Plantas medicinais são capazes de curar ou tratar doenças e têm uma longa história de uso. Elas
contêm centenas ou milhares de substâncias químicas responsáveis por seus efeitos. Espécies de
Combretum têm se mostrado promissoras contra agentes microbianos diversos. Assim,
objetivou-se investigar o perfil fitoquímico e avaliar atividade antibacteriana, antioxidante e a
toxicidade de extratos foliares etanólico e metanólico de C. lanceolatum e C. leprosum, além de
realizar a prospecção científica e tecnológica do potencial terapêutico do gênero. Os extratos
foram caracterizados por Espectroscopia no Infravermelho (FTIR) e submetidos a testes
antioxidantes pelo método DPPH, a atividade antibacteriana foi avaliada por microdiluição em
caldo. A toxicidade foi testada em Artemia salina e linhagens tumorais (HCT-116, SNB-19 e
PC3) pelo ensaio MTT. Web of Science, Scopus e ScienceDirect foram usados para prospecção
científica, enquanto WIPO, EPO e INPI foram usados para prospecção tecnológica. Scopus teve
o maior número de artigos, enquanto WIPO e EPO tiveram os maiores volumes. Os espectros de
C. lanceolatum e C. leprosum revelaram grupos funcionais como hidrocarbonetos alifáticos,
cetonas, álcoois primários e álcool, carbonila e anel aromático. Quanto ao potencial antioxidante,
os extratos metanólicos de C. lanceolatum e C. leprosum apresentaram moderada atividade
antioxidante, enquanto os extratos etanólicos demonstraram forte atividade antioxidante.
Notou-se que as cepas de E.coli mostraram maior sensibilidade aos extratos metanólicos de C.
lanceolatum com CBM 5mg/mL. Para S. aureus mostrou uma sensibilidade aos extratos
metanólicos e etanólicos de C. lanceolatum com CBM 125mg/mL. Para S. enterica exibiu uma
sensibilidade moderada (CBM 20 mg/mL) para os extratos metanólicos e etanólicos. O ensaio de
toxicidade com A. salina, classificou os extratos de C. lanceolatum e C. leprosum como “não
tóxicos” (CL50 > 1 mg/mL). O extrato etanólico de C. leprosum apresentou alta atividade
citotóxica (>75% de inibição), especialmente contra células HCT-116, sugerindo seu potencial
como agente anticancerígeno. Para o extrato etanólico de C. lanceolatum exibiu maior inibição
do crescimento celular, especialmente contra SNB-19 (43,76%) e HCT-116 (34,01%), enquanto
ambos os extratos mostraram baixa eficácia contra PC-3 (6,83%). Na prospecção tecnológica, a
análise dos depósitos de patentes revelou a liderança da China. C. leprosum detém potencial
promissor para aplicações antioxidantes, antimicrobianos e compostos citotóxicos e que C.
lanceolatum possui potencial antibacteriano e antioxidante, mas sua eficácia como
anticancerígeno necessita de maior investigação.