A tese A metafilosofia solidarista de Richard Rorty: a efetividade da narrativa
docudramática, apresenta como tema o papel efetivo do poder redescritivo do
docudrama enquanto demanda da autocriação, presente na metafilosofia solidarista
de Richard Rorty. A conexão da filosofia de Rorty, amparada em novos vocabulários
que indicam as redescrições e o solidarismo, com a estratégia fílmica do docudrama,
será abordada a partir das seguintes questões: Como as categorias Rortyanas
denominadas
novo privilegia a contingência da linguagem e ajuda na proposição de uma utopia
liberal? Até que ponto o docudrama, como recurso retórico de expressão fílmica da
realidade e distinto da sofisticação teórica pode contribuir para atingir os fins do
solidarismo proposto pela filosofia neopragmatista de Richard Rorty? Qual o poder de
convencimento, conversação e sensibilização de uma redescrição docudramática
para a efetivação de tais fins? A partir dos problemas acima elencados, defendemos
a seguinte tese: o docudrama televiso ou cinematográfico, como forma narrativa
baseada em fatos, acessível ao público em geral e de reconhecido poder persuasivo,
por tais caracteres é uma forma de redescrição capaz de contribuir para a efetivação
do solidarismo, conforme o projeto de utopia liberal proposto na filosofia
neopragmatista de Richard Rorty. O objetivo geral da tese é investigar a narrativa
docudramática como redescrição capaz de efetivar o solidarismo, conforme o projeto
de utopia liberal proposto na metafilosofia de Richard Rorty. Rorty abordou em sua
obra o papel estratégico das narrativas literárias romanescas, entretanto, não houve
tempo suficiente em sua vida para dar continuidade ao referido projeto e abordar
outras formas narrativas, tais como o cinema e o docudrama, que também foram
citadas como exemplos, na obra da virada solidarista Contingência, ironia e
solidariedade (1989). Assim, a originalidade da presente tese consiste em adentrar a
filosofia Rortyana para compreender a estratégia docudramática como um recurso
pragmático capaz de oferecer melhores e mais adequadas formas de falar de nós
mesmos, das artes e do mundo. A pesquisa tem como referencial teórico as principais
obras de Rorty, sobretudo, a sua obra seminal A filosofia e o espelho da natureza
(1995) e a obra da virada solidarista Contingência, ironia e solidariedade (1994), além
de escritos específicos da área de estudiosos sobre o docudrama.