ANÁLISE DE PIGMENTOS POR ESPECTROSCOPIA RAMAN EM SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DE SETE CIDADES
pigmentos pré-históricos; Parque Nacional de Sete Cidades;
Arqueometria; Espectroscopia Raman
O objetivo do estudo foi retomar um dos trabalhos realizados junto
ao Programa de Pós-Graduação em Química da UFPI, e efetuar análises
complementares às realizadas na época (2001), utilizando as mesmas
amostras de pigmentos rupestres de seis sítios pré-históricos do Parque
Nacional de Sete Cidades, que foram estudadas por técnicas analíticas não
destrutivas e por isso ainda encontram-se intactas, depositadas no Laboratório
de Arqueometria da UFPI. Na época houve uma dificuldade em identificar
os ocres vermelhos, chegando mesmo a se suspeitar da possível existência
de pigmentos orgânicos. Por este motivo aceitamos dar continuidade à esta
investigação, desta vez utilizando uma técnica de análise não disponível na
época (Espectroscopia Raman) e que permite analisar amostras orgânicas e
inorgânicas. A análise de pigmentos torna-se dificultosa devido à complexidade
da amostra, pois em uma mesma região podem ser encontrados vários
componentes distribuídos em diferentes camadas. O estudo questiona ainda
sua composição química, o uso de aglutinantes, alterações provocadas por
intemperismos e produtos de degradação biológica.
Nos últimos anos a espectroscopia Raman, especialmente a microscópica tem
se tornado uma ferramenta muito importante nas análises arqueométricas.
Entre as vantagens pode-se destacar o fato de ser uma análise não destrutiva
e rápida, que requer quantidades mínimas de amostra, não necessitar
de preparo prévio das amostras, identifica tanto componentes orgânicos
quanto inorgânicos e diferencia também compostos que possuem a mesma
composição elementar, pois a técnica é sensível a diferentes formas
polimórficas e ainda a possibilidade de ser realizada in situ.