Esta dissertação tem como objetivo refletir sobre o conceito de razão pública, conforme formulado por John Rawls, e sua relação com a liberdade de crença religiosa e filosófica no espaço da escola pública brasileira. A investigação parte do seguinte problema: em que medida o conceito de razão pública, em John Rawls, permite reafirmar a liberdade de crença religiosa ou convicção filosófica na educação básica pública do Brasil? A partir dessa questão, desenvolve-se uma análise filosófica que articula os princípios da razão pública com os desafios contemporâneos enfrentados no contexto escolar, especialmente no que se refere à pluralidade de visões de mundo presentes nas salas de aula. A metodologia adotada é a hermenêutica filosófica, com foco na interpretação crítica das obras de John Rawls, especialmente aquelas voltadas à justiça como equidade e à ideia de consenso razoável em sociedades plurais. Como resultado da pesquisa, foi produzido um material didático em formato de história em quadrinhos, voltado para o ensino de Filosofia na educação básica, cujo objetivo é fomentar a reflexão entre estudantes sobre o respeito mútuo entre diferentes crenças religiosas e convicções filosóficas no ambiente escolar. As contribuições práticas deste trabalho visam à formação cidadã e ao fortalecimento de uma cultura escolar baseada na tolerância, no diálogo racional e no reconhecimento da diversidade. No campo docente, a dissertação propõe implicações significativas para a prática pedagógica do professor de Filosofia, ao oferecer subsídios teóricos e materiais para o enfrentamento de conflitos envolvendo crenças pessoais no espaço da escola pública. Do ponto de vista da atuação do filósofo na escola, defende-se que a razão pública pode funcionar como uma bússola ética e pedagógica, orientando decisões e posturas que assegurem a liberdade de consciência e a convivência democrática no espaço educacional.