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Banca de DEFESA: FRANCISCA BEATRIZ DE MELO SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCA BEATRIZ DE MELO SOUSA
DATA: 09/12/2016
HORA: 10:00
LOCAL: Auditório/CMRV
TÍTULO: EFEITO ANTISSECRETÓRIO DO SULFETO DE HIDROGÊNIO NA DIARREIA INDUZIDA PELA TOXINA DO Vibrio cholerae EM CAMUNDONGOS: EVIDÊNCIA DE NÃO ENVOLVIMENTO DA VIA ADENILATO CICLASE/AMPc/PKA E AMPK.
PALAVRAS-CHAVES: Mediador gasoso, diarreia, cólera, secreção intestinal, sulfeto de hidrogênio.
PÁGINAS: 107
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

A cólera é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, que se multiplica rapidamente no intestino humano produzindo a chamada toxina da cólera (TC). A TC causa uma diarreia grave devido a seu efeito direto sobre as células epiteliais intestinais, promovendo nestas uma ativação excessiva da adenilato ciclase (AC) e consequentemente um aumento dos níveis intracelulares de AMPc, que culminam com a secreção excessiva de Cl- que é acompanhada pelo movimento osmótico de uma grande quantidade de água para o lúmen intestinal. A solução de reidratação oral é o método mais eficaz para o tratamento da cólera, entretanto este não interfere no mecanismo de ação da TC. Portanto, é de suma importância o estudo sobre o desenvolvimento de fármacos e biomoléculas que possam agir no mecanismo intracelular dessa toxina. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi estudar a atividade antidiarreica do sulfeto de hidrogênio (H2S) bem como o seu possível mecanismo de ação na diarreia secretória causada pela TC. Inicialmente, a atividade antidiarreica do H2S foi avaliada no modelo de secreção de fluido em alças intestinais isoladas de camundongos vivos tratadas com a TC. Assim, camundongos Swiss em jejum (24h), foram pré-tratados (v.o), com L-cisteína (10 ou 50 mg/kg) sozinha ou com DL-propargilglicina (PAG 100 mg/kg), NaHS (3 ou 27 μmol/kg), regente de Lawesson´s (3 ou 27 μmol/kg) ou salina, e 30 min. depois os animais foram anestesiados, seguido de uma incisão abdominal para isolar uma porção do jejuno (2-3cm). As alças intestinais foram então inoculados com 100 μl PBS ou TC (1 μg/alça). 4 h após a anestesia, os animais foram eutanasiados e as alças foram removidas para medida da relação g/cm das alças. Amostras teciduais das alças intestinais foram recolhidas para análise dos níveis de H2S e expressão intestinal de CSE através de imunohistoquímica. O conteúdo intestinal acumulado também foi recolhido para determinação da concentração de íons Cl-. Para determinar o papel do H2S na secreção intestinal induzida pela toxina da cólera, os animais foram pré-tratados com PAG (100 mg/kg) seguido da administração intraluminal de uma dose submáxima de toxina da cólera (0,5 μg/alça). O efeito da H2S sob a absorção intestinal também foi avaliado. Para o estudo do mecanismo de ação antidiarreica do H2S, os camundongos em jejum, foram pré-tratados (v.o) com PAG (100 mg/kg) ou salina. Após 25 min., foi realizado o procedimento da indução da diarreia na alça intestinal, entretanto, antes da administração da TC, os animais em determinados grupos receberam SQ22536 0,01M/alça (inibidor de AC), Bupivacaina 100μM/alça (inibidor de AMPc) ou KT5720 1μg/alça (inibidor de PKA). Para avaliar a participação da AMPK no efeito antissecretório do H2S, os animais foram tratados, com um ativador ou um inibidor específico da AMPK: AICAR (1mM/alça) e dorsomorfina (30μM/alça), respectivamente. Em seguida foi realizado o procedimento de indução da diarreia na alça intestinal isolada semelhante ao descrito anteriormente. O H2S por meio da L-cisteína e doadores apresentou atividade antidiarreica reduzindo significativamente a secreção de fluido intestinal e perda de íons Cl- induzida pela TC. Além disso, observou-se que o pré-tratamento com PAG seguido da administração de uma dose submáxima da TC, promoveu um aumento na secreção de fluido intestinal maior que o observado para o grupo tratado apenas com a toxina nessa dose. Esses dados indicam que o H2S é uma molécula essencial para a proteção contra os efeitos nocivos da TC. Foi observado também que TC induz um aumento da expressão de CSE, assim como da produção de H2S. Os dados desse trabalho também sugerem que o efeito antissecretório do H2S não está envolvido com o aumento da absorção intestinal e provavelmente ocorre por um mecanismo independente da via AC/AMPc/PKA e AMPK. Dessa forma, este estudo mostra a relevância da atividade antidiarreica H2S, e indica que drogas doadoras de H2S são candidatas promissores para a terapia da cólera. Porém mais estudos são necessários a fim de elucidar o possível mecanismo de ação do H2S na diarreia induzida pela TC.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1680593 - JAND VENES ROLIM MEDEIROS
Externo à Instituição - MARCELLUS HENRIQUE LOIOLA PONTE DE SOUZA - UFC
Externo à Instituição - PEDRO MARCOS GOMES SOARES - UFC
Notícia cadastrada em: 30/11/2016 18:17
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