Introdução: O assoalho pélvico é composto por músculos, ligamentos, tendões e fáscias que sustentam os órgãos internos, o útero durante a gestação, auxiliam na ação dos esfíncteres e da sexualidade. A integridade desses músculos é essencial para suas funções e pode ser analisada por diversos dispositivos. A eletromiografia de superfície é uma ferramenta amplamente usada na fisioterapia, reabilitação e pesquisa para avaliar a funcionalidade muscular. Sua aplicação destaca-se na análise da atividade muscular em condições fisiológicas e patológicas, incluindo o assoalho pélvico. Objetivo: Investigar a correlação entre variáveis clínicas e as medições eletromiográficas (EMG) dos músculos do assoalho pélvico em jovens adultos saudáveis, com foco nas variáveis de sexo, idade, IMC, potência e Endurance. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, analítico, envolvendo jovens adultos saudáveis. Foram analisados dados eletromiográficos dos músculos do assoalho pélvico em contração e repouso. A estatística descritiva (média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartil) foi aplicada, além de testes t para amostras independentes ou Mann-Whitney para comparação dos grupos. A correlação de Pearson foi utilizada para correlacionar os dados eletromiográficos com a idade, IMC, potência e endurance. Foi considerado significativo p<0,05. Resultados: A comparação das variáveis eletromiográficas entre os sexos não mostrou diferenças significativas para os músculos isquiocavernoso e bulboesponjoso, mas houve uma diferença significativa na contração sustentada do músculo bulboesponjoso no grupo masculino (p = 0,004) e na contração rápida e sustentada do músculo levantador do ânus no grupo feminino (p = 0,00 e p = 0,01, respectivamente). As correlações entre as variáveis clínicas e as medições EMG revelaram uma correlação moderada e significativa entre a idade e a atividade eletromiográfica do músculo levantador do ânus nas mulheres, tanto na contração rápida (r = 0,50, p < 0,01) quanto sustentada (r = 0,53, p < 0,01). Além disso, a diferença na contração sustentada deste músculo mostrou correlações significativas com a potência (r = 0,41, p = 0,03) e endurance (r = 0,59, p < 0,01) nas mulheres. No grupo masculino, não foram encontradas correlações significativas. Conclusão: Os resultados revelaram diferenças significativas no desempenho dos músculos do assoalho pélvico entre os gêneros, bem como correlações relevantes entre variáveis clínicas e a atividade elétrica muscular, especialmente no grupo feminino.