A biblioteca é levada, frequentemente, a silêncios e desafios tecidos na realidade educacional, cujas marcas tem sido impressas no cotidiano de diversas escolas públicas brasileiras e despertado variados interesses de pesquisas que buscam compreendê-la nas suas dimensões. Nessa perspectiva, realizou-se estudo antropológico, no sentido de compreender os significados que são construídos acerca da biblioteca em sua experiência escolar, tomando como base a teoria interpretativa de Clifford Geertz, nos seus estudos sobre culturas. Partindo do pressuposto de que a biblioteca é um espaço segregado na escola e que esta condição pode fortalecer distinções sociais, a pergunta norteadora reflete sobre quais as percepções da comunidade escolar acerca da biblioteca, que influenciam sua estruturação e usos no contexto educacional público, que simbolizam segregação e contribuem para o fortalecimento das distinções sociais? Com o objetivo de analisar a biblioteca na perspectiva semântica do seu papel na escola, cujos significados podem construir delimitações relativas à sua estruturação, usos e práticas no contexto escolar público, a estratégia metodológica etnográfica conclui-se que a biblioteca é segregada e multifuncional, e que esta condição cultural enfraquece ou anula sua natureza de existir para a escola e na escola.