Esta dissertação investiga o uso do rádio como ferramenta pedagógica para o ensino de Filosofia no Ensino Médio, tendo como base a teoria da justiça como equidade de John Rawls. Inspirada em uma abordagem qualitativa, a pesquisa adota a metodologia da pesquisa-intervenção, sendo desenvolvida em uma scola pública com alunos do 2º ano do Ensino Médio. A intervenção consistiu na produção de podcasts filosóficos pelos próprios estudantes, abordando conceitos como véu da ignorância, posição original e princípio da diferença. A fundamentação teórica articula a proposta rawlsiana com os pressupostos pedagógicos de Paulo Freire e John Dewey, enfatizando a importância da experiência, da comunicação e do diálogo na formação crítica dos sujeitos. Os resultados demonstram que o uso do rádio favoreceu uma aprendizagem mais significativa e engajada, permitindo aos estudantes mobilizarem os conceitos filosóficos em contextos reais e desenvolverem habilidades de argumentação, escuta ética e análise crítica da realidade. Além disso, a proposta valorizou a oralidade, as culturas juvenis e a interdisciplinaridade, mostrando-se especialmente eficaz em ambientes com limitações tecnológicas. Os desafios enfrentados — como a complexidade conceitual da teoria rawlsiana e as restrições estruturais da escola — foram superados por meio de uma mediação docente sensível e criativa. Conclui-se que o rádio, enquanto meio de expressão e escuta, pode ser uma poderosa ferramenta para a construção de uma educação filosófica ética, democrática e transformadora.