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Banca de DEFESA: VIGEVANDO ARAÚJO DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VIGEVANDO ARAÚJO DE SOUSA
DATA: 04/02/2025
HORA: 14:30
LOCAL: sala virtual
TÍTULO: O DÉFICIT DE ETICIDADE DEMOCRÁTICA NA ESFERA DO MERCADO EM HONNETH
PALAVRAS-CHAVES: Liberdade social. Mercado. Reconstrução normativa. Reconhecimento. Teoria crítica.
PÁGINAS: 239
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO:

Esta tese propõe o déficit de eticidade democrática na esfera do mercado em Honneth mediante a seguinte hipótese de investigação: o déficit ocorre principalmente porque a teoria do reconhecimento de Honneth negligencia as relações de poder e se mostra insuficiente para o processo de emancipação social. Nossa defesa é de que a perspectiva de Honneth acerca do mercado não condiz e não é suficiente para incluí-la como esfera da eticidade democrática e liberdade social, pois o mercado produz assimetrias e um poder constituinte, fonte de dominação e injustiças incompatíveis com a ética. Para o alcance de nosso objetivo, inicialmente analisamos de forma geral a contribuição da teoria honnethiana do reconhecimento à teoria crítica em relação aos fundamentos da autonomia, da autorrealização e das patologias sociais, bem como falhas e contradições do pensamento do autor, tal como a ambiguidade do conceito de autonomia individual (liberdade) entendida como autorrealização. Tal ambiguidade se dá pelo fato de a teoria do reconhecimento falhar em relação ao aspecto crítico e diagnóstico da teoria crítica. Nossa defesa é de que as condições práticas e materiais das relações entre os indivíduos nunca são simétricas, produzindo o reconhecimento distorcido. De forma geral, evidenciamos a tentativa de Honneth de realizar um diagnóstico crítico emancipatório verificando algumas patologias sociais como: invisibilidade social, reificação e racionalização instrumental. Apresentamos o tema do neoliberalismo contemporâneo. A crítica ao neoliberalismo encontra-se exposta em Paradoxes of Capitalist Modernization, onde Honneth faz a distinção entre dois tipos de capitalismo, um ‘social-democrata’ e um ‘neoliberal’, bem como a consideração de que as ordens neoliberais, diferentemente das social-democratas, de acordo com Hartmann e Honneth (2006) são problemáticas do ponto de vista da teoria do reconhecimento, pois é paradoxal por criar uma situação na qual a própria tentativa de instituir normas de liberdade acaba que por impedir as condições de possibilidade para a realização da mesma. Expomos também as bases da teoria honnethiana do reconhecimento, bem como a análise da ideologia e do poder e a crítica de autores como Deranty, McNay e Thompson que apontaram limitações e falhas na teoria de Honneth. Apresentamos o tema do mercado capitalista: sistema x integração social, tomando como referência a teoria habermasiana do desacoplamento entre sistema e mundo da vida e a crítica de Honneth em relação a Habermas. Assim, foi realizada uma crítica a uma noção honnethiana de progresso moral e social no capitalismo, bem como à tentativa de Honneth de inserir o mercado capitalista na esfera de liberdade social. Tomamos como obra principal, O direito da liberdade, onde Honneth intensifica sua ênfase na normatividade das formas econômicas em oposição à crítica estrutural do capitalismo. Desse modo, Honneth tem como objetivo mostrar como as práticas morais racionais são historicamente incorporadas à realidade social. O problema do não cumprimento do projeto honnethiano de uma eticidade na dimensão do mercado acontece devido (i) ao caráter ambíguo do conceito de autonomia individual (liberdade) entendido como autorrealização; (ii) por não explicitar empiricamente o suposto sucesso da revolução neoliberal por ele defendido; e (iii) devido ao caráter problemático de desenvolvimento moral e social nas sociedades de mercado. Depreendemos, portanto, que o déficit de eticidade democrática na esfera do mercado não só revela as insuficiências do diagnóstico honnethiano, mas também corrobora a necessidade de abordagens mais radicais que integrem as críticas estruturais ao capitalismo, sem negligenciar a articulação entre reconhecimento, redistribuição e a superação das patologias sociais


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2261090 - FRANCISCO JOZIVAN GUEDES DE LIMA
Interno - 2259518 - FABIO ABREU DOS PASSOS
Interno - 1886515 - JOSE VANDERLEI CARNEIRO
Externo à Instituição - 448.***.***-68 - DELAMAR JOSE VOLPATO DUTRA - UFSC
Externo à Instituição - 386.***.***-06 - INACIO HELFER - Unisinos
Notícia cadastrada em: 29/01/2025 10:17
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