A pesquisa tem por objetivo compreender os conceitos de ‘mediação’ e ‘incorporação’
tecnológica proposto pelo filósofo da tecnologia Don Ihde. Seu método de análise ajudar-nosá
a compreender a conexão íntima que os seres humanos têm tido com todos os meios
técnicos presentes em suas vidas, e como estes mudam o que somos e a definição do que
significa ser um humano. A pesquisa terá como eixo norteador os estudos de Ihde sobre a
integração dos artefatos técnicos à ação e ao corpo humano. Buscaremos compreender a
concepção pós-fenomenológica provida por Ihde acerca das interações cotidianas entre
humanos e artefatos tecnológicos. A pesquisa será, portanto, conceitual, onde iremos analisar
as questões que se encontram nos capítulos iniciais da obra Tecnologia e o mundo da vida: do
jardim à terra (2017), especificamente no capítulo três (Mundo da Vida: práxis e percepção)
em que Ihde apresenta seus estudos que envolvem fenomenologia clássica e filosofia da
tecnologia, e, posteriormente, buscaremos analisar o capítulo cinco (Programa Um: A
Fenomenologia da Técnica), que consiste na investigação desenvolvida pelo autor que revela
como tecnologias são incorporadas ao humano e como elas afetam a forma como nos
relacionamos com o mundo. Serão nesses capítulos que buscaremos compreender, a partir da
argumentação de Ihde: a) como as tecnologias atuam como mediadoras entre os seres
humanos e o mundo; b) as tecnologias não são apenas ferramentas neutras, mas moldam nossa
percepção e relação com a realidade; c) como elas influenciam como percebemos,
experimentamos e nos relacionamos com o ambiente ao nosso redor; d) como os seres
humanos internalizam e se adaptam às tecnologias em suas vidas; e) como, ao longo do
tempo, as tecnologias se tornam parte de nossa experiência cotidiana a ponto de serem
"invisíveis" ou naturalizadas.