Esta pesquisa é uma etnografia digital que gira em torno de pessoas que ilustram baralhos de Tarô e dos processos envolvidos na ilustração desses baralhos. Os tarôs são jogos de cartas, em muito associados a prática oracular. Penso os processos de feitura das ilustrações das cartas de tarô a partir da noção de convenções (BECKER, 2022). Ela diz respeito a padrões de entendimento e de ação envolvidos na arte e nos mundos da arte. Aponto que o tarô também tem suas convenções, relacionadas ao que se entende por tarô, aos significados atribuídos e esperados de cada carta e aos modos de usa-lo. Quando da criação de um novo baralho de tarô, as convenções em parte são mantidas e em parte ganham variações. A manipulação dessas convenções são materializadas em imagens através das/os artistas que ilustram as cartas. Para realizar essa pesquisa estudei quatro artistas que já ilustraram e/ou estavam ilustrando baralhos de tarô durante meu período de trabalho de campo: Elisabeth E.Alba, Nataša Ilinčič, Cecília Ramos e Alba BG. Acompanhei o trabalho das artistas através do site Patreon e realizei entrevistas de maneira remota. Argumento nessa pesquisa que as/os ilustradora/es que trabalham com tarô são mediadoras/es de expectativas.