A síntese de catalisadores de ouro tem-se mostrado muito promissora na conversão de álcoois em produtos oxidados, como aldeídos, ésteres e ácidos. Entretanto, o controle fino do processo nem sempre é trivial, uma vez que a seletividade da reação é tão ou mais importante do que uma alta conversão. Propostas de sínteses em que o ouro (Au) é a única fase ativa tem caído em desuso na literatura, já que a escolha inteligente de um suporte pode melhorar a performance do catalisador, necessitando de uma quantidade menor do metal nobre. Além disso, um suporte catalítico com propriedades interessantes que podem não só ajudar do desempenho do material, mas também pode propiciar reciclos desse. Nesse trabalho, uma estratégia especial foi empregada: a síntese de um material magnético que facilita a separação do catalisador do meio reacional. Esse, enriquecido com Sr(OH)2, tornou-se um meio passível de imobilização de metais nobres, com alta dispersão e estabilidade. A basicidade intrínseca do material sintetizado, após a imobilização de ouro, garantiu atividade em oxidação do álcool benzílico (58 %) em 2,5 h, bem acima de materiais disponíveis na literatura. Entretanto, percebeu-se que a adição de base externa, apresentou efeito na atividade (87 %), com 88 % de seletividade para benzaldeído. Embora os resultados tenham sido satisfatórios, o uso da base não é interessante, pois demanda lavagem do catalisador após cada uso, e adição de mais base. Além disso, um tempo maior de reação não causa efeito de melhora na seletividade. Assim, um segundo metal, paládio (Pd) foi adicionado. Sob condições otimizadas, o material bimetálico apresentou uma conversão total, com seletividade para benzaldeído de > 99%, em 3,5 h. Estudou-se também o efeito do suporte, mostrando que esse participa da interceptação de radicais livres, melhorando a seletividade do sistema, mesmo sem os metais. Com a adição de espécies ativas, a performance do sistema é máxima. Análises realizadas com XPS mostraram porque uma razão específica de Au:Pd é necessária. Refinamento Rietveld também foi importante, uma vez que mostrou quais fases ativas estavam na superfície dos materiais, permitindo, assim, propor mecanismos plausíveis para o processo que estava acontecendo, uma vez que há carência de soluções mecanísticas para catalisadores heterogêneos