As disfunções vasculares representam um dos maiores perigos à saúde das populações e encontrar soluções e tratamentos
para essas condições é fulcral para a sociedade em se considerando o número de indivíduos acometidos. Tais questões
que afetam a saúde apresentam uma grande diversidade etiológica e, portanto, é necessário encontrar terapias que tratem
dessas diversas origens e de suas causas. Em virtude de se descobrir novas ferramentas para o tratamento das mais
variadas doenças o estudo de peçonhas, venenos, secreções animais e seus derivados se apresenta como uma fonte
quase inesgotável de recursos. No Capítulo I foi feita uma revisão integrativa que se propôs a avaliar quais são os achados
a respeito dos mecanismos farmacológicos no desenvolvimento das ações antidiabéticas de peptídeos obtidos a partir de
venenos, peçonhas e secreções animais. A revisão foi norteada pela seguinte pergunta: “Quais foram os peptídeos de
origem animal e seus respectivos mecanismos de ação estudados para o tratamento direto da condição diabética?” de
acordo com a estruturação determinada pelo acrônimo PECo (P, Problema; E, Exposição, Co, Contexto). As bases
utilizadas foram Scopus, PubMed e Web of Science e envolveram um recorte temporal dos últimos cinco anos (2020-2024).
Os mecanismos envolvidos são bastante variados e estão relacionados ao agonismo de receptores de GLP-1, ao agonismo
de receptores de insulina, à inibição de canais de potássio, ao aumento da expressão de transportadores de glicose do tipo
4 (GLUT4), à inibição de alfa-amilases, dentre outros. Assim, tem-se que esses peptídeos são moléculas que apresentam
um grande potencial no tratamento do diabetes. No Capítulo II se objetivou demonstrar os efeitos e a capacidade que três
peptídeos potencializadores de bradicinina (BPPs) BPP-Bm01, BPP-Bax12 e BPP-13a encontrados na peçonha da jararaca
(Bothrops moojeni) tem sobre o sistema vascular, sobre o sistema antioxidante e sobre o sistema relacionado ao tratamento
do diabetes por metodologias in silico e/ou in vitro. Os achados do trabalho foram positivos e reforçam a ideia de que tais
peptídeos podem ser benéficos para a saúde vascular. Determinando, assim, o potencial desses BPPs sobre os sistemas
avaliados e a necessidade de se investigar mais detalhadamente essas moléculas com metodologias mais aprofundadas.