INTRODUÇÃO: O trato gastrointestinal (TGI) é um órgão chave associado à
 manutenção da saúde e ao desempenho esportivo. No entanto, disbiose e distúrbios do
 TGI, como as doenças inflamatórias intestinais (DII), podem afetar ambos. Algumas
 estratégias com foco no exercício físico e na ingestão alimentar têm sido estudadas e
 podem trazer efeitos benéficos, principalmente nas funções do TGI, inflamação e
 marcadores de estresse oxidativo. OBJETIVOS: Investigar o papel do exercício físico
 na acomodação gástrica em indivíduos saudáveis e como a ingestão alimentar e os
 valores do ângulo de fase (PhA) estão associados ao balanço inflamatório e oxidativo
 no curso clínico de pacientes com DII. MÉTODOS: Foram elaborados seis artigos
 científicos, sendo o primeiro e o segundo revisões narrativas da literatura. A terceira e
 a quarta são revisões sistemáticas da literatura, sendo a estratégia PICO utilizada para
 elaborar a questão norteadora, seguindo as recomendações do Preferred Reporting
 Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O quinto é um estudo
 quasi-experimental, realizado com indivíduos saudáveis que ingeriram uma refeição
 energética líquida durante um teste físico e foram monitorados de acordo com uma
 escala subjetiva para avaliar a acomodação gástrica. O sexto é um estudo transversal
 realizado com pacientes com DII e controle que foram submetidos à análise de
 bioimpedância para obtenção dos valores do PhA. Concentrações de nitrito (Nox),
 mieloperoxidase (MPO), glutationa (GSH), malondialdeído (MDA) e superóxido
 dismutase (SOD) foram determinadas. O consumo alimentar foi feito por questionário
 de frequência alimentar (QFA). Os estudos atenderam aos respectivos requisitos éticos.
 RESULTADOS: Os resultados são relatados de acordo com cada artigo. Nas revisões
 da literatura, mostramos que a ingestão de probióticos parece ser uma boa estratégia
 para atenuar a disbiose em atletas. Além disso, o exercício físico pode ser uma mudança
 de estilo de vida com benefícios na terapia de doenças do TGI. Uma revisão sistemática
 mostrou que a suplementação de glutamina não teve efeito no curso da doença,
 permeabilidade, e marcadores de estresse oxidativo e inflamação em pacientes com DII.
 A outra revisão sistemática mostrou que intervenções dietéticas em sete estudos foram
 capazes de reduzir alguns marcadores inflamatórios em pacientes com DII. No estudo
 quasi-experimental, houve aumentos no volume total ingerido, tempo de ingestão e
 calorias ingeridas (p<0,05) durante a sessão de exercício, mas não foi observada
 influência nos escores de saciedade em homens e mulheres saudáveis (p>0,05). No
 estudo transversal, o grupo DII apresentou concentrações aumentadas (p<0,05) de Nox,
 MDA e GSH. O PhA correlacionou-se positivamente com GSH (R:0,22;p:0,02) e SOD
 (R:0,25;p:0,01). Pacientes com DII ingeriram quantidades elevadas de alimentos
 ultraprocessados. No entanto, os pacientes com DII apresentaram melhor consumo de
 alimentos in natura ou minimamente processados. Encontramos correlação positiva
 entre consumo de alimentos ultraprocessados e MDA (R:0,43;p:0,01). CONCLUSÃO:
 A intervenção dietética ou exercício físico são benéficas nos distúrbios do TGI, como
 disbiose atlética e DII. O exercício físico afetou a ingestão alimentar e a acomodação
 gástrica em indivíduos saudáveis. O PhA pode ser uma medida prática e eficaz no
 acompanhamento clínico de pacientes com DII, estando associado a enzimas
 antioxidantes. Além disso, recomendamos avaliar o aumento do consumo de alimentos
 ultraprocessados, uma vez que este foi relacionado a marcadores de estresse oxidativo
 no acompanhamento clínico de pacientes com DII.