A pesquisa teve como objetivo analisar as experiências formativas dos formadores de professores da Educação Infantil na perspectiva de auto(trans)formação dessas experiências. A escolha da temática foi motivada pela importância que a experiência tem atuação dos formadores de professores desempenham na sua história de vida profissional, bem como em face do papel que desenvolvem na implementação das políticas de formação continuada no âmbito da Educação Infantil, atuando como responsáveis pelas ações que intentam melhorar a prática educativa na formação continuada. Neste estudo, especificamente foram descritas as experiências de formadores que atuam na formação continuada de professores da Educação Infantil, as compreensões sobre as concepções de formação continuada que nortearam essas experiências. A formação realizada pelos formadores de professores para a auto(trans)formação é compreendida como a necessidade dos professores pelo viés da concepção das experiência, através da qual os sujeitos tomam consciência de si e transformam a formação em espaço propício para emancipação, superando as tradicionais políticas em que atuam, a priori, como executores de propostas elaboradas por outros. A investigação foi desenvolvida a partir de uma pesquisa de abordagem autobiográfica, que utilizou como procedimentos metodológicos para coleta de narrativas os ateliês itinerantes de biografização e as agendas de memórias das experiências formadoras. Os sujeitos da pesquisa foram cinco formadores de professores da Educação Infantil que atuam em cinco municípios da região centro-norte do estado do Piauí. Para fundamentar as discussões sobre formação continuada, foram utilizadas as seguintes referências: García (1999), Nóvoa (2009), Vaillant, (2009) e outros. Sobre a formação do formador, o estudo teve como base publicações de Gatti (2008); Kramer (2005; 2007; 2012), entre outros. Em relação à auto(trans)formação, considerou-se as produções de Freire (2015b; 2016c), Henz (2015), Josso (2007) e Signor (2021). Para o tratamento e análise das narrativas, foi utilizada a análise textual discursiva proposta por Moraes e Galiazzi (2016), articulada aos estudos de Souza (2014) sobre análise compreensiva-interpretativa. A pesquisa considerou as dimensões da formação dos formadores vinculadas às ações formativas desenvolvidas com professores da Educação Infantil. Partiu-se do pressuposto de que as experiências de vida e formação dos formadores de professores, ressignificadas a partir de princípios como criticidade e reflexividade, podem contribuir para a auto(trans)formação e construção dos projetos de si. A tese defendida é que as experiências de formadores na formação continuada de professores da Educação Infantil podem ser efetivadas na perspectiva de auto(trans)formação, possibilitando aos envolvidos a (re)interpretação de experiências, a reelaboração de crenças e de teorias dos professores, por meio da reflexão e da conscientização, mobilizando-os para a construção dos projetos de si, comprometidos com a auto(trans)formação, com a transformação e emancipação de professores.