O Aedes aegypti é um mosquito vetor que transmite várias doenças como a dengue, chikungunha e zika. A utilização de inseticidas sintéticos tem causado resistência e uma série de fatores prejudiciais aos seres vivos e ao meio ambiente. Pesquisas com produtos naturais tem mostrado que estes podem ser uma alternativa de controle desses mosquitos. Dessa forma, foi avaliado o perfil químico do óleo essencial (OEAS) e extrato etanólico das folhas de Annona squamosa (Annonaceae) (EEAS), toxicidade frente as larvas do Aedes aegypti e nauplios de Artemia salina, e atividade anticolinesterasica in vitro, como forma de determinar um dos mecanismos de ação das amostras. O bioensaio frente aos náuplios de A. salina e larvas de A. aegypti do 3º e 4º estádio foram testadas em diferentes concentrações. O OEAS foi extraído através do processo de hidrodestilação tipo Clenvenger e os constituintes foram analisados por CG-EM. A análise por CG-EM, permitiu identificar os constituintes majoritários Trans-cariofileno (25,53%), Germacreno D (22,70%) e o γ-Elemeno (14,86%). O screening fitoquímico do EEAS revelou a presença de alcaloides, taninos, flavonoides e saponinas. A quantificação dos fitoquímicos do EEAS por métodos espectrofotométricos foi obtida através de curvas de calibração dos padrões (20-200 µg mL-1) que apresentaram com boa linearidade e a concentração foi expressa em mg g-1 de extrato em teores de ácido gálico, quercetina, ácido tânico, catequina e atropina. O EEAS apresentou 55,33 ± 2,55 mg g-1 de teor de fenóis, 58,73 ± 6,41 mg g-1 de taninos condensados e 0,068 ± 0,00 mg g-1 dealcaloides, e alto teores de flavonoides (367,69 ± 3,97) e taninos hidrolisáveis (243,90 ± 1,43). A concentração letal em 50% dos indivíduos de A. aegypti para OEAS foi igual a 76 ppm e para o EEAS não foi possível calcular a CL50 pois não foram suficientemente tóxicos para causar a mortalidade em 50% das larvas após 48 horas de exposição. O OEAS e EEAS foram altamente tóxicos para as A. salinas onde a CL50 de OEAS foi igual a 1,12 ppm e para o EEAS houve 100% de mortalidade em todas as concentrações e não foi possível calcular a CL50. Portanto, o ensaio de toxicidade do EEAS para as larvas do A. aegypti não mostrou correlação com a toxicidade das A. salinas. No ensaio de inibição da enzima acetilcolinesterase o OEAS e EEAS A. squamosa não apresentaram inibição da enzima. A partir deste estudo é possível sugerir que a morte das larvas no OEAS não esteja correlacionada com o mecanismo de inibição da enzima AChE no sistema nervoso central. Esses resultados mostram um potencial larvicida dos fitoquímicos presentes nas folhas deOEAS, porém o efeito larvicida pronunciado não está relacionado ao mecanismo de inibição da enzima AChE. Estes resultados nos motivam a continuação deste trabalho para avaliar qual o composto que apresenta a ação larvicida, e avaliar o efeito antiproliferativo do OEAS visando uma formulação farmacêutica.