A matriz energética global, baseada majoritariamente em combustíveis fósseis, resulta
em emissões significativas de dióxido de carbono (CO2), intensificando o efeito estufa
e agravando as mudanças climáticas. Apesar dos avanços na redução dessas emissões,
estratégias eficazes para sua captura e conversão ainda são necessárias. Neste contexto,
a hidrogenação catalítica surge como uma solução promissora, especialmente com o uso
de catalisadores acessíveis e amplamente disponíveis. Neste estudo, utilizamos a Teoria
do Funcional da Densidade (DFT) para avaliar computacionalmente porfirinas de ferro
como potenciais catalisadores da hidrogenação de CO2, com foco no mecanismo reacional
e na influência dos estados de oxidação e spin do ferro. Nossa análise revela que sistemas
porfirínicos contendo Fe2+, no estado de spin singleto apresentam a etapa de formação do
hidreto mais estável, reduzindo a energia do sistema e favorecendo a reação. Além disso, o
estado de transição TS45 (etapa de ativação do CO2) é identificado como o passo limitante
da velocidade da reação. A ativação do CO2 ocorre de forma mais estável no estado de
spin quinteto, sendo compatível com a reatividade multistate. Com relação ao estado de
oxidação mais favorável, verificamos que Fe3+ no estado quarteto apresenta a barreira
mais estável para etapa de ativação do CO2, mas a ausência da etapa de dissociação do
H2 impede a conclusão do ciclo catalítico. Adicionalmente, a inclusão de uma base, como
trimetilamina, favorece a etapa de splitting do H2. No entanto, durante a coordenação do
CO2, não melhora a eficiência do processo, sendo o caminho sem base energeticamente
mais favorável.