SILVA, L.D. Impacto do cobre sobre dislipidemias em mulheres com obesidade. 2024.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição,
Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo
de tecido adiposo, o que favorece a manifestação de desordens metabólicas, a exemplo das
dislipidemias. Nesse sentido, tem havido interesse em identificar a possível influência do
cobre no desenvolvimento dessa desordem metabólica. OBJETIVO: Investigar a relação
entre parâmetros do cobre e marcadores do perfil lipídico em mulheres com obesidade.
MÉTODOS: Estudo observacional transversal do tipo caso-controle, envolvendo mulheres
na faixa etária entre 20 e 50 anos de idade, sendo divididas em dois grupos: grupo caso
(IMC≥35kg/m2) (n=84) e grupo controle (IMC entre 18,5 e 24,9kg/m2) (n=119). Foram
aferidas medidas antropométricas, sendo elas o peso, estatura e circunferências corporais
(cintura, quadril e pescoço), bem como realizado o cálculo do índice de massa corpórea, razão cintura-quadril, relação cintura-estatura e índice de conicidade. O consumo alimentar foi obtido a partir do registro de alimentos de três dias e analisado utilizando-se o programa
Nutwin. A análise do cobre no plasma e nos eritrócitos foi realizada por espectrometria de
emissão óptica com plasma acoplado indutivamente, além disso a atividade da ceruloplasmina foi determinada por meio de espectrofotometria. As frações lipídicas foram analisadas segundo o método enzimático colorimétrico, utilizando analisador bioquímico automático (COBAS INTEGRA). RESULTADOS: Na avaliação do consumo alimentar, pôde-se
verificar que não houve diferença estatística significativa entre os grupos (p>0,05) em relação ao consumo de energia, macronutrientes e cobre. Sobre a avaliação dos parâmetros
bioquímicos referentes ao cobre, foi observado que as mulheres com obesidade apresentaram concentrações elevadas no plasma e reduzidas nos eritrócitos quando comparada ao grupo controle, sendo que ambos os grupos tinham concentrações de cobre nesses compartimentos sanguíneos dentro do padrão de referência. As concentrações de ceruloplasmina sérica não apresentaram diferença estatística significativa entre os grupos (p>0,05). A análise das frações lipídicas revelou valores mais elevados de triacilgliceróis, VLDL-c, LDL-c e colesterol não- HDL, bem como concentrações reduzidas de HDL-c nas mulheres com obesidade em comparação com o grupo controle (p<0,05). Na análise de correlação, não se observou correlações significativas entre os parâmetros de avaliação do estado nutricional relativo ao cobre e as frações lipídicas nas mulheres com obesidade. CONCLUSÃO: As mulheres com obesidade avaliadas nesse estudo possuem consumo de cobre adequado e concentrações do mineral elevadas no plasma e reduzidas nos eritrócitos quando comparado ao grupo controle. No entanto, a pesquisa não identifica correlação entre parâmetros do cobre e as concentrações séricas das frações lipídicas, o que não permite inferir a participação do cobre na manifestação das dislipidemias na obesidade.