O presente estudo analisa estratégias de leitura e escrita eficazes para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com idades entre 6 e 10 anos, que apresentam dificuldades nessas áreas no início do Ensino Fundamental. Também investiga a contribuição do letramento visual no processo de aprendizagem desses alunos, especialmente em atividades relacionadas à leitura e escrita. O objetivo geral é investigar o papel do letramento visual como uma estratégia importante para a leitura e escrita de alunos com TEA, na faixa etária de 6 a 10 anos, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Especificamente, pretende-se identificar os níveis de dificuldade no domínio da leitura e escrita das crianças autistas e avaliar quais estratégias são mais eficazes para o desenvolvimento de habilidades linguísticas nesse grupo. A base teórica que orientou esta pesquisa se apoia nos seguintes estudiosos: Kato (1986), Dondis (2003), Soares (2010), Gomes et al. (2019), Nunes (2013), entre outros. Além disso, a teoria histórico-cultural e a defectologia de Vygotsky (1997) também desempenham um papel importante. A pesquisa explora estratégias de leitura baseadas no letramento visual voltadas para crianças com autismo, com um levantamento do estado atual do conhecimento ao mapear produções acadêmicas na forma de dissertações de mestrado e teses nos últimos dez anos (2013-2023). Os descritores utilizados incluem: "letramento visual + Autismo", "letramento visual + alfabetização", "Autismo + alfabetização" e "ensino de leitura + Autismo + criança de 06 a 10 anos", acessíveis na BDTD/IBICT. A pesquisa ocorreu em três escolas municipais de ensino fundamental na cidade de Picos-PI, com a participação de quatro crianças autistas, com idades entre seis e dez anos, inseridas no ensino regular. Utilizou-se uma análise microgenética para examinar registros videográficos e identificar eventos de troca de ações entre a professora e os alunos com TEA. Os eventos foram transcritos em episódios e analisados em detalhes. Os resultados indicaram que as estratégias de letramento visual aplicadas nas atividades de leitura e escrita pelas professoras e pesquisadora promoveram impactos positivos, como o reconhecimento de letras do alfabeto em palavras associadas a imagens, o fortalecimento da atenção compartilhada das crianças autistas durante as atividades e a ampliação da compreensão leitora dos textos trabalhados no contexto da pesquisa.