Objetivos: O estudo visa criar uma análise situacional do programa de Antimicrobial Stewardship Program (ASP) na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal III (UTIN III). Metodologia: Foi um estudo prospectivo, observacional, realizado na UTIN III da Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, com 10 leitos e uma taxa de ocupação de 98%, no período de fevereiro a junho de 2024. Foram incluídos recém-nascidos (RN) com diagnóstico suspeito ou confirmado de infecção e em uso de antimicrobiano, excluindo aqueles sem desfecho clínico até o final do estudo. Fez-se levantamentos de dados para diagnóstico situacional, indicadores de processo e indicadores de desfecho microbiológico, clínico e financeiro. Resultados: Foram analisados 57 pacientes, todos fizeram uso de antimicrobiano em algum momento da internação. Mais de 70% dos recém-nascidos avaliados foram pré-maturos e abaixo de 2.500g. O diagnóstico situacional revelou que apenas 26,31% dos elementos essenciais do ASP foram evidenciados, chamando atenção a ausência de expertise em farmácia e ações educativas. A incidência de IRAS variou de 1 a 4%, ficando abaixo da média nacional. A análise microbiológica mostrou 65 isolados, destes destacam-se 16 Klebsiella spp. (05 isolados resistentes a carbapenêmicos), 12 Staphylococcus coagulase negativa, 11 Staphylococcus aureus, taxa de positividade de culturas de 11,9%, sendo a hemocultura responsável por mais de 80% dos isolados. O consumo e uso evidenciou DOTs (Days of Therapy) elevados para antimicrobianos de amplo espectro, como meropenem (1638) e vancomicina (1984),ficando com valores acima de outros estudos. A classificação AWaRe mostra grande utilização dos antimicrobianos de vigilância (53,9%), a WHO (2018) define ideal abaixo de 20-50%. Foram registrados 11 óbitos, com taxa média de mortalidade acima de 20%, considerada alta para os dados nacionais. Por fim, destaca-se que os gastos com antimicrobianos de amplo espectro são significativos, sendo responsáveis por 65% dos custos com antimicrobianos. Conclusão: O estudo mostrou a necessidade de iniciativas que promovam uso racional de antimicrobianos, reduzindo assim a resistência bacteriana, e otimizando os desfechos clínicos e econômicos, utilizando estratégias coordenadas de educação continuada da equipe de saúde na UTIN III, como o Antimicrobial Stewardship Program (ASP).