O objetivo central deste trabalho é desenvolver um projeto de formação cultural anticapitalista, com base em uma revisão crítica do conceito de Bildung, para que seja possível reavivar no cenário social as Utopias Políticas obliteradas pelo triunfo da sociedade moderna capitalista. O estudo parte da tese dos românticos alemães e dos marxistas humanistas de que o capitalismo, compreendido como modo de vida, deve ser superado sob todos os aspectos. O desencantamento do mundo e a dissolução das relações sociais são resultados das fantasmagorias produzidas pela modernidade. As reflexões, nesta pesquisa, alinham-se aos pressupostos teóricos e metodológicos da filosofia benjaminiana. Buscou-se interpretar hermeneuticamente o passado, gestado pela racionalidade iluminista burguesa, por meio do comprometimento ético com as narrativas dos “vencidos da história”. O estado da arte da pesquisa baseia-se na crítica à cultura capitalista desenvolvidos pela primeira geração da Teoria Crítica, em especial nos escritos benjaminianos, para o desenvolvimento da tese. A pesquisa está dividida em três capítulos, cada um centrado em uma categoria conceitual específica. No primeiro capítulo, buscou-se explorar o significado histórico do ideal de Bildung, conforme desenvolvido pelos iluministas e românticos, analisando suas potencialidades, limites, contradições bem como do seu impacto no modo de vida contemporâneo. No segundo capítulo, buscou-se apresentar a crítica benjaminiana à modernidade, dando ênfase aos processos de educação e aprendizagem dos seres humanos, com base no par conceitual experiência e vivência. O terceiro capítulo, por sua vez, procurou, a partir do conceito de Utopia Política, apresentar a crítica benjaminiana à historiografia burguesa e social-democrata, a fim de refundar, sob uma abordagem materialista da cultura, o telos pedagógico formativo da sociedade para o desenvolvimento de uma educação integral e humanizadora orientada para o socialismo.