A leitura e a escrita, enquanto instrumentos pedagógicos, têm sido amplamente investigadas no Ensino de Química devido à sua comprovada potencialidade em auxiliar o processo de aprendizagem dos alunos. Para que esses recursos sejam implementados com sucesso, é imprescindível que os docentes os conheçam e integrem em sua prática pedagógica. Este estudo analisa os hábitos de leitura e escrita de professores de Química do ensino superior, buscando compreender como essas práticas se relacionam com o ensino na área.
A pesquisa foi conduzida com base na análise de periódicos publicados entre 2013 e 2022, bem como em entrevistas realizadas com docentes. Como objetivos principais, investigamos os seguintes aspectos: os hábitos de leitura dos professores; seu perfil como leitores; suas percepções sobre o papel da leitura e da escrita no ensino de Química; a incorporação dessas práticas em sua práxis docente; e os benefícios e desafios percebidos na aplicação dessas estratégias.
O embasamento teórico foi construído a partir das contribuições de Solé (2014), Kleiman (2004), Tardif (2011), Carvalho e Gil-Pérez (2009) e da análise de conteúdo de Bardin (2016). Identificamos estratégias de compreensão leitora e exploramos as diversas dimensões do ato de ler.
Os resultados apontam que os professores entrevistados valorizam a leitura, mencionando práticas como presentear e receber livros, as emoções envolvidas durante a leitura, a importância da releitura e a diversidade de formas de ler. Essa valorização reflete-se em sua atuação docente. Quanto à escrita, os docentes demonstraram satisfação, especialmente com textos pessoais, ressaltando sua relevância para o desenvolvimento profissional.
No entanto, a pesquisa revelou que muitos professores desconhecem a leitura e a escrita como estratégias pedagógicas, e apenas uma parcela reduzida as utiliza em suas aulas. Apesar disso, reconheceram os benefícios dessas práticas para a aprendizagem, formação e aprimoramento dos estudantes. Por outro lado, também relataram desafios enfrentados em sala de aula, tanto em relação aos próprios alunos quanto às dificuldades de implementar essas estratégias.
Essas percepções reforçam a necessidade de incorporar a valorização da leitura e da escrita na rotina dos docentes, promovendo a formação de leitores competentes e contribuindo para o fortalecimento do ensino de Química.