Entre as várias doenças transmitidas por insetos, o Aedes aegypti configura como principal vetor de transmissão dos vírus da dengue, febre amarela, chicunkunya e zika . Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a dengue é um dos principais agravantes da saúde pública no mundo, onde, anualmente, estima-se que ocorrem 50 a 100 milhões de casos produzidos pelos 4 sorotipos diferentes, em mais de 100 países, de todos os continentes, com exceção da Europa. Estudos têm mostrado que a utilização de plantas e de seus derivados como repelente e inseticida é tão antiga quanto a civilização humana, com relatos em sistemas milenares no mundo todo, como China, Índia e Tibet. Neste contexto, esta pesquisa teve como principais objetivos realizar a caracterização fitoquímica, atividade repelente, inseticida e larvicida de extratos das folhas e sementes de Annona montana (graviola) sobre o vetor A. aegypti a partir de extratos vegetais visando a elaboração de uma formulação farmacêutica. Para a caracterização fitoquímica o teor de polifenóis, flavonóides, taninos e alcalóides foi determinado com base em métodos espectrofotométricos, onde cada teste seguiu uma metodologia específica, porem todos partiram de um mesmo princípio. Uma solução padrão foi preparada e utilizada para o preparo de outras soluções diluídas a fim de se obter uma equação de reta pela medida das absorbâncias dessas soluções. Por meio da equação de reta foi determinado o teor de polifenóis, flavonóides, taninos e alcalóides no extrato etanólico das folhas e sementes de A. montana. A atividade larvicida foi investigada a partir da exposição das larvas de terceiro estádio à diferentes concentrações do extrato da semente de Annona montana. Após 24 horas de exposição foram contabilizadas as larvas mortas, considerando mortalidade a ausência de mobilidade ou incapacidade da larva se mover até a superfície da água. A ação repelente foi observada a partir da supressão de pousos dos mosquitos sobre a pele humana. O extrato foi diluído em etanol e aplicado diretamente sobre a pele do voluntário. O teste inseticida foi realizado por meio da exposição dos mosquitos adultos à duas placas de azulejos, uma com o extrato e outra sem o extrato, e após a mortalidade dos insetos foi registrada e realizada em triplicarta. O teor de polifenóis nas folhas foi de 62,45 μg/mL e nas sementes foi de 25,52 μg/mL. A quantidade de flavonóides foi de 50,31μg/mL nas folhas e44,52 μg/mL nas sementes. O teor de alcalóides nas folhas foi de 1,48 μg/mL, e nas sementes foi 1,73 μg/mL. Não foi possível quantificar taninos por conta dos limites de detecção e quantificação dos extratos que foram menores do que o esperado. Quanto a atividade larvicida, teve CL50 = 11,2 μg/mL e CL90 = 28,8 μg/mL. Pelos resultados obtidos até o momento foi possível concluir que a Annona montana é promissora para elaboração de formulações de uso tópico capazes de promover efeito inseticida, repelente ou larvicida, carecendo de maiores pesquisa sobre o tema, uma vez que ainda há poucos estudos referente a bioensaios e quantificação de metabólitos com Annona montana.