A presente pesquisa propõe-se a refletir sobre as possibilidades de articulação entre o ensino de Filosofia no Ensino Médio e o Pensamento Complexo de Edgar Morin, buscando compreender de que modo essa perspectiva poderia contribuir para práticas pedagógicas interdisciplinares e para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e éticos. Para isso, partimos do reconhecimento de que a Filosofia, enquanto componente curricular, tem como finalidade central promover o exercício do pensamento autônomo e problematizador. Contudo, em muitos contextos, seu ensino ainda se encontra marcado pela fragmentação do conhecimento e pela desvinculação entre teoria e prática. O Pensamento Complexo de Morin oferece um horizonte epistemológico que seria capaz de superar tais limitações, ao propor uma visão integradora do saber que valoriza a incerteza, a interdependência e a multidimensionalidade da realidade. A pesquisa, de caráter bibliográfico e abordagem qualitativa, fundamenta-se em autores como Edgar Morin, Paulo Freire, Ivani Fazenda, Silvio Gallo, Adorno e Horkheimer, buscando estabelecer um diálogo entre a complexidade, interdisciplinaridade e educação emancipatória. Como produto educacional, propõe-se uma sequência didática interdisciplinar voltada ao ensino de Filosofia, pautada nos princípios morinianos e na formação integral do educando. Conclui-se que o ensino de Filosofia, quando articulado à complexidade, tem o potencial de favorecer uma aprendizagem crítica, criativa e ética, contribuindo para a construção de uma educação comprometida com a humanização e com a transformação social.