A manutenção do crescimento e potencial produtivo das plantas sob déficit hídrico são dependentes do acionamento de mecanismos morfofisiológicos e bioquímicos. Nessa vertente, o uso de polímeros superabsorventes (SAP) constitui um manejo promissor para aliviar os danos do déficit hídrico. Um estudo em casa de vegetação foi conduzido para avaliar a eficiência de diferentes quantidades de biopolímero à base de mandioca na mitigação dos efeitos do déficit hídrico sobre os aspectos fisiobioquímicos e de crescimento em plantas de algodão. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 × 2 × 4, com duas cultivares (FM 970 GLTP e FM 911 GLTP), duas condições hídricas (bem irrigado e déficit hídrico) e quatro tratamentos com hidrogel (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 g). A duração do estresse perdurou por 28 dias. Plantas estressadas mostraram reduções drásticas sobre o crescimento em comparação a plantas bem irrigadas, e a presença de hidrogel não aliviou os danos sobre a produção de biomassa, mas acionou rotas fisiológicas importantes. Evidências disso é que plantas FM 970 GLTP estressadas, crescendo na presença de hidrogel, mostraram incrementos nas taxas de fotossíntese líquida e condutância estomática. Essa resposta foi associada com a ativação da defesa antioxidante, com o aumento na atividade da SOD, G-POD e APX, especialmente nas plantas tratadas com 1,0 g de hidrogel. Os dados evidenciam que a aplicação de 1,0 g de hidrogel por planta mostrou-se uma estratégia eficaz para mitigar parcialmente os efeitos do déficit hídrico. As respostas ao hidrogel variaram entre as cultivares de algodão, indicando que a eficácia do biopolímero depende da cultivar e das condições de cultivo. Contudo, ainda é necessária uma pesquisa abrangente sobre as interações hidrogel-solo-planta, particularmente em ambiente de campo.