnográfica aplicada à educação, com técnicas de observação direta e entrevistas semiestruturadas individuais, aplicadas a professores que ensinam Sociologia em escolas públicas. As informações receberam tratamento e análise de forma descritiva e interpretativa, possibilitaram a discussão sobre os sentidos e significados produzidos pela ação pedagógica dos sujeitos investigados, e estão ancorados em um sentido geral da Sociologia, formação para o exercício da cidadania, para atividade profissional, para interpretação e mudança da realidade social dos educandos.

  • ANA HILDA LIMA DO VALE
  • "NÃO É SÓ FUTEBOL":RELAÇÕES DE SOCIABILIDADE E IDENTIDADE NA TORCIDA ESPORÃO DO GALO EM TERESINA-PI
  • Orientador : FERDINAND CAVALCANTE PEREIRA
  • Data: 06/05/2019
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  • Este estudo tem por objetivo investigar e compreender as práticas de sociabilidade e construções identitárias de indivíduos filiados a torcidas organizadas de futebol. A pesquisa foi desenvolvida com a colaboração da Torcida Esporão do Galo (TEG), ligada ao River Atlético Clube da cidade de Teresina-PI, considerando a formação e organização do grupo, bem como as ações de pertencimento e alteridades que caracterizam as vivências de seus/suas integrantes no espaço urbano. Assim, parte-se da perspectiva de que as relações de sociabilidade, identificações, pertencimento e conflitos não se limitam apenas ao contexto destinado às práticas do futebol profissional, mas que a identidade dos/as torcedores/as organizados/as perpassa por formações subjetivas e construções sociais de condutas, linguagens, signos e símbolos reproduzidos em diversos âmbitos. Ademais, assumindo compromissos de manutenção do grupo e passando a se constituírem enquanto organização burocrática com divisões de cargos e atividades. Aqui, entende-se que as torcidas organizadas fazem parte de um campo social estruturado e estruturante sinalizado por posições e leis específicas (BOURDIEU, 1989), em que esses grupos buscam reconhecimento e disputam entre si por espaço e prestígio, estabelecendo rivalidades e alianças. Portanto, consideramos que “não é só futebol”, em seu sentido técnico de jogo, mas antes é também a identidade desses sujeitos e o modo como vivenciam e organizam suas relações cotidianas a partir de impulsos de sociabilidades – relacionados à preferencias clubísticas – dando forma e sentido às suas interações. Desse modo, trata-se de uma pesquisa qualitativa de abordagem interativa e interpretativa, operacionalizada por meio de observação participante, com aplicação de entrevistas semiestruturadas, pesquisa documental, uso e produção de imagens. Os resultados da investigação revelam que os membros da TEG, ao imprimirem um modo particular de vida a partir da cultura esportiva, (re)criam sua identidade de grupo e profissional para se fazerem reconhecidos/as como tal, frente à possibilidade de eminente perda do lugar no campo em que disputam por reconhecimento social.

  • JOAQUIM JOSÉ FERREIRA DOS SANTOS
  • DISPUTA DE SENTIDOS DO CONCEITO DE QUILOMBO: DECOLONIALIDADE E COLONIALIDADE NO ÂMBITO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3239
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 25/02/2019
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  • Na Constituição de 1988, a palavra quilombo obtém uma nova dimensão, alijando seu aspecto de crime para um fato garantidor de direitos. Há um cenário que indica abandono do olhar do colonizador, assumindo-se a perspectiva dos colonizados, principalmente de homens negros e de mulheres negras para quem quilombo é resistência ao sistema com estruturas herdadas da escravidão. A elaboração do conceito de quilombo por parte da própria comunidade quilombola representa um giro decolonial (CASTRO-GOMES; GROFOSGUEL, 2007), iniciado com a própria inserção do termo quilombo no texto constitucional. As experiências de homens e mulheres negras, seus processos de resistência ao projeto que buscou o aniquilamento físico e cultural e a luta contra a desumanização de afrodescendentes representam enfrentamento à colonialidade do poder. No entanto, o Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM), em junho de 2004, protocolou, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação judicial, a ADI 3239, em que questiona a constitucionalidade do Decreto 4.887/2003 que regulamenta as terras de quilombo conquistadas na CF/88. Na ação, entre outras coisas, o DEM, ainda que de forma indireta, objetiva que o STF fixe o conceito de quilombo como “comunidades formadas por escravos fugidos, ao tempo da escravidão no país”. O DEM pretende, portanto, aprisionar o conceito de quilombo a uma experiência que se esgotou com o fim da escravidão. Refuta, ainda, a possibilidade, expressa no referido Decreto, de a própria comunidade se autodefinir como quilombola. O questionamento apresentado busca afirmar que quilombo é coisa do passado, cabendo a laudos técnicos definirem quem faz parte destas comunidades. A pretensão apresentada na ação corrobora a narrativa colonial de impedir que afrodescendentes se tornem proprietários de terras como forma de manter a lógica de produção de riquezas, o que resultou em forte oposição ao enegrecimento das terras urbanas e rurais brasileiras. Ademais, emerge das manifestações de alguns ministros do STF a colonialidade do poder (QUIJANO, 2005), a colonialidade do saber (LANDER, 2005) e a colonialidade do ser (MALDONADO-TORRES, 2007), ao adotarem o mesmo entendimento do DEM: os quilombos foram uma experiência que findou com o fim do regime escravocrata no Brasil. Esta pesquisa possui como problema empírico o risco de manutenção da semântica colonial na definição do que é quilombo, resultando em perda de direitos e garantias conquistados por homens negros e mulheres negras. Indaga, pois: quais os sentidos de quilombo acionados no âmbito da ADI 3239? Como resposta/pressuposto, parte da assertiva de que foram acionados sentidos de quilombo que expressam colonialidade e decolonialidade em disputa, com vitória da perspectiva decolonial, o que não significa solução permanente, considerando a permanência da colonialidade do poder, do saber e do ser na constituição jurídico-política e social brasileira, o que demanda a continuidade dos processos de resistência.

  • SAMIRA RAMALHO RIBEIRO DE SOUZA
  • GÊNERO E SEXUALIDADE: DISCURSOS DE MULHERES FEMINISTAS SOBRE A PORNOGRAFIA
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 11/02/2019
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  • O presente estudo trata do tema da sexualidade, mais especificamente sobre pornografia. O problema desta pesquisa é entender que sentidos são produzidos sobre a pornografia pelas mulheres feministas e como o gênero contribui para essas produções de sentido e seus processos, considerando a polaridade no debate de porta-vozes feministas sobre pornografia e sexualidade e a história da sexualidade das mulheres e sua diferentes associações com a pornografia. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, um estudo de caso. Para a operacionalização utilizou-se a aplicação de entrevistas semi-estruturadas, presenciais, com mulheres que se assumiram como feministas. Os marcos teóricos utilizados para a construção do trabalho perpassam as discussões de gênero, teorias feministas sobre sexualidade e pornografia e discursos das ciências humanas sobre a sexualidade. Foi constatado que a pornografia ainda não é algo natural na vida das mulheres e seu uso ainda é marcado por contradições. Para elas a pornografia é um ativador da vida sexual e também recurso de satisfação, no entanto não exatamente a pornografia hegemônica que mostra a mulher como objeto sexual masculino. O que elas desejam é ver a representação de uma mulher tendo seus desejos considerados e o seu prazer respeitado nessa forma de viver a sexualidade.

2018
Descrição
  • CAROL DE ARAUJO BARBOSA
  • CRIAR, A QUE SERÁ QUE SE DESTINA? (Sentidos do processo criativo em encontros e desencontros entre artesãs e designers, sob o signo do empreendedorismo, na Cooperart-Poty em Teresina - PI)
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 20/12/2018
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  • Nesta pesquisa, volto o olhar sobre o processo criativo do grupo de artesãs ceramistas do Poti, composto por cerca de trinta mulheres integrantes da Cooperativa de Artesanato do Poti Velho (Cooperart-Poty). No processo, desde os inicios da constituição deste grupo, e da formação dessas mulheres como artesãs, observa-se a presença do design e de designers junto às artesãs, entre consensos e dissensos, mas, sempre com profissionais do design dirigindo o processo criativo. Partindo da perspectiva de que as relações sociais, em especial, as que envolvem o fenômeno da criatividade, estão permeadas pelas subjetividades dos indivíduos em constante tensão com as objetividades, reflito sobre como nesta equação, no caso em apreço, a autonomia criativa do grupo é submetida a imperativos da materialidade da vida, uma vez que o grupo em questão, constituído por mulheres tidas como de baixa renda, e fora do mercado de trabalho formal, é objeto de ações da aliança público-privada, com vistas à geração de trabalho e renda. As origens do grupo remontam ao contexto do final dos anos 1990, quando a crise no mundo trabalho reorientou políticas econômicas e de geração de renda e trabalho, com base na ideologia do empreendedorismo. No contexto, a criação de cooperativas de mulheres incluiu-se nas ações voltadas à (re)vitalização da atividade artesanal, pela ótica  do empreendedorismo,   consequentemente, adequando-a à estética do mercado e da competitividade. Nesta mirada, a criatividade das mulheres, transformadas, gradativamente, em artesãs, foi delimitada por intervenções variadas, sobretudo, de capacitações patrocinadas por instituições como Serviço de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), Fundação Wall Ferraz (FWF), e Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest). Por meio destas, foram/são produzidas coleções de peças artesanais, com vistas a exposições, concursos e comercialização. Realizei levantamento das realizadas entre 1998 e 2017: coleções de bijuterias, de peças decorativas e utilitárias, sempre, em cocriação com profissionais do design. Como fundamentação teórica, focalizo categorias e conceitos como gênero, cooperativismo, design, artesanato, criatividade, e processo criativo, em diálogos interdisciplinares com autores(as) diversos(as). Na pesquisa documental, debrucei-me sobre o regimento da cooperativa de artesãs, certificados de capacitações, conteúdos de  documentos físicos e virtuais (em sítios diversos), acervos fotográficos, dentre outros que possibilitaram  reconstruir trajetórias dos sujeitos e do lócus empírico.  Na pesquisa de campo, recorri à observação direta e participante, de cunho etnográfico, utilizando diário de campo, realizando entrevistas gravadas, e produzindo imagens fotográficas. Foram ouvidas treze artesãs cooperativadas, que passaram por capacitações para desenvolvimento de coleções, e quatro designers com atuações junto à Cooperart, além de três representantes de agências apoiadoras distintas. Os resultados da pesquisa forma construídos, em parte, pela interpretação de sentidos acionados por artesãs, e por designers, acerca de suas atuações no processo criativo de coleções, em cocriações, envoltas por conflitos, dissensos e consensos, objetividades e subjetividades, fantasias e concretudes. Também, de sentidos acionados por sujeitos apoiadores. Dentre as conclusões, constatei, dentre outras, que na relação entre artesãs e designers, estes(as) atuam como legitimadores(as) do gosto e das estéticas que orientam as criações, como intermediadores(as) de imperativos mercadológicos, e que a autonomia criativa do grupo de artesãs não é significada positivamente, como parte do processo, ainda que discursos de empoderamento sejam acionados. As capacitações ocorrem de modo frequente, não alcançando expectativas mais subjetivas do grupo, em termos da própria criatividade, além do que não há tempo hábil para que haja absorção efetiva dos aprendizados, ficando as artesãs mais como executoras, que como detentoras de algum saber, embora, nos interstícios deste sistema, haja subversões.

  • ERIKA CAROLINA PORTO DE GÓIS
  • VELHICES E MASCULINIDADES: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ENTRE HOMENS IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 17/12/2018
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  • Em todo o mundo visualiza-se um processo de envelhecimento populacional que acarreta várias alterações socioeconômicas e políticas. Amplia-se o entendimento da existência de velhices evidenciando a pluralidade e heterogeneidade desse fenômeno. Quando se trata da velhice masculina ressaltam-se as dificuldades vivenciadas pelos homens nessa fase da vida, quando se confrontam os discursos de masculinidade e as práticas sociais, especialmente, nos aspectos relacionados ao trabalho, família, sexualidade e autocuidado. Destarte, o presente estudo tem como objetivo geral analisar as representações sociais das velhices masculinas entre homens idosos participantes de grupos de convivência. Pauta-se na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici porque permite aprofundar os múltiplos saberes e partilha das experiências possíveis na velhice uma vez que propõe revisitar os conceitos empreendidos na história, tornar familiar algo que seja estranho em algum momento pretendendo travar novos diálogos e escolhas na construção das identidades, motivando uma ciência mais próxima do cotidiano. Trata-se de uma pesquisa quantitativo-qualitativo com dados transversais e por conveniência. Define-se como indicadores de inclusão: homens com no mínimo 60 anos, capacidade cognitiva preservada para manter um raciocínio lógico e boa comunicação com a pesquisadora; participarem há pelo menos um ano (12 meses) do grupo. Nessas condições encontrou-se cincohomens que integram o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de idosos ofertado nos Centros de Referência da Assistência Social do município de Parnaíba, Piauí. Com o intuito de conhecer o perfil dos participantes, fez-se o uso de questionários sociodemográficos; para conhecer as representações sociais optou-se pela Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e entrevistas semiestruturadas. Os homens idosos representam sua velhice como tempo de perdas fisiológicas e sociais, sincrônico a isso, se eleva a experiência e exige-se do indivíduo idoso aceitação das mudanças advindas do processo de senescência que inclui comorbidades e limitações em algumas habilidades e práticas cotidianas. Diferente dos discursos dominantes sobre masculinidades encontrou-se nessa pesquisa homens que reconhecem a importância do autocuidado e se inserem em grupos de convivência pela própria vontade. Os grupos de convivência são referenciados pelos homens como ambiente propício de saúde, socialização e aprendizado atuando como estratégia para combater o isolamento social preservando a auto-estima, vínculos de amizade e práticas de cuidado. A principal dificuldade dessa pesquisa foi encontrar homens com mais de doze meses de participação nos grupos de convivência. Espera-se que os resultados dessa dissertação contribuam para ampliar o conhecimento acerca da velhice masculina especialmente no que tange as representações dos homens idosos sobre os grupos de convivência tornando-se fundamento para repensar as políticas direcionadas aos homens idosos de modo a contemplar suas demandas e desejos.

  • MILANE BATISTA DA SILVA
  • CADÊ O ARCA QUE ESTAVA AQUI? (Experiências do Programa Arca das Letras nos rurais teresinenses, entre sentidos de positividade e de negatividade acionados por agentes de leitura e da gestão pública)
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 23/11/2018
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  • O ponto de partida, nesta pesquisa é o entendimento de rural e urbano, campo e cidade, como categorias de classificação do mundo social, espaços geossimbólicos, seja como conceito seja como representação social e de que o debate sobre rural e relações rural-urbanas não pode ignorar inflexões – nas representações de rural, como periférico – voltadas à perspectiva de cidadania cultural. Isto aponta para a necessidade de pensar políticas de cultura, no campo, com a mesma atenção dada a áreas urbanizadas, uma vez que, em localidades rurais, estas políticas ainda não apresentam protagonismo. O Programa Arca das Letras, da Secretaria Especial de Agriculta Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD), instituído em 2003 por demanda de movimentos sociais, apresenta-se como uma política cultural de incentivo à leitura voltada para povos rurais, visando a disponibilizar o acesso a livros e a capacitar agentes de leitura.  Nesta pesquisa, focaliza-se a experiência do Programa em localidades rurais do Município de Teresina, Estado do Piauí, capital brasileira com a maior área rural do país, buscando compreender a produção de sentidos de atores sociais envolvidos, em particular agentes de leitura e agentes da gestão pública relacionado(as) ao programa. Nesta pesquisa, a abordagem é predominantemente qualitativa e interpretativa, com aporte da sociologia interpretativa, em diálogos com a antropologia interpretativa e a psicologia social.  Teve como abordagem metodológica, pesquisas teórica, documental e de campo. A pesquisa teórica focalizou categorias e conceitos como políticas culturais; práticas culturais; políticas do livro e da leitura; livro, leitura e biblioteca; leitura e  relação da produção de livros com o mercado; ruralidades, povos rurais. A pesquisa documental voltou-se para documentos do Programa Arca das Letras e afins. A pesquisa de campo, em um trabalho de observação direta, cobriu as 29 localidades – e uma Associação – onde foi instalado o Programa Arca das Letras, nos rurais teresinenses.Foram ouvidos agentes de leitura dos rurais teresinense e agentes da gestão pública nos planos nacional e estadual. Os resultados da pesquisa apontam para uma produção de sentidos os quais puderam ser categorizados nas dimensões de positividade e de negatividade.  Constatou-se a desativação do programa nos rurais teresinense, e o consequente sentimento de abandono expressado nas falas de agentes de leitura; bibliotecas, ainda ativas, funcionando, predominantemente nas sedes de algumas escolas e creches; quase nenhuma informação da gestão pública sobre a situação do programa em Teresina. Em um plano mais geral, extrapolando os limites do município de Teresina, constata-se, com base na pesquisa que, apesar de o Arca ter-se expandido no Brasil, o Programa não teve força política necessária para obter maiores investimentos como  política cultural, o que aponta para o lugar subvalorizado das políticas de cultura, sobretudo, as voltadas para povos rurais, no país, as quais não apresentam paridade com as voltadas a áreas urbanas. Assim, permanecem os desafios de uma maior atenção à relação entre ruralidades, povos rurais e cultura, como eixo em políticas de desenvolvimento.

  • MAGNO VILA CASTRO JÚNIOR
  • HABITAÇÃO SOCIAL LTDA: O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA PELA ÓTICA DO CAPITAL CONSTRUTOR NO MUNICÍPIO DE TERESINA – PI (2009- 2016)
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2018
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  • O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) do governo federal tem se destacado como importante política pública habitacional no Brasil. Sua criação se insere num contexto mundial marcado pela crise no sistema capitalista do ano de 2008 e, em nível nacional, por políticas neoliberais que limitam o segmento social de baixa renda ao acesso à moradia. Tal política pública tem repercutido nas dimensões espaciais das cidades brasileiras e no planejamento urbano, mas sem resolver, de forma efetiva, a falta de moradia para essa população. Distingue-se, na implementação do referido programa, agentes do Estado e do mercado habitacional que atuam de forma estratégica. Para este último, a política habitacional possibilita mobilizar fundos públicos e confluem na dinamização de setores do mercado habitacional influenciando a expansão urbana brasileira. Delimitamos o objetivo geral da pesquisa em analisar a implementação do MCMV-Empresas pelas construtoras e sua influência no processo de acumulação do capital construtor na expansão urbana. Para tanto, analisamos as ações dos agentes do capital construtor na implementação do programa; a influência do processo de acumulação do capital construtor na expansão urbana do município de Teresina (PI) e; demonstramos a importância desse capital na produção do espaço urbano através da implementação da política habitacional entre os anos de 2009 e 2016. Metodologicamente, a pesquisa se apoia na abordagem qualitativa (BRUYNE, 1990; JACCOUD E MAYER, 2008), de perspectiva sociológica reflexiva. O método de estudo de caso foi utilizado como estratégia de investigação, estruturando-se a partir da pesquisa documental e da técnica de entrevista não-diretiva (MICHELAT, 1987; WHITAKER, 2002). A análise das informações foi realizada a partir da perspectiva da teoria da estruturação (GOTTDIENER, 1997; GIDDENS, 2009). A pesquisa aponta que aquisição de terreno, processo construtivo econômico e instalação de infraestrutura urbana as construtoras conduziram a implementação do MCMV-Empresas, contribuíram para a acumulação do capital construtor e para a expansão urbana recente no município de Teresina (PI), com baixa regulação dos poderes públicos.

  • ALDO VIEIRA RIBEIRO
  • EGRESSOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO DO IFPI/CAMPUS PIRIPIRI: IDENTIDADE PROFISSIONAL E A FALTA DE RECONHECIMENTO NO MERCADO DE TRABALHO LOCAL
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 28/06/2018
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  • Com a crise do regime de produção industrial fordista a partir da década de 1970, o sistema capitalista, no bojo da globalização, passa por processos de reestruturação. Trata-se do regime de acumulação flexível. Ancorado na flexibilidade produtiva e no modelo de empresa enxuta toyotista, esse regime tem impactado o mundo do trabalho, ocasionando transformações em seu interior, eclodindo o debate teórico entre aqueles que tentam entender e explicar a natureza e as implicações sociais dessas transformações. Nesse debate, atenção é dada ao processo de qualificação dos trabalhadores para o processo produtivo. Sob a lógica do Toyotismo, o regime de acumulação flexível é apresentado como responsável por minimizar a divisão social do trabalho – típica do regime fordista de produção – e instituir um novo perfil de trabalhador ancorado na competência, empregabilidade e empreendedorismo. Nesse sentido, com base no arcabouço teórico de Marx (1996) e de outros estudiosos (ALVES G, 1999; 2007; ANTUNES, 1999; 2005; 2015; FRIGOTTO, 2005; 2010; RAMOS M., 2002; KUENZER, 1997; 2007; 2011; 2016; e MANFREDI, 2017) o presente estudo analisa a trajetória profissional de egressos da Educação Profissional no Estado do Piauí. O objeto empírico são os egressos das primeiras turmas dos cursos Técnicos Concomitantes/Subsequentes em Administração e Vestuário do IFPI/Campus Piripiri, que concluíram seus cursos entre os anos de 2011 e 2014. A coleta de informações realizou-se mediante a aplicação de questionário eletrônico, realização de entrevistas semiestruturadas, pesquisa bibliográfica e documental. A construção e interpretação dos dados ocorreu à luz das abordagens qualitativa e quantitativa. No tratamento dos dados utilizou-se a Estatística Descritiva e a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2002). No plano teórico, argumenta-se que o regime de acumulação flexível, ao revés do que é veiculado, intensifica a exploração do trabalho pelo capital. Quanto à instituição do modelo da competência defende-se que a sua difusão, constitui ardil adotado pelo capital para ocultar a sua lógica excludente, responsabilizando o trabalhador pelo (in)sucesso no mundo do trabalho. Os resultados da investigação, ancorados no discurso dos egressos, revelam que estes, apesar das dificuldades, conseguem inserção no mercado de trabalho local na condição de empregados, servidores públicos e empreendedores, ainda que a referida inserção ocorra em área diversa da formação profissional e sob a precarização do trabalho e desvalorização da qualificação técnico-profissional.

  • KENNEDY DE BRITO RIBEIRO
  • OS INDIVIDUOS NAS ORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO ACERCA DA CORRELAÇÃO EXISTENTE ENTRE AS ORGANIZAÇÕES INFORMAIS E A ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO PIAUÍ.
  • Orientador : CARLOS ANTONIO MENDES DE CARVALHO BUENOS AYRES
  • Data: 30/05/2018
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  • A sociedade moderna aponta as organizações como um importante ambiente condicionador dos indivíduos, de suas ações e relações sociais. Os indivíduos passam a maior parte de suas vidas dentro de organizações, as mais diversas possíveis. Na sociedade moderna, esses indivíduos nascem, crescem, estudam, trabalham, se casam, cuidam de sua saúde e morrem dentro de organizações. As melhores e principais oportunidades de trabalho são oferecidas pelas organizações e nelas os indivíduos expressam e concretizam essa dimensão tão significativa e definidora de suas vidas. Entre os diferentes tipos de organização, ganha destaque o modelo burocrático weberiano que traduz racionalidade, impessoalidade e controle do comportamento dos indivíduos. Com o advento da modernidade, esse modelo de organização ganha notoriedade e espraia-se por toda a sociedade ocidental, tornando-se a grande referência quando falamos de organizações, seja como parâmetro para aplicação, seja para estudos científicos que buscam compreender os ambientes organizacionais. Entretanto, nem todos os aspectos das organizações burocráticas foram detidamente pesquisados, mesmo nos estudos de Max Weber, a grande referência quando se trata de organizações burocráticas, cujos estudos foram focados nos aspectos formais das organizações. As organizações informais e sua correlação com a organização burocrática foram deixadas à margem dos seus estudos. Desta forma, situados em um contexto de modernidade e à luz do compreensivismo weberiano, estudamos um hospital público do Piauí, cujo modelo organizacional é burocrático, com o objetivo de compreender, interpretar e explicar a correlação existente entre as organizações informais e a organização burocrática. Realizamos pesquisa bibliográfica e de Campo, do tipo descritiva, com linha de raciocínio indutivo, processo de coleta de dados do tipo qualitativo, com uso de diário de campo, cuja técnica de investigação consistiu em observação direta passiva e entrevistas, com análise interpretativa dos dados levantados. Neste estudo, o pesquisador-observador assumiu uma postura de indiferença etnometodológica ao abordar a realidade concreta da vida dos indivíduos no ambiente organizacional, em seu cotidiano de trabalho. Foram participantes desta pesquisa os indivíduos que trabalham em um dos setores do hospital público do Piauí, campo da observação proposta.

  • MARINA PINHEIRO SOUSA
  • VIOLÊNCIA DE GÊNERO: OS SIGNIFICADOS PRODUZIDOS POR MÃES/RESPONSÁVEIS SOBRE O ABUSO SEXUAL INTRAFAMILIAR INFANTO-JUVENIL FEMININO
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 28/05/2018
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  • O estudo trata da discussão sobre a violência sexual, na perspectiva de gênero, tendo como ênfase o abuso sexual intrafamiliar de crianças e adolescentes, fenômeno persistente que perpassa por múltiplas relações sociais construídas pelos sujeitos sociais na sociedade brasileira, estando presente independente de raça, etnia, classe social, geração. A violência de gênero se apresenta sob as mais diversas formas e com grandes repercussões para as mulheres, sendo elas adultas ou crianças, e para suas famílias, assim como, para a sociedade e o Estado, tendo em vista demandar políticas de enfrentamento desse fenômeno social. Na história social da humanidade, no que se refere às relações entre os sexos, há predominância da dominação masculina sobre as mulheres, estabelecendo desigualdades de gênero, relações de poderes desiguais e contribuindo ou mesmo provocando violência contra mulheres. O estudo teve como objetivo analisar os significados produzidos pelas mulheres/mães de meninas vítimas sobre o abuso sexual intrafamiliar infanto-juvenil feminino. Trata-se de um estudo de caráter predominantemente qualitativo, com o uso de entrevista semiestruturada para a apreensão das perspectivas das sujeitas pesquisadas, com apoio do diário de campo para anotações complementares as entrevistas. A análise discursiva (SPINK, 2010) tratará os dados da realidade em estudo.  A pesquisa aconteceu na cidade de Teresina-PI, tendo como sujeitas da pesquisa mães/responsáveis de crianças e adolescentes do gênero feminino que foram vítimas de abuso sexual no âmbito familiar, que estão ou já tenham sido atendidas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e pela Casa de Zabelê, nos últimos dois anos (2015-2017). Consideram-se as diferenças classes sociais das vítimas de violência, por entender que a violência de gênero está presente em todas as classes sociais. Embora tenham várias pesquisas sobre abuso sexual intrafamiliar infantojuvenil feminino, são escassas as investigações que trata tal fenômeno como violência de gênero, além de pesquisar as mães/responsáveis. Portanto, a relevância social dessa investigação está em compreender os significados do abuso sexual intrafamiliar infantojuvenil feminino nos discursos de mães/responsáveis das vítimas, com o propósito de contribuir com a temática em questão.  A fundamentação teórica foi elaborada através da contribuição de diversos autores. A perspectiva de gênero numa concepção de análise relacional e histórica tem por base Scott (1989, 2012); Saffioti (1999, 2004, 2005), Lauretis (1994). A ênfase nas relações de poder tem por base Foucault (2016) e Bourdieu (1998, 2002). A compreensão da violência de gênero intrafamiliar, houve a contribuição de: Azevedo (1985); Saffioti (1995,2004; 2001); Pateman (1993); Azevedo e Guerra (2011), entre outros. A família contemporânea é considerada nos termos de Narvaz e Koller (2004); Ney (1995); Castell (1999,2010); Singly (2007); Petrini (2005), e Goldani (1993), dentre outros. Na reflexão a cerca da mãe no cenário da violência, buscou analisar Botelho (2014), Cantelmo (2010), Goldferd (2000), Habigzang (2006), Machado (2006); Motta (2008), Narvaz (2005) entre outros. Os resultados dessa investigação revelados atráves dos discursos das mães/responsáveis demonstram que o abuso sexual intrafamilia infantojuvenil feminino atinge toda a dinâmica familiar, seja de forma direta e/ou indireta, extrapolando o contexto entre a vítima primária e o agressor. Além dissos, a transgeracionalidade é fator importante nas famílias vítima do abuso sexual, influenciando na denúncia ou não da violência sofrida pela filha, provocando muitas vezes conflitos e rupturas nas relações parentais e nas redes familiares e sociais.

  • IANARA SILVA EVANGELISTA
  • “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”: rotas críticas de mulheres que romperam o ciclo de violência
  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 27/04/2018
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  • A violência doméstica e familiar é um problema social grave e complexo, fruto das relações de poder entre os sexos, atinge mulheres de todas as classes sociais, raça, etnia, idade, religião ou nível de escolaridade. O feminismo tem sido fundamental na luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens, tornando esse problema visível e reconhecido como violação de direitos humanos. Nesse sentido, diversas medidas de enfrentamento e combate foram criadas provenientes de acordos, pactos, leis e conferências onde o Brasil é signatário (MORAES & SORJ, 2009). O objetivo geral desse estudo é compreender o processo de ruptura das mulheres que vivenciaram a violência doméstica e familiar, considerando seu percurso na rota crítica, com a finalidade de saber sobre os fatores impulsionadores, inibidores e estratégias de rompimento utilizadas nesse trajeto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com aplicação de entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas junto às mulheres egressas da Casa Abrigo “Mulher Viva”. O tratamento analítico dos dados se deu por meio da Análise de Discurso. A fundamentação teórica ancorou-se na concepção de gênero como elemento constitutivo das relações sociais e relações de poder (SCOTT, 1995; BOURDIEU, 2011; FOUCAULT, 2015); na discussão sobre violência contra mulheres, destacando seus tipos, termos correlatos e políticas públicas de enfrentamento (ALMEIDA, 2007; BRASIL, 2011; STREY, 2004) e sobre Rota Crítica (SAGOT, 2000), compreendida como um complexo emaranhado de atitudes e decisões tomadas pelas mulheres visando sair do ciclo de violência. Os resultados encontrados mostraram que os fatores impulsionadores do rompimento, perpassam situações de saturação das violências sofridas que são potencializadas pelas práticas de ingestão de bebidas alcoólicas, uso de drogas, sucessivas traições e aumento gradativo da violência dos(as) (ex)companheiros(as) contra elas e seus(suas) filhos(as). Dentre os fatores inibidores do rompimento, destacou-se o medo em relação às ameaças recebidas, medo de denunciar e de morrer, esperança na mudança comportamental dos(as) (ex)companheiros(as), ineficiência institucional dos serviços de atendimento, falta de apoio familiar e/ou dos amigos(as) e dependência financeira. Em relação às estratégias de enfrentamento/rompimento, que dão início quando encerram o silêncio, constataram-se as saídas temporárias de casa, mudanças de contatos (telefone e endereço), continuidade dos estudos, inserção no mercado de trabalho, apoio das suas redes sociais e da rede institucional, quando acionadas. As mulheres rompem com o ciclo de violência quando constroem um processo interno de fortalecimento pessoal, apoiado pelas redes pessoais e institucionais, e nesse processo apresentam sinais de empoderamento.

  • LÍLIA LEITE BARBOSA
  • RACIONALIDADE COMUNICATIVA AMBIENTAL E GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM TERESINA: ENCONTROS E DESENCONTROS DE SENTIDOS
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 23/04/2018
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  • A atual dinâmica sociedade-natureza exige novos olhares no processo de transformação do conhecimento e na construção do saber frente às questões ambientais. O adensamento populacional, e, consequentemente, a acelerada urbanização das cidades, não tão longínqua, no mundo e no Brasil, trazem uma mudança de paradigma nos processos de produção e de consumo de bens. A vida urbana implicou em uma “crise ambiental”, na medida em que potencializou problemas como poluição atmosférica, excesso de tráfego e de ruídos, ocupações indevidas em áreas que deveriam estar protegidas, loteamentos clandestinos, falta de espaços verdes, enchentes, esgotos domésticos lançados nas ruas sem qualquer tipo de tratamento e, principalmente, no crescimento dos lixões a céu aberto. O presente trabalho busca investigar os encontros e desencontros de sentidos dados à gestão dos resíduos sólidos na cidade de Teresina (PI), para isso, o pressuposto adotado considera que as normatizações que tratam da temática gestão de resíduos sólidos, encontram-se no campo de tensões entre facticidade e validade. Neste contexto, o arcabouço teórico da pesquisa parte de categorias como Racionalidade Comunicativa (HABERMAS, 1989, 1997), Racionalidade Ambiental (LEFF, 2002), e de sua hibridação (Racionalidade Comunicativa Ambiental - RCA) para demonstrar como são incorporadas e vivenciadas as práticas de uma RCA na cidade de Teresina através das políticas públicas instituídas pelo poder público e de como a população recebe estas ações. O problema de pesquisa deu origem à seguinte questão: como se relacionam racionalidade comunicativa, políticas públicas, legislação e ações de gestão de resíduos sólidos em Teresina? E como resposta, a perspectiva de que há encontros e desencontros de sentidos, considerando tratar-se de racionalidade comunicativa, portanto processual, que amplia os encontros de sentidos na medida em que os processos comunicativos são ampliados. Em decorrência, o objetivo geral da investigação visa analisar a dinamicidade existente entre a racionalidade comunicativa, as políticas públicas e a legislação na gestão de resíduos sólidos na cidade de Teresina. E para atingir esse objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos específicos: discorrer sobre a questão ambiental, incluindo resíduos sólidos como parte do meio ambiente; discutir a normatização sobre resíduos sólidos em âmbito nacional e local, bem como as práticas da política de gestão dos resíduos sólidos da Prefeitura Municipal de Teresina e, por fim, discorrer sobre os sentidos de resíduos sólidos como racionalidade comunicativa e ambiental. Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa pela leitura e interpretação de documentos normativos federal e municipal e dos dados coletados através de aplicação de entrevista semiestruturada, diário de campo e registros fotográficos, com organização em mapas de associação de ideias pelas categorias teóricas adotadas.

  • FRANCISCO WERIQUIS SILVA SALES
  • "AO NOSSO VER É A FELICIDADE", "É A LIBERDADE": BINARISMO DE GÊNERO E HETERONORMATIVADE EM SOCIABILIDADES JUNVENIS NUMA ESCOLA TERESINENSE.
  • Orientador : FRANCINEIDE PIRES PEREIRA
  • Data: 02/04/2018
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  • A relação entre escola e sexualidade é marcada por disputas de poder, tensões referentes à posicionamentos diversos acerca do lugar que ocupa a sexualidade na prática dos sujeitos no exercício do processo educacional. No tocante aos corpos dissidentes de gênero e sexualidade, em conflito com a heteronorma, essa relação é, ainda mais, marcada por meticulosa vigilância e disciplinamento. Entendendo a escola enquanto espaço sociocultural, objetivo compreender os desdobramentos subjetivos da heteronormatividade e do sistema binário de gênero, enquanto dispositivos normativos, nas sociabilidades de jovens dissidentes de gênero e sexualidade e as estratégias de subversão, produzidas por esses sujeitos, a esses dispositivos, no contexto de uma escola pública de nível médio de Teresina-PI. Verificando como se dão as experiências relacionadas à vivência da sexualidade desses jovens e possíveis transgressões ao modelo heteronormativo no espaço escolar, identificando os discursos produzidos sobre sexualidades, e apreendendo como esta atua na formação dos seus grupos de sociabilidade. A pesquisa foi qualitativa, operacionalizada por meio de etnografia no espaço da escola, com o uso de observação participante e oficinas com as/os discentes. Os discursos das/os jovens sobre si, ao tempo que denunciam o caráter naturalizado do gênero, apontaram a dinâmica estratégica do uso da feminilidade e masculinidade, ora como elemento necessário para se perceberem num estado de felicidade, ora atuando como mecanismo de sobrevivência em ambientes hostis, em outros como elemento de contestação da ordem do gênero e dos processos de violências que incidem sobre eles. Nos discursos sobre os outros, acionaram instituições como a escola e a família, além de docentes e discentes, e apontaram a importância que estes têm na forma como elas/es se percebem enquanto sujeitos e vivenciam sua sexualidade e o gênero. Suas experiências apontaram as formas como são re-produzidos discursos nas quais a heteronormatividade e o binarismo de gênero agem como dispositivos de normatização e apontaram mecanismos estratégicos de subversão e resistências da realidade e reconhecimento de suas existências, através principalmente dos grupos de sociabilidades nas quais interagem.

  • MACILANE GOMES BATISTA
  • GENERO, VIOLENCIA CONTRA MULHER E A ASSISTÊNCIA SOCIAL: PERCEPÇÃO DE GÊNERO DOS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADA DA ASSISTENCIA SOCIAL-CREAS NO ATENDIMENTO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA EM TERESINA - PI
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 26/03/2018
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  • As múltiplas expressões da violência de gênero, especificamente a violência contra a mulher, situa-se como tema central deste estudo. Tal violação (ões) significa, dentre vários aspectos, assumi-la (s) como assunto de políticas públicas, problematizando seu enfrentamento em face da institucionalidade vigente, mas, principalmente, adotando estratégias governamentais para proteger socialmente as mulheres. Este cenário tem o intuito de vislumbrar os avanços legais que referenciam garantias e direitos específicos às mulheres e, ao mesmo tempo, o desafio cotidiano do trabalho das equipes multidisciplinares que, dentre suas várias funções, está em atender os indivíduos e suas famílias em situação de risco social e pessoal. A presente investigação visa identificar a percepção de gênero que atravessa o atendimento dos profissionais dos CREAS às mulheres em situação de violência. O objeto de estudo baseia-se no fato de que a assistência social é integrante da rede de atendimento especializado à mulher em situação de violência, conforme preceitua as legislações e diretrizes, tanto da política de enfrentamento à violência contra as mulheres, bem como da própria política de assistência social, considerando, desta última, suas finalidades institucionais, perfil de público e dos referidos profissionais para atuação. Destes profissionais são exigidas diversas competências e habilidades, dentre elas, o enfoque de gênero. Pressuponho que o gênero é essencial como categoria analítica e de instrumentalização técnica no contexto profissional para uma efetiva atuação com diferentes indivíduos e famílias que se constituem como públicos diretos. Nesse aspecto, desenvolvi uma pesquisa por meio de uma abordagem predominantemente qualitativa. O estudo de caso foi uma técnica utilizada com os profissionais do CREAS/Norte, pois permitiu aprofundar questões no âmbito dos significados, aspirações, crenças, valores que se expressam no campo das relações, dos processos, dos fenômenos e representações sociais. Na operacionalização da investigação, foi realizado estudo bibliográfico e documental, além de entrevistas estruturadas individuais e em grupo com os cinco técnicos de referência no atendimento do CREAS (gerente, assistentes sociais, duas psicólogas) para a construção dos dados. No tratamento analítico dos dados foi utilizado a análise de discursos destes profissionais, levando em conta a transversalidade da percepção de gênero, a partir do público referenciado, o procedimento de trabalho adotado, da performance na articulação em rede. Para tal análise, foi adotada uma perspectiva que considere as representações sobre a realidade da violência contra a mulher e seu enfrentamento historicamente constituídos de disputas simbólicas e relacionais inerentes a contextos diversos. Os aportes teóricos que se articulam nesta pesquisa consistem no pensamento de Scott (1995) e Foucault (2014), para compressão de gênero como elemento constitutivo das relações sociais e de poder; além dos estudos de Oliveira e Cavalcanti (2007), Grossi (1998), Piscitelle (2002), Pasinato (2015), Laurentis (1994), Bandeira (2005) e Saffioti (2004), dentre outros que permitem a reflexão sobre gênero e violência contra a mulher. Considera-se a importância desse estudo por destacar a construção de papéis masculinos e femininos que atravessam relações de dominação produzindo a violência contra a mulher e, nesse processo, a subordinação feminina. Enfatiza-se que não é natural, nem estática e imutável, portanto, transformável. Sua desconstrução e/ou desnaturalização é processo social e histórico, sob entendimento que tais relações de poder são plurais, constituídas, instituídas e atravessam toda a sociedade.

  • JOSÉ MARIA ALVES DA CUNHA
  • FAMÍLIA, TRABALHO E GERAÇÃO: um estudo sobre as relações entre a pesca artesanal e o turismo na localidade Barra Grande - Cajueiro da Praia - Piauí
  • Orientador : MARLUCIA VALERIA DA SILVA
  • Data: 26/02/2018
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  • A localidade Barra Grande (Cajueiro da Praia – PI) há cerca de duas décadas tem percebido mudanças de ordem social, econômica e cultural oriundas da exploração de seus territórios aquático e terrestre pelo turismo, que tem condicionado um modo de vida diferente para membros de famílias pesqueiras artesanais, sobretudo no âmbito do trabalho, da organização familiar e geracional. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo geral analisar as noções de reflexividade de membros de famílias pesqueiras artesanais de Barra Grande acerca dos seus modos de vida e das mudanças decorrentes da operacionalização do turismo nos seus territórios aquático e terrestre. E os objetivos específicos buscam: 1) Descrever como os membros das famílias pesqueiras constituem o trabalho, as relações de família e aspectos geracionais nos territórios aquático e terrestre; 2) Verificar como está sendo realizada a transmissão da tradição pesqueira artesanal e como a juventude local tem articulado suas vivências em meio à modernidade; 3) Relacionar como o turismo tem impactado as sociabilidades de membros das famílias pesqueiras a partir das categorias trabalho, família e geração. A pesquisa deriva de um estudo etnográfico, feito com observação participante e realização de entrevistas semiestruturadas, servindo de apoio o diário de campo. Entre homens, mulheres e jovens, participaram dezenove pessoas de três famílias pesqueiras. A pesquisa de campo ocorreu entre agosto e outubro de 2017, durante cerca de 60 dias. A pesca foi gradativamente a mais acometida pelas transformações decorrentes da vida moderna. Houve redução sensível do número de pescadores, sobretudo pela mudança da atividade tradicional para a assalariada por parte de novos possíveis pescadores. Mesmo assim, a pesca tem sobrevivido com a adoção do turismo enquanto possibilidade de ampliação do lucro pela venda direta do pescado a turistas/excursionistas, embora a população nativa ainda predomine como cliente. Os homens adultos continuam o labor na pesca, enquanto as mulheres passaram a experimentar o trabalho nas lides do turismo, admitindo novas orientações quanto à divisão do trabalho doméstico. A posição da mulher ganhou avanços, mormente pela capitalização que lhe destacou em casa, diminuindo a sujeição e a subordinação aos maridos, com autonomia e breve independência, mas ainda marcada por restrições. A juventude apresenta-se com distinção, pois passa por um estágio importante de deslocamento identitário. Para jovens locais, a pesca como modo de vida ficou no passado, acumulando possibilidades de trabalho ou da constituição de suas individualidades mediante a realização de seus projetos de vida, bem como pelo rápido assalariamento nos equipamentos do turismo. Portanto, as mudanças são de grande monta e particulares às pessoas que de certa forma tem sabido tirar proveito das condições que lhes foram impostas pela atividade do turismo, principalmente pelo fator econômico.

     

  • LUISA NAYRA DA SILVA GOMES
  • INDISCIPLINA EM TEMPOS DE MEDICALIZAÇÃO: UM ESTUDO HISTÓRICO-CULTURAL EM TERESINA-PI
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 26/02/2018
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  • O presente trabalho tem como tema o processo de medicalização da indisciplina escolar e como principal objetivo compreender o processo de produção sócio-histórico-cultural da indisciplina escolar e sua relação com o fenômeno da medicalização da educação e sociedade em uma instituição de ensino de Teresina-PI, como objetivos específicos inquirir os aspectos sócio-histórico-culturais da produção da indisciplina no cotidiano de uma instituição de ensino, levantar o perfil sociodemográfico dos alunos encaminhados com queixa de indisciplina escolar e caracterizar a medicalização da educação e sociedade frente a indisciplina reduzida ao contexto escolar. A fundamentação teórica se deu, sobretudo a partir de uma perspectiva pautada principalmente nos referenciais da Sociologia, Sociologia da Educação, Psicologia da Educação, Pedagogia e Antropologia. No campo da In/disciplina os principais autores utilizados foram Aquino (1998), Estrela(1994), Prairat(2004), Foucault(2005; 2013), Pereira&Perreli(2009) e Silva(2007) no campo da Medicalização da Sociedade e Educação os autores mais utilizados foram Illich(1981), Conrad(1990), Zola(1972), Luengo(2009), Moysés e Collares(1994; 2015). Trata-se de um estudo qualitativo de caráter descritivo de base etnográfica, a pesquisa contou com a participação de 156 participantes entre discentes, monitores, militares, professores e servidores, como instrumento de coleta de dados utilizou-se questionários sócio demográficos, questionários com questões abertas e fechadas, diários de campo e roteiro de entrevista. Para análise de dados foi usado o software Iramuteq que é um programa de análise textual, após transcrição das entrevistas e questionários, foi utilizada também a técnica de Hermenêutica de Profundidade- HP para análise, que se divide em três fases sendo a primeira a análise sócio-histórica que tem por objetivo a reconstituição criteriosa das condições sociais de produção do objeto estudado, a segunda é a análise discursiva que corresponde ao estudo de como a fala/imagem do objeto é transmitida e a terceira e última é a reinterpretação dos dados obtidos onde há a explicação interpretativa plausível e bem fundamentada do fenômeno investigado. Os procedimentos metodológicos se deram inicialmente com a submissão do projeto ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Reis Veloso (CMRV), com autorização e número de CAAE: 56872716.3.0000.5669 obtendo aprovação por meio do parecer consubstanciado 1.958.088 em segui o parecer foi entregue aos órgãos competentes para início da pesquisa bem como a direção da escola, em seguida iniciou-se o contato com a escola, após o aceite da mesma. A pesquisa no campo partiu do contato com a escola, e em seguida com a inserção no meio escolar com registro em diários de campo para depois a realização das entrevistas e aplicação de questionários. Após observação e coleta de dados foi perceptível que as queixas sobre indisciplina escolar são maiores nas turmas de 1º do ano do ensino médio e reduzem significativamente no 3º, as maiores intervenções realizadas pela escola são relacionadas as faltas disciplinares que possuem uma penalidade ou punição própria, as faltas mais reincidentes dos alunos se referem a alteração no fardamento e uso de tecnologia/rede sociais na escola, foi visível ainda o cuidado com os alunos por parte do corpo escolar não apenas dentro dos muros da escola, mas fora também através de uma rede de cuidado constituído dentro da própria escola utilizando ,além da comunicação com a família, rede sociais.

     

  • MAYARA MAIA IBIAPINA
  • PERCEPÇÃO DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS: um estudo sobre pescadores artesanais na Comunidade Pedra do Sal (PI)
  • Orientador : FERDINAND CAVALCANTE PEREIRA
  • Data: 26/02/2018
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  • A Comunidade Pedra do Sal está situada no litoral norte do estado do Piauí, surgiu inicialmente através da atividade pesqueira, como as demais comunidades situadas nesta região, além da pesca, a comunidade apresenta uma diversidade de atividades como a agricultura familiar, o extrativismo e o turismo, por isso, são encontrados também, uma diversidade também de atores. Atualmente, os moradores da Comunidade Pedra do Sal, enfrentam muitas intervenções em seu território que provocam situações de risco e conflitos socioambientais, nesse contexto, estão também o grupo central a construção deste trabalho, os pescadores artesanais, pois, além de problemas como a pesca industrial predatória, o aumento da população costeira, o avanço da urbanização coma a especulação imobiliária e o turismo de massa, ocorreu, no ano de 2008, a instalação de uma usina eólica causando grandes impactos em seu território. O objetivo geral da pesquisa é analisar a percepção dos pescadores artesanais da Pedra do Sal sobre os conflitos socioambientais que interferem na produção e reprodução do seu modo de vida. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória de abordagem qualitativa que utiliza entrevista semiestruturada em uma amostra do tipo intencional e a observação direta para coleta de dados e recorre a pesquisa bibliográfica e documental para subsidiar as análises.

2017
Descrição
  • ALBA VALÉRIA DE SOUSA BATISTA
  • VIOLÊNCIA DE GÊNERO: o atendimento a mulher em situação de violência doméstica no Hospital de Urgência de Teresina-HUT
  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 31/10/2017
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  • Este estudo tem como tema central a violência de gênero, especificamente, a violência doméstica contra a mulher em interface com a saúde, cujo objetivo consistiu em compreender como se processa o atendimento dos(as) profissionais do Hospital de Urgência de Teresina-HUT às mulheres em situação de violência doméstica. Assim, a categoria gênero torna-se indispensável para análise deste fenômeno, posto que remete a relações desiguais entre os sexos. Trata de uma pesquisa de abordagem qualitativa com aplicação de entrevistas semiestruturadas e observação direta sobre o atendimento profissional cujo tratamento analítico dos dados se deu via análise de discurso. A violência de gênero, especificamente, a violência doméstica contra a mulher foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde - OMS e Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS como um grave problema de saúde pública e uma violação aos direitos humanos das mulheres, devido sua magnitude e diversos impactos físicos, emocionais que causam à saúde das mulheres, gerando altos custos para a área da saúde. Este reconhecimento, no entanto, não é percebido nas ações e discursos de muitos profissionais de saúde desde a atenção básica até a alta complexidade, havendo uma invisibilidade do problema nos serviços de saúde em geral. Os resultados desta pesquisa mostraram que os(as) profissionais possuem um conhecimento limitado acerca de gênero e da relação deste com a violência. Em relação ao atendimento profissional percebeu-se que as ações realizadas são fragmentadas e focadas no tratamento das lesões físicas, não havendo, na maioria das vezes, acolhimento e escuta qualificada às mulheres que buscam atendimento nesse serviço de saúde. Sobre os procedimentos e ações no atendimento afirmaram não existir um protocolo de atendimento específico para os casos de violência contra a mulher; há ausência de capacitações na área de gênero que poderia ensejar um atendimento qualificado e especializado; a infraestrutura material e física é inapropriada para um atendimento de qualidade; o quadro de profissionais é insuficiente para a grande demanda de atendimentos do hospital; o tempo exíguo para o atendimento aos(as) usuários(as) acaba sendo um obstáculo para atendimentos a mulheres que sofreram violência doméstica, visto que a disponibilidade de tempo é um fator importante  para realização de uma escuta qualificada e acolhimento satisfatório. Os(as) profissionais desconhecem a Rede de Atendimento a Mulher em Situação de Violência e não se reconhecem como membros integrantes desta, nem há articulação com outros serviços da rede; Os casos de violência doméstica contra a mulher, na maioria das vezes, não são registrados de forma clara e direta no prontuário favorecendo a sua subnotificação e contribuindo para a invisibilidade do problema nesse serviço. Sabe-se que os serviços de saúde, especificamente, os hospitais de urgência são pontos estratégicos para identificar e atuar sobre o problema da violência, visto que são as principais portas de entrada dessas mulheres na Rede de Atendimento. Conclui-se, portanto ser necessário repensar o atual modelo de atendimento institucional às mulheres em situação de violência, melhorando a qualidade da sua infraestrutura material e de pessoal, além de investimento em capacitações e treinamentos específicos sobre o tema gênero para os(as) profissionais da instituição. Sugere-se, ainda, a criação de equipes de referência para acolher esta demanda, além do uso de estratégias de sinalização e indicação para as usuárias que a instituição é um ponto de apoio para atendimento e enfrentamento da violência, para tanto se faz necessário melhorar a ambiência hospitalar, criando espaços discretos e reservados para o atendimento dessas usuárias a fim de que se sintam acolhidas, seguras e encorajadas para romperem com o ciclo da violência e o silêncio acerca da violência sofrida, denunciando seus agressores abrindo, assim, caminhos em direção a uma vida digna e livre de violência.

  • LIANA LIMA GONÇALVES AZEVEDO
  • As ambiguidades da participação feminina no tráfico de drogas: o discurso de mulheres sentenciadas em Teresina – PI.
  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 26/10/2017
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  • O crime tem sido estudado a partir de uma perspectiva de masculinização da delinquência, invisibilizando as práticas delituosas femininas. Todavia, sabe-se que há  um crescimento da participação de mulheres no crime e em cargos de liderança, sobretudo no que se refere ao tráfico de drogas. Por que estão inseridas no tráfico de drogas e como se processa essa participação? O objetivo geral desse estudo é compreender a dinâmica das relações de gênero que envolve essas mulheres traficantes. De maneira específica buscou-se averiguar os motivos dos seus envolvimentos com o narcotráfico; identificar os lugares que têm ocupado nesse contexto estabelecendo relações entre as funções exercidas no crime e os papeis de gênero que lhes são atribuídos tradicionalmente na sociedade. Para tanto, tomou-se os discursos das detentassentenciadas na PFT-PI pelo comércio de entorpecentes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com aplicação de entrevistas semiestruturadas e categorizadas na forma de Mapas de associação de ideias (SPINK,2010), apreciadas analiticamente via Análise de Discurso Crítica (ACD). As categorias conceituais centrais que fundam a base teórica dessa produção dizem respeito a gênero (SCOTT, 1995), entendido como elemento constitutivo das relações sociais e relações de poder que se apresentam tanto em nível estrutural, como microfisico (BOURDIEU, 2002 FOUCAULT, 1997); ao tráfico de drogas enquanto delito (BECKER, 2008). Dos resultados da investigação infere-se que as referidas mulheres vivenciam ambiguidades de posições sociais no contexto do narcotráfico a depender de com quem se relacionam: ora foram envolvidas sem que tivessem arbítrio, ora envolveram-se para romper com o lugar marginal reservado historicamente a elas; ora foram envolvidas porque lhes cabia enquanto mulher-mãe-esposa, ora negaram esses papeis e buscaram subverter o status quo pela criminalidade. Verificou-se, assim, certa fluidez relacional de posições sociais que as fazem ambiguamente protagonistas e subjugadas

  • EDNA DE BRITO AMARAL
  • Sucesso escolar e medicalização da educação: representações sociais de professores de Cocal dos Alves/PI
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 06/10/2017
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  • A educação no Brasil configura-se como um campo de investigação que favorece a discussão sobre muitos aspectos, como por exemplo o sucesso escolar e a medicalização da educação, temas norteadores da presente dissertação. É válido pontuar que a realidade educacional do país é idiossincrática, atualmente percebe-se que, apesar de muitas dificuldades, existem avanços, índices que demonstram realidades com casos reais de sucesso escolar, como é o caso da cidade de Cocal dos Alves, localizada no norte do Piauí. Com enfoques de Bernard Lahire que compreende o sucesso escolar como o grau de consonância existente entre as práticas cotidianas no que concerne à escrita, as condições e disposições econômicas, a ordem moral doméstica, os modos com os quais é exercida  a autoridade familiar, as práticas familiares de escolarização, estas distintas em cada família em particular e Pierre Bourdieu , em sua teoria da reprodução, defende que o sucesso escolar dá-se pelo grau de capital cultural que a família detém. Este sociólogo traz essa concepção por meio de uma crítica à ideologia de classes dominantes que acaba por segregar uma parcela da população que advém de classes menos favorecidas aos casos de insucesso escolar, neste ínterim que se observa o movimento das desigualdades sociais. Diante destes aspectos, o presente trabalho objetivou identificar as Representações Sociais acerca do sucesso escolar e medicalização da educação entre professores da rede pública de ensino da cidade de Cocal dos Alves-PI. Os sujeitos da pesquisa foram 82 professores da rede pública, municipal e estadual, da cidade de Cocal dos Alves, destes 79,3% eram do sexo feminino e 20,7%, masculino. Com relação à naturalidade, 40,2% são naturais de Cocal dos Alves, 26,8% de Cocal. Quanto ao estado civil, a maioria é casada, 58,5%, e apenas 37,8% são solteiros. Como orientação religiosa predominou a católica com 78,3% enquanto a protestante representou 17,4% dos entrevistados. Entre esses docentes, 58,5% afirmaram possuir renda compreendida entre 2 e 3 salários mínimos, 18,3% entre 3-5 e 14,6% entre 1-2 salários mínimos. A formação predominante dos entrevistados foi pedagogia com 48,8%, teologia e letras inglês apareceram com 8,5%, história com 7,3%, enquanto normal superior, matemática e língua português com 4,8% cada. Em sua maioria os professores possuíam pós-graduação, 62,2%. Com relação à satisfação em ser professor 96,2% consideram-se satisfeitos. Vale destacar ainda que 82,9% dos professores participantes são efetivos. A pesquisa foi do tipo misto que se baseia no desenho metodológico do tipo triangulação em que permite a comparação de dados estatísticos com descobertas qualitativas de forma simultânea. Foi utilizado como instrumento um questionário sociodemográfico para conhecer o perfil dos sujeitos. Para conhecer as RS dos sujeitos acerca dos fatores citados utilizou-se a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), em que o método de análise foi a técnica das redes semânticas e uma entrevista semiestruturada em que as respostas foram transcritas e analisadas por meio do software Iramutec. Observou-se que os entrevistados representam o sucesso escolar como dedicação, compromisso, trabalho e responsabilidade com que docentes, gestão e os discentes tem com o processo educativo. A congruência entre família e escola é outro ponto significativo das representações dos docentes, aspecto este semelhante aos citados por Lahire em seus estudos. Não se observou diferenciação entre classes mais ou menos favorecidas nos discursos dos docentes. Com relação à medicalização da educação, percebeu-se a existência da mesma, seja nos altos índices de medicamentos controlados que foram entregues no município, pelo número de encaminhamentos de crianças para atendimento especializados e nos discursos dos docentes, que representam a medicalização de forma significativa pela “detecção” de problemas escolares, problemas psicológicos dentre outros. Assim sendo, não se pretende que esta dissertação esgote as discussões acerca dos fenômenos, mas que a mesma possa servir de impulso para outros estudos, ampliando para o restante da comunidade. Almeja-se que ela favoreça um diálogo mais crítico acerca do sucesso escolar e da medicalização da educação para se buscar debater questões referentes às desigualdades sociais e educação, bem como pensar de forma mais racional e crítica acerca dos altos índices de medicalização na educação.

  • KAROLYNA PESSOA TEIXEIRA CARLOS
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA VELHICE LGBT: estudo comparativo entre universitários
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 04/10/2017
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    O idoso é a parcela da população cada vez mais representativa numericamente. A sexualidade vem sendo discutida nos últimos tempos como peça fundamental do envelhecimento ativo, porém quando se trata da sexualidade de idosos com um recorte específico, o público LGBT, que se entende os sujeitos que se identificam Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais esse debate é permeado de estigmas e preconceitos. Neste sentido surgem alguns questionamentos como: o que pensam os estudantes universitários sobre a velhice LGBT? Esses idosos têm condições de levar uma vida tranqüila e segura? Em vista disso, objetivou-se verificar e comparar as representações sociais de três grupos de estudantes universitários dos cursos de direito, psicologia e pedagogia acerca do envelhecimento LGBT. A amostra foi composta por 300 estudantes universitários uma Instituição de Ensino Superior privada na cidade de Teresina-PI. Tratou-se de uma pesquisa comparativa, de caráter quanti-qualitativo e corte transversal.  Com o intuito de conhecer o perfil dos participantes, foram aplicados questionários sociodemográficos. Para conhecer as representações sociais foram utilizados dois instrumentos: a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), utilizando-se o método de análise fatorial de correspondência – AFC, através do software Tri Deux Mots e entrevistas semiestruturadas, em que as respostas foram transcritas e analisadas pelo software Iramuteq. Como resultados observou-se que emergiram representações em dois pólos antagônicos: por um lado, o direito que cada indivíduo tem em fazer suas escolhas sexuais independente da fase da vida que se encontram, por outro lado, o preconceito sofrido pelos LGBTs, agravando-se quando trata-se de pessoas idosas. Com esse estudo, espera-se contribuir para o desenvolvimento da temática, ainda pouco estudada e divulgada, para que assim haja uma maior compreensão dos novos arranjos da sociedade contemporânea, podendo desta forma contribuir para a implementação de políticas públicas que resguardam os idosos e principalmente do público LGBT.  

  • JOVIANE APARECIDA DE MOURA
  • A IMPLEMENTAÇÃO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA EM TERESINA: DESVELANDO ATORES E PROCESSOS
  • Orientador : ANA BEATRIZ MARTINS DOS SANTOS SERAINE
  • Data: 28/09/2017
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  • O Brasil está experienciando a Reforma Psiquiátrica, relativa à transição para um novo modelo de cuidado para as pessoas em sofrimento mental em substituição às estruturas asilares. Esse processo se iniciou no final da década de 1970, no contexto da redemocratização do país, sob influência do Movimento da Reforma Sanitária. Nesse sentido, propomos um estudo sobre a Reforma Psiquiátrica em Teresina, visando compreender se o modelo de implementação dessa política impacta na desinstitucionalizacão da loucura e se contribui para a consolidação dos princípios da luta antimanicomial. O presente estudo está delineado em uma perspectiva qualitativa de pesquisa. Está ancorada na modalidade de pesquisa de campo, onde foi realizada uma inserção no contexto de vida cotidiana. Para a coleta de dados foram escolhidas como técnicas a análise documental e realização de entrevistas abertas com a finalidade de aprofundar as questões que os dados coletados nos documentos não permitirem explorar suficientemente. Para a interpretação dos dados foi utilizada a Análise temática ou categorial. O campo da pesquisa foi constituído principalmente pela Gerência de Saúde Mental de Teresina, a Gerência de Saúde Mental do Estado do Piauí e o Ministério Público Estadual. A amostra da população entrevistada foi constituída por pessoas que fizeram/fazem parte da implementação da Reforma Psiquiátrica na cidade de Teresina e que exerciam função/papel de gestores. Esta subdividido em três capítulos. O primeiro capítulo tem por objetivo apresentar um breve resgate histórico da loucura, refletindo sobre as diversas interpretações dadas a esse fenômeno e os distintos espaços sociais que lhe foram concedidos. Faz uma discussão teórica de alguns conceitos pertinentes ao tema da constituição da psiquiatria enquanto tutora da loucura, com o mandato social de única conhecedora desse objeto e como este saber foi questionado durante a Reforma Psiquiátrica, que trouxe uma nova perspectiva para acolher o sofrimento mental, ajudando a desconstruindo o paradigma manicomial. O segundo capítulo apresenta um panorama geral sobre políticas públicas, destacando alguns importantes conceitos da sociologia que auxiliam na sua compreensão e análise. Faz ainda um recorte histórico sobre a Reforma Psiquiátrica brasileira e a implementação do SUS. Por ultimo traz um resgate sobre a assistência à saúde mental em Teresina e a implementação da Reforma na cidade. O terceiro capítulo apresenta a análise das entrevistas e dos documentos, interligando esses conteúdos às teorias estudas, com o objetivo de compreender quais os impactos do modelo de implementação da Reforma Psiquiátrica no município, principalmente no que diz respeito ao processo de desinstitucionalização.

  • FRANCISCA DANIELE SOARES DO CARMO
  • POVOS DE TERREIRO NO CONTEXTO DE INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS: Territórios sociais de religiosidade de matrizes africanas na zona norte de Teresina-PI e o Programa Lagoas do Norte - PLN.
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 31/08/2017
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  • Este estudo de abordagem socioantropológica volta-se ao tema da constituição de territórios sociais de matrizes africanas nos centros urbanos em interface com processos de transformação da paisagem cultural do espaço citadino, tendo como foco lugares e trajetórias dessas religiosidades nas cidades. A pesquisa focalizou Povos de Terreiros da zona Norte de Teresina, Piauí, no âmbito de um processo de intervenções urbanísticas levadas a cabo pelo Programa Lagoas do Norte (PLN), política da Prefeitura Municipal de Teresina (PMT) com financiamento do Banco Mundial. Este programa de “requalificação urbana”, com ações de largo espectro, vem sendo implementado, desde 2008, em 13 bairros da região Norte de Teresina, que compõem uma área denominada região das Lagoas do Norte. O programa, no discurso da gestão pública municipal, é veiculado como um conjunto de intervenções ambientais, sociais e econômicas integradas em território determinado, a fim de (re)vitalizar, (re)urbanizar e (re)qualificar bairros da zona Norte da cidade, solucionando problemas socioambientais que acometem, há muito tempo, a região. Com ênfase na dimensão socioambiental, os documentos do PLN fazem referência a ações voltadas à “preservação e à proteção da cultura local”, a exemplo do projeto de construção de uma controversa “Praça dos Orixás”, a ser edificada como espaço de memória-celebração dos cultos religiosos afro-brasileiros na cidade. A zona Norte de Teresina, tem, historicamente, entre seus marcadores culturais e identitários, a religiosidade, expressa nas culturas religiosas de matrizes africanas, com vasto número de casas de Umbanda e Candomblé. O primeiro terreiro de que se tem notícia nesta região teria sido fundado na década de 1930, na área de convergência dos rios Parnaíba e Poti, reconhecida como ponto original do povoamento da cidade. Com o tempo, novas comunidades de terreiros foram-se formando, e instituindo territorialidades em Teresina. No processo de urbanização da cidade, terreiros localizados nas áreas centrais foram sendo deslocados, e muitos acabaram (re)territorializando-se na zona Norte, região tida como de “bairros populares”. Estes territórios sociais encontram-se novamente ameaçados, inclusive, de deslocamento involuntário de terreiros e de famílias de santo, previsto no processo de intervenção do PLN. Na perspectiva epistemológica da interpretação e produção de sentidos, em diálogo com autores e ideias, a pesquisa buscou apreender os sentidos e significados que vêm sendo produzidos e acionados pelos Povos de Terreiro, entre consensos e dissensos internos, e nas relações com o poder público, acerca da Praça dos Orixás e das ameaças de remoções involuntárias de terreiros, abrindo para novos questionamentos sobre políticas públicas de intervenção urbanística e os territórios de religiões de matrizes africanas no espaço urbano

  • VERÔNICA GOMES OLIVEIRA
  • A MEDIAÇÃO JUDICIAL DE CONFLITOS FAMILIARES: discursos e prática no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Teresina - PI.
  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 28/08/2017
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  • Este estudo analisa a resolução de conflitos familiares por meio do uso da mediação judicial, a partir da percepção dos (as) mediadores (as), mediados (as) e juízes (as) das varas de família da cidade de Teresina-PI. A mediação familiar judicial é um procedimento utilizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos (CEJUSC) do Tribunal de Justiça do Piauí. O embasamento teórico da pesquisa baseia-se nas ideias de Simmel (1983), Giddens (2000), Santos (2011), Spengler (2010) e Morais (1998) que fundamentam as categorias de conflito, família e acesso à justiça. Ainda se recorre aos conceitos de discurso em Pêcheux (2002), Orlandi (2003/2006) e Fairclough (2001) e a teoria da comunicação racional de Habermas (1989/2016), por meio de seu agir comunicativo para fundamentar os discursos dos sujeitos pesquisados. A pesquisa prioriza utilização de metodologia qualitativa com técnicas de observação não participante e entrevistas semiestruturadas. A mediação de conflitos é um procedimento dialógico que pode ser aplicado em quase todos os tipos de conflitos, constituindo-se meio desburocratizado e consensual da retomada de diálogos, em que um terceiro acompanha as partes até chegar a resolução conflitual, ou não, podendo, em caso positivo, ser manifestada num acordo. Para tanto, a linguagem é a principal ferramenta utilizada pelos (as) mediadores (as), pois, por meio de uma comunicação conciliatória, empática e transformadora é possível compreender os interesses explícitos e implícitos das partes e conduzir a percepção do conflito de fenômeno negativo em fator positivo na vida dos (as) mediados (as). Nessa perspectiva, a análise dos dados da pesquisa permitiu concluir, a partir dos discursos dos sujeitos pesquisados, que a mediação familiar judicial pode sim ser utilizada na resolução dos conflitos de família e o poder judiciário piauiense precisa investir mais na estruturação dessa modalidade de pacificação de conflitos.  

  • JAHYRA KELLY DE OLIVEIRA SOUSA
  • PERSPECTIVAS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR NAS ROTAS CRÍTICAS EM TERESINA-PI
  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 04/07/2017
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  • O presente trabalho de dissertação abordou a temática de violência de gênero, especificando-se nas violências doméstica e familiar, trabalhando com mulheres que viveram em situações desse tipo de violência e recorrem aos órgãos institucionalizados de enfrentamento à violência contra a mulher. Foi levantada a seguinte problemática: Quais as perspectivas das mulheres em situação de violência doméstica e familiar no curso das rotas críticas? Entendendo por perspectivas as formas como as mulheres viam a si e aos outros, bem como as violências e relações de gênero no decorrer das rotas. Por rotas críticas tem-se a concepção de Sagot (2000), trabalhada sob uma subdivisão elaborada na própria pesquisa: rotas processuais e rotas relacionais. Partiu-se inicialmente do debate de gênero, passando pelas concepções de Scott (1989) e Connel e Pearce (2015), em seguida fala-se do movimento feminista e da construção da epistemologia feminista através de teóricas do feminismo como Rago (1998), Harding (1993), Louro (2014), e demais teóricos da teoria social contemporânea como Santos (2015) e May (2004), passando à caracterização das Violências doméstica e familiar com Saffioti (2004) e a tipificação penal trazida pela Lei 11.340/2006, e das Redes de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Rede de Atendimento Especializado, bem como identificando os órgãos que possui o Estado do Piauí, para por fim abordar as rotas percorridas, através de entrevistas, por quatro mulheres cujos processos judiciais foram encerrados e por uma mulher que foi acompanhada nesse percorrer. A pesquisa é de abordagem qualitativa. Os resultados encontrados foram indicativos de mudanças e permanências no que diz respeito aos serviços especializados, bem como os atendimentos realizados em cada órgão e as influências de pessoas das vidas cotidianas de cada mulher (parentes, vizinhos, colegas de trabalho, de igreja), indicando que há avanços e também retrocessos.

  • CAROLINA ALVES LEITE
  • MÃES EMPODERADAS: A MATERNIDADE EM GRUPOS DE APOIO A MÃES EM TERESINA.
  • Orientador : MARIA ROSANGELA DE SOUZA
  • Data: 26/06/2017
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  • O estudo teve como objetivo investigar e entender os sentidos da maternidade para mulheres-mães, que se relacionam em grupos de apoio as questões de maternidade, e como respondem aos dilemas e conflitos que esta as obstina, a partir do contato com ideias sobre feminino em grupos de mães via rede social. A pesquisa esclarece se realmente é constituída a identidade de mãe, como ela é construída e de que forma contribuições feministas moldam os pensamentos dessas mulheres, enquanto mães e como sujeitas de direito no exercício de suas individualidades. Os dados foram coletados através de entrevistas individuais com 15 (quinze) mães que participam de grupos de apoio à maternidade, baseadas na associação de ideias sobre maternidade e empoderamento, além de observação participante em encontros dos grupos de mães, nos quais elas interagem também pessoalmente. Em seguida, foi realizada analise de discurso parasse trabalhar com os sentidos que as mães dão à maternidade, indicando as ideologias, as historias e a linguagem por trás das falas. O pressuposto analítico que norteia o estudo é o empoderamento feminino, que conquistado através da interação das mães nos grupos de WhatsAapp, guia a construção da identidade de mãe e possibilita o enfrentamento das dificuldades da maternidade. O aporte teórico de discussão é composto pela interlocução entre literatura e teoria feminista, abordagem de gênero e teoria social, estendendo-se nos campos do poder, corpo, família e toda a relação com a maternidade. A analise dos dados revela que as mães passam por muitos obstáculo nas fases iniciais da trajetória materna e, ao superarem cada um deles, vivenciam a maternidade empoderada, que acaba se tornando uma identidade que elas sustentam como forma de darem sentido a suas maternidades, ressignificando os cuidados com os/as filhos/as, tradicionalmente designados às mulheres, e convertendo a maternagem e a identidade de mãe em empoderamento. A partir da ideia de que a mulher detém o dom da natureza e que encontram nela o poder para seguir sua prerrogativa, as mães pesquisadas utilizam-se, acima de tudo, de informação e conhecimento sobre elas mesmas e sobre o mundo a sua volta para assumirem e exercerem esse modelo de maternidade. Com a fácil troca de informações promovida pelos aplicativos de conversação como o WhatsApp, o compartilhamento de experiência entre mulheres se tornou maior e mais rápido e, consequentemente, mais mulheres tiveram contato com ideias feministas quando se veem na condição de mulheres e mães reprimidas em situações diversas de violência, desigualdade e abuso. Desse modo, essas mães procuram viabilizar respostas para o enfrentamento dessas situações e veem uma saída conquista do empoderamento, concretizado com a rejeição do sistema que impõe e limita a maternidade dessas mulheres e a vivencia da maternidade empoderada e intensiva. Não se conformando em serem submissas, as mulheres barram as forças coercitivas que tentam interferir em seu protagonismo, defendem não somente a ideia de vivencia todos os aspectos da maternidade de forma ativa, mas também como uma maneira de lutar contra dominação e alienação, na família, com a divisão sexual do trabalho, na sociedade, com o senso comum, e no discurso médico androcêntrico, com o poder cientifico legitimado. As mães resistem.

  • ROSELI OLIVEIRA SILVA
  • Agricultura familiar e práticas sociais: adaptações e resistências dos (as) agricultores (as) familiares que dialogam com a PNATER Bom Jesus-PI
  • Orientador : SAMUEL PIRES MELO
  • Data: 26/05/2017
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  • Emerge, cada vez mais, um cenário desafiador para as formas de agriculturas e ruralidades brasileiras. Dentre eles, o da estruturação empresarial e da emergência de tipos de agricultura familiar que, anteriormente desfavorecidos, passam a ser objetos de Políticas Públicas no Brasil, como aponta a literatura especializada. Isso nos interpela para a compreensão e o desvendar desses distintos grupos, das tecnologias utilizadas, do uso dos recursos naturais, nas relações com a terra, com o trabalho, com o mercado e com a família, entre outros, no intuito de contribuir para construção e implementação de políticas públicas reestruturadas às realidades. Para conduzir esses fios de inter-relações, este trabalho de pesquisa objetivou compreender as práticas sociais de adaptação e/ou resistências em um processo de transição agroecológica de agricultores (as) familiares de Bom Jesus–PI que aderem à PNATER. Com o levantamento de dados secundários foi possível identificar as dificuldades e as potencialidades de estratégias de reprodução dos (as) agricultores (as) familiares de base agroecológica. A realização de entrevistas semiestruturadas com as famílias agricultoras e com os extensionistas no município possibilitou correlacionar as práticas sociais de adaptação e/ou resistências desses sujeitos com as ações voltadas à agroecologia da ATER pública. Os focos principais de atenção na análise foram: as relações estabelecidas com a terra, o trabalho, a família e o mercado, as adaptações e as resistências relacionadas à produção agroecológica. Tomando por base as famílias entrevistadas, pode-se afirmar que existe neste município uma agricultura familiar que pode ser caracterizada como camponesa, em que a busca pela autonomia e a manutenção de práticas de reciprocidade são aspectos marcantes também na agroecologia como estratégia de resistência e reprodução socioeconômica no contexto atual de ameaças e privações, a partir de estratégias efetivas de reprodução social e econômica. Porém, observa-se que as relações entre as práticas de adaptação e resistências das famílias agricultoras entrevistadas e as ações de ATER estão inter-relacionadas, isto é, tem-se um discurso e uma metodologia que indiretamente acaba construindo essa proposta por meio também de outras instituições que se relacionam com a agricultura familiar no município.

  • MALÚ FLÁVIA PÔRTO AMORIM
  • LITIGÂNCIA ESTRATÉGICA E PRODUÇÃO DE SENTIDOS PELOS ATINGIDOS NO ROMPIMENTO DA BARRAGEM ALGODÕES I
  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 24/05/2017
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  • Esta  pesquisa  visa  compreender  os sentidos  produzidos  pelos  atingidos com  o  rompimento da Barragem Algodões  I,  localizada  na  cidade  de Cocal-PI,  na  mobilização  por  seus direitos humanos  violados,  realizando-se  a  análise  através  do  conceito  de litígio  estratégico.  Para  isso, foi discutido  o  processo  de  mobilização  das  pessoas  afetadas  pela  tragédia  socioambiental, considerando  suas  identidades  e  o  modo  como  se  percebem  no  processo,  a  forma  como  se organizam,  as  ações  que  realizam  e  o  modo  como  os  outros  atores  envolvidos  no  conflito reagem  às  demandas  formuladas  pelos  atingidos.  Assim,  as  pessoas  afetadas  pelo  desastre buscam  não  só  a  reparação  dos  danos  sofridos,  mas  acionam  o  Poder  Judiciário  para pressionar  o Estado a  fornecer  resposta  adequada  às  suas  demandas  e  alterar  políticas  públicas a  fim  de  proporcionar  melhoria  nos  seus  modos  de  vida.  Desse  modo,  esta  pesquisa  tem relevância  na  medida  em  que  pretende  evidenciar  o  uso  do  litígio  estratégico,  um  tema  pouco estudado  no  Brasil,  pelas  vítimas  do  rompimento  da  barragem  na  busca  por  reparação  e efetivação  de  direitos  individuais  e  coletivos.  Além  disso,  trata-se  de  um  dos  maiores desastres  socioambientais  ocorridos  no  Estado  do  Piauí,  que  exemplifica  os  problemas vivenciados  pela  população  que  vive  no  meio  rural  e  como  as  desigualdades  sociais  são reforçadas  nos  contextos  de  tragédia.  Some-se  a  isso  o  fato  de  que  um  acidente  nestas proporções  deveria  levar  o  poder  público  a  uma  maior  vigilância  nas  condições  de represamento  dos  recursos  hídricos  e  rejeitos,  ao  evidenciar  os  impactos  negativos  advindos de  grandes  empreendimentos.  A  pesquisa,  que  no  polo  teórico  reveste-se  de  abordagem qualitativa  e  traz  uma  perspectiva  de  valorização  de  saberes  não  hegemônicos,  utilizou-se  de levantamento  bibliográfico  para  análise  das  informações  levantadas  e  investigação documental,  além  de  observação  com  uso  de  diário  de  campo  e  entrevistas  semi-estruturadas. Conclui-se,  desse  modo,  que  ao  perceberem-se  participantes  de  uma  comunidade  política  e portadores  de  direitos,  os  atingidos  pelo rompimento da  barragem  mobilizam-se  e  reivindicam seus  direitos  que  não  estão  sendo  garantidos  porque  se  reconhecem  sujeitos  constitucionais  e utilizam  a  litigância  estratégica  como  uma  forma  de  tratamento  do  conflito  socioambiental instaurado  com  o  rompimento  da  Barragem  Algodões  I,  buscando  o  equilíbrio  de  forças  entre os  atores  envolvidos  no  conflito,  principalmente  com  a  conquista  de  aliados,  por  meio  de manifestações  e  discussão  na  esfera  pública,  a  fim  de  conseguir  com  que  suas  demandas sejam  atendidas  tanto  no  plano  da  disputa  processual  em  curso  no  Poder  Judiciário  quanto  no campo  político,  com  a  adoção  de  políticas  públicas  voltadas  a  seus  interesses.  Além  disso,  a litigância  estratégica  se  mostra  uma  forma  de  disputar  a  narrativa  do  direito,  tornando-se  as pessoas  atingidas,  de  fato,  autoras  da  sua  história  e  das  normas  constitucionais,  resultado  da interpretação, constituindo uma  fronteira  entre  o direito orgânico  e  o sintético

  • MARIA DE JESUS MARTINS DE ANDRADE CUNHA
  • FAMÍLIAS LESBOAFETIVAS: descortinando as relações de gênero e sexualidade entre mulheres.
  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 31/03/2017
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  • As mudanças ocorridas na contemporaneidade no que tange a família, gênero e sexualidade são consideradas uma das mais revolucionárias, afirmando-se a variedade de experiências que giram em torno da suas configurações, sujeitos e relações. Embora considerando essas mudanças ainda é um desafio tratar de relações afetivo-sexuais entre o mesmo sexo, visto que essas pessoas têm passado, ao longo da história, por processos de apagamento e discriminações sendo percebidas, em geral, como desviantes e odiosas. Este estudo trata das experiências de mulheres dissidentes de relacionamentos heterossexuais, com e sem filhas(os), que atualmente vivenciam relações afetivo-sexuais com outras mulheres. O objetivo é compreender como se processa a dinâmica familiar lesboafetiva na vida dessas mulheres no tocante as relações de gênero e sexualidade, com a finalidade de verificar se essa relação afetivo-sexual é vivida de forma mais igualitária quando comparada à relação heterossexual. As relações de gênero são aqui expressas através da divisão sexual do trabalho, onde são destacadas questões relativas às tarefas domésticas, criação dos filhos e provisão econômica da família; a sexualidade é proclamada através das relações afetivo-sexuais vividas por essas mulheres e, destacando questões relativas a casamento, desejo, traição, separação. A discussão teórica inclui as categorias analíticas: família, gênero, e sexualidade, particularizando nesta a lesbianidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo tratamento analítico dos dados deu-se através da análise de discurso, com aplicação de entrevistas semiestruturadas junto às mulheres, a fim de apreender os discursos produzidos sobre suas vivências afetivo-sexuais e de gênero no contexto familiar. Os resultados mostram que as relações lesboafetivas apresentam características mais igualitárias que as heterossexuais. A dinâmica familiar e as relações sexuais lesboafetiva são marcadas por certa flexibilidade, diálogo e companheirismo entre o casal, e a autonomia e liberdade no uso do corpo é um princípio fundamental dessa relação. Embora sejam mais igualitárias não significa dizer que tais relações estejam isentas de práticas machistas. Por fim, no que diz respeito à identidade social, algumas mulheres assumem sua lesbianidade e outras não, o que lhes permite um transito mais flexível em relação às experiências sexuais.

2016
Descrição
  • TIAGO FERREIRA DE SOUSA NETO
  • #CONTRAOAUMENTO: uma análise das articulações dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em Teresina – PI.

  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2016
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  • A presente pesquisa analisa as manifestações sociais no espaço virtual e nas ruas, contra o aumento da passagem do transporte público de Teresina – PI, nos anos de 2011 e 2012, que contribuíram na implantação de integração ônibus-ônibus no sistema de transporte da cidade. As manifestações tiveram início tímido com a presença de pessoas ligadas a entidades estudantis, sindicais e populares, mas foi ganhando volume em decorrência da ação violenta da força militar em repreender os manifestantes e a facilidade de interação que as redes sociais virtuais facebook e twitter proporcionaram aos lideres na divulgação e convocação de pessoas às ruas e na ação de denúncia de repressão as manifestações. A teoria que fundamenta a pesquisa relaciona-se aos movimentos sociais e ação coletiva (CHAZEL, 1996; GOHN, 1997-2008-2014;  MELUCCI, 2001 SCHERER-WARREN, 1987-2014), globalização (BAUMAN, 1999; HELD, 2001; MCGREW, 2001; IANNI, 1994-1998), redes, ciberespaço, ciberativismo (CASTELLS, 1999-2004-2013; BATALHA, 2011; KAUFMAN, 2012;  LÉVY, 1993-1996-1999; MALINI, 2013;), transporte e mobilidade urbana (MELLO, 1981; NUNES, 2013; LEITÃO, 2013; VASCONCELLOS, 2001-2011); que possibilita melhor compreensão sobre as manifestações como fenômenos sociais coletivos. A pesquisa tem base metodológica qualitativa, utiliza a análise documental, entrevista e imagens. Mas também se apoia em dados quantitativos que facilita maior apreensão do objeto estudado. Os resultados alcançados indicam que as manifestações contra o aumento do transporte em Teresina não tiveram como base apenas a questão econômica (reajuste da tarifa), elas pautaram um sistema de transporte público de melhor qualidade e acessibilidade aos teresinenses; não trouxeram resultados tão significativos na mobilidade urbana e; as redes sociais contribuíram na organização das manifestações, mas foram estruturadas sob bases ideológicas dos movimentos estudantis, sindical e entidades populares.

  • THERESA RACHEL MENDES DA SILVA RODRIGUES
  • "EU SOU JOVEM RURAL E COMVAPEIRO": uma análise das identidades de jovens trabalhadores assalariados rurais nos canaviais da Usina COMVAP/Olho D'Agua no municipio de União-PI.

  • Orientador : MARLUCIA VALERIA DA SILVA
  • Data: 09/08/2016
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  • O estudo presente analisa o processo de constituição das identidades dos jovens assalariados rurais que se inserem no mercado de trabalho sucroalcooleiro na agroindústria COMVAP/Olho D´agua. O lócus da pesquisa foi município de União-PI, onde está situada a referida agroindústria, a qual se encontra em atividade por mais de três décadas na região. O suposto desta pesquisa foi o de que nem todos os jovens assalariados rurais que se inserem no mercado de trabalho na cadeia produtiva da cana de açúcar, têm suas identidades modificadas totalmente, em decorrência do aumento da condição material adquirida com a venda de sua força de trabalho e o experimento de outras sociabilidades de trabalho. O segmento juvenil assalariado rural na cadeia produtiva da cana de açúcar carrega a herança do universo rural, o que faz uso no exercício do trabalho nos canaviais mantendo aspectos no seu modo de vida, que ainda é entendido como atraso em relação a liquidez da contemporaneidade. Entretanto, com o estreitamento das distâncias entre os espaços rural/urbano, outras mentalidades se manifestam entre os jovens que absorvem novos valores e despertam anseios próximos do modo de vida urbano. Assim, novas relações identitárias se reproduzem nas ruralidades, atravessando contextos específicos, como no caso dos sujeitos em questão, permeados de novas nuanças e vivencias também estimuladas pelo assalariamento. Não obstante, os processos identitários se verificam de maneira diferenciada, partem do trabalho que exercem nos canaviais, dos projetos de autonomia que nutrem e dos espaços de sociabilidades que transitam, acionando as identidades que lhes competem, ora jovem rural, ora jovem comvapeiro, mas, sem perder a herança rural.  Esta pesquisa é qualitativa e ancorada metodologicamente no aporte teórico marxista na busca de conhecer o real dirimindo dúvidas e guiando a ação, numa perspectiva transformadora para discutir as categorias agronegócio e trabalho, que representam a base concreta-material do fenômeno pesquisado. Mas, por uma ótica que reconhece a produção de simbologias através das materialidades, a qual “não se deve entender os fatos sociais isoladamente ou abstraídos da influência política, econômica e cultural” (GIL, 1999 p. 40), pois como verificado no campo de pesquisa há uma necessidade de interpretar como as materialidades (o trabalho) determinam a construção das subjetividades dos jovens, principalmente ao acionar e negociar as suas identidades. Os recursos metodológicos usados na pesquisa foram: observação participante, análise de documentos, reportagens e narrativas dos sujeitos nas entrevistas; e ainda o diário de campo foi outro recurso vital para o registro de conversas, lugares, números, informações e dados da geografia local.

     

     


  • BRUNA KARINE NELSON MESQUITA
  • AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA E A FORMAÇÃO DOCENTE: UM ESTUDO ACERCA DO PIBID DE SOCIOLOGIA DA UFPI.

  • Orientador : CARLOS ANTONIO MENDES DE CARVALHO BUENOS AYRES
  • Data: 04/08/2016
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  • A presente pesquisa aborda sobre a descrição das representações sociais acerca do ensino de Sociologia, da formação docente e da iniciação à docência na educação básica dos licenciandos do curso de Licenciatura em Ciências Sociais que atuam como bolsistas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade Federal do Piauí – UFPI. No decorrer do estudo foram demonstradas as discussões sobre a institucionalização do ensino e de cursos voltados para a formação docente desenvolvidas no século XX e início do século XXI, bem como sobre o surgimento da Sociologia no país e sua importância como disciplina componente dos currículos escolares. Por meio da problematização dessas temáticas, viu-se que as representações sociais elaboradas pelos licenciandos bolsistas acerca da formação docente e do ensino de Sociologia perpassam pela compreensão do histórico dessas temáticas e fazem-se presentes no âmbito de suas formações. A fundamentação do estudo está pautada na teoria das representações sociais elaboradas por Serge Moscovici. Os dados foram coletados por meio de questionário sócio-demográfico, aplicação de Teste de Associação Livre de Palavras – TALP e questionário com perguntas abertas direcionadas sobre o ensino de Sociologia e a formação docente, sendo aplicados com vinte bolsistas em março de 2016. Através da análise dos dados foi possível compreender e refletir sobre a importância do PIBID na resignificação da formação inicial docente. Para os participantes, o programa mostra-se de grande relevância no processo de formação dos licenciandos por contribuir no processo de aperfeiçoamento e reflexão sobre a prática docente. Os bolsistas veem no programa um espaço de inter-relação entre teoria e prática, por ainda perceberem uma orientação mais tecnicista no curso de licenciatura voltada para a formação específica de bacharéis, corroborando para a construção de metodologias a serem utilizadas nos espaços escolares, que visam à aproximação dos alunos aos conteúdos sociológicos abordados tanto em sala de aula, como nas relações sociais que os alunos possuem cotidianamente.

  • EDIGAR GABRIEL DE SOUSA LEITE
  • O MERCADO DA FÉ: DA SECULARIZAÇÃO DOS ESPAÇOS SAGRADOS AO MARKETING RELIGIOSO DA IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS NO BRASIL PÓS 1998


  • Orientador : CARLOS ANTONIO MENDES DE CARVALHO BUENOS AYRES
  • Data: 28/07/2016
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  • O presente trabalho dissertativo visa saber como se configura o mercado da fé na Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD) no Brasil pós 1998. Trata-se de uma pesquisa etnometodológica não-participante com entrevistas não-diretivas a ser realizada com fiéis (modus-operandi-vivendi) nos encontros públicos no Grande Templo dos Milagres da IMPD, Sede Estadual em Teresina (PI). A opção pela temática deu-se em função da sua evidência empresarial no campo das igrejas da terceira onda pentecostal, denominadas de novo pentecostalismo pós anos 1970 do último século no Brasil. No demais, buscar-se-á saber como se configura a metáfora “pequenas igrejas & grandes negócios”, num contexto de igrejas de comando único onde novos empreendimentos religiosos, em “nome de Jesus”, dinamizam uma economia divina carregada de crenças populares e promessas de prosperidade “aqui e agora”. Baseou-se em autores clássicos que se dedicaram à temática no que concerne à lógica de mercado, bem como das novas tendências no campo religioso como Berger (1985), Durkheim (1989), Wach (1990), Campos (1997), Mariano (1999), Mendonça & Velasques Filho (2002), Léonard (2002), Reily (2003), Stark (2008), Otto (2007), Weber (2012), Bourdieu (2010), etc. Partiu-se do protestantismo histórico ao recente (neo)pentecostalismo migratório norte-americano pós início século XX. Para efeitos de classificação do pentecostalismo no Brasil, adotou-se as semelhanças tipológicas de Freston (1993) e Mariano (1999), ou seja, o pentecostalismo clássico (1910-1911), pentecostalismo de transição (1950-1960) e o (neo)pentecostalismo, “hibrido”, autóctone, centralizado no profeta fundador da IMPD pós 1998. Analisou-se a organização da igreja, experiências e suas formas de expressões coletivas a partir da abordagem tipológica de Wach (1990). O mercado da fé, desde a secularização dos espaços sagrados ao marketing e as dimensões econômicas do “toma lá dá cá” segundo a sociologia de Bourdieu (2011).

  • FRANCISCO ALENCAR DE VASCONCELOS NETO
  • ACESSO À INFORMAÇÃO, TRANSPARÊNCIA E CIDADANIA: a experiência de gestão no ensino fundamental de Teresina – PI

  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 24/06/2016
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  • A formação do Estado Moderno está ligada ao debate do pensamento liberal e da democracia. Ante esse debate, chegou-se ao sistema representativo como a melhor forma de governo, desde que amparada por uma Constituição que limite e organize o poder do Estado. Na modernidade, a legitimidade do Estado entrou em crise. Na busca de solução, procurou-se atacar a burocracia estatal e aumentar a participação popular no exercício da cidadania, por meio da transparência administrativa e do acesso à informação. Nesse sentido, o presente trabalho analisa a gestão educacional do ensino fundamental de Teresina-PI, na regional administrativa Centro-Norte, no acesso à informação e à transparência de dados públicos, a partir da vigência da lei nº 12.527/11, como mecanismo de incentivo à cultura de cidadania no ambiente escolar. A hipótese trabalhada é que a participação popular, por meio do acesso à informação e da transparência, pode amenizar a crise de legitimidade do Estado na era informacional. A fundamentação teórica deste trabalho se apoia em Rousseau (2006), Locke (1983) e Bobbio (2000), para a compreensão do liberalismo na formação do Estado Moderno e do sistema representativo em governos democráticos; Giddens (1991) e Canclini (2007), para as causas da crise de legitimidade do Estado; Levy (1999) e Castells (2003), que abordam o papel da cibercultura; Marshall (1967) e Vieira (2001), para compreender a construção da cidadania ocidental; Carvalho (2002) e Benevides (2002), para especificar a cidadania e a participação popular no Brasil e; Cury (2007), Botler (2011), Araujo (2009) e Libaneo (2001) explicam a gestão democrática escolar no ensino público. A pesquisa optou por uma abordagem qualitativa, com uso de pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevista semiestruturada. Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa exploratória, com vinte (20) escolas da cidade de Teresina, sendo selecionadas cinco (05) para análise amostral. Os sujeitos da pesquisa são professores, diretores, funcionários administrativos, alunos e pais – ou responsáveis de aluno, totalizando dezoito participantes na amostra intencional. A pesquisa apresenta quatro categorias, obtidas na análise dos dados: a primeira trata da estrutura das escolas para a prestação de serviços de informação, pouca, deficitária e inobservada pela gestão escolar. A segunda é a imobilidade criativa do gestor nas atividades de prestação de contas à comunidade. A terceira se refere ao processo de informação ao cidadão pelos órgãos da educação municipal, que é dual, complementar e incompleto. E, por último, a confiança técnica no gestor negligencia a participação cotidiana da comunidade no ambiente escolar. A transparência ativa da gestão na escola é essencial para o desenvolvimento da cidadania.

  • NAIRA LUAN SOUSA E SILVA
  • O MOVIMENTO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO PIAUÍ: UMA ANÁLISE DO FÓRUM ESTADUAL.

  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 17/06/2016
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  • O presente estudo analisa o movimento de economia solidária no estado do Piauí a partir das práticas dos sujeitos coletivos organizados no Fórum Estadual de Economia Popular e Solidária – FEEPSPI. Partimos de três hipóteses: primeira, o fenômeno da economia solidária, além da forma econômica de produção não capitalista, incorpora um sujeito político que estrutura o movimento de economia solidária; segunda, esse movimento da economia solidária se insere na perspectiva dos novos movimentos sociais, em um contexto de proposta contra-hegemônica de globalização; terceira, o movimento de economia solidária está organizado em rede de movimentos sociais e conta com o fórum para o fortalecimento do próprio movimento. Diante de tais premissas, esta pesquisa utiliza como aporte teórico-metodológico de análise as categorias “capitalismo” e “globalizações”, nos referenciais teóricos de Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos, Antonny Giddens, Paul Singer, Boltansky e Chiapello; para a categoria “movimentos sociais”, “redes de movimentos sociais” e “fóruns”, nós utilizamos a teoria dos Novos Movimentos Sociais na perspectiva de Alain Touraine, Alberto Melucci, Maria da Glória Gohn, Ilse Scherer-Warren; para a categoria “economia solidária” as abordagens de Jean-Louis Laville, Alain Caillé, Paul Singer, Marcos Arruda, Gildásio Santana Júnior e Emanuele Brasil. A pesquisa utiliza metodologia qualitativa na análise dos três segmentos que atuam na economia solidária no fórum: os empreendimentos econômicos solidários, as entidades de apoio e fomento, e os gestores públicos. Os instrumentos de coleta de dados foram: análise de documento, observação participante e entrevista não estruturada com os participantes do fórum. Os achados da pesquisa indicam que o movimento da economia solidária se apresenta para além do estabelecimento de uma política pública, apesar do relativo grau de dependência dos empreendimentos econômicos solidários às ações governamentais, caminhando assim em uma dinâmica de mobilização que vai do local ao global. O resultado é a defesa da possibilidade de uma outra globalização e economia. A conclusão a ser apreendida, é que o FEEPSPI vem se mostrando o lócus privilegiado para a construção do movimento da economia solidária no Piauí, uma vez que nele são definidas as diretrizes de ação dos protagonistas do movimento, as entidades de apoio e fomento, e os empreendimentos econômicos solidários em redes de articulação que lutam contra a exclusão social.

  • IONE CRISTINA DANTAS RIBEIRO
  • NEORRURALIDADES E IDENTIDADES: SENTIDOS DE TERRITORIALIDADES EM RESIDÊNCIAS SECUNDÁRIAS PARA MORADORES DO BAIRRO ILHOTAS, TERESINA-PI

  • Orientador : MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
  • Data: 31/05/2016
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  • O rural durante muito tempo foi visto como o lugar do atraso e em oposição ao urbano. Na contemporaneidade esta realidade mudou, o rural passou também a significar associação com meio ambiente, potencial para a proteção ambiental e para sossego.  Desta feita, a ampliação das significações do rural aumenta as funcionalidades atribuídas aos espaços rurais para além da produção agropecuária, englobando conservação ambiental, patrimônio cultural e natural, paisagem, lazer, turismo, incluindo as práticas terapêuticas, centros de equoterapia, terapia de energização, comunidades terapêuticas, além do agrocomércio. Trata-se de espaços e serviços organizados e estruturados para oferecer conforto à vida citadina no ambiente rural. Assim, trazer na atualidade a discussão sobre o tema das ruralidades e/ou neorruralidades é também discutir o rural para além da histórica dicotomia entre rural e urbano, sem desconsiderar as marcas que podem ter sido deixadas pela tradicional hierarquia campo/cidade, em que o rural é semantizado como o atraso a ser superado pela racionalidade moderna. A presente dissertação tematiza neorruralidade e identidades pelo estudo dos sentidos de territorialidades em residências secundárias, as quais são aquelas utilizadas em finais de semana e/ou feriados, para fins de descanso e/ou lazer. Para isso, trabalhou-se com a perspectiva de identidade enquanto processo, com seus fluxos e hibridismos. Para desenvolvimento do tema, foram discutidas categorias que com este se relacionam tais como desenvolvimento e território, que foram abordados do ponto de vista das ciências sociais, como um espaço de múltiplos processos, incluídas as relações de poder e processos de significações. Assim, a neorruralidade foi discutida nesse contexto de transversalidade de posições identitárias e seus desdobramentos, verificados por meio da pesquisa de campo, a qual revelou relação hierárquica entre os significados como neorrurais a partir do estudo de seus discursos e a população rural local, implicando na percepção de que as posições identitárias são múltiplas e móveis, porém são orientadas por relações de poder.

  • THAYANA DE MORAES COSTA
  • VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES NO WEBJORNALISMO DE PORTAL: da banalização à violência metalinguística.

  • Orientador : FRANCINEIDE PIRES PEREIRA
  • Data: 31/05/2016
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  • A violência contra mulheres tem sido, na última década, cada vez mais percebida como problemática social de ampla visibilidade no Brasil, e enfrentada como grave violação dos direitos humanos, sendo, da tal forma, imprescindível para as ciências sociais que se debrucem sobre esse tema. Nesse sentido, interessou-nos saber como andava a realidade da mídia online teresinense em relação às produções discursivas sobre a violência contra mulheres na cidade. As questões que nortearam a investigação foram: como a mídia online, através do webjornalismo de portal, participa na produção dos discursos que estão em disputa pela significação dos crimes de violência contra mulheres enunciados nas notícias? Quais discursos estão em disputa pela significação da violência contra mulheres? Esses discursos têm oferecido contribuição para o empoderamento das mulheres? Tratou-se de uma pesquisa qualitativa online que se aproximou da etnografia virtual. Os portais de notícias Meio Norte e Cidade Verde foram escolhidos por fazerem parte de dois dos maiores conglomerados de comunicação do Estado do Piauí, e, concentrarem, concomitantemente, a maior transmissão de notícias enquanto webjornalismo. Para as notícias categorizadas, consideramos a diversidade das observações nelas apresentadas como se tratasse de um continuum etnográfico, o qual interpretamos com ajuda da Análise de Discurso Crítica (ADC). Os resultados indicaram que a (re)produção da violência contra mulheres nas notícias, por meio das quais a sociedade atribui sentido ao tema e é significada, constitui em si mesmo uma forma de violência, tal qual uma violência metalinguística, que, na (des)construção, com títulos individualizantes e abordagens descritivas dos crimes, tratados como eventuais, torna corriqueiro o contínuo de agravos que naturalizam a violência contra mulheres, eclipsando seu caráter estrutural gendrado que se articula aos contornos e prerrogativas de classe, raça/etnia e sexualidade, e reificando uma ordem patriarcal de gênero que é excludente para mulheres, na medida em que condiciona seu acesso ao espaço público à qualidade de vítima.

2015
Descrição
  • GEYSA VICTÓRIA COSTA SILVA
  • "QUANDO MORAR É UM PRIVILÉGIO, OCUPAR É DUM DIREITO": A LUTA DOS MORADORES E MORADORAS DO PARQUE DA VITORIA PELO DIREITO À MORADIA".

  • Orientador : MASILENE ROCHA VIANA
  • Data: 26/09/2015
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  • A experiência de luta por moradia da ocupação urbana Parque da Vitória se insere no contexto de inflexão dos movimentos sociais gestado na década de 90 e que se estende ao momento atual. Em Teresina a existência de muitas ocupações revela a negligência do poder público no provimento do direito à moradia da população de baixa renda e, embora não seja algo novo na cidade, os processos de ocupações empreendidos por sem-teto em Teresina na atualidade - entre os quais se encontra o Parque da Vitória -, apresentam significativas mudanças em relação às ocupações da década de 80 e início de 90. Assim, o presente estudo busca compreender como se deu a ocupação do Parque da Vitória em um novo cenário de inflexão das lutas sociais, onde mesmo os atores tradicionalmente ligados à temática da moradia popular modificaram suas formas e espaços de atuação. Assim, tomamos como ponto de partida o entendimento de que eventualmente novos atores institucionais e políticos se colocaram como interlocutores das ocupações, ao tempo em que se verificava da parte dos sem teto esforços de ampla visibilidade pública e de retomada da ação-direta na luta pela terra e moradia urbana.

  • JORGE ANDRÉ PAULINO DA SILVA
  • ''O QUE TÁ ACONTECENDO NA SANTA MARIA'':PERIFERIA, JUVENTUDES E SEGREGAÇÕES SOCIAIS

  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 25/09/2015
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  • Este estudo trata de jovens de periferia e segregações urbanas. Objetivamos conhecer a condição juvenil no bairro Santa Maria a partir de narrativas dos seus jovens. Apresentamos o bairro e analisamos as segregações urbanas relativas à construção desse espaço urbano. Para fundamentar nossas reflexões, recorremos a autores como Portelli (2000), Khoury (2001), Lima (2004; 2005; 2010; 2013), Sousa (2012), Pais (1993), Abramo (1994), Oliveira (2014), Luz (2013), Silva (2005), Castro (2005), Reis (2004), Costa (2011), entre outros. Descobrimos que os limites do bairro foram alterados por lei, mas não parecem ter afetado as sociabilidades ou entendimento dos jovens sobre o local. O bairro surgiu a partir de ocupação urbana. Diante da ausência de políticas públicas, moradores do bairro resolveram mobilizar-se na busca de melhorias da comunidade. O bairro sofre com segregação espacial e social, refletindo processos de urbanização estruturados na Modernidade, reprodutora de assimetrias. Na área do Loteamento Santa Maria da Codipi, identificamos equipamentos sociais e de infraestrutura do local, a degradação ambiental promovida por empresas, trabalhos sociais, comércio como atividade econômica predominante, lazer em bares e casas de shows, posto de saúde, instituição de justiça, creche, escola, posto de policiamento, associação de moradores. Há também Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Os jovens do Santa Maria buscam se distanciar do estereótipo do bairro como lugar violento. Quanto ao trabalho, esbarram no oferecimento de trabalhos degradantes no bairro e entendem a educação formal como meio de inserção mais qualificada no mercado. Mas jornadas extenuantes, ou a educação oferecida, não os permitem alcançar esse objetivo. O Poder Público é responsabilizado pelo cenário do lazer, uma vez que não oferece oportunidades de ocupar o tempo livre da juventude de lá. A condição juvenil quanto à cultura nos permitiu identificar iniciativas de jovens para promover cultura, e conflitos com o Estado. Espaços de discussão e produção de cultura são entendidos como uma forma de estimular as produções, de forma mais crítica diante das realidades experienciadas.Quanto à polícia, os jovens a entendem enquanto política pública de segurança, mas evidenciam a pouca participação deles na construção dessas políticas. A abordagem policial para eles é seletiva, e os alvos potenciais são jovens negros e ex-detentos. Os excessos cometidos nas abordagens fazem os jovens pugnar para que os policiais realizem seu trabalho com respeito aos direitos humanos. Em síntese, o que os jovens do Santa Maria buscam é serem reconhecidos como cidadãos, como sujeitos de direitos, moradores de um lugar mais valorizado, que lhes ofereça moradia e condições de trabalho dignas, diversidade de espaços de lazer, incentivo às produções culturais da comunidade, além de um policiamento que de fato lhes ofereça segurança diante da violência no bairro e entornos, e não temor. Assim, destacamos a importância e o ganho teórico que o presente estudo oferece sobre as sociabilidades de jovens desse bairro da periferia de Teresina. Esperamos contribuir para as reflexões daqueles que elaboram políticas públicas no Estado do Piauí, para a Sociologia, e, especialmente, para os jovens daquele bairro.

  • JOÃO WALLACE LINHARES DE SOUSA
  • O EFEMINADO E OS OUTROS: DIFERENÇAS E DISCRIMINAÇÕES EM ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE LGBT DE TERESINA -PI.

  • Orientador : FRANCINEIDE PIRES PEREIRA
  • Data: 25/09/2015
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  • A imagem do homem efeminado está associada à figura do homossexual desde sua criação enquanto categoria médica. Os estigmas causados pela alcunha de doente, pervertido e perigoso fez com que esses sujeitos se apropriassem de determinados espaços e horários nas cidades para poderem viver suas sexualidades. Com o passar dos anos, não apenas os espaços propícios para suas sociabilidades, como as imagens que assumiram se multiplicaram e geraram segmentações e discriminações entre o público homossexual. Dentre os vários critérios que geram discriminações, a performance de gênero efeminada, antes uma forma de comunicar aos outros sua orientação sexual, passa a ser desvalorizada frente a novos modelos de masculinidade que se tornam hegemônicos, às vezes por pressões do mercado, outras como resposta ao preconceito social. Partindo de referenciais teóricos dos estudos de gênero e sexualidade, o presente estudo aborda a experiência de discriminação de gays efeminados nos espaços de sociabilidade LGBT de Teresina. Nesse sentido, busca conhecer, através de visitas a campo e entrevistas informais e em profundidade, as diferentes masculinidades homossexuais que frequentam tais espaços, suas formas de interação e quais atitudes são consideradas discriminações contra os efeminados. Sendo assim, sobressaíram diversos sentidos ligados à efeminação e ao efeminado, bem como os supostos motivos para as discriminações. Identificou-se que a performance de gênero orienta as diversas relações que se estabelecem nesses espaços, desde a formação dos grupos e escolha dos espaços a serem frequentados, até a formação dos casais. Os momentos de desrespeito, concretizados em atitudes como formas de olhar, expressões faciais, risos, xingamentos, contatos físicos mais bruscos e até luta corporal, seriam motivados pela busca de sigilo da (homo) sexualidade, por considerarem o feminino como "inferior", e podendo ser agravado pela condição econômica dos sujeitos.

  • POLIANA DOS SANTOS AGUIAR
  • Caminhos e descaminhos da Convivência Familiar: um estudo na instituição de acolhimento Casa Dom Barreto

  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 25/09/2015
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  • MARCELA CASTRO BARBOSA
  • PRIMEIRO AS FLORES, DEPOIS AS CRUZADAS: DESCORTINANDO A VIOLÊNCIA CONJUGAL NA VIDA DE MULHERES/MÃES E DOS FILHOS, EM TERESINA-PI

  • Orientador : RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
  • Data: 11/09/2015
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  • O fenômeno da violência de gênero perpassa ás relações sociais construídas por homens

    e mulheres na sociedade brasileira deixando marcas no tecido social e na subjetividade

    dos indivíduos. No estudo em questão, tem-se como referencia o contexto familiar.

    Historicamente e socialmente há predominância de um gênero sobre outro, isso tem

    contribuindo para as desigualdades de gênero, relações de poderes e o aumento da

    violência, seja ela doméstica, intrafamiliar e conjugal. Desse modo, pondera-se nesta

    investigação compreender as consequências da violência de gênero, sendo mais

    especifica a violência conjugal, na vida do/a/s filho/a/s, através das mulheres/mães

    vítimas dessa violência. Conforme, Saffioti (2004), a violência de gênero, inclusive em

    sua modalidade familiar e doméstica, não ocorre aleatoriamente, mas deriva de uma

    organização social de gênero, que privilegia o masculino. É significativo destacar que

    o/a/s filho/a/s presenciam momentos do casal, tais como: as relações de afetividade,

    discussões, agressões físicas, verbais, psicológicas que podem resultam em outras

    formas de violências. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo geral,

    compreender os reflexos da violência conjugal na vida dos filhos no contexto familiar,

    percebidos pelas mulheres/mães. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo, com o

    uso de entrevista semiestruturada e o Diário de Campo (WHITAKER, 2002). A análise

    discursiva (SKIPK, 2010) tratará os dados da realidade em estudo. O espaço dessa

    investigação acontece na cidade de Teresina-PI, tendo como sujeitos da pesquisa

    mulheres/mães vítimas da violência de gênero ocorrida no lar e seus filho/a/s maiores de

    18 anos, que estão ou já tenham sidos assistidos pela Defensória Pública Estadual, em

    especial ao Núcleo de defesa da mulher em situação de violência, entre os últimos

    cincos anos (2009-2014). Consideram-se os diferentes estratos sociais das vítimas de

    violência, por entender que a violência de gênero acontece em todas as camadas sociais.

    Embora tenhamos várias pesquisas sobre a violência contra a mulher, são escassas as

    investigações sobre a violência conjugal que considerem os filhos/a/s. Portanto, a

    relevância social dessa investigação esta em compreender a violência conjugal na vida

    do/a/ filho/a/s, produzida no ambiente familiar, com o propósito de vislumbrar esse

    fenômeno na sociedade teresinense. A fundamentação teórica considera estudos de

    diferentes autores. A perspectiva de gênero numa concepção de analise relacional e

    histórica tem por base Scott, 1989; Saffioti, 2004; Lauretis, 1994, entre outros associada

    às relações de poder (FOUCAULT, 1979; BOURDIEU, 2002). A compreensão da

    violência de gênero, doméstica e conjugal conta com a colaboração de diversos autores

    (AZEVEDO, 1985; GREGORI, 1993; SAFFIOTI, 1994, 1999, 2001, 2004; SANTOS E

    IZUMINO, 2005; DINIZ, & PONDAAG, 2006; GIORDANI- 2006; SOARES, 2009;

    STREY, 2012). Considera-se coerente as opções teóricas e metodológicas proposta

    nesta investigação, adequadas aos objetivos almejados. Os resultados iniciais da

    pesquisa de campo revelados nos discursos apresentados pelas mulheres/ mãe indicam

    que a violência na relação conjugal atingem também, os filho/as, mesmo de forma direta

    ou indireta, extrapolando o contexto da relação conjugal. Muitos deles chegam a decidir

    junto com a mãe se deve haver processo judicial contra o pai.

  • EVANNOEL DE BARROS LIMA
  • As representações sociais partilhadas por professores de matemática acerca dos alunos das escolas públicas e privadas do ensino médio.

  • Orientador : WASHINGTON LUIS DE SOUSA BONFIM
  • Data: 26/06/2015
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  • A pesquisa analisou as representações sociais que os professores de

    matemática compartilham sobre os estudantes das escolas públicas e privadas do ensino

    médio de Teresina. O objeto de estudo, portanto, foram as representações partilhadas

    pelos professores acerca dos alunos das escolas públicas e privadas de Teresina. A

    metodologia aplicada foi predominantemente qualitativa, obedeceu às pressuposições da

    dupla ruptura epistemológica, utilizou a observação não participante e entrevistas semi-

    estruturadas para analisar os conteúdos dessas representações sociais. Assim, a nossa

    problemática assentou-se na seguinte questão: quais representações sociais, os

    professores de matemática do ensino médio produzem sobre alunos das redes pública e

    privada de Teresina? A pergunta foi formulada porque temos como pressuposto central

    a ideia que a violência simbólica produzida pelos professores em suas representações

    sobre os alunos pode ser um dos múltiplos fatores para aumentar o risco de abandono,

    nas escolas públicas de Teresina. O ensino médio foi escolhido porque é o nível de

    ensino com maiores problemas de fracasso escolar no país. A disciplina matemática

    tornou-se adequada para nossa investigação por três motivos: monopoliza o maior

    número de horas-aulas no ensino básico, possui uma representação social de ser uma

    disciplina de difícil aprendizagem e constitui-se de um conteúdo basilar para a formação

    do raciocínio lógico. Os autores que fundamentaram nossa proposta foram Bourdieu e

    Moscovicci com as categorias de habitus e representações sociais. Partimos da

    pressuposição teórica que os professores constroem representações sobre os alunos em

    práticas cotidianas e isto, por sua vez, produz uma violência simbólica. Essa violência

    simbólica demonstrou ser uma das determinações que contribuem para a produção do

    fracasso escolar.

  • ÁUREO JOÃO DE SOUSA
  • ETNICIDADE E TERRITORIALIDADE  NA COMUNIDADE QUILOMBOLA CUSTANEIRA/TRONCO MUNICÍPIO DE PAQUETÁ - PI, BRASIL.

  • Orientador : FERDINAND CAVALCANTE PEREIRA
  • Data: 26/06/2015
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  • Etnicidade e territorialidade na Comunidade Quilombola Custaneira/Tronco, município de
    Paquetá, Estado do Piauí, Brasil. Esta obra constituiu-se a partir do objetivo de perseguir as
    perguntas e as respostas possíveis a estas: Quais são as identidades que se inscrevem e se
    apresentam na comunidade quilombola de nossos dias, na realidade piauiense e na realidade
    específica da Comunidade Rural Quilombola Custaneira/Tronco, município de Paquetá – PI,
    no Brasil, e como essas identidades estão relacionadas com os acontecimentos fora da
    comunidade quilombola Custaneira/Tronco, e fora do Piauí? Como essas identidades foram
    construídas durante a história de vida das pessoas, das famílias e da comunidade? Quais são
    os acontecimentos ou as “coisas” que serviram e/ou ainda servem como alicerces ou como
    motivos – por afirmação, por negação, por resistência e/ou acomodação - para a construção
    dessas identidades e desse território? Portanto, o presente trabalho de Dissertação situa-se no
    campo da etnicidade e das territorialidades étnicas na atualidade e, dentro deste, os territórios
    dos quilombos contemporâneos, as comunidades quilombolas e suas identidades
    multifacetárias, a partir do gênero e da especificidade de sua territorialidade e da etnicidade
    que lhe toca. A construção da obra científica foi orientada por fundamentos da Etnografia e
    da Observação Participante, bem como sob a perspectiva da Epistemologia do Saco ou
    Epistemologia da Roça, esta do autor. A construção leva em consideração as histórias
    contadas pela população quilombola pesquisada, bem como as informações e histórias
    construídas do lado de fora do grupo da comunidade Custaneira/Tronco, mas que se
    comunicam com a construção, manutenção e reconfiguração das fronteiras étnicas da
    comunidade quilombola Custaneira/Tronco. Para tanto, o lugar (material e subjetivo)
    estratégico da construção desta Dissertação firmou nas interações etnográficas presenciais e
    as subjetividades do pesquisador com a Comunidade Rural Quilombola Custaneira/Tronco,
    no município de Paquetá - PI, onde o pesquisador fora morar a partir de 26 de maio de 2014
    até abril de 2015, resultando em 165 dias de intenso convívio direto, de onde apreendeu o
    conteúdo do texto apresentado com esta obra acadêmica, em diálogo com as identidades e a
    territorialidade desta comunidade negra-quilombola. A obra apresenta elementos (materiais e
    simbólicos) da dimensão econômica/produtiva, do meio físico-natural, da infraestrutura, das
    estéticas, das religiosidades e religiões, das formas de organizações, das relações internas e
    externas do grupo sociocultural e outras expressões e representações consideradas importantes
    para os processos identitários e sua territorialidade. O trabalho está composto com textos
    escritos, textos fotográficos, mapas cognitivos, mapas cartográficos, coordenadas
    cartográficas e muitas falas de pessoas (sujeitos sociológicos) da comunidade. É uma obra
    objetivada para ser consultada por pessoas de comunidades quilombolas, do movimento
    negro, do movimento quilombola, pesquisadores da área de Educação, Antropologia,
    Sociologia, História e Filosofia.

     

     

  • LUCIANA FARIAS DE ARAUJO ANDRADE
  • (DES)IGUAIS NA DIFERENÇA: A FORMAÇÃO TÉCNICA DAS ALUNAS DO INSTITUTO FEDERAL – CAMPUS TERESINA CENTRAL

  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 26/06/2015
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  • As mulheres, ao longo das últimas décadas, obtiveram grandes conquistas sobre seus

    direitos na sociedade. São cada vez mais crescentes os níveis de autonomia e de

    participação que elas têm adquirido na esfera pública, principalmente em áreas relativas

    a educação e trabalho. Sabe-se que ocupam, cada vez mais, os espaços, antes,

    considerados masculinos não havendo a mesma reciprocidade por parte dos homens nos

    espaços domésticos. Apesar dos avanços, a situação geral, ainda, é de desigualdade de

    gênero, sobretudo, na área do trabalho com as mulheres ganhando salários menores, em

    funções e atividades mais precarizadas e menos valorizadas, quando comparadas aos

    homens trabalhadores. Desse modo, considera-se importante investigar a presença das

    mulheres nessa arena da educação e trabalho para identificar os elementos

    desencadeadores e influenciadores dessas desigualdades sociais entre os sexos no

    processo de formação. Sendo assim, esse estudo tem como objetivo analisar a formação

    técnica das alunas do Instituto Federal, Campus Teresina Central, primeira escola

    federal de educação profissional e tecnológica que estão inseridas nos cursos de

    eletrônica, eletrotécnica e mecânica, considerados tradicionalmente masculinos, a fim

    de verificar se essa Instituição contribui para a equidade de gênero requisitada no novo

    modelo de educação profissional e tecnológica. Trata-se de um estudo de caráter

    qualitativo (BOURDIEU, 2004; GOLDENBERG, 2004; MINAYO, 2007, 2002), com o

    propósito de apreensão dos significados dos discursos sobre a formação técnicadas

    alunas, cuja coleta de informações se deu através de observação sistemática, analise do

    questionário socioeconômico educacional das alunas e entrevistas semiestruturadas,

    aplicados com alunas e docentes dos referidos cursos técnicos, compreendendo o recorte

    temporal de 2009 a 2014.A relevância social desse trabalho consiste em desvelar a

    existência de possíveis desigualdades de gênero no processo de formação profissional

    técnica das alunas inseridas em cursos tradicionalmente masculinos. A fundamentação

    teórica básica norteia-se numa perspectiva de gênero tomando este como elemento

    constitutivo das relações sociais e expressão primeira das relações de poder, através das

    concepções de teóricos como (SCOTT, 1990, 1994, 1995; BOURDIEU, 1999, 2002;

    FOUCAULT, 1997, 2003); na interface com educação autoras como (LOURO, 1994,

    1997, 1999;CARVALHO, 2003, 2010; VIANNA, 1998, 2010) e na esfera do trabalho

    (BRUSCHINI, 2000, 2008, 2011; HIRATA, 2002, 2003 2011). Os resultados revelam

    que há diferenças, no processo de formação das alunas quando comparadas aos alunos,

    que resultam em discriminações e, portanto, desigualdade de gênero nas práticas

    docentes e nos requisitos para seleção de estágio. Entretanto, se percebe que as práticas

    discriminatórias manifestadas no espaço investigado não sugerem intencionalidade,

    parecem serem decorrentes de introjeções de valorese práticas endereçadas ao

    masculino e ao feminino, esses adquiridos através dos processos de socialização das

    principais instituições básicas. Todavia em meio a produção dessas desigualdades de

    gênero, há também as práticas de resistências e empoderamento das mulheres inseridas

    nessa instituição escolar.

  • CATARINE ELAINE DE SOUZA AMARAL GUIMARAES
  • DEMOCRACIA E CONTROLE SOCIAL: A EXPERIÊNCIA DO ORÇAMENTO POPULAR EM TERESINA - PIAUÍ (2005 - 2013).

  • Orientador : FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
  • Data: 15/06/2015
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  • O Orçamento Participativo (OP) tem sido apontado como instrumento de gestão pública capaz de incentivar a participação social e modificar aspectos tradicionais da cultura política brasileira. No município de Teresina-PI ele é denominado, desde de 1997, de Orçamento Popular de Teresina (OPT). A presente dissertação é um estudo de caso da prática deste instrumento entre os anos de 2005 e 2013 e tem o objetivo de identificar inovação e controle social através da participação e fortalecimento da sociedade civil. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa descritiva qualitativa, como análise documental e pesquisa de campo. A fundamentação teórica sustenta-se em Pateman (1992), Teixeira (2001), Bravo (2001;2006), Campos (2006), Dagnino (2002), Grau (2005), para a compreensão do controle e da participação social; Lüchmann (2014) e Avritzer (2002; 2003 e 2010), quanto aos modelos de democracia deliberativa e Orçamentos Participativos no Brasil; Baquero (2011), Moisés (2010) e Oliveira (2003; 2010) para análise de aspectos da cultura política dialogando com Farias (2000) e Bonfim (2003), que resgatam a tradição política no Piauí. E para compreensão da experiência do Orçamento Popular em Teresina recorreu-se a Lima (2005; 2010), Medeiros (2004), Neto (2005) e Pitanga (2006). Os sujeitos da pesquisa são os participantes do Conselho Municipal do Orçamento Popular de Teresina (COMOP), num total de vinte (20) entrevistados. A eles foi aplicada entrevista semiestruturada. O tratamento de dados deu-se por análise de conteúdo Bardin (2011). Os resultados obtidos demonstraram que nos últimos anos os participantes do Conselho Municipal do Orçamento Popular de Teresina (COMOP) estão mais ativos quanto ao controle social, acompanhando e fiscalizando as propostas a serem realizadas pelo OP, demonstrando, assim, amadurecimento em relação à importância da participação social e de uma nova cultura política.

2014
Descrição
  • PAULA MARIA DO NASCIMENTO MAZULLO
  • Trabalho Escravo e Agronegócio, no Piauí: Uma análise da situação, a parti de 1990, com base em processos judiciais)
  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 03/10/2014
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  • --

  • POLIANA DE SOUSA SILVA
  • O PROCESSO DE TERCERIZAÇÃO DO TRABALHO DOS CARROCEIROS DA ZONA NORTE DE TERESINA - PI.

  • Orientador : ANA BEATRIZ MARTINS DOS SANTOS SERAINE
  • Data: 25/09/2014
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  • Este estudo tem o intuito de analisar a reconfiguração no

    trabalho dos carroceiros da zona norte de Teresina – PI, a partir da

    terceirização desse serviço pela prefeitura. Os indicativos considerados para

    análise dizem respeito ao perfil socioeconômico dos carroceiros terceirizados;

    as condições e locais de trabalho desses sujeitos; e o processo de

    terceirização do serviço pela prefeitura. Trata-se de uma abordagem

    qualitativa, através de entrevistas semiestruturada gravadas junto aos

    carroceiros, representantes das associações da categoria e funcionários da

    prefeitura. A escolha por este recurso metodológico se deve ao fato de

    possibilitar compreensões ricas das biografias e experiências vivenciadas

    pelos sujeitos, além disso, permite trabalhar com as subjetividades desses

    atores, descrevendo-as detalhadamente através dos seus próprios discursos e

    interpretações. (MAY, 2004; SILVERMAN, 2009; BOURDIEU, 2009; BEAUD &

    WEBER, 2007). Por meio desse estudo, procuro mostrar que em meio às

    transformações no mercado de trabalho a atividade desses sujeitos, em

    Teresina, se reconfigura na medida em que modifica sua principal

    característica, a informalidade visto que passam a ser incorporados à lógica de

    trabalho formal, assim como, a permanência dessa atividade expressa

    dinâmicas contraditórias presentes nas práticas urbanas que se apresentam na

    cidade.

  • ADRIANA RODRIGUES DE OLIVEIRA
  • PARENTALIDADE EM TEMPOS DE JUDICIALIZAÇÃO: FILIAÇÃO E CUIDADO NOS DISCURSOS JURÍDICOS

  • Orientador : MARY ALVES MENDES
  • Data: 24/09/2014
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  • RESUMO

    Este estudo teve como propósito analisar os discursos jurídicos de juízes/as, promotores/as de

    justiça e defensores/as públicos/as sobre a parentalidade (paternidade e maternidade),

    abordando os critérios utilizados por esses profissionais para definir a existência da relação de

    filiação (pautada em laço biológico ou não, em contexto heteronormativo ou não) e de

    cuidados parentais (convivência, afeto e provimento material). Examinaram-se os sentidos

    atribuídos a “ser mãe” e a “ser pai” por profissionais do Direito que atuam em ações de

    regulamentação de relações parentais (investigação de paternidade, guarda de filhos/as, ação

    de alimentos, abandono afetivo, alienação parental, entre outros), observando as

    subjetividades presentes em suas interpretações da lei e da realidade social, no que se refere à

    família e às relações de gênero. A prospecção de sentidos nas falas dos sujeitos foi

    operacionalizada através de entrevistas semiestruturadas submetidas à análise de discurso e

    teve como locus de investigação as seis Varas de Famílias e Sucessões de Teresina-PI. A

    discussão teórica está referenciada na literatura sobre família e relações de gênero,

    particularmente no que diz respeito às relações de poder entremeadas nas masculinidades e

    feminilidades produzidas nesse contexto, à luz de autoras/es como Badinter (2011; 1993),

    Bourdieu (2012; 2002), Fonseca (2009, 2004; 2002a; 2002b); Giddens (2007), Saffioti

    (2004), Santos (2011; 2010); Scott (2005; 1990); Szymanski (1995), Uziel (2012; 2007;

    2004), entre outras/os. O exame dos discursos jurídicos a respeito da condição de pai e de

    mãe evidencia as concepções e posturas desses profissionais em torno das configurações de

    família e arranjos parentais que concebem e que, ora se assentam em modelos mais

    igualitários, no tocante as relações de gênero, ora reforçam modelos tradicionais e

    estereótipos. Os resultados dos aspectos analisados sobre filiação e cuidados indicam a

    importância atribuída ao vínculo socioafetivo na demarcação da filiação. Assim, a paternidade

    socioafetiva foi considerada mais importante, ou tão importante, quanto à paternidade

    biológica. Em relação à adoção por homossexuais, embora sua aceitação não tenha sido

    unânime, esta foi anuída por muitos/as, mas frequentemente seguindo a lógica do “mal

    menor” e posta em dúvida por outras/os por conta do preconceito social ao qual a criança/

    adolescente provavelmente seria submetida/o na sua vida cotidiana. Há um anseio desses/as

    profissionais de que os pais participem mais em tarefas tradicionalmente atribuídas às mães

    (cuidados), mas, em geral, não apontam para uma expectativa de equalização das funções

    maternas e paternas. Nesse sentido, consideram positivo que o pai cumpra o “direito de

    visita”, mas, de maneira geral, são contra a guarda compartilhada no tocante a alternância de

    residência. Em relação à guarda dos/as filhos/as ao pai, a atribuição desta foi, na maior parte

    das vezes, associada a uma característica negativa da mãe. O papel de provedor ainda

    permanece associado à figura masculina, mesmo que este não seja, de fato, o responsável

    principal pelo sustento da prole, desse modo, não pagar pensão alimentícia é pouco tolerado.

    A ausência de afeto na relação parental foi considerada “lamentável”, mas admitida com certo

    ar de fatalidade, enquanto o pagamento de indenização por danos morais decorrente do

    abandono afetivo foi alvo de controvérsias, alguns afirmando a impossibilidade de obrigar

    pais/mães a amarem os/as filhos/as e outros argumentando ser justo aplicar uma punição aos/

    às pais/mães que se esquivaram da obrigação de cuidar e dar afeto. Os discursos a respeito do

    que é ser pai atestavam a importância deste, embora estivessem atrelados ao nível do “dever

    ser”, enquanto em relação à mãe se portavam ao nível do que “é”, e da sua maior importância,

    quando comparada ao pai. Conclui-se que os discursos jurídicos estão intercalados por

    “permanências” e “mudanças” no tocante a família e relações de gênero e que, em certos

    casos, há um descompasso entre legislação e realidade social.

     

  • MARIA APARECIDA MILANEZ CAVALCANTE
  • Identidades juvenis rurais em trânsitos migratórios para o trabalho na construção civil em São Paulo: um estudo sobre a localidade São Mateus, Castelo do Paiuí - PI.

  • Orientador : MARLUCIA VALERIA DA SILVA
  • Data: 22/09/2014
  • Mostrar Resumo
  • RESUMO

    Pesquisa realizada na Localidade Rural São Mateus, município de Castelo do Piauí, que tem como objetivo central compreender as identidades juvenis rurais na contemporaneidade a partir de processos sociais desencadeados pela migração ocorrida em contextos de relações locais/globais e pelas trocas rurais/urbanas. Como ancoragem teórica tem-se a ideia de que as identidades são configuradas e reconfiguradas no tempo/espaço, são relacionais e resultantes de trocas materiais e simbólicas no âmbito das interculturalidades e que as juventudes são realidades a serem analisadas em perspectivas múltiplas que englobam aspectos como classe, moratória vital e social, geração, gênero, raça/etnia. As migrações são tomadas enquanto processos sociais verificados na história social e cultural do nordeste brasileiro, em especial, junto aos segmentos rurais, como estratégia de reprodução material e simbólica, bem como de construção de um lugar identitário juvenil. Também efetivadas a partir das redes sociais construídas e alimentadas pelos sujeitos em pauta. Tem-se com subsídio epistemológico o método etnográfico, compreendendo-o como capaz de apreensão das complexidades que envolvem o campo pesquisado e seus diversos sujeitos, relações, tempos, espaços, trocas e negociações. Como recursos metodológicos tem-se o diário de campo, a fotografia, o vídeo, as entrevistas grupais e individuais acionadas no tempo dos sujeitos e das realidades locais, os novos ambientes. As análises para a compreensão de que os jovens encontram a ‘metrópole’, com diferenças culturais que põem desafios diários para a codificação da nova realidade. É um novo espaço-tempo da casa, da rua, do trabalho, do lazer. O novo que os interpela e as alteridades encontradas lhes provocam uma ‘antropofagia’ dos códigos ancestrais e, ao mesmo tempo, a busca de alinhamento aos códigos ora hegemônicos, até que façam o retorno ao local de origem novamente, onde estabelecem relações sociais a partir de identidades refeitas,combinadas,estratégicas. Esse movimento faz do corredor migratório um espaço de geração de identidades múltiplas, cambiantes, as quais costuram a trajetória dos sujeitos a espaços, tempos e contextos variados e cambiantes.

  • LISIAN PRISCILLA OLIVEIRA SOUSA NASCIMENTO
  • “Aqui já é quase cidade’’: sentidos de lugar na relação rural-urbano – o caso de Lagoa da Mata, Teresina - PI”.

  • Orientador : MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
  • Data: 18/09/2014
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  • Com o objetivo de compreender sentidos de lugar para moradores/as de Lagoa da Mata, localidade rural do município de Teresina/PI, examinei, nesta pesquisa, através de registros etnográficos dos fenômenos, em suas dimensões materiais e simbólicas e com auxilio de pesquisa bibliográfica-documental, sentidos do mundo da vida em Lagoa da Mata. O termo “moradores/as” refere camponeses/as, trabalhadores/as rurais-urbano/as, empregado/as de sitiantes com moradia na localidade, estudantes, comerciantes, dentre outro/as. O recorte analítico deste estudo deu-se na perspectiva de refletir sobre racionalidades sociopolíticas nas quais moradores/as encontram-se inserido/as, assim como sobre sentidos atribuídos por este/as moradores/as a um modo devida entre  rural e urbano. Em campo, aliei a observação direta à observação participante, realizei entrevista semiestruturadas e conversas do cotidiano, com registro no diário de campo, e produzi imagens fotográficas. Assim, busquei apreender, para a escrita deste trabalho de reflexão e análise, sentidos de identificação de moradores/as com o rural e o urbano, com base em suas próprias vivências cotidianas de mobilidade entre campo e cidade. Parti do delineamento de origem da localidade e de seus/suas moradores/as, com atenção à diversidade de identidades locais de uma localidade rural em plena estratégia de abertura às urbanidades. Neste sentido, delineei, ainda, a composição física e simbólica do território, identificando territorializações e territorialidades como base dos signos de identidade de moradores/as na constituição de Lagoa da Mata como lugar de sociabilidades e afetividades entre indivíduos e grupos domésticos. Como resultado da pesquisa, concluo que os sentidos de rural e urbano, para moradores/as de Lagoa da Mata, são contingenciadas pela interação de racionalidades distintas dentro da localidade e desta com ambientes externos. Por um lado, moradores/as mantêm signos de campesinidade, repassados a crianças e jovens, no interior dos grupos domésticos. Por outro, moradores/as - principalmente as juventudes – encontram-se em processo de plena assunção de ideários de modernidade centrada nas racionalidades urbanas, pela disseminação de projetos individuais, expectativas, e planos, por meios de comunicação e avanço das tecnologias de informação no rural.

  • TÂMARA FEITOSA OLIVEIRA
  • EM BUSCA DE EXCITAÇÃO: ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE LAZER DE JOVENS QUE TRABALHAM EM BARES DA CIDADE DE TERESINA.

  • Orientador : LILA CRISTINA XAVIER LUZ
  • Data: 30/07/2014
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  • A pesquisa objetivou compreender, pela análise das práticas de lazer de jovens trabalhadores/as em

    bares da zona “nobre” da cidade de Teresina, como eles/elas vivenciam seus lazeres tendo como

    proposição garantir visibilidade aos protagonismos das juventudes e as possibilidades e limites

    oferecidos pela cidade para o exercício das tais práticas. O interesse em pesquisar os lazeres desses

    jovens é fruto de inquietação frente à enorme quantidade de bares e de jovens que trabalham neles,

    bem como à ausência e precariedade de espaços públicos que são ou poderão ser lazer na cidade.

    Além disso, o tempo determinado pela sociedade como destinado ao lazer, para os jovens

    pesquisados representa tempo para trabalho. Dessa forma, o presente estudo procurou saber quem

    são os jovens trabalhadores/as de bares, onde, quando e como vivenciam seus lazeres, como o

    espaço/tempo do trabalho interfere e define suas práticas de lazer e se essas confrontam ou não o

    lazer-mercadoria. Para tanto realizei leituras, reflexões teóricas, incursões a campo, entrevistas e

    observação participante a espaço onde os jovens trabalham e onde apontaram realizarem suas

    práticas de lazer. A partir daí, o campo foi definido principalmente pelas entrevistas. Fora

    delimitado, dentro do universo de jovens que trabalham nos bares, estudar o lazer daqueles que

    estavam empregados nesses espaços, não importando a atividade desenvolvida, mas o fato de

    estarem trabalhando rotineiramente nesses locais e não realizando trabalho criativo. O lazer é

    entendido como de grande importância para a juventude, por ser um espaço/tempo privilegiado,

    para “escapar” das amarras do cotidiano, mas também para construção de identidades e

    sociabilidades entre os jovens. Frente a essa compreensão e, partindo do conceito de lazer de Elias e

    Dunning (1992), os quais entendem lazer como o tempo em que é possível exteriorizarmos nossas

    emoções, ainda que muitas vezes de forma controlada como nas sociedades industrializadas. Além

    disto, é o momento em que a rotina não está presente. Na verdade, é o momento de busca por mais

    tensão, mas uma tensão agradável e de livrar-se do autocontrole tão arraigado quando adultos. Para

    ampliar o entendimento sobre lazer, recorri às contribuições de Nelson Marcellino (1996; 2006;

    2008), Victor Melo (2003; 2010) e Christianne Gomes Werneck (2000), para analisar como o

    momento do lazer possibilita também questionamentos sobre a realidade, expressão de identidades,

    criações, entre outras possibilidades diante da diminuição do controle e da permissão de realizar

    escolhas. As entrevistas e a observação participante evidenciaram que outras questões como a

    classe social, a raça/etnia, o gênero, a formação, o trabalho, o tempo livre também devem ser

    considerados na discussão sobre o lazer e a juventude. Os jovens expuseram elementos que

    evidenciam a complexidade das juventudes e que a vivenciam de modo descontínuo, com idas e

    vindas não lineares. As narrativas revelaram um cotidiano com muito trabalho e práticas de lazer

    geralmente, separadas, segmentadas, com espaço e tempo próprio e com a presença da bebida

    alcoólica. Mas, o tempo e espaço do trabalho interferem diretamente em seus lazeres, não apenas

    pelo fato de possibilitar a compra, mas também por interferir no tempo e disposição para estarem no

    espaço do lazer, predominantemente outro bar, porém em zona periférica da cidade. O tempo é

    obtido por meio do dia de folga, geralmente a segunda-feira, e já existem espaços na cidade como

    alguns bares que tem como fim atender justamente esse público, ou então ao final do expediente a

    saída com os amigos e ainda a falta em um dia útil de trabalho. Para custear seus lazeres recorrem

    aos seus precários salários. As narrativas não trouxeram outras práticas para além do lazer-
    mercadoria, demonstrando que a cidade tem permitido um apagamento de expressões culturais das

    juventudes e o não incentivo a práticas de lazer que confrontem o mercolazer. Ao final da pesquisa

    compreendi que a busca dos jovens por oportunidades em que possam extravasar e o fato de não

    utilizarem seus tempos destinados ao lazer para descansar e sim na busca por excitação, como

    forma de enfrentamento ao lazer-mercadoria.

  • FERNANDO DA SILVA SAMPAIO
  • PROJETOS DE GÊNERO NA MÍDIA CAXIENSE

  • Orientador : FRANCINEIDE PIRES PEREIRA
  • Data: 30/07/2014
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  • PROJETOS DE GÊNERO NA MÍDIA CAXIENSE

     

    RESUMO

     

    O trabalho analisa a construção de projetos de gênero na mídia caxiense, para tanto, realiza um estudo do jornal Folha de Caxias, verificando em seus conteúdos a presença de projetos de masculinidade e feminilidade e sua relação com uma dominação-exploração masculina. O período da pesquisa compreende todas as edições do jornal nos anos de 1963 a 1970, que foram acessadas por meio do Acervo hemerográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Adotei uma abordagem teórico-metodológica, baseada na Análise de Discurso Crítica-ADC, que possibilita compreender a dinâmica dos discursos interligados com a prática social. O recurso à ADC permite compreender, por meio das categorias ideologia, poder e hegemonia, o processo de construção e reprodução de significações da realidade, que se tornam eficazes, por meio da naturalização, contribuindo, assim, para o fortalecimento de relações desiguais de gênero. Para a realização de tal empreendimento, busquei analisar os projetos de gênero, com o apoio da teoria da socióloga australiana Raewyn Connell, que apresenta três modelos enlaçados de estrutura para analisar as relações de gênero: poder, produção e cathexis. Dentre os resultados obtidos, foi possível observar o processo de construção de notícias que se encontram carregadas de princípios ideológicos, que ajudam a reforçar relações de poder de gênero na sociedade. Além do mais, o trabalho mostra o modo como essa produção da mídia visa, deliberadamente ou não, alocar homens e mulheres em determinados “papéis sociais”, contribuindo para reforçar a ideia de uma sociedade pro-masculina.

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