Notícias

Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ GOMES DA SILVA FILHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ GOMES DA SILVA FILHO
DATA: 10/12/2025
HORA: 14:30
LOCAL: SALA DE DEFESA
TÍTULO: SOCIOPOETIZANDO TRANSGRAFIAS DE ACOLHIMENTO NO CCE POR JOVENS TRANSVESTIGÊNERES PENSADORAS DA UFPI
PALAVRAS-CHAVES: Acolhimento. Transfobia. Juventudes transvestigêneres. Ensino Superior. Sociopoética.
PÁGINAS: 182
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
RESUMO:

Essa pesquisa insere-se no Observatório das Infâncias e Juventudes na Educação/OBIJUVE, que se adiciona às investigações do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania/NEPEGECI, na linha de Educação, Diversidades/Diferença e Inclusão do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí – UFPI. A pesquisa justifica-se por percebemos, a partir das implicações da pesquisadora enquanto mulher transtravesti que vivencia a UFPI e do Mapeamento Sistemático da Literatura realizado em novembro de 2024, que o acolhimento é uma temática que ainda carece ser estudada, sobretudo, como a sua ausência ou presença auxiliam jovens transvestigêneres no enfrentamento das violências transfóbicas ou os cheques, como o grupo-pesquisador se refere, na universidade, o que nos levou ao seguinte problema: o que pode o corpo transvestigênere com o acolhimento, enquanto resposta às violências transfóbicas, para permanecer no CCE/UFPI? Disso adveio o interesse em pesquisar como o acolhimento, enquanto resposta à transfobia, pode ser uma ação potencializadora do corpo transvestigênere para permanecer na universidade. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral: investigar confetos (conceitos + afetos) elaborados por jovens transvestigêneres do Centro de Ciências da Educação/CCE da Universidade Federal do Piauí/UFPI sobre o que pode o corpo transvestigênere frente à transfobia com o acolhimento para permanecer no CCE/UFPI e como objetivos específicos: conhecer as juventudes transvestigêneres que integram o CCE da UFPI; identificar as violências transfóbicas que impedem a permanência das juventudes transvestigêneres no CCE; compreender os modos de acolhimento que auxiliam na permanência das juventudes transvestigêneres no CCE e propor formas de acolhimentos permanentes para o combate de possíveis violências transfóbicas que dificultam a permanência das juventudes transvestigêneres no CCE. O referencial teórico se ancora em pesquisas de pessoas trans, tais como em Juno Nedel (2020), para pensar o corpo trans como arquivo vivo de memórias. Em Céu Cavalcanti e colaboradores (2018), Jaqueline de Jesus (2014c; 2019); Tiffany Odara (2020), Letícia Nascimento (2021, 2023), Maria Clara Passos (2023) e Bruna Benevides (2025) para compreendermos os aspectos históricos que perscrutam as origens das violências transfóbicas, mas também de como fomos nos articulando, nacionalmente, em resposta a essas violências. Nas pesquisas de Jaqueline de Jesus (2014a; 2014b), Jota Mombaça (2017), Amara Rodovalho (2017) e Letícia Nascimento (2021) para pensarmos sobre o Transfeminismo. Além de Viviane Vergueiro (2016), Megg Oliveira (2017), Helena Vieira (2018) e Letícia Nascimento (2023) para estudarmos as juventudes transvestigêneres e a transfobia insitucionalizada na escola e, sobretudo, na universidade. Além dessas, outras pesquisas, incluindo de pessoas cisgêneras. Metodologicamente, a pesquisa é direcionada pela Sociopoética, que trata da produção coletiva, crítica e inventiva do conhecimento, tendo como diferencial a produção de confetos, conceitos permeados de afetos, orientando-se por cinco princípios, quais sejam: formação de um grupo-pesquisador, onde cada pessoa se torna copesquisadora; valorização das culturas dominadas e de resistência; o pensar com o corpo todo; o uso de técnicas artísticas na produção dos dados e a responsabilidade ética, noética e espiritual do grupo-pesquisador (Adad, 2014a; Petit, 2014; Gauthier, 2024). O grupo-pesquisador é formado pela facilitadora e cinco (05) copesquisadoras-bichas jovens (Paulo, Sat, Taffyta, Jazmin e Arapuca), sendo uma com 20 anos, duas com 21 anos, uma com 27 anos e uma não informou sua idade, estudantes dos cursos de Pedagogia, Moda e Artes Visuais do CCE/UFPI, em Teresina-PI. A técnica apresentada ao grupo foi a pele transespiralar do acolher para produção de dados e relatos orais sobre o tema-gerador acolhimento no CCE. O diário de itinerância, o qual chamo de diário dos latejos, foi utilizado para registro das vivências. As copesquisadoras-bichas criaram as seguintes transgrafias de acolhimento: Sozinha! sozinha?, A dor e a delícia do privilégio de viver trans no inferno de um mundo cis e Amanhecer no ciclo. Do estudo dos relatos orais emergiram alguns confetos, dentre os quais destaco o Acolhimento-Sozinha-Sozinha!?rejeição-aberta-fechada-com-falas-não-intencionais-etapas-pessoas-coisas-que-obstruem-a-passagem-do-acolhimento que é um não acolhimento que decorre do processo de rejeição; o Pacto-pessoa-cis-escrota-na-branquitude-escudo-pecado que despotencializa a pessoa trans e dificulda a permanência da trans no CCE, enquanto que o Acolhimento-bicha-com-bicha-sentir-me-bem-CCE-passagem-ponto-de-interrogação-para-ponto-de-exclamação é a existência de acolhimento fruto da amizade entre as bichas no CCE, o que potencializa as jovens transvestigêneres. Identificamos que o acolhimento apresenta-se de modo dual no CCE e que se potencializa pelo chancelamento das violências através do pacto cis conjugado à branquitude e à religião, ao passo que o acolhimento advém de pessoas específicas e aleatórias com dores similares às das trans.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1728592 - SHARA JANE HOLANDA COSTA ADAD
Interno - 3285792 - JANE BEZERRA DE SOUSA
Interno - 2418655 - MARIA DO SOCORRO DA SILVA ARANTES
Externo à Instituição - 852.***.***-04 - JAQUELINE GOMES DE JESUS - IFRJ
Externo à Instituição - 035.***.***-39 - LETÍCIA CAROLINA PEREIRA DO NASCIMENTO - UFDPar
Notícia cadastrada em: 14/11/2025 10:17
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb06.ufpi.br.instancia1 15/12/2025 15:38