As plantas têm como principais fontes de nitrogênio o nitrato (NO₃⁻) e o amônio (NH₄⁺). Quando em concentrações adequadas, o NH₄⁺ pode promover diversos benefícios ao desenvolvimento vegetal. Um dos principais desafios enfrentados por agricultores está relacionado à toxicidade provocada pelo excesso do amônio, que pode comprometer significativamente o crescimento e a produtividade das plantas. Diante desse cenário, torna-se necessário o uso de estratégias que minimizem os efeitos negativos da toxicidade amoniacal. Uma abordagem promissora é a utilização de elementos benéficos, como o selênio (Se). O maracujazeiro-amarelo pode ter seu crescimento prejudicado quando exposto a altos níveis de amônio, em sistemas hidropônicos ou com uso intensivo de fertilizantes, o que provoca danos nas células e diminui a produção de massa seca. Diante disso, o estudo do selênio como agente atenuante da toxicidade amoniacal torna-se essencial para o avanço de práticas nutricionais sustentáveis e eficientes no cultivo dessa espécie. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o uso do selênio como agente atenuante dos efeitos tóxicos causados pelo uso excessivo de amônio na nutrição, no funcionamento bioquímico e fisiológico, nos processos fotossintéticos e no crescimento inicial do maracujazeiro-amarelo cultivado em solução nutritiva. O delineamento experimental utilizado foi em Blocos Casualizados, com quatro repetições, arranjados em esquema fatorial 5×2+1, constituído por cinco concentrações de selênio (0; 3; 6; 12 e 18 μmol L-1), duas proporções de NH4+/NO3- (70/30 e 100/0) e um tratamento adicional de 50/50, o estudo foi dividido em duas etapas. Na etapa I as doses crescentes de Se apresentaram eficácia para elevar o teor desse elemento nos tecidos foliares do maracujazeiro-amarelo, beneficiando a sua qualidade nutricional. Porém, doses acima de 6 μmol L-1, ultrapassam os níveis considerados fisiológicos e nutricionais favoráveis para a planta de maracujazeiro-amarelo. Na etapa II a proporção de N intermediária (70/30) promoveu um equilíbrio favorável entre a absorção, translocação e redistribuição do Se. Assim essa proporção permite maior mobilidade do Se para a parte aérea sem causar acúmulo tóxico nas folhas jovens. Sendo assim, a dose de 6 μmol L-1. O selênio modula o aparato fotossintético em face ao crescimento inicial do maracujazeiro-amarelo, o N na proporção de 70/30 influencia fortemente o acúmulo e a distribuição de Se no maracujazeiro-amarelo.