A cocaína é classificada como uma substância psicotrópica ilícita altamente viciante, que atua como estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC). Segundo a UNODOC a fabricação global de cocaína em 2016 atingiu seu nível mais alto de todos os tempos: estimadas 1.410 toneladas, sendo que é comum as amostras de cocaína apreendidas não se apresentarem na sua forma pura, possuindo adulterantes. Estudos no âmbito da ciência forense podem ser de grande importância no auxilio de trâmites jurídicos, agilizando resultados de identificação das drogas e possíveis adulterações. Considerando o crescimento do tráfico de drogas, bem como a necessidade de se utilizar metodologias de análises rápidas para estratégias táticas de apreensões e resolução de processos judiciais, o presente trabalho tem como objetivo obter o perfil químico de amostras de cocaína apreendidas nos anos de 2016/2017 no estado do Piauí, desenvolvendo um método para determinação das concentrações de cocaína (cloridrato e pasta base) e adulterantes, empregando Espectroscopia Raman aliada a Análise de Componentes Principais (PCA) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada ao Detector de Arranjo de Diodos (HPLC-DAD) associada a Resolução de Curvas Multivariadas com Mínimos Quadrados Alternados (MCR-ALS). Analisou-se 222 amostras de cocaína apreendidas, identificando 2 adulterantes principais, a saber, cafeína e lidocaína. Os resultados mostraram uma ampla faixa de concentração dos adulterantes, especialmente da cafeína. Os modelos obtidos foram considerados satisfatórios com relação às validações realizadas, mostrando que o método proposto possui um grande potencial na classificação e na quantificação da forma química da cocaína e na identificação de adulterantes nas amostras apreendidas.