O objetivo principal desta pesquisa é investigar o processo de normalização e subjetivação do sujeito autista através do comportamento e da linguagem, a partir do aporte teórico de Michel Foucault. Este trabalho é de cunho bibliográfico e tem como ponto focal a análise e observação quanto ao interesse a partir da modernidade na normalização dos sujeitos. Fatos estes que passam por emergências dos discursos, que são identificadas a partir da saída do modelo de exclusão ao final da Idade Média e a inclusão a partir do Hospital Geral, onde se configurou uma nova tecnologia do poder que remete ao cuidado da vida. O interesse a partir da modernidade é na normalização dos sujeitos, portanto, trata-se da concepção segundo a qual aquele que está fora da norma precisa adequar-se, passando por uma docilização e modelagem que influem diretamente na constituição do sujeito, tendo assim ênfase no seu corpo normalizado e na constituição do sujeito para consigo mesmo. Verificando essas análises acerca das emergências do discurso como uma tecnologia de normalização, percebemos que o interesse discursivo e emergencial para chegar à normalidade desde o início do século XX, recai sobre o sujeito com Transtorno do Espectro Autista. A justificativa pela escolha do tema proposto se deve a necessidade de amplitude filosófica na vida prática, tratando de temas que envolvem diretamente pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Atualmente no Brasil temos os estudos sobre Filosofia DEF, influenciados pelo movimento disability studies, no Reino Unido, e os estudios de discapacidad, na Espanha. Através desses estudos é possível o diálogo entre a análise do discurso para normalização dos sujeitos e como utilizar-se de práticas de si que fujam dessa docilização do corpo e da subjetividade de pessoas autistas. Trazemos, assim, a necessidade de se investigar filosoficamente quais os discursos que perpassaram e perpassam a emergência do discurso sobre a pessoa com Transtorno do Espectro Autista - TEA.