Avaliação Funcional de Idosos e sua Relação com os Parâmetros Antropométricos e Níveis Séricos de vitamina D
idosos;avaliação funcional;antropometris;vitamina D
OBJETIVO: Analisar o desempenho funcional dos idosos e sua relação com os parâmetros antropométricos e níveis séricos de vitamina D. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo, de delineamento transversal, analítico e descritivo. Participaram do estudo 359 idosos residentes em áreas assistidas pela equipe Estratégia Saúde da Família no município de Teresina, Piauí. A coleta dos dados aconteceu no período de fevereiro a junho de 2011 e abrangeu duas fases. Na primeira fase foram avaliados 359 idosos com aplicação de um questionário, por meio de visitas domiciliares, para avaliação dos dados demográficos e sociais, de saúde geral, medidas antropométricas, além de avaliação do desempenho funcional através do teste Timed Up na Go (TUG). Na segunda fase foi realizada a colheita de sangue e análise bioquímica em uma subamostra da população estudada (n=100), para análise do nível sérico de Vitamina D (25(OH)D), utilizou-se o método da quimioluminescência. Para a realização das análises descritivas e de todos os testes estatísticos, foi utilizado o SPSS para Windows versão 18.0. Em todas as análises realizadas foi utilizado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: O tempo médio gasto para a realização do TUG foi de 13,8s. A prevalência para um maior risco de quedas e déficit de desempenho funcional foi de 12,5% (ICS95%: 9,2-16,8). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre o tempo do teste e as variáveis, sexo (p=0,97), renda familiar(p=0,062), fato de morar sozinho (0,096), uso de medicamentos (0,083) e acidente por queda no último ano (0,0390). Entretanto, estado civil (0,003), escolaridade (p<0,001), auto-percepção de saúde (p<0,001), prática de atividade física (p=0,001), consumo de bebidas alcoólicas (p=0,001) e o uso de axílio para marcha (p<0,001), estiveram estatisticamente associados ao tempo de realização do teste. Houve correlação estatisticamente significativa entre a idade (p<0,001, r=0,0407), o IMC (p<0,001, r=0,407) e a circunferência abdominal (p<0,001, r=0,315), mostrando que quanto maior a idade, o IMC e a circunferência abdominal maior o tempo para realizar o TUG. Houve uma correlação fraca entre os níveis de vitamina D e o tempo de teste desses idosos, mostrando que quanto maior os níveis de vitamina D menor foi o tempo do teste (p=0,014e r= - 0,249), porém, na análise de regressão não foi variável associada ao teste (p=0,066). A análise de regressão múltipla evidenciou que 61% da variabilidade do teste de Timed Up and Go pode ser explicado pelas variáveis que ficaram nesse modelo. CONCLUSÃO: Concluiu-se com este trabalho que vários fatores interferem no desempenho funcional de idosos. O IMC e a circunferência abdominal foram associados com o desempenho no teste mostrando que quanto maior o IMC e CA maior o tempo de realização do teste. Os níveis séricos de Vitamina D não foram associados ao desempenho funcional no teste. Neste contexto, sugerem-se estratégias para mudança do perfil desses fatores, orientações sobre acompanhamento médico, incentivo à prática de atividade física e hábitos saudáveis, além de orientações nutricionais que favoreçam a preservação do desempenho funcional destes idosos.