A Bacia do Parnaíba é uma bacia sedimentar intracratônica que abrange uma área de 665.888 km2 nas regiões norte e nordeste do Brasil, e se encontra completamente desenvolvida por rochas sedimentares e vulcânicas com idades que variam entre o Siluriano e o Cretáceo. O principal sistema petrolífero desta bacia é o sistema Pimenteira-Cabeças, cuja principal rocha geradora é constituída por folhelhos marinhos radioativos da Formação Pimenteira e o reservatório por arenitos deltaicos da Formação Cabeças. Dentre as diversas formações presentes nesta bacia, a Formação Tianguá é considerada geradora potencial secundária de hidrocarbonetos, entretanto há poucos estudos do ponto de vista geoquímico. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo geral caracterizar origem da matéria orgânica, paleoambiente deposicional e o grau de maturação térmica de Rochas Geradoras da Bacia do Parnaíba por meio de biomarcadores a partir de extratos orgânicos de rochas por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM e CG-EM/EM) e por carbono orgânico total (COT). As amostras ou extratos apresentaram valores para COT <1 que impossibilitou analise por Rock-Eval, sendo que este valor (COT<1) para esta formação já foram relatados em amostras de testemunhos na tese de doutorado de Rodrigues (1995). Os dados obtidos por biomarcadores via CG-EM e CG-EM/EM, para as frações saturadas e aromáticas dos extratos forneceram os parâmetros geoquímicos, que caracterizam uma matéria orgânica depositada em ambiente marinho redutor, com contribuição de algas, bactérias e plantas terrestres. Alguns parâmetros moleculares foram calculados, tais como C27 Ts/Tm (2,88), C31 S/S+R (1,7), esterano C27 S/ S+R (0,40), índice de homohopano (0,5), P/n-C17 (0,39) e F/n-C18 (0,3), sugeriram que a MO desta localidade apresenta maturidade mediana. Embora tenhamos trabalhado com amostras de afloramento, os resultados alcançados neste trabalho são concordantes com aqueles obtidos em amostras de testemunho para a Formação Tianguá anteriormente (sequência siluriana) que apresentaram baixos valores de COT e predominância de matéria orgânica pouco adequada à geração de hidrocarbonetos.