O gênero Physoctonus (Scorpiones, Buthidae), endêmico do Brasil, inclui atualmente três espécies descritas: Physoctonus debilis, Physoctonus striatus e Physoctonus amazonicus. Apesar de ter sido revisado recentemente, questões taxonômicas ainda persistem, em relação à descrição e à validade das espécies P. striatus e P. amazonicus. Exemplares de P. striatus registrados na localidade-tipo desta espécie não apresentam as características diagnosticas atribuídas a ela. Por outro lado, indivíduos registrados no Piauí, possuem a diagnose de P. striatus, mas foram determinados em revisões anteriores, como P. debilis. Isto sugere um potencial sinonímia de Physoctonus striatus e P. debilis, sendo os indivíduos registrados no Piauí pertencentes a uma espécie nova a ser validada e nomeada. Além disso, a descrição de P. amazonicus baseou-se em um único exemplar, sem suporte molecular ou análise morfológica robusta. Ecologicamente, Physoctonus é predominantemente arborícola e depende de habitats específicos nos biomas Caatinga, Cerrado e Amazônia. A degradação dos ambientes, causada por desmatamento e mudanças climáticas, ameaça suas áreas de distribuição, impactando negativamente a sobrevivência dessas espécies. Este trabalho propõe revisar a taxonomia do gênero com base em análises morfológicas e moleculares. Espécimes serão coletados em campo e obtidos de coleções científicas, sendo analisados quanto a morfometria e forma de estruturas diagnósticas, além de dados moleculares. Modelos de distribuição serão aplicados para esclarecer prever os potenciais impactos das mudanças ambientais sobre a adequabilidade de áreas de ocorrência para cada espécie válida do gênero.