Introdução: A prática da relação sexual desprotegida pode resultar na aquisição de infecções sexualmente transmissíveis, entre elas, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). O início das práticas sexuais, a pouca experiência e conhecimento limitado faz da adolescência um fator de vulnerabilidade para a infecção do vírus. Como política pública de combate à infecção por HPV neste público, em 2014, o Programa Nacional de Imunizações introduziu a vacinação contra o HPV na caderneta do adolescente. Uma década após a implementação, a região Nordeste e principalmente no estado do Piauí ainda encontra entraves para a amplitude da cobertura vacinal. Objetivo: Analisar a cobertura vacinal contra o papilomavírus humano em adolescentes escolares. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, analítico, que foi desenvolvido com 101 adolescentes de 15 anos de idade vinculados às escolas municipais e estaduais do município de Floriano-PI. As variáveis analisadas foram obtidas por questionário desenvolvido na plataforma Google Forms. A variável dependente desse estudo foi a cobertura vacinal dos adolescentes, enquanto as independentes eram os fatores socioeconômicos e demográficos do adolescente, da mãe/responsável e da família assim como os dados sobre vacinação e motivos relacionados à não vacinação. Foi desenvolvida estatística descritiva sobre eregressão logística multivariada para associar as variáveis com a cobertura vacinal dos adolescentes, considerando-se a significância estatística valor de p<0,05.Resultados: As taxas de cobertura da vacina contra o HPV foi de 78,22%. Dos motivos de não vacinação mais frequentes entre os que deixaram de se vacinar por decisão própria destacou-se o medo de injeção, e das oportunidades de vacinação perdida, a ausência de imunobiológico. Quanto aos fatores contextuais associados à não vacinação contra o HPV, observou-se que a mãe que trabalha fora esteve associada ao maior risco do adolescente não se vacinar(OR= 4,09, IC95%= 1,11 – 14,98).Conclusão: As taxas de cobertura da vacina contra o HPV, entre os escolares do município de Floriano-PI, não atingiram a meta preconizada pelo Ministério da Saúde e pela OMS. Houve maior risco de não vacinação para os escolares que a mãe trabalhava fora do domicílio.